terça-feira, 22 de maio de 2012

Bonequinha De Luxo 2 - Capítulo 22 - O começo do conto de fadas

 Narrado por Bill

A cada passo que a Maia dava na minha direção, uma lembrança de tudo o que vivemos até ali, aparecia na minha mente: O momento que ela abriu a porta, que bateu em mim, me dando aquele banho de café quente. A Maia me puxando para o banheiro da cafeteria que ela trabalhava, lá em Hamburgo. A falação que ela ficou, por causa do nervosismo dela porque derrubou café em mim. A expressão do rosto dela quando viu quem eu era. O que eu senti assim que nossos olhares se cruzaram. O primeiro sorriso que ela me deu. A cara dela quando me viu na boate que ela trabalhava. O jeito que ela ficou quando eu me ajoelhei, implorando para que ela aceitasse fazer as fotos comigo. A timidez dela por causa da foto que eu "mordia" o pescoço dela. O jeito que ela ficou quando eu tentei beijá-la, quando eu a deixei em casa, depois da sessão de fotos. A vergonha que ela sentiu quando eu a vi usando uma camiseta do Bowie e um short jeans curto, quando eu fui na casa dela. O nosso primeiro beijo (Tudo bem que era um selinho, mas era beijo mesmo assim.). A cara que ela fez quando eu subornei o gerente do hotel, para que ele não contasse à ninguém que estávamos ali. A cara que ela fez quando entramos na suíte. A toalha dela caindo, me dando a chance de ver, ainda que por poucos segundos, o corpo perfeito que ela tinha. O jeito que ela ficou olhando a foto da "mordida". A cara que ela fez, quando ficou olhando a minha tatuagem de estrela, em Milão. O quanto ela estava linda, quando saímos para ir apresentar a minha coleção de roupas. O nosso primeiro beijo, de verdade, sob a chuva, ainda em Milão. A certeza que eu tive de que iríamos ficar juntos para sempre, no instante que nos beijamos. O jeito que ela riu quando eu brinquei, falando que deveríamos pular pelados na Fontana di Trevi, no meio da manhã. O medo que eu fiquei depois de terem batizado a bebida dela na boate. O jeito que ela cantou a música do Kiss, na maior empolgação e ficou sem-graça por causa da estampa da calcinha dela. A cara que ela fez quando eu troquei de camiseta, dentro do carro, depois de ser agarrado por um gorducho babão, que veio de Milão com a gente. De quando eu a pedi para namorar comigo. A primeira vez. Da emoção que ela sentiu quando fez o primeiro show. Do jeito que ela disfarçou quando eu a vi dançando, toda animada no backstage. A recepção dela quando me viu no aeroporto. O clipe delas e o método que a Maia usou para me convencer a participar das filmagens. Do meu pedido de desculpas por causa da minha crise de ciúmes. Da nossa viagem e principalmente: Do momento que ela aceitou o meu pedido e me contou que estava grávida. Tinham muitas outras coisas que nós dois vivemos juntos, mas... O tempo inteiro, me lembrava destas, que, para mim, eram as principais: O primeiro olhar que trocamos, os dois primeiros beijos, a nossa primeira vez, o pedido de casamento e a notícia que ela ia ter gêmeos.
Eu simplesmente não conseguia olhar para mais ninguém ali a não ser a Maia. Ela usava um vestido tomara-que-caia, de cetim, lilás, quase branco, os cabelos estavam presos em um coque e tinham várias rosas, do mesmo tom do vestido, espalhadas pelo cabelo dela, que tinha sido ondulado. Ela estava usando uma corrente e a pulseira que eu tinha dado à ela, como presente de aniversário, há poucos dias. Assim que ela parou na minha frente, eu beijei a testa dela e sussurrei:
- Você é a noiva mais linda do universo!
Ela sorriu e eu pude ver seus olhos brilhando.

Narrado por Tom

A Charlie estava sentada do meu lado, tentando se controlar e não abrir o berreiro. Aproveitei que ninguém estava olhando, peguei a mão dela e coloquei um anel no dedo anelar da sua mão direita. Ela me olhou, surpresa e eu perguntei:
- Charlotte... Quer se casar comigo?
Ela me olhou, surpresa e, percebendo que o padre ia ser o único a continuar falando, pedi, desesperado:
- Fala alguma coisa! Até um "não" está valendo!
Para a sorte dela, a minha mãe mandou que prestássemos atenção à cerimônia. Porém, a Charlie não soltou a minha mão. Será que isso era um bom sinal?
Para sacanear a Maia e o Bill, a Dafne combinou com todos os amigos e parentes dos dois (Basicamente, todo mundo que tinha mais ou menos a mesma idade deles) de jogarmos arroz sobre os dois. Era tradição no Brasil fazer esse tipo de coisa, para dar boa sorte aos noivos. Além de, a Dafne me garantir que seria divertido para os dois, ficarem catando os grãos que caíssem dentro das roupas. Logo que saíram da igreja, foi aquela chuva de arroz sobre eles.
Logo que a Maia e o Bill chegaram no buffet, passaram um vídeo em um telão, como se fosse um filme de contos de fadas, contando a história deles, mesmo. Colocaram algumas cenas de filmes no meio, que ficaram engraçadas. Inclusive, eu, o Georg e o Gustav zoamos o Bill quando passou aquela cena de "Casamento Grego", que o pai da grega conversa com a esposa e fica se perguntando várias coisas, inclusive se o Bill era um bom rapaz. Todo mundo riu. Um tempo depois, a Roxy e a Charlie arrastaram o Georg e o Gustav para uma espécie de palco e os quatro tocaram algumas músicas. No final, a Charlie começou a cantar "I Was Born To Love You", do Queen, olhando para mim. Me lembrei do mico que eu paguei, quando fui pedi-la em namoro. Por fim, ela falou, assim que a música acabou:
– Eu quero, Tom.

Olhei para ela, atordoado e, quando percebi, ela tinha descido do palco e estava me beijando.

Narrado por Maia

– O que foi aquilo? - Perguntei à Charlie, que tinha acabado de se soltar do Tom.
Os dois se entreolharam e a Charlie respondeu, sorrindo:
- Vai separando o seu vestido, porque faço questão que você seja a nossa madrinha de casamento.
Olhei para a Charlie, surpresa e perguntei:
– Espera aí... Eu entendi direito? Vocês dois vão se casar?
– Vamos. - O Tom respondeu.
Tudo o que eu consegui fazer foi começar a gritar, histérica, tamanha era minha felicidade. Por volta de uma da manhã, comecei a sentir um negócio que parecia uma cólica, quando consegui ir ao banheiro, com a Charlie e a Roxy. Chamei as duas, que vieram ver o que estava acontecendo. Perguntei para a Roxy:
– Rox... Quando a Estela nasceu... O que você sentiu, exatamente?
Ela me explicou, me perguntou o porquê de eu estar querendo saber aquilo e falei:
– Acho que a gente vai ter de ir para o hospital...
– Já está na hora? - A Charlie perguntou, afobada.
– Já. - Respondi.
Então, a Roxy saiu correndo do banheiro, para ir avisar o Bill e os nossos pais do que estava acontecendo. Fiquei sentada num sofá, perto da entrada do buffet, esperando o Bill aparecer. Ele estava preocupado comigo e, quando perguntou se estava tudo bem comigo, eu respondi:
– Tem dois meninos querendo ver como é aqui fora...
O Tom apareceu bem na hora e o Bill pediu à ele que fosse buscar o carro.
Cerca de dez horas se passaram desde que eu comecei a sentir as contrações ficando cada vez mais intensas. Assim que o Bill conseguiu falar com a médica, ela nos disse para irmos até o hospital, que ela estava dando plantão naquela noite. Eu já tinha tomado a anestesia e, agora, estava na sala de parto, fazendo força e quase quebrando a mão do Bill, de tanto que eu a apertava. Vez ou outra, ele espiava, para ver se tinha um sinal de algum dos meninos. A médica me mandou fazer um pouco mais de força e eu fiz o que ela pediu, mesmo achando que eu poderia explodir, tamanho esforço que eu estava fazendo. Eu decidi que os dois nasceriam de parto normal. Cesariana só se tivesse uma complicação. Porém, o Bill deu uma última espiada e, se inclinando na minha direção, falou:
- Tem um vindo aí...
Não demorou e eu vi o primeiro dos dois. Tinha o cabelo preto e arrepiado e eu brinquei com o Bill:
- O cabelo dele é igual ao seu...
O Bill riu do meu comentário. Dez minutos depois, veio o outro. Os dois, pelo o que eu pude ver, tinham os cabelos iguais. Enquanto as enfermeiras me ajudavam a me arrumar, o Bill foi até a sala de espera, contar para todo mundo dos "mini-Bill" que tinham acabado de nascer.
No dia seguinte, a enfermeira trouxe os dois até o quarto e, o Bill segurava um enquanto eu amamentava o outro. Ele olhava para aquele que estava nos seus braços e falou:
- Este daqui parece mais com você...
- É? - Perguntei, passando a mão sobre a bochecha do que estava comigo. O barulhinho que ele fazia enquanto mamava era a coisa mais linda do mundo. Porém, quando o Bill se aproximou da cama, o que eu estava segurando, bocejou e eu não resisti e falei: - Ai que fofo!
O Bill sorriu, todo bobo. Ele me perguntou, depois de beijar a bochecha do que estava nos braços dele:
- Que nomes podemos colocar neles?
Olhei para o que estava no meu colo, se deliciando tanto com o leite que até revirava os olhinhos castanhos. Eu disse primeiro nome que me veio à cabeça:
– Alexander.
Ele veio até a beirada da cama e olhou para a carinha do que eu segurava. Depois de pensar um pouco, falou:
– É... Gostei do nome. E este daqui?
Ele me mostrou o outro e eu arrisquei:
– Theo? Na hora que precisarmos chamar a atenção dele, vai ser mais fácil... Que nem a sua mãe fez com você e o Tom...
O Bill sorriu e falou, pegando na mãozinha do que eu estava segurando:
– Então, é melhor colocar o nome dele de Alex.
– É... Pode ser. - Respondi.
Todo mundo que via aquelas duas fofuras de cabelo preto e arrepiado, logo dizia:
– Mas são iguais ao Bill!
Tudo bem que o Theo parecia mais com o Bill, fisicamente e, pelo o que conseguíamos perceber, a personalidade dele também ia ser igual à dele. E o Alex... Parecia mais comigo. Porém, os dois eram iguais ao Bill. Curiosamente, o cabelo deles ficou escuro, porém, tinha um reflexo levemente dourado. Assim que pudemos voltar para a Alemanha, tivemos uma surpresa ao encontrar o apartamento abarrotado de presentes das fãs do mundo inteiro. Para todos os cantos, tinham bichinhos de pelúcia, algumas mandaram até mesmo carrinhos... Isso sem falar na montanha de cartas que encontramos, todas elas dando os parabéns pelos meninos, em várias línguas diferentes.
Depois de colocar os dois para dormir, me sentei na cadeira da varanda do nosso apartamento e fiquei olhando para o pôr-do-sol, abraçada com o Bill. Perguntei à ele:
– E agora? Como vai ser nossa vida daqui para frente?
– Se arrependeu?
– Não. - Respondi. - Só estava... Pensando no futuro. No que a gente vai fazer, agora que temos dois bebezinhos lindos para cuidarmos...
– Você vai parar com a banda? - Ele quis saber. - Se você quiser, eu posso conversar com os caras e...
– Você não ouse terminar essa frase e muito menos acabar com o Tokio Hotel, senão junto as minhas coisas, pego os meninos e vou embora!
Ele se encolheu do meu lado e eu continuei:
– Acho que vamos continuar com os planos de contratarmos uma babá para cada uma...
– No seu caso, vão ser preciso duas babás... - Ele disse.
– É... Mas... Não vou abandonar as meninas agora. Ainda mais que a Jade ainda está se recuperando...
– Pois é... Acho que a Klara, quando crescer, vai ser atrasada... Demorou uma semana a mais para nascer! - O Bill disse. O parto da Jade foi realmente complicado. Além do atraso para a Klara nascer, a bebezinha estava virada e, para conseguir tirar a bebê de dentro da Jade foi um custo. Inclusive, a Jade até correu o risco de morrer. Mas, tudo correu bem e, agora, só faltava mesmo o Tom para completar o time de pais babões que os meninos tinham formado. A Roxy e o Georg já estavam "grávidos" de novo e a Estela estava eufórica porque ia ganhar mais um irmãozinho, além da companhia para brincar. Desta vez, a Roxy não precisou se preocupar tanto assim com a gravidez, já que era a segunda, e, pouco tempo depois, descobrimos que era outra menina.
O Gustav e a Jade continuavam naquela paixão toda, e, agora, era difícil ver os dois separados e sem a Klara.
A turnê das duas bandas tinha começado e a Roxy, mesmo com um barrigão de todo tamanho, continuou fazendo os shows normalmente, até duas semanas antes da filha nascer. Inclusive, ela arranjou briga com todo mundo, porque queria continuar. Só parou mesmo quando o Georg a obrigou a ficar em casa, do lado dele. Desta vez, ela quem escolheu o nome: Grace.
E, por fim... Eu estava feliz com o Bill. Os meninos estavam crescendo, ficando cada vez mais lindos e mais parecidos com o Bill. Apesar dos temperamentos serem diferentes... A minha vida estava perfeita e... Como tinham duas meninas vindo por aí... Não poderia ficar melhor...

Fim

Postado por: Grasiele | Fonte: x

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