terça-feira, 22 de maio de 2012

Bonequinha De Luxo 2 - Capítulo 13 - O parto

Narrado por Roxy

Fui levada para uma sala, para me preparar, e o Georg ficou comigo o tempo inteiro. Só nos separamos quando eu troquei de roupa e ele foi se preparar, colocando aquela roupa verde, tipo avental e touca. Ele não demorou para aparecer (A sorte é que eu já estava pronta, com camisola e touca também) e quis ficar do meu lado quando fossem me dar a anestesia; Ele sabia do meu pavor de agulhas e, enquanto eu sentia a agulha, ele falou comigo, tentando me tranqüilizar:

– Calma que a dor já vai passar...

– É... O bebê saindo vai ser ainda mais dolorido... - Respondi, rindo e, imediatamente, se transformou numa careta, porque senti uma dor muito aguda e quase insuportável.

Quando entramos na sala, a médica me explicou como é que eu deveria fazer para que o bebê nascesse. Comecei a respirar do jeito que ela me instruiu e, junto, fiz força. Eu senti o Georg vacilando do meu lado.

Narrado por Georg

No início, achei que não ia agüentar ver meu filho ou filha nascendo. Eu vi, rapidamente, a cabeça dele saindo de dentro da Roxy e quase desmaiei, admito. Era a coisa mais estranha. Mas, uma vez que o corpinho estava todo de fora e ouvi o choro, não agüentei. A Roxy também tinha começado a chorar e a obstetra falou:

– Parabéns, papai... Temos uma princesinha aqui...

Eu tinha me debruçado na direção da Roxy e, quando ela ouviu a voz da médica, perguntou:

– O que a Dra. Braun falou?

– É uma menina. - Respondi. De repente, a enfermeira colocou aquele embrulhinho chorão nos braços da Roxy e admito que fiquei babando por aquela menininha linda. A Roxy falou, observando a nossa filha:
– Ela é a sua cara!

– E ela é linda que nem você. - Respondi, dando um beijo na testa da Roxy.

Uns minutos depois, quando a minha filha foi levada para o berçário, aproveitei para ver quem tinha vindo ao hospital, além da minha mãe e da família da Roxy. Quando finalmente os encontrei, vi que estavam a Maia e o Bill, a Jade e o Gustav. Perguntei:

– E o padrinho?

– Não estava agüentando de ansiedade e a Charlie foi dar uma volta com ele. - A minha mãe falou.

– E aí? É um menino ou uma menina? - A Jade quis saber. Nesse exato instante, o Tom apareceu com a Charlie e eu falei:

– Pois é, Tom... Vamos ter de ficar de olhos abertos, porque é a menina mais linda que eu já vi.

– Sério? É uma menina? - O Tom perguntou, atordoado.

– É. - Respondi. - Cinqüenta e um centímetros e três quilos e cem gramas.

Quase fui jogado no chão pelo Tom, que me abraçou tão de repente, que me pegou desprevenido. Depois de ser cumprimentado por cada um ali, o Bill perguntou:
– E a Roxy?

– Deve estar indo para o quarto agora. - Respondi. A obstetra passou por nós e falou:

– Eu só queria avisar que a bebê foi para a enfermaria. Podem ir vê-la.

– E a Roxy?

– Ela já foi para o quarto. - A médica respondeu. Eu concordei com a cabeça e avisei ao pessoal que ia ver a Roxy. A Maia e o Bill quiseram vir comigo e, quando perguntei o porquê, a Maia disse:

– Vamos esperar a confusão lá em baixo melhorar um pouco. E não pense que eu não estou curiosa para ver como ela é.

Eu sorri. Quando abri a porta do quarto, a Roxy estava conversando com a enfermeira, que estava aplicando o soro na veia dela. A Roxy perguntou, assim que viu o Bill e a Maia comigo:

– Vocês não foram vê-la ainda?

– Decidimos esperar um pouco... Pelo menos até o Tom se acalmar. - O Bill falou.

– Como você está? - A Maia perguntou.

– Cansada. Mas, estou bem. - A Roxy falou. - Ai... Não vejo a hora de trazerem a nossa filha aqui.

– Com quem ela se parece? - O Bill perguntou.

– Adivinha? - A Roxy falou, me dando uma olhada.

– O importante é que ela tenha saúde e altura, né? - O Bill me provocou. Bem feito. Tomou um tapa da Maia. Os dois ficaram um pouco até que a Roxy dormiu e fomos finalmente ver a minha filha. A Maia me perguntou:

– Decidiram qual vai ser o nome dela?

– Estela. - Respondi. Tínhamos decidido o nome há dois dias atrás. Se fosse menino... Ia se chamar Alexandre. - A Roxy que sugeriu e, acabamos escolhendo o nome pelo significado mesmo.

– Estrela.- A Maia comentou, olhando para a Estela e babando.

– É. - Respondi.

– Ela é linda mesmo... - O Bill respondeu. - Você e o Tom vão ter um trabalho para manter os meninos longe dela...

– E quem disse que você e o Gustav não vão nos ajudar?

Os dois se entreolharam e eu comecei a ficar desconfiado. Ainda mais que um sorriu para o outro.

– Na realidade... Vamos te ajudar sim. Mas... O problema é que vamos estar ocupados cuidando de outra menina... - O Bill respondeu, sorrindo. Na mesma hora entendi.

– E você está com quanto tempo de gravidez? - Perguntei para a Maia.

– Nenhum dia. - Ela respondeu. - A grávida é outra. Só que, ao contrário de você e da Roxy, que realmente quiseram a Estela... A menininha que está vindo por aí, foi feita por "acidente".

– Espera aí... A Jade... Está grávida do Gustav? - Perguntei, tentando assimilar aquilo tudo.

– Pois é, Georg... Pior é que eu estou vendo tudo... O próximo da fila a se tornar pai, é o Tom... - O Bill suspirou.

– E pelo andar da carruagem, não vai demorar muito para isso acontecer. - A Maia falou.

– Tem quanto tempo que a Jade está... Esperando o filho?

– Amanhã completa cinco meses. - A Maia respondeu. OK. Aquela noite, era de longe, a mais... Desnorteante de todas. Primeiro, vi a minha filha nascendo. E agora, descubro que a Jade e o Gustav estão seguindo o meu exemplo e o da Roxy. O que mais falta? O Tom se casar, finalmente? Tudo bem que eu realmente tinha esperanças que a Charlie acabasse com a vida de libertinagem dele, mas... Ia ser um choque, se isso realmente acontecesse. Ainda mais que eu estava acostumado a ver o Tom se gabando de ter transado com várias meninas...

Entretanto, uma coisa que eu não vou me esquecer nunca é de quando a enfermeira trouxe a Estela, para mamar, e, pouco depois, segurei a minha filha, pela primeira vez. Era engraçado o jeito que ela me olhava, como se tivesse se perguntando "Quem é esse cara que está me olhando desse jeito babão?". Peguei a mãozinha dela e, quando o meu dedo encaixou na palma dela, os dedinhos se fecharam e ela continuou a me olhar, curiosa.

Uns dias depois, eu estava acabado, assim como a Roxy, porque a Stela, pontualmente, começava a chorar às três e quarenta e cinco da manhã, reclamando de fome ou de fralda suja. Em uma dessas noites, fui até o berço dela e a peguei no colo e fui até a cozinha. Esquentei a mamadeira para ela, que não tinha parado de chorar e, perguntei, com a voz rouca, graças ao sono:

– De onde você está tirando esse fôlego para gritar tanto, hein?

De repente, ela parou de chorar por uns instantes e ficou me olhando, como se tivesse entendido. Eu fui checar a temperatura da mamadeira e prestei atenção no barulhinho que ela fazia enquanto sugava o leite. Nunca imaginei que pudesse achar aquele barulhinho tão... Engraçadinho. Logo depois que ela terminou de mamar, conforme me disseram, coloquei ela para arrotar. É. Ser pai não era tarefa fácil. A Roxy estava se saindo melhor que eu. Quando eu entrei no quarto, com ela, o choro recomeçou. Suspirei, tentando descobrir o que tinha de errado e, mesmo depois de checar a fralda dela, não entendi o que estava acontecendo. Só vi que ela estava ficando vermelha e a carinha dela estava se contorcendo. De repente, ouvi um barulho e falei com ela:

– Caprichou, hein?

Numa tentativa desesperada, coloquei a Estela apoiada no meu peito e comecei a tentar niná-la. Não demorou e ela adormeceu. Mas, não sem antes dar aquele bocejo. A recoloquei no berço e fui para a minha cama. A Roxy perguntou, ao sentir que eu estava deitando do lado dela:

– O que foi?

– Ela estava com cólica, por causa de gases.

– Ah... - Ela respondeu. - Ela dormiu?

– Dormiu. - Respondi. - Será que ela vai ser sempre assim?

– Não sei... - A Roxy respondeu. - Só sei que eu estou com sono.

– Eu também. - Respondi, bocejando. - Boa noite, Rox.

Me inclinei na sua direção e beijei a boca dela. Finalmente, eu consegui dormir. Pela primeira vez desde que viemos para a casa...

Postado por: Grasiele

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