quinta-feira, 22 de agosto de 2013

The Dancer - Capítulo 3 - Quando você me beija.

O que pretende fazer no seu último dia de solteiro? - perguntou ela, amigável.
- Uhm... Dormir - respondi naturalmente, ela parecia espantada.
- Dormir? - questionou abismada.
- Eu não tenho mais nada de interessante a fazer, afinal amanhã será um grande dia e eu preciso estar descansado - dei de ombros, desanimado.
- Eu aposto que sua noiva deve estar apreciando uma festa badalada do outro lado da cidade - zombou, cruzando as pernas colocando o lenço entre elas, para não mostrar nada além do que eu podia ver.
- E foi por isso que eu vim nessa palhaçada que meu irmão fez - disse eu, revoltado.
- Se você não tivesse vindo... Não teria me conhecido - provocou com sorrisos.

Fiquei sem palavras.

Eu olhei fixamente para seus olhos escuros e de uma hora para a outra, eu comecei a suar frio. Era como se o dia do meu primeiro beijo tivesse voltado... As emoções, a respiração arfada, o coração acelerado... Alice de certa forma trazia isto para mim, algo que eu não senti com Chris, não por que eu senti algo no nosso primeiro beijo, mas ele aconteceu tão rápido e fácil que eu não pude sentir nada além do prazer de estar beijando alguém.
Alice se aproximou silenciosamente, aproveitando-se do meu momento de distração, pois estava fascinado pelos seus atos. Quando, eu acordei de meu transe, eu fechei meus olhos calmamente junto aos seus, sentindo sua mão procurar pela minha num gesto silencioso e apaixonado.
Seus lábios apagados pela ausência da maquiagem rubra tocaram calmamente os meus, enquanto uma de minhas mãos acariciava seu braço tatuado. A doçura do primeiro contato me deu um frio intenso na barriga, era como se eu estivesse beijando pela primeira vez, a garota dos meus sonhos.

E nada mais importava, enquanto eu provava de seus lábios doces.

O gosto doce dela mesclou ao meu em questão simples de aprofundar o beijo. E pude ouvir ao fundo, uma doce canção.

It must have been love but it's over now
From the moment we touched still the time had run out


O beijo aconteceu tão naturalmente e calmo, que parecia nos surpreender por dentro. O sabor de seus lábios era tão bom que me viciava mais do que cigarro ou quaisquer outras droga que já provei antes.

A calmaria me encantava e se pudesse, eu ficava beijando-a para sempre.

Simultaneamente, nós decidimos procurar por uma posição melhor, a urgência estava cada vez maior, queria ter-la o máximo de tempo que eu podia. Queria poder me unir a ela por quanto à circunstância do momento permitia, antes que alguém ou algo nos atrapalhe e me faça arrepender-me por não ter feito o que eu gostaria de fazer. Aproximamos a ponto de incomodar, pois estávamos apertados um ao outro.
Alice quebrou o beijo por segundos, até subir em meu colo, se posicionando com as pernas macias uma de cada lado de meu corpo. Ela me encarou com os olhos cobertos de desejo, como uma gata atacando sua presa, olhos pretos, sedutores e acima de tudo encantadores. Segundos após, ela retomou ao beijo com vigor e volúpia. De meigo e apaixonado, o beijo tornou lascivo e urgente.

Era como se o mundo não existisse mais ao nosso redor, e eu só me importava em saborear de seu corpo... Como um todo.

Duramente, nos separamos. 
Em minha mente, veio logo a imagem da Chris feliz no dia em que fomos visitar a igreja para nos casarmos. Ela estava tão contente e eu também, pois ela estava realizada, mas pensando em mim mesmo, eu não estava feliz, apesar de amar-la, eu ainda não queria me casar.

Sinceramente, eu fiz tudo por ela, e não pensei em mim. Talvez seja esse meu mal, mas eu a amo e não queria deixar-la por nada.
Alice mudou isso.


- Vamos sair daqui? - propôs, passando o dedo em meus lábios avermelhados pelo beijo lascivo.
- Eu não posso fazer isto com a minha noiva - redimi.
- Eu prometo fazer disto a melhor noite da sua vida - sorri.
Ela só pediu um minutinho para pegar sua bolsa e vestir uma jaqueta, pois seu vestido era minúsculo e a noite começava a ficar fria.
E quando eu menos esperei, estávamos na porta de um bar qualquer.

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