quarta-feira, 13 de junho de 2012

The Neighbour - Capítulo 30

Luiza

Depois de alguns drinks, sendo que o último foi uma mistura infeliz e “fiadazunha” que levava vodca e alguma outra bebida forte com um suco de morango, acho que já dá para ter uma noção do quanto eu fiquei risonha. Até a luz piscando era engraçada. O Tom tentava me controlar, mas não conseguia. Então, para fazer com que ele sossegasse, meio aos trancos e barrancos, consegui fazer uma proposta: Se me deixasse dançar por quinze minutos, depois poderia me levar de volta ao hotel. 

E como bebida é uma bagaça, estava dançando toda alegre quando um folgado, totalmente trêbado, se aproximou. Era um poço de malícia, já que chegou por trás e me abraçou, colando nossos quadris. E disse, com aquela voz arrastada:

- Eu estava te observando desde que chegou... Tenho que te dizer que você é muito gostosa... 

- Obrigada, mas eu não sou solteira. - Respondi, dando um sorriso sem mostrar os dentes. Procurava o Tom ou algum dos meninos com o olhar. Mas eles simplesmente sumiram. 

- Eu não tenho ciúmes... Vem cá, não quer ir para um lugar mais reservado para a gente se conhecer melhor? 

- Meu Deus, como você é insistente! Já falei que não!

- Ah, linda, o que custa? - Perguntou, me fazendo virar de frente para ele e segurando meu pulso. Detalhe que estava machucando. 

- Custa. E me solta, porque você está me machucando! 

- Só um beijinho, vai... Você tem a boca mais linda que eu já vi... Te beijar deve ser como ir ao paraíso... 

Tinha passado os braços em volta da minha cintura e eu tentava empurrá-lo. Já estava pronta para dar uma joelhada nos “países baixos” dele quando o Bill se materializou do meu lado e, quando vi, estava me defendendo. Disse para o cara:

- Vem cá, você não escutou o que ela disse? Ela não tá a fim!

- Ah é? E quem você pensa que é, hein? 

- Eu sou o namorado dela. Só a deixei sozinha porque fui ao banheiro. 

- Ah, faz-me rir! Até parece que ela ia ser sua namorada. Ela merece um cara como eu. 

Nessa hora, agi por puro instinto. E bebedeira, diga-se de passagem. Num instante, o Bill estava quase avançando no cara. No outro, eu estava puxando uma das pontas da sua jaqueta e fazendo com que virasse para mim. E o beijei. Por mais que odiasse fazer aquilo nessas circunstâncias, ainda sim, não me arrependi... Até a hora que vimos uma luz rápida e branca na nossa direção. Quando nos separamos, vimos que era um fotógrafo e obviamente, tinha feito uma foto nossa durante o beijo. E num súbito momento de lucidez, peguei a mão do Bill e pedi:

- Me leva para o hotel, pelo amor de Deus. 

E nem pensou duas vezes. Nem procurou o Tom ou os outros para avisar onde estávamos indo. Dentro do táxi, o álcool parecia ter voltado a fazer efeito e as minhas risadas voltaram. E com elas, veio a enxurrada de besteiras, a maioria eram teorias de como eu conseguiria, naquele estado, chutar o... Enfim. 

Já no andar certo do hotel, assim que percebi que não estava indo na direção da minha suíte, resmunguei: 

- Mas aquela lá é minha suíte! 

- Eu sei. Só que se o Alex te ver assim, ele me mata. E você quer que isso aconteça?

Ainda rindo feito uma idiota, neguei. Então, destrancou a porta e me fez entrar. Uma das coisas que percebi foi que justamente nessa hora, não andava trocando as pernas. Vendo que eu tinha caído sobre o sofá e estava quase dormindo, o Bill me pegou nos braços e falava mais que pobre na chuva. Devo ter mandado ele calar a boca em algum momento, mas fui ignorada. Vi que tínhamos entrado no banheiro e fui posta sentada sobre a pia. Enquanto ele abria o fecho da minha sandália, não me contive e comecei a falar, antes que tivesse controle sobre minhas ações: 

- Você tinha razão. 

Me olhou, sem entender. 

- O Alex realmente é bem-dotado, mas você é mais. 

Disfarçou um riso e falei:

- É sério, não ri! 

Concordou com a cabeça, tentando se manter inexpressivo. 

- E no que mais eu sou melhor que ele? 

- No oral. 

Fez 
aquela cara de safado. 

- Por que? 

- Além do piercing... Você sabe como fazer. 

O seu sorriso se manteve malicioso. 

- Então quer dizer que vocês dois já transaram. - Afirmou, fingindo indiferença. Mas é óbvio que, além de curiosidade, tinha alguma outra coisa ali que eu não conseguia identificar. 

- Já. E no dia seguinte à primeira vez... Eu queria que fosse você. - Disse, antes que me desse conta. Me olhou fixamente, com uma expressão indecifrável. - Cheguei até a desejar que conseguisse ver as suas tatuagens... 

Respirou fundo e, logo depois, fez algo que eu não esperava: Tirou minha blusa. Mas o surpreendente foi que pediu licença para fazer isso. Enquanto passava a peça pela minha cabeça, falei:

- Você tem direitos suficientes para fazer isso sem pedir permissão. 

- Não tenho. E você sempre deixou isso bem claro. 

- A verdade é que você tem. Não só porque foi o cara com quem eu perdi a virgindade, mas por outros motivos. 

- Ah é? Quais? 

- É graças à você que recuperei uma boa parte da minha autoestima. Por causa das várias vezes que te vi falando que gostava de meninas com bunda grande que eu consegui olhar no espelho e gostar do que vi. Por sua causa, consegui me animar a terminar aquela porcaria de ensino médio e entrar numa faculdade e me formar. Foi por sua causa que viajei de avião pela primeira vez na vida e cometi a insanidade de ficar um dia inteiro na fila de um show, em uma cidade completamente diferente de Belo Horizonte. Foi por sua culpa que, também pela primeira vez, gritei nesse mesmo show até perder a voz. É por isso também que eu te amo, Bill. Por causa dessas e outras coisas que você me fez, mesmo que nem soubesse que existia. Eu nunca gostei de você por ser Bill Kaulitz, o vocalista do Tokio Hotel, mas por ser um cara que sempre riu das próprias palhaçadas. Por ser doce. E é por isso que nunca consigo ficar brava com você, mesmo quando te vi com a Sofia. 

Ainda me fixava e, por fim, me fez descer de cima da pia e tirou o legging que eu estava usando, me deixando só com 
a calcinha e o sutiã. Em seguida, tirou as suas roupas também e ficou só de boxers, abrindo o registro do chuveiro logo depois. Eu só o observava e, quando me fez entrar no box, gritei e tentei fugir, mas não consegui, graças ao abraço apertado dele. Depois de alguns minutos, encostei a cabeça no seu peito e pude ouvir seu coração batendo. 

- Você está com o coração acelerado porque estou aqui, te abraçando? - Perguntei, o olhando. 

- Acho melhor a gente sair daqui debaixo, senão você pega uma gripe. - Disse, disfarçando, só que ficou meio óbvio qual era o real motivo. 

Saímos dali e senti que me enrolo numa toalha macia e felpuda. Quando vi que hesitou porque eu ainda estava com calcinha e sutiã, respirei fundo e me despi das duas peças. Ficou me olhando e agi como se não estivesse sem roupa nenhuma na sua frente. Rapidamente, me fez vestir um roupão e me pediu para sentar sobre a cama, todo encabulado. Enquanto estava sentada sobre a cama, o observava, com uma toalha enrolada no quadril, pedir para o serviço de quarto trazer um café puro e sem açúcar. Até que eu falei:

- É melhor pedir alguma coisa doce, para ajudar a minha glicose a subir. 

Me olhou, curioso e logo depois, disse ao atendente: 

- Oi? Acho que é melhor trazerem uma coisa doce. Tem algum pedaço de torta? 

Ouviu a resposta e pediu para trazerem. Em seguida, desligou o telefone e cuidou de mim. Não consegui descobrir como um pijama meu foi parar ali. Só sei que, antes de dormir, comi uns doces, inclusive alguns marshmallows. E realmente ajudou. Depois disso, não consegui mais me manter acordada e acabei apagando ali mesmo. 

Bill

Uma das coisas que sempre gostei de fazer era observar a Iza enquanto ela dormia. Geralmente, ela deitava, no máximo, três horas antes de mim (Sendo que eram raras as vezes que um dormia no mesmo horário que o outro) então era muito fácil para que isso acontecesse. 

E naquele dia não foi diferente. Enquanto ela estava ferrada no sono, eu a olhava. Sua expressão era uma mistura de tranquilidade e algo mais que eu não conseguia perceber o que era. 

Naquela noite, eu não demorei muito a dormir. E acordei cedo. Ainda não eram oito horas quando me levantei. E ela continuava dormindo. Resolvi ir ao banheiro e, assim que saí de lá, ela me olhava. Não parecia que estava de ressaca. Perguntei:

- Como você está?

- Bem. Só um pouco de dor de cabeça. Mas não acho que vá me atrapalhar se eu tomar remédio. 

Concordei e ainda me fixava. Perguntou:

- Bill... O que aconteceu ontem? Por que eu estou aqui com você? 

- Vejamos se me lembro... - Falei, coçando o queixo. - Você ficou bêbada com o Tom, daí, um cara quis te agarrar e não vi como você se livrou dele. Depois, te achei do lado de fora do quarto e te trouxe para cá. Enquanto eu tentava te dar um banho, você começou a dizer algumas coisas... 

- Que coisas? - Perguntou, assustada. 

- Tipo que eu era... Maior que o almofadinha. 

Arregalou os olhos. 

- Eu não disse isso! 

- Ah, falou. E ainda disse que eu fazia oral melhor que ele. Principalmente por causa do piercing da minha língua. 

Sabia que queria morrer. Ainda mais que estava literalmente vermelha de tanta vergonha, o que era inédito para mim, verdade seja dita...

- E se servir de consolo... - Falei, mordendo o lábio e dando um meio sorriso. - Eu tinha certeza de tudo. 

- Ai meu Deus! - Quase gritou. 

- Aliás... Gostei da técnica que usou ontem. 

- Técnica? Que técnica? Anda, Kaulitz! Fala! - Pediu, quase histérica. 

- Você não lembra? Poxa... Achei que pelo menos disso não ia se esquecer... 

- Você sabe que eu detesto enrolação. Vai direto ao ponto antes que eu perca minha paciência. 

- Bom, já que está fazendo tanta questão... Ontem, não sei se foi por causa do álcool, mas você me pareceu bem mais... Fogosa que de costume. Tanto que, assim que fechei a porta aqui, você parecia outra. E eu tenho que confessar que gostei. 

Me olhava, incrédula. De repente, olhou para baixo e perguntou:

- Boa jogada, Kaulitz. Se a gente realmente transou... Eu deveria estar sem roupa, não é?

- Pela lógica, sim. Só que você reclamou que estava com frio e me pediu para ir buscar o pijama. 

- Tá. E eu sou loira natural... - Disse, sarcástica. Dando um sorriso maldoso, puxei a gola da camiseta que estava usando e mostrei uma marca que tinha no meu pescoço. 

- E como você explica isso? A única garota que foi vista comigo a noite inteira foi você. Pode perguntar para o Tom ou o Georg ou o Gustav. 

- Eu nunca te dei um chupão. 

- E nunca tinha feito 69. Até ontem. 

- Vem cá... Onde você está querendo chegar? 

- A lugar nenhum. Só estou te respondendo. Ontem à noite, você bebeu, quando cheguei aqui no quarto, você me atacou e dormiu aqui comigo. E o almofadinha foi traído mais uma vez. 

- Isso é mentira sua. - Disse. 

- E como você explica a marca do meu pescoço? 

- Te vi se atracando com uma piriguete. Pode muito bem ter sido de autoria dela. 

- Eu não te disse que você foi a única garota que passou a noite comigo?

- Posso até ter sido. Mas que eu te vi quando estava sóbria... Bom, acho melhor ir até a minha suíte. O Alex deve estar morto de preocupação comigo. Tenta inventar uma mentira mais convincente da próxima, viu? 

E se levantou, saindo do quarto. 

Quando estava tomando café da manhã e conversando com o Tom a respeito do que acontecera na noite anterior e a tentativa de pegar a Luiza, me disse:

- Na boa... Ela pode realmente ter dito essas coisas. Mas esqueceu que estamos falando da Luiza? 

- Mas foi justamente por isso que eu inventei tudo aquilo. Sei lá. Achei que, se ela acreditasse que tinha transado comigo, ia botar o almofadinha para correr. Não digo que ela ia voltar para mim correndo, mas sem o filho da mãe na jogada, ia ser mais fácil de tentar reconquistá-la. 

- Desculpa, mas o poço de ingenuidade não foi a Luiza, mas você. 

- Eu sei. Mas ela mesma não diz que a esperança é a última que morre? 

- Sim. Mas se eu fosse você e quisesse a Luiza de volta... Usaria outra tática. Além de artilharia pesada. 

Olhei para ele, desconfiado. E graças àquela ligação que tínhamos, na mesma hora soube o que tinha que fazer.

Postado por: Alessandra

2 comentários:

  1. descobri o blog hj .. tou adorando a fic *-*
    By: Anne

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    Respostas
    1. Olá, Anne! Seja bem-vinda! Esperamos que goste do blog, e ficamos felizes que esteja gostando da fanfic. Volte sempre!

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