quarta-feira, 13 de junho de 2012

The Neighbour - Capítulo 21

Bill

Estava bem relaxado, vendo televisão quando a vi passar rebolando na minha frente. Me deu aquela olhada de cima a baixo e piscou. Dei um meio sorriso e bati no lugar vago do sofá, bem ao meu lado. Continuou me fixando e eu fazia o mesmo. Piscou de novo e, mais uma vez, retribuí com um sorriso. Quando menos esperei, veio para o meu colo e comecei a acariciar toda a extensão da sua coluna. Fechou os olhos, deliciada e estava tão... Entretido que nem reparei que já não estávamos mais sozinhos naquela sala. 

- Eu não acredito no que estou vendo! - A Iza disse, desviando minha atenção para ela. Dei um sorriso torto, arqueando a sobrancelha e retruquei:

- E a culpa é minha que a Vivi é tão irresistível quanto a dona? Essa sua gata consegue me seduzir de uma maneira... 

A Iza arqueou a sobrancelha e disse: 

- Aposto que eu consigo te seduzir mais ainda. 

A olhei, curioso. 

- Consegue nada! - A provoquei. Sua sobrancelha se manteve arqueada e, se aproximando de mim, deixou o rosto a poucos milímetros do meu e respondeu: 

- Veremos... 

- Duvido. - A desafiei. Se sentou do meu lado, tomando o controle remoto da minha mão e, em seguida, pôs na MTV. Bem feito que estava passando o clipe do Justin Bieber, que ela odiava. Imediatamente, mudou de canal e pôs num que passava uma série. Quando deu o intervalo, fui buscar alguma coisa para tomarmos e o Jost me ligou, avisando que tínhamos ganhado uma premiação cuja votação acontecia há alguns dias e a festa seria naquela noite. Havia ido a público e admitido tudo sobre a Iza e as fãs, obviamente, não aceitaram muito bem de início, mas algumas começavam a dar seu apoio. Avisei à Iza aonde iríamos e ela hesitou por um instante. Quando entreguei o copo com seu chá gelado, perguntei, a abraçando pela cintura: 

- O que foi? 

- É que... Ai... - Mordeu o lábio. - Não quero te preocupar, mas estou... Com um mau pressentimento. 

- Sobre...? - Perguntei. Sabia o quanto era sensitiva a respeito desse tipo de coisa e de uns tempos para cá, ela estava com essa sensação estranha direto. 

- Essa premiação. Não acho que você deve ir, por mais que seja... Obrigatório. Sei lá, inventa, mas não vai, por favor. 

- Acha que pode acontecer algum acidente comigo? 


- Não sei, Liebe. Mesmo assim. Fica. Estou te pedindo. Olha só o que aconteceu com meu pai quando não ouviu minha mãe. 

- Você vai comigo! Não tem como algo dar errado, não é? 

Aquela sua reação estava começando a me deixar preocupado. Mas, mesmo angustiada, aceitou ir. Um pouco antes de irmos, percebi uma coisa estranha: A Sofia tinha parado de me ligar já havia alguns dias. Desde que a Iza atendeu o telefone e armou todo aquele circo, tinha passado a me ligar mais vezes, por mais que eu dissesse que não queria nada com ela. E do nada, sossegou. Estava estranhando e começando a achar que a Iza não estava com aquela sensação à toa. 

Assim que estava pronto, bati na porta da Iza, que estava linda, usando um vestido preto de um ombro só, justo, mas sem ser vulgar, de modo que mostravam algumas das suas curvas. Estava linda. Ainda mais que seus cabelos estavam soltos. Enquanto estávamos no elevador, perguntei: 

- Ainda está com aquela sensação estranha? 

Concordou, mordendo o lábio. 

- Não sai do meu lado por nada nesse mundo, por favor. - Pediu e concordei, a abraçando pela cintura. De repente, percebi uma coisa. 

- Está usando maquiagem? - Perguntei. Ela concordou e respondeu, dando um meio sorriso: 

- Deixa a gente chegar para você ver o que estou planejando... 

- E o que você está planejando, hein, 
liebe? 

Piscou para mim e, logo, chegou o carro que nos levaria. 

A única hora em que a Iza se afastou de mim foi quando chegamos e passamos pelo tapete vermelho. Mas, assim que entramos no pavilhão onde a premiação aconteceria, a encontrei do lado do Jost. De resto, foi tudo tranquilo. 

Assim que fomos liberados para ir à 
after-party, não desgrudei da Iza, conforme havia me pedido. Ela mesma fazia questão de pegar meus drinks e o Tom achou que estava um pouco... Neurótica demais. E os outros concordavam. Mas eu sabia que ela deveria estar certa a respeito desse tipo de coisa. 

Assim que tive chance, a puxei para um canto mais reservado e obviamente, aproveitei para namorar um pouco. Num instante em que demos uma pausa para tentarmos recobrar o fôlego, aproximei minha boca do seu ouvido e perguntei: 

- E a sua surpresa, hein? 

Vi que sorriu e perguntou: 

- Não vai sossegar, né? 

Sorri também e neguei com a cabeça. Em seguida, me puxou para perto dos meninos, pedindo que ficassem de olho em mim enquanto ia até o banheiro. Estava conversando com o Jost e meu irmão e nem percebi quando um garçom trouxe mais bebidas para a gente. Estava tão distraído que tomei o drink do copo que tinha posto numa mesinha baixa à minha frente. Vi, pelo canto de olho, que o garçom havia mexido ali, mas como tinham vários copos vazios, nem me preocupei. De repente, o Tom resmungou algo que não consegui entender e se afastou com o Jost. Fiquei sozinho ali e não demorei muito a perceber a Iza voltando. Sem dizer nada, me beijou de uma maneira cheia de desejo como nunca havia feito antes. E verdade seja dita... O beijo dela parecia diferente. Não era como das outras vezes; Tinha mais saliva e os lábios dela pareciam menos cheios e mais... Ásperos. Porém, consegui ver que era o mesmo vestido, o mesmo corte e cor de cabelo, a mesma cor de pele... Obviamente era a Iza. Ainda mais que consegui reconhecer o cheiro do perfume dela. Quando não conseguia mais aguentar, pedi para irmos para a casa e ela concordou. Entramos no carro que havia nos trazido e, por fim, fomos para a casa. Me sentia estranho, com uma euforia inédita misturada à adrenalina... Parecia que tinha tomado ecstasy. Quando, depois de algum tempo, chegamos ao meu apartamento, ergui a sua perna, que foi envolvida no meu quadril, bem como a outra e, depois de sabe-se lá como, destranquei a porta e entramos no meu apartamento. Assim que finalmente estávamos no meu quarto, minha visão parecia mais turva, mas ainda conseguia ver a Iza debaixo de mim, nos breves momentos que abri meus olhos. Dei um jeito de tirar seu vestido, quase o rasgando e o jogando para trás. Apertei um dos seus seios, mesmo por cima do sutiã e me pareceu maior. Rapidamente, livrei de boa parte das minhas roupas, ficando só com a boxer mesmo e, quando comecei a beijar seu pescoço, senti suas mãos arranhando minhas costas, mas de um jeito meio dolorido. Lembrei da Sofia da mesma hora. Estranhei que não estivesse deslizando a unha pelo “caminho da felicidade”, como ela mesma costumava dizer. Senti uma das suas mãos passeando pela minha cintura e, depois de rodear o elástico da minha boxer, a estacionou sobre meu pênis e o apertou, de um jeito diferente. Quase imediatamente, se livrou da peça e fez o mesmo com a sua calcinha. Sem pensar muito, a penetrei de maneira ansiosa e, depois de alguns minutos, ela não conseguia mais controlar os gemidos e notei que a voz era diferente. E, de repente, ouvi a voz do Tom dizendo um palavrão. Ouvi um barulho e parei tudo o que estava fazendo. 

- O que você está fazendo? - Meu irmão perguntou. Pisquei diversas vezes, percebendo que quem estava debaixo de mim não era a Luiza, mas a Sofia. Minha mente pareceu desanuviar e, quando olhei para o Tom, sua expressão era de choque. Saiu do quarto assim que ouvimos um novo barulho, só que de coisa quebrando. Rapidamente, me vesti de qualquer jeito e, quando fui até a porta do meu apartamento, vi a verdadeira Iza desabando no chão, com o rosto vermelho, a maquiagem arruinada e o Georg a segurando firme. Tentei ir atrás dela, mas o meu irmão me impediu, avisando:

- A gente acerta as contas depois. Agora some da minha frente antes que eu te arrebente. 

Ver a Iza daquela maneira foi... Indescritível. Não sei o que havia acontecido comigo e muito menos conseguia entender o porquê de ter ido para a cama com a minha ex. Infelizmente, aquilo não era um pesadelo. 

Luiza 

Por mais confortante que a sensação da mão do Tom deslizando pelos meus cabelos fosse, ainda sim, não conseguia me recuperar do choque de ter visto o Bill com a Sofia. Eu tremia, soluçava e meu corpo inteiro doía. Além do Tom, tinha a companhia do Georg, Gustav e suas respectivas namoradas. A Elise estava puta. Andava de um lado para o outro, parecendo uma barata tonta e xingando a Sofia de tudo quanto era nome cabeludo. 

- Ai que vontade que eu estou de castrar o Bill! - Disse. Se eu não estivesse arrasada, teria rido. 

- Vou ficar aqui com você hoje e não tem discussão. - O Tom avisou, com a boca próxima ao meu ouvido. O abracei mais forte e já tinha deixado de me preocupar em encharcar a camiseta dele com meu choro. 

Assim que todos os outros foram embora, me dando um abraço de urso e preocupados à beça, estava quase dormindo no sofá quando senti um braço passando por baixo dos meus joelhos e outro por trás das minhas costas. Fui erguida e tive consciência que estava sendo levada para o meu quarto. Não demorei muito a sentir um leve peso caindo sobre a cama, junto comigo e uma pelagem que parecia seda. Se deitou do meu lado, lambendo minha mão e, percebendo que o Tom nunca ficava do meu lado, o chamei e, logo, disse, finalmente se deitando atrás de mim, ficando na posição de conchinha: 

- Estava só tirando os tênis e a jaqueta. 

Senti que me cobriu e ficou abraçado comigo, tentando me distrair, mas não conseguia. Com muito custo, peguei no sono. Quando acordei, senti um peso daqueles sobre minha cintura. Como sempre acontecia em todas as vezes que chorava antes de dormir, meus olhos pesavam tanto que mal conseguia abri-los. Com um esforço tremendo, consegui e, logo que me sentei na cama, acordei o Tom, que me abraçou por trás e, depois de dar um beijo desajeitado na minha bochecha, disse: 

- Não vou te perguntar como você está porque está óbvio. 

Dei um estalo com a língua e falei:

- É. Mas eu vou ficar bem, pode confiar nisso. Não vou dar uma de Bella Swann e me enfiar debaixo dos cobertores por sei lá quantos meses. 

Riu baixo e avisou que faria o café da manhã. Fui para o banheiro e depois de alguns longos minutos debaixo da água quente, parecia que minha cabeça tinha desanuviado. Ainda doía, não tinha como negar. Mas eu precisava e ia superar aquilo tudo. Sozinha. 

Assim que cheguei à cozinha, o telefone tocou e o Tom atendeu. Em seguida, me esticou o telefone e se afastou, indo na direção do meu quarto. 

- Oi?

- Liebe? Ai, meu Deus! Como você está? Olha, se aquele filho da mãe aparecer aí, juro que...

- Elise, calma. - Pedi, rindo fraco do exagero dela. 

- 
Ai meu Deus! Você tá rindo! - De repente, gritou para o Georg: - Liebe, ela tá rindo! E por minha causa! 

Ri de novo e, como a Elise estava afobada demais, o Georg tomou o telefone da mão dela e falou comigo por alguns instantes. De repente, me surpreendeu com uma pergunta: 

- 
Só para saber... Ainda vai trabalhar com a gente, não é? 

- Hagen, não vou mentir que não vai ser fácil vê-lo todos os dias depois do que aconteceu ontem à noite. Mas... Vou fazer isso por você, o Tom e o Gustav, que são uns fofos. 

Riu do jeito que os chamei. 

- 
Se precisar... Pode contar, pelo menos comigo. 

- Danke, Hagen. - Respondi, com a voz fraca. Passados mais alguns poucos instantes de conversa, desliguei e o Tom apareceu, terminando de fazer o café da manhã. Numa tentativa de me fazer rir, ficou contando vantagem em cima de mim, vez ou outra fazia palhaçadas de propósito. Isso quando não fez o inimaginável: Ligou meu laptop e procurou uma músicaespecífica. Em seguida, tentou imitar os passos e vendo-o dançar tão desajeitado acabou surtindo o efeito que ele queria: Ri até sentir minha barriga doendo. Assim que viu isso, me abraçou e beijou minha bochecha. Só aqueles dois gestos foram capazes de me fazer sentir um pouco melhor. 

Quando terminamos o café da manhã, me perguntou: 

- O que me diz de, ao invés de ficar bancando a masoquista e continuar aqui, ir passar uns dias lá comigo? 

- Não sei se é uma boa ideia. Afinal de contas, vocês são irmãos e um vive na casa do outro... 

- Não precisa se preocupar quanto à isso. Anda, 
liebe... Fica lá comigo por uns dias... Por mais que eu tenha a companhia dos meus cachorros, ainda sim uma companhia humana, ainda mais de uma gostosa - Ri de novo. - para, porque você sabe que é verdade. Enfim, a sua companhia é ótima. Vamos... Senão eu não paro até você concordar. 

- Tenho uma ideia melhor. Você vem comigo para Roma. E marco com a Em de nos encontrarmos lá. 

- Não vou te deixar de vela para ficar depressiva. 

- Eu não vou ficar depressiva. Até parece que vou sofrer por causa de um menino. Oi, não sou a Bella Swann, OK? Ainda bem que não! 

Riu e acabou concordando em ir para lá. 

No dia seguinte mesmo chegamos à capital italiana e a primeira coisa que fizemos foi ir a um restaurante. Comer é que foi complicado, porque o Tom não parava de me fazer rir e, do nada, ficou sério. Disse: 

- Tem um cara te olhando. 

Terminei de tomar a água e o fixei, confusa. 

- Mesmo que não quisesse... Tô fugindo! 

Riu e falou: 

- Vou ligar para a Em e ver se ela já chegou. 

- Não, volta aqui!
Estava praticamente agarrando sua perna para impedi-lo de sair dali, mas não funcionou. Logo, o garçom se aproximou, trazendo um doce e dizendo: 

- Il ragazzo di quel tavolo lì mi ha chiesto di offrire questo dolce alla signorina. 

- 
Grazie.– Respondi, o olhando e quase caindo para trás. Os cabelos eram loiro-escuros, os olhos azuis e dava um meio sorriso que tirava o oxigênio dos pulmões de qualquer uma. Era lindo. E mal podia acreditar que ele estava ali. E sim, eu já o conhecia.

O olhei, sorrindo fraco e, justo naquela hora, o Tom se sentou e disse: 

- Ela já chegou. Estou bem? 

Ri e falei: 

- 
Du bist sehr schön. 

Retribuiu meu riso e, por fim, saiu correndo dali e indo até um restaurante ali perto. Estávamos a poucos metros do Coliseu e, portanto, deve ter demorado pouquíssimos minutos para chegar até onde a Em estava. 

Assim que o Tom saiu, fui até a mesa onde o loiro estava e perguntei: 

- Sabia que eu realmente não estava esperando te encontrar aqui, Alexander? 

Riu e indicou a cadeira à sua frente. Me sentei e ele perguntou:

- O que tem feito durante todo esse tempo?

- Tem tempo?

Concordou e comecei a história. Assim que terminei, me disse:

- Cara, na boa. Se ele ficou esse tempo te aturando - Bati no seu ombro, fazendo-o rir. - Continuando. Se vocês ficaram juntos durante todo esse tempo, não acho que ele seria idiota de fazer essa cagada com você. 

- Tô abismada! - Falei. Me olhou, curioso. - E com duas coisas. A primeira é que, você, por ser inglês e de uma família respeitável, não deveria falar “cagada”. - Riu e continuei: - E em segundo: Você só viu o Bill por foto e o defende. Homens são todos iguais mesmo... 

- Do mesmo jeito que as mulheres se apoiam, fazemos o mesmo. 

Não acreditava naquilo. 

- Só uma pergunta... Quem era aquele cara que estava com você? 

- O Tom. Gêmeo do meu ex. 

- Cara, deve ser foda estar na sua pele. Não entendo como você está conseguindo... 

- É. Complicado. Mas o Tom é o Tom e o Bill é o Bill. Eles não são a mesma pessoa, apesar de serem muito parecidos. E o fato de eu ser ex do Bill não me impede de continuar sendo amiga do Tom. 

- Claro que não. Ainda mais que eu vi como vocês dois são... 

Sorri. 

- Me ocorreu uma coisa. Posso abusar de você só um pouquinho? - Perguntou, fazendo cara de cachorro que caiu do caminhão de mudanças. 

- Meu xuxu... Com esse par de olhos azuis, pode usar e abusar de mim o quanto quiser! 

- Seguinte. Na semana que vem, vou ter de ir à Londres, para uma festa da empresa do meu pai. E... Uma das minhas tias viu aquela foto nossa no meu facebook. 

- OK. Não precisa nem continuar. Quer que eu finja ser sua namorada, certo?

Concordou. 

- Sorte sua que sempre fui louca para conhecer sua cidade. 

Abriu um sorriso de orelha à orelha. E na mesma hora, me ocorreu uma coisa...

Postado por: Alessandra

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