terça-feira, 22 de maio de 2012

Bonequinha De Luxo 2 - Capítulo 21 - Estress

 Narrado por Maia

Sinceramente? Nunca pensei que a minha vida fosse mudar tanto nesses dois últimos anos, desde que eu vim para a Alemanha até hoje. Quer dizer... Logo que eu mudei, a única expectativa que eu tinha era a de juntar um bom dinheiro e viajar pela Europa. Porém, eu consegui muito mais do que isso. Além de três amigas ótimas, montei uma banda (Que inclusive, estava dando um tempo, óbvio, já que a Jade estava quase tendo a filha, que ia se chamar Klara, mas decidimos que, mesmo com os filhos, não íamos acabar. Na pior das hipóteses, eles iam com a gente nas turnês e a gente teria babás à nossa disposição.), eu morava sozinha e principalmente: Eu ia me casar com o cara mais... Perfeito da Terra. Tudo bem que ele tinha os seus defeitos, é verdade, mas, como ele sempre estava do meu lado, então, isso o fazia perfeito para mim. Além do jeito que ele me tratava; Parecia que ele estava lidando com uma rainha e não com uma pessoa comum.

Porém, agora, eu tinha um casamento para organizar e, por isso, estava toda enrolada com convites, vestidos das damas de honra (Dafne, Marina, Jade e Roxy), da madrinha de casamento (Charlie - A Dafne quem me sugeriu que eu chamasse a Charlie, já que eu estava em dúvida sobre quem chamar), escolhendo a igreja (O Bill insistiu que a gente se casasse no civil na Alemanha e a cerimônia religiosa fosse no Brasil.), a decoração da igreja, as lembranças para os convidados, o buffet, as comidas que seriam servidas no buffet, o DJ, quantos convidados iriam... Enfim, minha vida estava uma loucura! Isso sem falar que, a cada vez que eu ia experimentar o vestido, a costureira tinha que alargá-lo ainda mais, por causa da minha barriga, que estava crescendo. Aliás... Meus pais, quando eu contei que eles iam ter o primeiro neto, assim que eu e o Bill chegamos no Brasil (Já estávamos casados perante a lei), ficaram em estado de choque. A Dafne ficou de queixo caído e o Marco Antônio ficou atordoado por alguns instantes. Mas, passado o susto inicial, foi aquela farra. E, minha mãe, apesar de estar hesitando um pouco, resolveu fazer um chá de panela junto com o chá de bebê. A minha tia Giselle, quando descobriu, fez a maior farra e quase me deixou surda, por causa dos gritos que ela dava no telefone. A minha avó paterna ficou com o pé atrás. Ela achava que eu era nova demais para casar. E encomendar um bisneto para ela, nem se fala! Já a materna ficou feliz e só faltou se juntar à tia Giselle e as duas começarem um foguetório. Por sorte, as minhas tias, além da minha mãe, da minha avó materna e da Dafne, estavam me ajudando com a organização de tudo. A minha tia Joana foi, de igreja em igreja, ver se tinha jeito de realizar a cerimônia lá. Enquanto isso, uma outra tia minha, Carolina, olhava o orçamento do bufê. Estava todo mundo envolvido. Meu pai, o Marco e o Bill, sem falar no meu avô paterno e três tios, estavam olhando algumas coisas, como um lugar para a família do Bill vir e ficar, além de um lugar para o povo (Charlie, Roxy, Georg, Jade e Gustav) se hospedar. O ritmo que a nossa casa estava era uma coisa absurda. O tempo inteiro, tinha gente entrando e saindo, o telefone não parava de tocar, minha mãe rodava a baiana quando era algum repórter tentando descobrir alguma coisa ou ainda, tinha a cara de pau de perguntar se podia fotografar a cerimônia...

Quando as meninas finalmente chegaram, o tamanho da barriga da Jade tinha dobrado desde a última vez que a gente se viu. E, como tinham uns dois meses desde então, assim que elas apareceram no portão do aeroporto, todo mundo que estava ali, parou o que estava fazendo para olhar o ataque histérico de quatro garotas, duas delas barrigudas e uma, com uma garotinha de quase um ano, nos braços. No final das contas, minha mãe exigiu que o Tom e a Charlie fossem lá para a casa, a Roxy, o Georg e a Estela iam ficar na casa da minha avó materna e a Jade e o Gustav iam para a casa da tia Joana. Quando a Dafne viu o Tom entrando no apartamento, o queixo dela caiu e uma tremedeira daquelas tomou conta da minha irmã. Ele sorriu e a Charlie foi super simpática com a Dafne. As duas já tinham ficado amigas, de tanto conversarem por telefone ou então, skype. Tanto que, uma vez passado o susto por ver o Tom entrando no apartamento, a Dafne e a Charlie foram correndo se abraçar.

Na manhã seguinte à chegada do povo, quando fomos tomar o café, a Charlie e a Dafne conversavam feito duas matracas e a minha mãe até comentou com o meu pai:

– Não sei onde é que elas arranjam tanto assunto...

Eu sorri e, de repente, senti que o bebê estava se mexendo. Sem que ninguém percebesse, me levantei da cadeira e, ao passar pelo Bill, pedi que ele viesse comigo. Eu sabia que, se falasse com ele ali na mesa que o nosso filho estava dando sinais que tinha acordado, todo mundo ia fazer a maior confusão. Então, depois de colocar as xícaras dentro da pia, peguei a mão dele e a coloquei sobre a minha barriga. No mesmo instante que senti que o bebê estava chutando, eu vi o olhar do Bill ficando iluminado e ele sorriu.

– Ele vai ser jogador de futebol... Olha o tanto que está chutando sua barriga!

Eu sorri e falei com ele:

– Eu... Quero que você vá comigo à consulta hoje.

– Claro. - Ele respondeu. Com essa confusão de preparar as coisas do casamento, quem estava indo comigo era a Dafne. Mas, como hoje ia ser especial, pedi que fôssemos juntos.

Narrado por Bill

A médica que estava cuidando da Maia a examinou e, quando menos esperei, ela perguntou:

– Vamos ver como ele está?

A Maia sorriu e se levantou. E ainda me puxou pela mão. Eu não entendi nada e, só fui perceber o que estava acontecendo quando vi aquele aparelho de ultrassom. Fiquei babando ao ver as mãozinhas do meu filho ou filha. Perguntei para a médica:

– Vocês já sabem se é menino ou menina?

– Não. Ainda não. - A médica respondeu, sorrindo. - Vamos ver se temos dois meninos, duas meninas ou um casal...

Espera aí...

– Gêmeos? - Perguntei para a Maia, em um sussurro. Ela sorriu e confirmou com a cabeça. Agora eu entendia por que veio tudo em dobro, no chá de bebê...

De repente, eu vi mais duas mãozinhas e, foi impossível tentar controlar o meu sorriso ou então, a primeira de muitas lágrimas. A médica olhava atentamente para a tela do monitor e, de repente, ela falou:

– Um deles é um menininho... O outro está fazendo um pouco de manha para nos deixar descobrir se é um menininho ou uma menininha...

Eu e a Maia rimos e, ouvi a Maia dizendo, baixinho:

– Vamos lá, pequerrucho... Separa as perninhas por um minuto...

Como se obedecesse ao pedido da Maia, o outro se mexeu e deu para ver que era outro menininho. Eu beijei a testa da Maia, que já estava chorando mais do que eu.

Assim que saímos do hospital, estávamos no meio do caminho para a casa da Maia e, aproveitando que estávamos com o carro parado no sinal, peguei a mão dela e a beijei. Ela disse:

– Você me desculpa por não ter te contado antes que eram gêmeos?

– Maia, você está brincando, não é? Acabei de ver meus filhos pelo ultrassom e você está preocupada se eu vou brigar com você por não ter me dito que eram gêmeos?

Ela esboçou um sorriso e admitiu:

– Eu queria que você viesse quando fôssemos descobrir os sexos, porque os dois estariam grandinhos e daria para ver com quem eles se parecem...

– Os dois são a sua cara...

Ela sorriu.

– E puxaram a sua boca. - Eu disse, dando um selinho rápido nela, porque o sinal abriu.

– Pois é... Acho que eles vão fazer tanto sucesso com as meninas quanto o pai e o tio...

– É... Vamos só esperar que um deles não seja tão... Safado quanto o Tom é... - Falei. A Maia sorriu e esticou a mão para acariciar o meu rosto.

O último mês que tivemos antes do casamento foi ainda mais estressante para todo mundo, principalmente para a Maia. Ela estava cada vez maior e o vestido tinha que ser alargado. Por fim, ela decidiu trocar o vestido, assim de última hora, mas, a sorte é que a tia dela conseguiu fazer um outro para ela.

No grande dia, eu estava nervoso. Não parava de andar de um lado para o outro, estava mais agitado do que de costume e todo mundo estava meio sem saber se deveria tentar me tranqüilizar ou tentar deixar a Maia calma. Por fim, a avó materna da Maia, D. Ester, se sentou do meu lado no sofá, quando estávamos quase saindo de casa e, colocando a mão dela sobre as minhas, disse:

– Vai dar tudo certo, meu querido. Você e a Maia vão ser muito felizes juntos. Assim como eu sou com o avô dela.

– Obrigada. - Respondi, em português. É... Casar com uma brasileira que é uma matraca tem lá suas vantagens...

O Antônio (Era estranho chamá-lo pelo primeiro nome. Mas, parecia que, aqui no Brasil, não tinha tanto problema chamar as pessoas pelo primeiro nome. Admito que ainda era estranho chamar os pais da Maia de Antônio e Helena do que de Sr. e Sra. Queiroz.) veio nos chamar, avisando de que tínhamos de sair. A minha mãe tinha ido para a casa dos pais da Maia e, quando ela percebeu meu nervosismo, me deu um beijo no rosto e um abraço apertado e disse:

– Relaxa. Ouvi dizer que a Maia está mais calma que você. E olha que tinha que ser o contrário!

Não consegui evitar de dar um sorriso nervoso. Mas, mesmo assim, fomos para a igreja. Tinha um monte de gente ali e, admito que nunca me senti tão nervoso. Nem mesmo antes de fazer um show. Eu tentava me acalmar, andando de um lado para o outro, mas, não conseguia. Minha mãe quase me bateu, para que eu ficasse quieto, mas, eu não conseguia ficar quieto num lugar. No final das contas, a conversa parou e eu sabia que era agora que a cerimônia ia começar. Consegui ficar parado, mas, não quieto. Fiquei batendo o pé no chão, enquanto observava os priminhos da Maia entrando. O priminho dela, usando terno, trazia as alianças. E a priminha, usando um vestido que a fazia parecer uma fadinha, trazia uma cestinha de flores e fazia um caminho de pétalas de rosas, de várias cores. Respirei fundo ao ver que, quando os priminhos da Maia se posicionaram e as meninas tomaram o lugar deles. A Jade, mesmo com a barriga tão grande quanto a da Maia, foi andando pelo corredor central, toda sorridente. Eu vi o Gustav babando por ela. Os dois decidiram adiar o casamento por um tempo. Não era por causa da filha deles, que estava quase nascendo, mas, porque eles queriam esperar um pouco. Depois da Jade, veio a Marina, que também estava linda. Em seguida, veio a Roxy. O cabelo dela estava vermelho, que nem na época que nos conhecemos, e a diferença era que a franja dela estava jogada de lado e os cabelos estavam com cachos na ponta. Me lembrei da Nicole Kidman em Moulin Rouge assim que olhei para a Roxy. Logo depois, começaram a vir os padrinhos. Alguns dos nossos amigos de braços dados. A Dafne vinha sorridente, com o Andreas, que parecia competir com ela, para ver quem tinha o sorriso mais largo. Eu não consegui não rir dos dois. Estava realmente engraçado. Depois, o Tom apareceu com a Charlie. Nunca vou esquecer da briga que foi para conseguir convencer o Tom a usar terno. Ele só concordou porque a Maia, minha mãe e a Charlie fizeram chantagem com ele. A Charlie estava deslumbrante. Parecia uma boneca mesmo. Eu ouvi a mãe de uma das amigas da Maia comentando, perto de mim:

– Olha a cara de orgulhoso dele!
– Também... Olha o quanto a namorada dele está linda! É para ter orgulho mesmo! - A mãe de outra amiga da Maia respondeu. Porém, a minha calma acabou quando eu vi o Antônio entrando de braços dados com a Maia. Todo mundo ficou de queixo caído ao vê-la. Inclusive eu.

Postado por: Grasiele

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