terça-feira, 7 de agosto de 2012

Fogo E Fogo?! (Doce E Selvagem 2) - Capítulo 10 - Robo Cop!

– Você ouviu muito bem, Tom! – ela falou e cruzou os braços.
– Que ótimo! Se eu morrer tanto faz também né? – ela sorriu.
– Você não vai morrer!
– Ok! Mas eu estou de cueca! Como eu vou ir ao mercado, comprar a porra do sorvete e entrar em casa falando: Oi Bill, fui ali pelado comprar um sorvete porque estava com vontade de tomar um vento na bunda!
– Isso, pegou muito mal. – ela começou a gargalhar. – Completamente.
– Você não me provoca! – falei nervoso e dei um passo para frente, consequentemente ela recuou um.
– Tá bom, Tom. – suspirou e passou as mãos pelo cabelo. – Eu vou dar um jeito de pegar uma roupa pra você no seu quarto, enquanto isso vai vendo o que você vai fazer para conseguir descer pela janela.
Ela foi até a porta do quarto o espiou, logo depois saiu e fechou a porta. Fui até a janela e abri... Isso não ia dar certo. Analisei o que eu poderia fazer e já tinha um plano. Ouvi a porta abri e me virei, Mayára entrou com minhas roupas e as entregou na minha mão. Me vesti rápido e por sorte ela me trouxe um tênis também e minha carteira.
– Ok. – respirei fundo e olhei mais uma vez para baixo. – Lá vou eu! – um pouco abaixo da janela, tinha apenas uma estreita linha de concreto, passei minha perna pela janela e depois passei a outra, pisando no pequeno espaço. May veio até mim e me deu um selinho rápido.
– Não morre! – falou rindo.
– Você me paga! – me abaixei com cuidado de modo que conseguisse ficar sentado.
Respirei fundo e coloquei minhas mãos sobre o concreto, tive que concentrar toda a minha força em meus braços e consegui ficar pendurado. Olhei para baixo e rezei para não quebrar as pernas e me soltei. Caí no chão esparramado de costas.
– Au! – falei assim que senti o impacto. Levantei-me com cuidado e apoiei a mão nas minhas costas. Tive que andar igual a um corcunda.
°°°°°
Assim que abri a porta da sala, Bill se levantou.
– Caramba Tom! Onde você estava? – disse. – Quer dizer, a May me disse que você foi comprar sorvete, mas... demorou tudo isso?
– É... – caminhei com cuidado, minhas costas ainda doíam. – Eu não conseguia achar o tal sorvete!
– E porque você tá andando igual ao robocop? – ele perguntou e eu me sentei no sofá lentamente, deixando a sacola em cima da mesinha.
– Ah. – falei ao recostar minhas costas. – Caí!
– Como? Machucou muito? – ele parecia preocupado.
– Claro que machucou! Olha como estou andando.
– Vamos ao médico então! – se levantou.
– Não, não. Está tudo bem, logo passa. Só me ajuda a levantar. – ele esticou as mãos para mim e eu tentei manter meu corpo reto enquanto ele me puxava para cima. Ouvi alguém rir e olhei para o alto da escada.
– Aconteceu alguma coisa, Tommy? – perguntou irônica.
– Caí, Méya! – falei com raiva.
– Se quiser, posso fazer uma massagem em você. – ela sorriu. – Tenho uns truques. Vem.
Bill conseguiu me tirar do sofá e eu fui andando igual a aqueles caras que andam com perna de pau. Nem preciso dizer que para subir as escadas foi como escalar uma montanha!
– Rápido Tommy! – Mayára disse assim que cheguei ao último degrau.
– Engraçadinha! – sorri sarcástico. Ela pegou minha mão e me arrastou até o meu quarto.
– Consegue tirar a roupa? – olhei para ela.
– Eu não estou encenando, realmente me quebrei. E por culpa sua! Acha que vou conseguir fazer alguma coisa travado assim?
– Minha culpa? – indagou. – Foi você que até o meu quarto e me agarrou! – começou a puxar minha camisa para cima. – Aliás, como você sempre faz né?! LEVANTA O BRAÇO! – levantei morrendo de dor.
– Sempre faço e você sempre gosta! – ela passou minha camisa pela minha cabeça e desabotoou minha calça, puxando com tudo para baixo. Com cuidado levantei minhas pernas e ela tirou meu tênis, e terminou de tirar minha calça também. – Tanto gosta que já está me deixando pelado de novo. – sorri e ela olhou para mim com fadiga.
– Eu estou te ajudando e você ainda zomba de mim? Eu não mereço isso! – falou indignada.
– Merece sim! Merece mais um tapa nessa sua bundinha. – ri e fui eu que acabei levando um tapa no ombro. – Ai porra! Eu já estou quebrado e você ainda faz isso?
– Grosso! Idiota! Deita logo nessa cama de barriga para baixo.
– Grosso e grande, não esqueça!
– ANDA TOM! – subi na cama ainda parecendo o robocop e me deitei como ela mandou. – Agora... – senti ela se sentar em cima das minhas pernas. – Relaxa. - ela começou pelos meus ombros, apertando o local, mas com cuidado. Até que estava gostoso, tanto que acho que acabei pegando no sono.
Quando acordei, estava sentindo uma leveza no meu corpo, a dor nas minhas costas quase já não dava para sentir. Me levantei e percebi que eu não estava mais travado, então fui para o banheiro e enchi a banheira com água bem quente. Entrei e relaxei.
Acho que fiquei uns 30min na banheira e de olhos fechados, quando saí, me enrolei na toalha e ouvi a porta do meu quarto se abrir, e Bill entrou no banheiro.
– Como está? – perguntou.
– Bem melhor! – respondi.
– Que bom. Nós pedimos pizza para comer, estamos esperando você.
– Ok, já vou descer! Obrigado. – Bill saiu do banheiro e eu fui pegar uma roupa para vestir.
Como sempre optei por uma calça de moletom e uma camisa vermelha. Desci e todos estavam na cozinha, assim que me sentei, Mayára olhou para mim pelo canto do olho e depois voltou a se servir com um pedaço de pizza de mussarela, já Bill e eu preferimos a pizza de escarola.
– Está melhor, Tom? – perguntou-me Jacqueline. – Bill me falou que você havia caído.
– Sim, estou bem melhor! – olhei para May por reflexo. – Ér... A Méya me fez uma massagem e acho que resultou bastante. – concluí.
– Claro que resultou, senão você estaria andando igual a um boneco de madeira! – ela riu e eu a repreendi com o olhar.
– Mas como foi que você caiu Tom? Você não me disse. – Bill falou.
– Pois é, eu estava andando com o carrinho no mercado e acabei pisando em um chiclete e escorreguei. – ele arqueou uma sobrancelha.
– Tom, se você pisou em um chiclete, seu tênis iria ficar grudado e não escorregar! – ai merda! Como eu sou burro!
– É, mas na verdade era uma daquelas balas que tem chiclete dentro e estava meio molhada ainda, acho que foi isso. – ele fez uma careta, mas por fim, se dedicou a pizza em seu prato.
Comemos tranquilamente, a não ser pelos olhares estranhos que Bill lançava para mim, pois ele sabia que eu estava mentindo. Agora eu teria que pensar em uma coisa muito boa caso ele insistisse em querer saber o que aconteceu comigo... Mas se eu contar, Mayára vai me matar! E a Ria também, caso ela descubra. Ai droga viu!
– Pessoal, eu já vou subir. – disse May, se levantando da mesa. – Amanhã é meu primeiro dia na faculdade e não quero acordar atrasada. Boa noite.
– Boa noite. – dissemos em uníssono.
Ela saiu da cozinha e eu a segui com o olhar, quando olhei para frente, Bill me encarava mais uma vez. Acho que agora ele estava começando a juntar peças do quebra-cabeça, do qual nem eu sabia qual seria a imagem final. Tentei disfarçar.
– Jacqueline... – chamei e ela me olhou. – May vai fazer faculdade de quê? Ela não nos contou.
– Psicologia! – tive vontade de rir, pois ela era completamente desmiolada, doida! Mas aí me lembrei do ditado “Só um doido é capaz de compreender o outro!”.
– Interessante. – foi a única coisa que pude responder.
O resto da refeição seguiu-se silenciosa, assim que Bill e Jacqueline terminaram de comer, eles subiram dizendo que estavam cansados. Até parece. Subi para o meu quarto também, mas eu não estava com sono, então fiquei deitado, olhando para o teto e pensando na vida. Com certeza Ria deve estar furiosa, mas eu não iria procurar ela, eu não fiz nada! Quer dizer... Não tinha feito até aquela hora em que ela deu um chilique!
Levantei-me, estava cansado de ficar ali sem consegui dormir, então fui para o quarto de Mayára, como a porta estava aberta, entrei. Ela dormia tranquilamente, me sentei com cuidado ao seu lado na cama para não lhe acordar. Seu rosto estava tão diferente, estava suave, sem malícia ou travessuras, me ousei a acariciar de leve sua bochecha e como sempre sua pele estava bem quente.
– Não consegue dormir? – murmurou e eu caí no chão pelo susto que levei. Ela se apoiou em seus braços na cama para me olhar e riu.
– N-não. – gaguejei. Merda!
– Deita aqui. – bateu a mão no colchão ao seu lado.
Saí do chão e subi em sua cama, me deitei de lado, apoiando minha cabeça em uma das minhas mãos e fiquei observando ela. Mayára olhou para mim e fitou meus olhos, sua respiração era calma, ela umedeceu seus lábios e eu não consegui tirar os olhos deles... Mas então, ela virou seu rosto, olhando para cima, continuei do mesmo jeito e me lembrei de algo.
– Por que você falou aquele monte de coisas para mim lá embaixo? Antes de a gente... – assim que lhe perguntei, ela ficou rígida no mesmo instante e engoliu seco.

Postado por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog