quinta-feira, 22 de agosto de 2013

The Dancer - Capítulo 9 - Alice & Bill.

Já fazia cinco meses desde o divórcio.
Eu estava em plena depressão. Aprendi a viver com alguém e agora definitivamente só é quase que um tormento, é como voltar a um pesadelo que eu pensara nunca encarar. Eu só gostaria de me encontrar com Alice e dizer tudo que eu sinto por ela, pois está cada dia pior e mais intenso. 
Eu só gostaria de saber se ela sente o mesmo por mim, eu só eu que estou com essa obsessão maluca na cabeça.
Ela agora deve estar em LA trabalhando, aquecendo as noites dos homens, enquanto eu estou aqui em Hamburgo, sozinho mais uma vez e trabalhando, como sempre.
Os meios de comunicação já sabiam do meu casamento fracassado e quase sempre arranjavam um modo de me magoar dizendo que eu havia pedido divórcio por causa de traição ou amante gay, mas eu desmentia e dizia que a vida de casado era diferente da vida de namorado.
Quando tudo não parecia dar mais certo, eu contei para Chris sobre Alice e ela finalmente pode compreender o fator principal para o desabrochamento de nossos laços amorosos, logo desabafei e contei o modo como eu me sentia pressionado e ela disse que estava gostando de outra pessoa, ao questionar quem, ela me respondeu:

É seu irmão, Bill.

Minha auto-estima caiu literalmente depois do que ela me disse, e até que eles estão bem juntos, mas eu estou completamente só, ainda contanto com a sorte para encontrar alguma mulher como Alice que me deixasse apaixonado e que ficasse para sempre em minha vida e...

Que me fizesse feliz.

Agora eu estava gravando dois comerciais de moda com meu irmão. Ele seria inteiramente gravado num parque do centro da cidade, aliás, estávamos dando uma pequena pausa. Hoje, eu não estava num bom dia, me distrai muito e quase acabei com a gravação, Tom me disse que eu precisava viajar um pouco, mas eu não consigo!
Sentei-me num banco qualquer e fiquei observando a vista, fumando um cigarro qualquer que eu encontrei dentro da minha bolsa, quando uma mulher senta-se ao meu lado.
Observei-a de relance. Parecia ser uma boa mulher, ainda mais carregando a barriga de gestante, vestindo roupas de tons delicados e lendo revistas sobre bebês. Tratei de apagar o cigarro, em respeito a ela.
Continuei distraído, até que numa movimentação mais brusca dela para pegar algo dentro de sua bolsa, ela deixa a revista cair, eu educado, peguei a revista para ela. Assim que eu entreguei para ela, olhei para seu rosto.
Inocente, limpo de qualquer maquiagem, parecia mais um anjo do que uma mulher. Sem sombra de dúvidas, era Alice que estava ali. Ali. Bem do meu lado. O amor da minha vida. O motivo de toda a minha solidão. Alice. A mulher dos meus sonhos e dos meus desejos.
- Alice? - perguntei surpreso. Ela logo arregalou os olhos ainda mais surpresa.
- Bill? - assenti com a cabeça, ela sorriu e me deu o maior e mais sincero abraço que eu poderia receber de alguém.
- Nunca pensei que iria te encontrar novamente - respondi sorrindo com ela nos meus braços ainda - Você mora na Alemanha há quanto tempo?
- Desde que eu nasci, ué - brincou sorrindo - Eu sou alemã também, nasci em Magdeburgo, mas moro aqui por conta do trabalho. Aquele dia lá em LA foi numa turnê com o meu grupo de dança, apenas me ofereci para dançar a moda pinup, na sua festa - ela completou, eu assenti - Mas, nossa... Tantas coisas aconteceram! - disse ela, sorridente, voltando a sentar-se do meu lado.
- É, nem cite isso - disse eu, olhando para baixo, brincando com os dedos.
- O que aconteceu? - perguntou ela, curiosa.
- Você foi tão inesquecível para mim, que eu não consegui ser um marido dedicado e nem Chris uma esposa dedicada. Ela estava apaixonada pelo meu irmão e agora os dois estão namorando, e eu, bom, estou só novamente - respondi arrastando a voz como se fosse chorar a qualquer momento.
Olhei para ela, que estava com uma mão na pequena barriga de gestante aparente e com um sorriso bobo nos lábios.
- Se casou? - perguntei com a voz embargada.
- Não, eu ainda estou só - respondeu ela, sorrindo - Esse bebê aqui - apontou para a própria barriga - É fruto da nossa noite - arregalei os olhos.
- Então... É... Meu filho?! - ela assentiu.
Abri um sorriso imenso e ela só ficou ali com aquele mesmo sorriso me observando. Acalmei-me e ao observar-la, analisei os fatos. Ela estava solteira e eu também, nós estávamos desimpedidos! 

Então, eu a beijei.

Alice ainda tinha aquele gosto doce do primeiro beijo em sua boca, e experimentar-lo novamente foi o ápice de tudo. Ela era inesquecívelmente gostosa, era como uma droga para mim, eu não conseguia parar de beijar-la, só beijar-la e beijar-la.

Minha droga favorita.

- Alice... Alice - murmurei, enquanto estávamos com os rostos próximos um ao outro.
- Bill... - começou - Bill, eu nunca deixei de te amar - ela me deu um selinho carinhoso - Agradeci eternamente a Deus por deixar uma lembrança daquele que eu amei em mim... Comigo - eu não pude deixar de sorrir, o mesmo sentimento que eu tinha por ela, ela tinha por mim, isso era... O ápice da minha felicidade.
Beijei-a novamente como forma de carinho, demonstrando minha felicidade de ter um sentimento recíproco.Quando tudo parecia desabar, o destino me uniu a ela novamente, mas agora, com certeza, é para sempre.
- Eu te amo, Alice - disse eu, dando um beijo em sua testa.
- Eu também te amo, Bill - disse ela, sorrindo, como ela estava segurando minha mão, apenas selou um beijo nela.

(...)

Eu até consegui trabalhar melhor, depois do ocorrido com Alice. 
E como se não bastasse, já estava em todos os jornais e meios de comunicação uma foto minha e dela na praça, aos beijos. Mas disso eu já estava acostumado, e respondi as perguntas constantes sobre uma nova relação amorosa com um sorriso estampado no rosto, com orgulho. 
Meus últimos dias com ela foram tão magníficos, era como um sonho, meio surreal.

Mas ela estava ali, feliz, sorridente, realizada.
E eu estava ali, sorridente, feliz e realizado.

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