terça-feira, 22 de maio de 2012

Bonequinha De Luxo 2 - Capítulo 18 - Finalmente em casa...

Narrado por Bill

Tínhamos chegado à casa dos pais da Maia e, como ela estava exausta, acabou dormindo no instante que se deitou sobre a sua cama. A Helena estava sentada de um lado dela, sobre a cama, e eu, do outro. Enquanto passava a mão sobre os cabelos da filha, a Helena me perguntou:

– Imagino o namoro de vocês dois não esteja tão bem, não é mesmo?

– É... As coisas estão bem... Complicadas. A Maia se afastou, desde que começou a fumar e a beber, e, por isso, demorei a perceber o que estava acontecendo. Nos primeiros dias, ela sempre me dizia que estava enrolada com a composição das músicas e a gravação do CD. Só que, aos poucos, percebi que a freqüência que o Tom se encontrava com a namorada dele era maior do que a nossa e fiquei desconfiado de que tinha alguma coisa errada acontecendo. Tanto que pedi ajuda para as meninas e elas vigiavam a Maia, sempre que tinha alguma coisa errada, me ligavam e eu ia ajudá-la. As brigas entre nós ficaram mais freqüentes e nem sei quantas vezes ela terminou comigo. Só que eu amo a Maia, Helena. Não consigo vê-la se destruindo dessa maneira e ficar longe e sem fazer nada por ela. Você sabe disso...

– Eu sei. - A mãe dela falou. - A Maia tem muita sorte de ter te conhecido e vocês estarem namorando. Só que ela nunca aprendeu a valorizar as coisas que tem. Só depois que as perde é que ela realmente valoriza e se arrepende por ter tido aquela postura. Eu sei que a sua paciência está acabando, por causa do que ela está fazendo, mas... Te peço... Te imploro para dar uma última chance para a Maia. Eu conheço a minha filha e sei que, se ela está fazendo todas essas besteiras, é porque ela é humana e não está agüentando a pressão que todo mundo está fazendo. Ainda mais que ela não tem muita consciência do que está acontecendo na vida dela, direito. Eu imagino que você mesmo já deve ter tido vontade de jogar as coisas para o alto, por várias vezes, e ainda deve tê-los. Se eu estou te implorando isso é porque eu nunca vi a minha filha tão feliz. A Maia me mandou as fotos da viagem que vocês fizeram e eu juro que aquela viagem fez muito bem para ela. Aliás... Para você também.

Eu sorri. Olhando a expressão tranqüila que ela tinha, falei:

– A Maia é uma garota muito especial, Helena... Não quero perdê-la.

– Eu sei. - Ela disse, pondo uma das mãos sobre as minhas. - Obrigada por ter trazido a Maia e o Marco para cá. E por ter vindo também. Eu estava com saudades de vocês.

Eu concordei com a cabeça e ela perguntou:

– Você está com fome? Se quiser, posso preparar alguma coisa.

– Não precisa se preocupar, Helena. De verdade. - Eu falei. Mas, a Helena era tão teimosa quanto a Maia, e, por fim, ela acabou preparando um lanche quando a Maia acordou. A Dafne, que estava na casa de uma amiga e não sabia que dia íamos chegar, apareceu em casa exatamente quando todo mundo (A Maia já tinha acordado) estava sentado, comendo as coisas que a Helena pôs sobre a mesa. Na hora que viu os irmãos e eu, ela deu um grito. Veio correndo na nossa direção, a Maia foi a primeira a se levantar e a Dafne a abraçou e ergueu a irmã do chão.

– Maia! Que bom que você está aqui!

– Oi, Dadá! - A Maia respondeu. Passada a emoção de ver a Maia, a Dafne passou para o irmão, que a levantou do chão, enquanto a abraçava e, por fim, a Dafne me cumprimentou, com um abraço apertado e um beijo na bochecha. Ela perguntou, dando um beijo na mãe:
– Quando vocês chegaram?

– Hoje de manhã. - A Helena respondeu.

– Ai, que bom que está todo mundo aqui... - A Dafne disse, sorrindo. De repente, ela percebeu uma coisa e perguntou: - Espera aí... O Bill e a Maia estão em Belo Horizonte e o Marco saiu de Nova Iorque... Alguém vai casar?

– Não... - O pai da Maia disse, sorrindo. - Pelo menos que a gente saiba, não...

– Ah, que pena! Ia ser o máximo se um dos dois - Ela apontou para os irmãos. - Desencalhássem...

– Dafne! -  A Helena xingou.

– E eu estou falando mentira? - A irmã da Maia falou. Ela se sentou à mesa e comeu algumas coisas. Enquanto a Maia tomava banho, a Dafne bateu na porta do quarto dela (Já que eu estava lá, procurando o carregador da bateria do meu celular) e, quando virei a cabeça na direção da porta, perguntei:

– Quer conversar comigo a respeito da sua irmã, não é?

– É. - Ela respondeu, entrando no quarto e se sentando em um pufe perto da janela. Bom, na realidade, esse pufe parecia um saco de couro e era rosa-choque. A Maia sempre ficava jogada lá.

– O que está acontecendo com a minha irmã? De verdade.

Respirei fundo e contei tudo para ela. No final, a Dafne disse:

– Se precisarem... Contem comigo.

Eu sorri e, quando menos esperei, a Maia entrou no quarto, usando só uma toalha. A Dafne disse, nos deixando à sós:

– Eu... Vou ficar um pouco com o Marco, com licença.

Ao passar pela porta, a Dafne puxou a maçaneta, para nos deixar mais à vontade. Observei a Maia escolhendo uma roupa e, sem pudor nenhum, pela primeira vez, se vestiu na minha frente. Normalmente, ela se enfiava no banheiro e só saía de lá quando estava completamente vestida. Enquanto eu a observava se vestindo, senti a minha calça ficando apertada de um jeito desconfortável. Me ajeitei na cama de um jeito que ela não percebesse, enquanto a Maia distorcia uma das alças da camisola que ela usava. Ela me olhou e se sentou do meu lado.

Narrado por Maia

– Eu quero conversar com você. - Pedi. Ele concordou e eu comecei a dizer: - Eu ouvi a sua conversa com a minha mãe. Me desculpa por... Ter feito essas besteiras todas.

Ele apenas pôs a mão sobre o meu rosto e acariciou minha bochecha com o polegar. Sentir o toque dele sobre a minha pele de um jeito delicado, pela primeira vez em muito tempo, foi algo... Inexplicável. Foi muito bom. Tanto que eu relaxei e acabei fechando os olhos. Não demorou e eu senti que ele me beijava. De um jeito apaixonado, como na época que começamos a namorar. No momento que ele se separou de mim, ele disse, colando a testa dele à minha:

– Eu te amo, Maia.

Postado por: Grasiele

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