terça-feira, 10 de setembro de 2013

Remember Me? - Capítulo 4

A chave de tudo.

Virei para encarar o sujeito desconhecido, era alto, de cabelos loiros quase platinado, os olhos eram castanhos escuros, a pele era pálida, às maças do rosto tinha um leve rubor rosa. Usava calças sócias e um blazer tudo em tom preto, parecia ter uns vinte e cinco anos. Recuei tirando a mão dele do meu ombro.

- Quem é você? – perguntei receoso.
- Sou Cassiel, seu anjo da guarda – ele disse calmo, como se fosse normal ter um anjo em seus sonhos.
- Anjo?
- Sim seu anjo, nós já nos vimos antes.
- Não, não nós nunca nos vimos antes eu me lembraria pode ter certeza você é uma figura marcante. – Ele sorriu mostrando os dentes brancos.
- Você não se lembra porque eu apaguei da sua memória com o passar dos dias, mas eu me lembro de você tinha apenas quatorze anos e uma escolha a fazer.
- Que escolha?
- Você sempre foi muito romântico algo muito bonito meu rapaz, mas também tinha o sonho de ser um grande cantor. Então eu te fiz uma proposta e naquela época você só podia escolher uma entre elas. 
- Que proposta?
- Você tinha que escolher sua alma gêmea ou a sua carreira musical.
- Eu escolhi a carreira musical não é? – Disse decepcionado comigo mesmo.
- Não se culpe você era muito novo e acreditava que seria fácil encontrar a garota da sua vida. 
- Então porque você voltou?
- Porque você estava precisando de mim, você deve está muito confuso com tudo isso que está acontecendo, mas, acredite isso não é um sonho nem uma criação de sua cabeça.
- Está bem... Então me explique eu amanheci com uma vida e acordei com outra totalmente diferente!
- Essa seria sua vida se você tivesse escolhido sua alma gêmea.
- Então Johanne é minha alma gêmea?
- Sim.
- É eu já desconfiava... Porque tudo isso está acontecendo comigo é uma segunda chance que o cara lá de cima está querendo me dar?
- Isso são os mistérios de Deus em breve você entendera. 
- Eu queria tanto me lembrar de Johanne mais do qualquer outra coisa no mundo.
- Isso infelizmente só ela pode te ajudar.
- Como assim?
- Você pergunta de mais, Johanne é a chave de tudo você deve se lembrar dela!
- É fácil falar como eu faço isso?
- Conte pra ela o que está acontecendo.
- Ah claro ela vai chamar um hospício pra mim isso sim! 
- Ela te ama e vai acreditar em você, meu tempo está acabando eu preciso ir, lembre-se ela é a chave de tudo. – O anjo foi desaparecendo em uma nevoa branca.
- Espere eu tenho mais perguntas! – gritei.
- Nos vemos em breve.

Abri os olhos e olhei rapidamente para meu lado esquerdo, Johanne ainda continuava ali dormindo tranquilamente. O relógio digital marcava 6:50 da manhã, suspirei me lembrando de tudo o que aquele anjo me disse. Eu tinha receio de contar a verdade para Johanne, nem consigo acreditar nessa história direito. Ela vai me achar um maluco, vai querer me internar isso sim! Mas o anjo disse que só ela poderia me ajudar eu não tenho outra saída há não ser contar a verdade pra ela. Johanne se alinhou em meu corpo e ronronou feito uma gatinha manhosa ela abriu os grandes olhos castanhos e sorriu para mim. 

- Eu preciso te contar algo – sussurrei. – Você precisa acreditar em mim – sentei-me na cama e ela fez o mesmo, seu rosto tinha ganhado uma expressão de preocupação.
- Nos somos um casal você pode me contar tudo, eu vou te apoiar.
- Não sei se você vai acreditar em mim isso é uma loucura até pra mim – Ela segurou em minhas mãos e disse:
- Eu vou acreditar Bill me conte o que está acontecendo – suspirei, olhei pra ela novamente.
- Promete me ouvir até final sem fazer perguntas?
- Prometo.

Eu contei tudo pra ela tudo mesmo, ela ouviu cada palavra sem me interromper e prestou atenção em tudo o que eu disse e quando eu terminei de contar ela parecia confusa.

- Espera deixa eu ver se entendi, até dois dias atrás você era Bill Kaulitz que tinha uma banda chamada Tokio Hotel e agora você o Bill Kaulitz com uma banda de garagem e você não se lembra de nada que viveu nessa vida? E tudo isso aconteceu por causa de uma escolha? – Ela falou colocando os pensamentos em ordem.
- Exatamente, sei que parece maluquice mais é verdade! Você tem que acreditar em mim! O anjo me disse que você podia me fazer lembrar quem eu era você tem que acreditar em mim. – Pedi com olhos pidões.
- É um pouco difícil mais eu acredito em você... E se a gente pedisse ajuda à um psicólogo? Você pode está tendo alucinações isso é mais comum do que você pensa – Me joguei no colchão e disse desiludido:

- Você não acredita em mim não é mesmo?
- Desculpe... A idéia do psicólogo foi idiotice, mais como você acha que eu posso te ajudar? – Ela se jogou no colchão como eu fitando o teto branco.
- Eu não sei... – ficamos fitando o teto sem dizer uma única palavra talvez estivéssemos buscando uma solução para minha memória voltar, queria lembra como foi a primeira que vi Johanne, primeira vez que nos beijamos, primeira vez que fizemos amor. Queria saber se era feliz e se há fiz feliz então à chamei:

- Johanne?
- Diz.
- Nós somos felizes juntos? – Ela sorriu se virou pra mim e respondeu:
- Eu sou a pessoa mais feliz do mundo quando estou ao seu lado. Nós somos muito felizes juntos – Voltou a olhar pra frente e agarrou minha mão que estava repousada no colchão, permanecemos assim durante alguns minutos.
- Eu tive uma idéia! – Ela levantou o tronco e se sentou eu fiz o mesmo. – Eu posso te levar nos lugares onde nós já fomos juntos tipo o nosso primeiro encontro essas coisas talvez isso possa nos ajudar!
- É pode dar certo.
- Claro que vai dar! Passe na lanchonete na hora do almoço eu vou pedir pra sair mais cedo.
- Se um dia minha banda for famosa de novo você nunca mais vai precisar trabalhar e usar aquele uniforme... Apesar de você ficar uma gracinha nele. – Johanne sorriu e me deu um selinho.


XX


Fiquei em casa amanhã inteira assistindo desenho animado e descobri que não tenho emprego e vivo de bicos e de alguns shows da banda. Estava deitado no sofá concentrado no desenho do Pernalonga quando a capainha tocou feito uma desesperada murmurei um ‘’já vou merda’’ e abri a porta era Tom entrou e deitou no meu sofá.

- Acabei de entregar a Demo para o David Jost – Tom disse balançando os pés e mudando de canal.
- E ai ele gostou?
- Eu não sei, ele vai avaliar o material e nos ligar semana que vem.
- Você acha que ele vai gostar?
- Não sei como eu vou saber? – ele deu os ombros prestando atenção na TV.

Tom foi embora depois de acabar com a comida de casa, olhei no relógio da parede da cozinha era quase meio-dia me arrumei e peguei o mapa que Johanne tinha rabiscado em um guardanapo já que eu não sabia onde ela trabalhava. Seguindo as instruções de Johanne eu encontrei a lanchonete assim que ela me viu saiu de trás do balcão e me roubou um beijo.

- Deixa eu tirar essa roupa e nos já vamos – Johanne entrou por uma porta onde só era permitida para funcionários, depois de quinze minutos apareceu vestindo uma calça jeans, junto com uma camisa branca e um casaco de tricô vermelho. Nos pés uma sapatilha também vermelha. Ela agarrou meu braço se despediu de alguns funcionários e começamos a caminhar para o centro da cidade.

- Para onde você está me levando? – Perguntei.
- Para o lugar onde nós nos conhecemos.


Paramos em uma espécie de parque, tinha várias árvores em volta e um lago no centro e do lado do lago uma capela. Sentamos em um gramado verde e macio.

- Foi aqui que nos conhecemos? – perguntei há olhando de canto.
- Sim. – Respondeu sorrindo meigamente como sempre. 
- Que romântico!
- Foi no dia do casamento da minha irmã ela sempre sonhou em casar nesse parque.
- Então me conte como foi? – Estava curioso para saber nossa história de amor, ás palavras começaram a brotar de seus lábios e seu olhar ganhou um brilho ao se recordar daquele dia.

A moça de longos cabelos negros se encontrava entediada e isolada alimentando os pombos, se sentia ridícula com aquele vestido de madrinha, sempre sorria falsamente quando algum convidado a cumprimentava. Sua irmã mais velha estava se casando, ela estava um pouco mais feliz assim poderia usar o quarto da irmã como seu estúdio de fotos mais sentiria falta da irmã. Sua mãe e algumas tias ainda arrumavam a decoração da festa. Ela odiava ter a família toda reunida sempre tem aquele tio chato com piadas sem graça, e aquela tia casamenteira que te apresenta todos os solteiros da festa. Aos poucos os convidados foram chegando e a rua do parque antes deserto foi sendo coberto por carros. Como era madrinha e irmã da noiva tinha que recepcionar os convidados, aos poucos a capela foi sendo preenchida e sendo tomado por cochichos que só se calaram quando a marcha nupcial começou a ser tocada e a noiva entrar de braços dado ao lado pai. Depois do tão sonhado ‘’sim’’ caminharam até o lado de fora do parque onde tinha mesas e cadeiras e um pequeno palco à frente. Os familiares dos noivos se reuniram em uma mesa separada, enquanto comiam e conversavam. Apesar de tudo Johanne ainda estava entediada nada naquela festa poderia salvá-la, mas, mudou de idéia quando viu uma Van azul escura, um pouco surrada parar do outro lado da rua. Saíram de lá quatro garotos carregando instrumentos musicais.

- Os músicos chegaram – a mulher de meia idade com um enfeite ultrapassado na cabeça avisou.

Os músicos arrumavam seus instrumentos e Johanne observava tudo de longe mais o que mais chamava sua atenção era o vocalista. Naquela época de cabelos compridos e pretos com mechas brancas que tapado por uma touca preta. Tinha um rosto extremante delicado e os olhos mais profundos que ela já viu. Só parou de olhar quando o rapaz de dread o cutucou avisando que ele tinha uma admiradora ela tratou logo de olhar para um canto qualquer.
Curiosa para saber quem era esses novos rapazes cochichou no ouvido da irmã:

- Quem são eles?
- São os Devilish o baixista Georg é conhecido do Bryan e fez um preço bacana pra gente, vai dá até pra te trazer uma lembrancinha do Brasil. – a noiva sorriu, mas antes que pudesse voltar ao assunto da mesa a sua irmã mais nova a interrompeu novamente.
- Quem é o vocalista?
- Porque você está interessada?
- Não!
- O Bryan você sabe o nome do vocalista a Johanne ficou interessada – A mais nova bufou de raiva, ela não estava interessada apenas curiosa.
- Mesmo depois de casada você vai continuar me enchendo!
- É o Bill eu tenho o telefone dele se você quiser.
- Mais eu não quero droga! – ela bufou e antes que começasse uma discussão saiu da mesa. Parou ao lado das mesas onde tinha uns docinhos e começou a comer.

De repente o mundo a sua volta parou de girar, a voz daquele vocalista entrou na sua mente tirando qualquer preocupação. Era impressionante como aquela voz era envolvente, os olhos deles entraram e choque e durante a música eles não se desviaram. Os casais se formaram em frente ao palco. Ao fim de cinco músicas a banda parou para comer algo, a moça por sua vez já não tinha motivos para estar ali à música e voz envolvente do vocalista tinha acabado.
Surrupiou uma garrafa de Champagne Francês e foi se sentar no gramado perto do lago. Olhava o sol das cinco sem muita pretensão e planos para o amanhã.

- Posso me sentar ao seu lado – ela girou o pescoço e viu aquele rapaz de voz admirável a sua frente, sorriu fraco e acenou positivamente com a cabeça.
- E essa garrafa de Champagne não vai abrir? – o moreno perguntou olhando-a, ela se virou pra ele e sorriu meigamente aquilo fez com seu coração acelerasse. Ela tinha o sorriso mais bonito que ele já viu.
- Se você dividir ela comigo, talvez.
- Isso é um convite?
- Pode ser. – Ele pegou a garrafa que estava deitada na grama tirou o papel laminado em volta da tampa e chocalhou a garrafa. Antes de abrir a tampa parou a garota a seu lado olhou curiosa.
- Espere! Minha mãe sempre diz que antes de abrir um Champagne temos que ter um motivo para comemorar. – Ela pendeu um pouco cabeça e fez um bico, pensativa, algo que Bill achou adorável.
- Vamos comemorar esse dia que nós nos conhecemos pode ser? – perguntou olhando-o.
- Me parece digno – ele abriu tampa que saltou longe, e a espuma escorregou por cima das suas mãos.
- Primeira as damas – a moça sorriu e pegou a garrafa dando um bom gole e depois entregando a Bill.
- Porque você está aqui? – olhava o lago calmo a sua frente.
- Meu irmão pensou que talvez fosse boa idéia eu vir aqui falar com você – ele deu um bom gole e depois passando para a garota.
- Mais você está aqui porque quer ou porque seu irmão disse que seria uma boa idéia?- ela o olhou ele fez o mesmo, sorriu torto e disse.
- Porque eu quero, algo em você chamou bastante minha atenção – ela sorriu abertamente e voltou a olhar o lago a sua frente. Os dois conversavam e nem se davam conta das horas, já estava na hora do crepúsculo e a noite logo chegaria a maioria dos convidados já tinha ido embora. Os dois perceberam que tinha várias coisas em comuns, Bill não queria ser pretensioso mais olhando aquela menina já um pouco alterada falando sem parar imaginou que ela fosse sua alma gêmea, desde o momento em seus olhos se uniram esse foi um dos motivos por ter ouvido seu irmão pela primeira vez.

Os amigos o chamavam para ir embora, apesar de querer ficar com a companhia da garota a noite inteira teve que se despedir. Não antes de pegar o seu telefone e convidar para ir ver sua banda tocar no Bar do vermelho. 

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