quarta-feira, 13 de junho de 2012

The Neighbour - Capítulo 27

Luiza

Culpa era uma merda. Isso é um fato. Não conseguia encarar o Alex por nada nesse mundo, tinha passado os últimos quinze dias fugindo dele. Até que, numa bela tarde em que estava voltando da casa do Tom, me cercou. Daí, não teve como continuar escondendo o que havia acontecido dele. Eu sei que sou uma idiota, piriguete e o que mais quiser me xingar. Mas ao menos se ele chegasse e me xingasse de todos esses nomes horrorosos e de quebra, me batesse... Tudo bem que, caso fizesse esse último, além de apanhar de volta, ainda ia para a cadeia. Mas não. Simplesmente me encarou com aquele par de olhos azuis, durante longos minutos em silêncio até que finalmente o quebrou: 

- Quando foi?

- Há uns quinze dias. Alex, eu... 

Ergueu a mão, me impedindo de continuar e, simplesmente disse: 

- É melhor não tentar me convencer que você está arrependida, porque estou vendo que não está. E sei que você ainda o ama. Também estou vendo que está se esforçando para gostar de mim do mesmo jeito que eu gosto de você. Nunca te pedi para se apaixonar e nem nada. Mas agora eu quero te fazer um pedido. 

Olhei para ele, que tinha o semblante sério. 

- Muda para Londres comigo. Estou vendo o quanto ficar aqui está te fazendo mal e gosto demais de você para permitir que continue se martirizando dessa maneira. Posso te ajudar a encontrar o emprego em uma revista ou canal de música, como você sempre quis... Mas em troca, a única coisa que quero é que você saia daqui de Hamburgo. 

- E eles? Já assinei o contrato para acompanha-los em uma turnê e não posso simplesmente dizer que não vou mais. É quebra de contrato, Alex. 

Mordeu a ponta do dedo e, por fim, chegou a uma conclusão que eu ainda não conseguia entender qual era. 

- Vamos fazer o seguinte, então: Acabando essa turnê, você entrega as chaves para o proprietário desse apartamento e vem comigo para a Inglaterra. 

Tive que concordar. 

Então, menos de um mês depois, minha vida acabou. Os meninos entraram em turnê, eu acompanhava tudo de perto, sempre fazendo os registros, fosse por vídeo ou até mesmo por foto. Mas a maior surpresa eu tive quando passamos por Berlim. O Alex nos esperava no saguão do hotel. E o Bill, assim que percebeu que ele estava ali, fechou a cara. Como tinha voltado a ser aquele idiota da época que nos conhecemos, simplesmente não me importei em ir ao encontro do meu namorado e beijá-lo na frente de todo mundo. Perguntei, quando nos separamos: 

- O que você está fazendo aqui? Achei que estivesse em... Onde era mesmo?

Rindo, explicou: 

- Dundonald[1]. 

- É. Eu lembrava que tinha a ver com o Pato Donald. 

Riu e, logo, o Tom se adiantou: 

- Bem-vindo ao time. 

- Obrigada. - O Alex disse, apertando a mão do meu amigo e trocando um olhar cúmplice com ele. Epa. Aí tinha!

- Como assim? - Perguntei.

- Ai... Estraguei a surpresa. - O Tom disse. 

- Não. Ainda não. 

- Surpresa? Alexander, do que ele está falando? - Questionei. O Tom se afastou, dando uma piscada para mim e, quando ia correr atrás dele, para tirar satisfação, o Alex segurou meu braço e disse: 

- Vamos subir? Queria falar com você. Inclusive sobre a surpresa. 

O olhei desconfiada. Para minha sorte e azar do Bill, todos nós (Não só nós dois, mas também, o Tom, Georg, Gustav, Alex e mais algumas pessoas da equipe, incluindo o Jost) pegamos o mesmo elevador. E o Alex fazia questão de ficar me agarrando e ainda, falando certas coisas impróprias para o horário e para menores de idade, deixando a boca perto do meu ouvido e que, com certeza, deixaram minhas bochechas coradas. Ao mesmo tempo, sentia o olhar fulminante do Bill na nossa direção. Só por isso, não impedi o Alex de continuar. Assim que chegamos ao andar onde as suítes estavam reservadas, o Bill foi o primeiro a sair, bufando, do elevador. 

Assim que entrei na minha suíte, seguida de perto pelo Alex, tornei a perguntar: 

- Anda, fala. Que surpresa é essa?

- Graças à uma ajudinha do Tom... Sou seu assistente. 

É nessas horas que o queixo para, no mínimo, no umbigo. 

- Ai meu Deus, Alexander! 

Rindo, se aproximou de mim e aproveitei para pular nos braços dele. Fiquei realmente feliz e, antes que pudesse perceber, estava o beijando. Senti suas mãos se agarrando à minha cintura e, por entre o beijo, mordeu meu lábio inferior. Quando abri os olhos é que percebi o que tinha feito. Fiquei estática e, no instante seguinte, fez algo que eu realmente não acreditava: 

- Eu... Me desculpa. Deveria respeitar seu tempo, mas... Tem que entender que resistir à você é impossível. 

Dei um meio sorriso e respondi, abrindo o meu casaco: 

- E você tem que entender que não estamos fingindo nenhum namoro. Sabe que eu gosto de você e por isso mesmo que decidi me arriscar. Portanto... - Tirei o casaco e o atirei num canto qualquer. Pegou no abajur, que quase caiu. - Ai que sorte. - Murmurei, o fazendo rir. - Prosseguindo. A última coisa que você pode fazer é me pedir desculpas por causa de um beijo. Aliás... Não acho que só um beijo seja suficiente. 

Mordendo o lábio, deu um meio sorriso e me puxou pela cintura de novo. Envolvi seu pescoço com meus braços e estava ansiosa. Mas não de uma maneira exatamente negativa... 

Na manhã seguinte, quando acordei e o vi, dormindo virado de costas para mim, por um instante, imaginei que fosse o Bill. Sei que não deveria pensar nisso, ainda mais depois da noite incrível que tive, mas ainda sim... Senti uma pontada de decepção ao ver que não tinha uma tatuagem na nuca. E muito menos um sinal de que haviam duas frases envolvidas, escritas em alemão, na lateral do seu tronco. Respirei fundo e, de repente, se virou de frente para mim. Com aquela voz rouca de quem acabou de acordar, perguntou: 

- Bom dia, minha linda. 

Sorri timidamente e perguntou:

- Dormiu bem? 

Concordei e roubei um selinho, levantando e me enrolando no lençol logo em seguida. Fui até o banheiro e, depois de alguns minutos, saí, já de banho tomado, mais arrumada e parecendo uma pessoa ao invés de um bicho preguiça. 

- Sabia que você é linda? - Perguntou, me olhando. De brincadeira, estreitei os olhos e afastei o lençol um pouco e mostrando minha perna, como se fosse a fenda de um vestido. Riu e perguntei: 

- Eu sou é gostosa, pode falar. - Brinquei. 

- É mesmo. 

E ri ao ouvi-lo dizer aquilo. Mandei que se arrumasse e, quando descemos até o restaurante, o Tom e o Bill já estavam ali, tomando o café da manhã. Falei com o Alex:

- Hã... Xuxu, pode ir pegando o que você quer do bufê que eu já venho. Vou só buscar um remédio para dor de cabeça.

Não fez objeção e, no final das contas, fui até o quarto. Procurei o remédio em praticamente todas as bagagens e não conseguia achar. Quando finalmente me dei conta de que deveria estar na minha bolsa, que estava atrás de mim, virei e tomei um susto daqueles. 

- Ai que merda! - Resmunguei. - Como você conseguiu entrar aqui?

- E isso importa? - Perguntou, em resposta. 

- Claro que sim. Afinal de contas, essa é a minha suíte e acho que deixei bem claro que nossa relação é exclusivamente de trabalho. 

Deu um estalo com a língua e, me provocando, disse: 

- Se eu fosse aquele... Almofadinha, ficaria de olhos bem abertos. 

Suspirei impaciente e falei, cruzando os braços: 

- Ô... Bill, vai cuidar da sua vida, vai... Me deixa quieta no meu canto, senão quiser que eu apele. 

- Não vai apelar... Te conheço bem demais... 

Engoli em seco e, por fim, ia andando na direção da porta, mas ele foi mais rápido e segurou meu braço. Olhei para seus dedos e em seguida, para seus olhos, que me fixavam. 

- Até quando vai ficar com esse teatrinho de que você e o almofadinha estão namorando? 

- Não é teatro, já te disse!

- Ah não? - Perguntou, debochado. - Me responde uma coisa. Já contou para ele que a gente transou depois que vocês... Começaram isso tudo?

- E se ele souber? Que diferença isso faz? 

- Toda. Sem falar que é um corno manso. Quer dizer, tudo bem que era de se esperar que ele aceitasse que você o traísse comigo e ficasse por isso mesmo. 

Do nada, reuni uma força que nem eu mesma sabia que tinha e o empurrei para longe de mim.

- Só... Some daqui antes que eu acabe atirando cada uma dessas malas na sua direção. E você sabe que eu sou capaz! 

Só que obviamente, tinha que ser filho da mãe a ponto de se aproximar o bastante e, depois de deslizar a mão pelo meu cabelo, daquele jeito mais... Provocante, que pega só uma mecha, disse: 

- Pode negar o quanto quiser, mas aposto que esse idiota deixa tanto a desejar que você só se satisfaz se tocando enquanto pensa em mim... 

E antes que eu pudesse ter noção de qualquer coisa, dei aquele tapa estalado no rosto dele. Fazendo aquela cara de vilão psicopata de filme de terror depois que toma um soco (O que não é o caso), pôs a mão exatamente sobre a marca vermelha dos meus dedos e olhando para a ponta dos seus com tamanha... Obsessão que até me encolhi contra a parede. Em seguida, desviou o olhar para mim e encolhi mais alguns centímetros. De repente, prendeu meus pulsos de cada lado da minha cabeça e disse: 

- Se teve essa reação é porque estou certo. Sendo assim, você mal perde por esperar, Luiza. 

Aquele arrepio tenso e seguido por um estremecimento aconteceu e, assim que ele percebeu, deu 
um sorriso torto e disse: 

- Engraçado que cada uma dessas suas reações só confirmam o que estou falando. 

Travei a mandíbula, me controlando para não piorar minha situação ainda mais. Naquele instante, o Alex apareceu. E perguntou: 

- Izzy, está tudo bem? Ah, oi Bill. 

Sem dizer nada, o Kaulitz saiu em direção a porta e me dando aquele olhar penetrante. Fingi não ter visto e o Alex se aproximou. Perguntou: 

- Está tudo bem? 

Concordei, dando um sorriso fraco. 

Naquela tarde, houve uma conferência de imprensa e, como fazia parte do meu trabalho, tive que ir. O tempo inteiro, o Bill me lançava olhares furtivos e meios sorrisos, arqueando a sobrancelha enquanto respondia às perguntas. Revirei os olhos, tomando o cuidado de prestar atenção ao desenho que eu e o Alex fazíamos no canto da folha do bloco que era apoiado na coxa dele. Não contive um riso quando ele fez um desenho de uma bonequinha minha, tocando violino, mas estourando uma corda. Vi o olhar de censura do Jost e me mantive quieta. Escrevi na folha:

Tá vendo só? Se eu ganhar outra olhada feia do David, jogo a culpa em cima de você. 

A resposta dele foi outro desenho meu, só que vestida de dominatrix, com chibata na mão e tudo. Mordi o lábio, me controlando para não rir. Mal percebi que aquele gesto não tinha afetado só o Alex... 

-... e esse lábio novo é bem diferente dos outros. - Ouvi o Bill dizer. Todo mundo olhava para ele, que parecia não entender. De repente, o Tom se aproximou dele e contou o que tinha acontecido. Quase imediatamente, o Bill disse: - Desculpem. Me distraí. Como eu estava dizendo, o CD novo é diferente dos outros por ser mais... Voltado às nossas origens. 

Os repórteres levantaram a mão de novo e eles escolheram um, que perguntou:

- Bill, como está sendo trabalhar com sua ex-namorada?

Me olhou e fiquei imóvel. 

- Não está sendo estranho. Quer dizer, ela é uma profissional excelente e, apesar de o namoro não ter dado certo, conseguimos dar um jeito de não deixar isso interferir no trabalho. - Respondeu, me fixando. Senti o braço do Alex pousando sobre meus ombros e sabia que era por ciúmes. 

No final da tarde, estava com eles no camarim quando alguém, não sei quem foi, que ligou uma televisão que tinha ali. E dei o azar de ser justamente um jogo onde o Arsenal (Time do Alex) jogava contra o Manchester United (Time pelo qual eu passara a torcer desde que chegara à Europa). Antes que pudesse me dar conta, já tinha esquecido que não estava sozinha ali. E gritava a plenos pulmões e em português mesmo:

- Anda Rooney! Vai logo, meu filho!

Sentia o olhar dos meninos em cima de mim e os ignorava. 

- Sai daí, ô Santos! Não! - Gritei, fazendo o Tom e o Georg não segurarem mais o riso. O Gustav perguntou:

- Iza, tem certeza que você não gosta de futebol? 

- Santos, seu filho da puta, sai daí! - Falei. - Desculpa, Gustav, o que foi? 

- Perguntei se você tinha certeza de que não gostava de futebol...

- Não gosto. Mas desde que cheguei aqui na Europa que assisto sempre aos jogos do Machester. - Respondi, sorrindo. - Ah vai tomar banho, seu filho da mãe! - Gritei, levantando do sofá. O Tom e o Georg riam. Nesse instante, o Alex entrou e, quando me viu em pé, esbravejando com a tela, disse:

- Se o Manchester perder, vai ter de usar uma camisa do Arsenal por quinze dias, fechado? 

- E se o Manchester ganhar? - Perguntei, levantando do sofá de novo. - Anda Rooney!

- Eu uso a camisa do time. Fechado? - Quis saber, estendendo a mão para mim, mas simplesmente a afastei. 

- Tá. Que seja. Anda Rooney... Rooney, vai... Vai, meu filho! Anda... Vai! Isso! - Gritei, quando ele fez gol. E comemorei daquele jeito mais palhaço possível, percebendo o Georg todo encolhido no sofá. 

- Vai comemorando enquanto pode, Belotti. - O Alex disse. 

- Veremos, Leigh. Veremos... 

Quase matei os meninos de rir no final das contas e, por fim, o Alex ia ter de usar a camisa do Manchester. 

Durante o show, vi que a Sofia estava na mesma área que nós e, assim que eles terminaram de tocar Spring Nicht, o Bill anunciou, assim que terminou de tomar um pouco de água: 

- Quero dedicar a próxima música à uma pessoa muito especial que está aqui hoje. Já tem um tempinho que a gente não a apresenta, mas como eu sei que é a preferida dela... 

A Sofia pulava ao nosso lado, toda emocionada, pensando que seria “Durch den Monsun”, mas não consegui evitar o choque ao ouvir o Tom tocando as primeiras notas daquela introdução de 1000 oceans, originalmente no piano, mas adaptada para a guitarra. Tentei disfarçar minha surpresa, mas o Bill não ajudou em nada, olhando para minha direção. O Alex, disse, com a boca próxima ao meu ouvido, principalmente por causa da música alta:

- Vou ao banheiro e quero comprar alguma coisa para comer e beber. Quer algo? 

Neguei com a cabeça. Quando ele se afastou, não teve como não olhar para o Bill e sorrir, toda boboca. Antes que pudesse me dar conta, estava cantando junto:

I know somewhere
(Eu sei que em algum lugar)
We'll find a little place for you and me
(Encontraremos um lugarzinho para você e eu)
It all turned out a different way
(Tudo acabou indo por um caminho diferente)
Can't feel the pulse in our veins
(Não consigo sentir o pulso nas nossas veias)
So weak today
(Tão fraco hoje)
We let our heartbeat guide us through the dark
(Nós deixaremos as batidas dos nossos corações nos guiarem através da escuridão)
Just trust me
(Só confie em mim)
We have to go a thousand oceans wide
(Nós temos que atravessar mil oceanos vastos)
One thousand dark years when time has died
(Mil anos escuros quando o tempo tiver morrido)
A thousand stars are passing by
(Mil estrelas estão passando)
We have to go a thousand oceans wide
(Nós temos que atravessar mil oceanos vastos)
A thousand times against an endless tide
(Mil vezes contra uma maré infinita)
We'll be free to live our life
(Nós seremos livres para viver nossa vida) 

Como estávamos numa parte relativamente perto da grade, então, tudo o que ele precisou fazer foi andar na direção em que eu estava (A Sofia já tinha percebido o que acontecera) e, se ajoelhando na beirada do palco, cantou a música, olhando para mim. Logo, chegou na parte mais... Tortuosa:

There's nothing and no one we'll miss
(Não tem nada nem ninguém de quem sentiremos falta)
And one day we'll look back with no regrets
(E um dia nós olharemos para trás sem arrependimentos)
A thousand oceans wide
(Mil oceanos vastos)
A thousand endless years have died
(Mil anos infinitos morreram)
A thousand oceans wide
(Mil oceanos vastos)
A thousand stars are passing by
(Mil estrelas estão passando)
Passing by
(Passando)
Please don't drift away from me
(Por favor não se afaste de mim)
Please don't drift away from me
(Por favor não se afaste de mim)

Movi os lábios:

- 
I won’t. Never. 

Seu sorriso aumentou e, logo depois, terminou de cantar a música. 

Quando o Alex apareceu, trazendo um pacote de batata chips, só roubava as benditas. Perguntou: 

- Quer que eu compre um pacote para você?

- Pode deixar. - Respondi. Franzindo o nariz. Fiquei ali, me mantendo afastada, graças à desculpa de tirar fotos do show e, por fim, consegui ficar um pouco mais livre. 

Assim que acabou, já estava esperando por eles no camarim, todos com aquelas expressões que eram um misto de cansaço com alegria. Tudo havia corrido muito bem e, como era exaustivo demais, voltamos ao hotel. 

Porém, enquanto o Alex estava tomando banho, percebi meu celular vibrando e, quando o peguei, vi uma mensagem do Tom, me pedindo para encontra-lo na piscina. Rapidamente deixei um bilhete para o Alex, avisando aonde ia e, logo depois, desci. Enquanto estava dentro do elevador, um grupo de senhoras que estava ali ficou me olhando. Só porque eu estava de casaco e um short curto. E a culpa lá era minha se eu era como o Gustav e não sentia frio nas pernas?

Assim que cheguei à piscina, o Tom estava numa das espreguiçadeiras, pensativo... 

- Fala, peixão. - Disse, dando um beijo na sua bochecha e desviando a sua atenção da água turquesa, graças à iluminação. Deu 
um meio sorriso fofo e perguntou:

- Vai ficar chateada, brava, querer me trucidar, cortar fora meu bem mais precioso e atirar aos leões se eu te fizer uma pergunta?

- Tom, não sou essa peste assassina que você está falando...

- Ah, não sei... É justamente por ter essa carinha inocente aí que é para ter medo. 

- Faz logo a pergunta. Prometo que não vou fazer nada disso do que você falou. 

- Está feliz de verdade com o Alex? - Me fixou. 

- Não se preocupa porque vou responder. Mas depois que me disser por que está me fazendo essa pergunta. 

- Em primeiro lugar: Eu vi como você ficou quando o Bill cantou 1000 Oceans. E durante todo esse tempo que o Alex está te namorando, não te vi dando um sorriso como o que você deu para o meu irmão quando ele se aproximou da beirada do palco. 

Suspirei e confessei:

- Estou quase me atirando no Elba de raiva do meu orgulho. 

Riu e perguntou:

- E por que você não o perdoa?

- Tô te falando que é justamente por causa do meu orgulho maldito fiadazunha duma figa! 

- Deixa ele de lado. Seja a aquariana 
iceberg que costumam dizer. 

Justo quando ia responder, ouvimos um barulho tenso e, logo depois, a voz enjoada da Sofia, mesmo a quase vinte andares de distância. Olhamos para a mesma direção e vimos que o Bill estava nos ouvindo. Filho da mãe!

[1] Localizado no Condado de Down, na Irlanda do norte, na província de Ulster. Fica ao leste de Belfast e comumente é considerado como um subúrbio da cidade.

Postado por: Alessandra

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