The Dancer - Prólogo

O dia era especial, não tanto quanto amanhã, mas era especial.

Hoje era meu aniversário de 21 anos, e juntamente desta data especial, era também a minha despedida de solteiro. Sim, eu iria me casar, para meu desespero.
Só vim para a festa, pois Tom - meu irmão gêmeo - havia insistido muito para que eu viesse. Cá estou eu, sentado numa cadeira de coloração escura, observando o palco vazio da boate com um copo de uísque na mão, pensando no que a Chris possivelmente está fazendo.
Dormindo? Festejando? Conversando com as amigas?

Eu apenas sei que gostaria de estar com ela.

Christina era minha noiva. Depois de dois anos de namoro, nós decidimos unir nossas vidas através de um matrimônio tradicionalista. Com direito a despedida de solteiro, igreja, festa e noite de núpcias num hotel luxuoso.
Depois que eu e Tom decidimos trabalhar em L.A com as novas músicas, eu senti uma necessidade maior de esperar esse casamento. Por mais que fosse o sonho da minha pequena, eu tinha que esperar. Casar-se muito novo... Eu não queria isso, mas me sacrifiquei para fazer não só ela feliz, como meus pais que mal esperavam por este dia, acharam até tarde a data.
Chris era uma típica alemã. Cabelos devidamente lisos e louros, pele pálida e olhos claros. Seu corpo era sempre coberto por roupas fechadas por que a Alemanha é um país frio. Agora que moramos em L.A, ela tende a usar roupas mais abertas, algo que nem me causa mais ciúmes.
Todos os tablóides sabiam do nosso casamento e no mais sórdido e escondido possível, eu me encaminhei para este local. Tom já estava acostumado a vir a estes ambientes burlescos, mas eu não. No máximo, eu era visto em alguma boate, mas esta era mais do que uma boate, era um típico clube de strip-teaseescondido em cantos da cidade.
Depois de duas horas neste lugar, eu até me sentia mais à vontade, pois pelo menos o gosto musical neste ambiente não chega a ser ruim.
Estava tocando um roquinho dos anos 80, quando dois homens vestidos de terno trouxeram um bolo enorme para o palco. Aquele momento foi completamente absurdo, Tom e seus amigos tarados vieram correndo e logo se sentaram nas mesas negras postas ao meu redor, apenas Tom sentou na mesma mesa que eu estava só, anteriormente.
Encarar aquele bolo estava me dando uma real fome, pena que meu apetite fora perdido com o que vinha a seguir.