quarta-feira, 13 de junho de 2012

The Neighbour - Capítulo 29

Luiza

Quando recebi alta, o Alex estava lá, me esperando. E ao seu lado, não só o Tom, Georg e Gustav, mas Bill também. Eles queriam me matar, não era possível! Todo mundo me tratava como se eu fosse uma boneca de porcelana que, só de olhar, já tinha o risco sério de quebrar. E eu estava ótima. 

Quando voltamos ao hotel, o Alex cuidou de mim com o máximo de esmero possível. Perguntava o tempo inteiro se eu precisava que afofasse meu travesseiro, se eu queria algo para comer ou beber... 

- Ei, calma! Alex, eu estou perfeitamente bem! Pode deixar que, se eu precisar de qualquer coisa, te digo. 

- Eu sei, honey, mas é que tenho medo por você. Mesmo que a Sofia já não esteja mais aqui...

- Como assim? 

- A mãe dela e uns caras vieram busca-la depois que tudo aconteceu. 

Arqueei a sobrancelha, fazendo que tinha entendido e, quando se ofereceu para ir buscar um chocolate, acabei perdendo a paciência (Apesar de não ter deixado transparecer) e falei:

- Tá. Já que você quer tanto buscar alguma coisa para mim... Tem aquela Starbucks que passamos em frente mais cedo... Traz aquele de caramelo e um muffin de mirtilo? - Pedi, fazendo manha. - Ah! Se pudesse também... 

- Me deixa adivinhar. Alcaçuz?

Sorri feito uma criança, concordando. Ele se levantou de um pulo e, antes de sair, me deu um beijo na testa, falando que já voltava. Insisti que não se apressasse, afinal, ia tentar dormir um pouco. Concordou e, depois que ouvi a porta se fechando, alguns segundos a mais que o esperado, tinha me distraído, respondendo à uma mensagem da Emily e, imaginando que ainda fosse ele, que tivesse se esquecido de alguma coisa, perguntei:

- Só não esquece a cabeça porque tá grudada no pescoço, hein? 

- Bom, eu realmente espero que ele tenha se lembrado de levar tudo que precisa. - Ouvi o Bill dizendo. Desviei o olhar da tela do meu celular, depois que apareceu o aviso que a mensagem tinha sido enviada, e tentei me explicar:

- Desculpa. Achei que era o Alex. 

- Não. Aliás, foi por causa dele que eu consegui entrar. 

Arqueei a sobrancelha e, na maior folga da História, se sentou do meu lado na cama. Perguntei:

- Kaulitz, você não tem vergonha? Pode ter botado a Sofia para correr, mas eu ainda estou com o Alex.

- Até quando? 

- Hã? 

- Até quando você acha que vai ficar com o Alex? 

- Mas que...? Olha, eu agradeço por ter ajudado a me salvar e sabe que, apesar de tudo, tenho um carinho enorme por você. Mas eu estou em outra. 

- Não... Se estivesse em outra, teria recusado a oferta de trabalhar com a gente. Não estaria falando comigo agora e muito menos teria ido lá em casa e dormido comigo. 

- Em primeiro lugar: Não seria idiota o bastante para quebrar o contrato com vocês. Sem falar que eu não aceitei vir só por sua causa. E também, porque não tinha como desperdiçar uma chance dessas. Em segundo: Não tem nada de mais em uma conversa. Desde que ela se mantenha só como uma conversa. E em terceiro... Aquele dia foi um momento de fraqueza inconsciente. Não sabia direito o que estava fazendo. 

- Ah, você sabia. Se não soubesse, não teria ido até meu apartamento. E outra: Eu sei que você não se sentiu nem um pouco culpada de ter ido atrás de mim. Eu te conheço melhor do que você imagina, Luiza. Você está só usando o Alex como desculpa para não dar o braço a torcer. É orgulhosa e teimosa demais para isso. Sem falar que você sabe que eu não tive culpa naquela história da Sofia. Só não consigo entender o motivo de toda essa teimosia. Por que você não admite de uma vez por todas que está se enganando, enganando ao Alex, fazendo com que ele acredite que você o ama, sendo que, no fundo, gosta dele como um amigo? 

- E quem te disse que eu realmente gosto dele como um amigo? 

- Eu acho que ficou muito óbvio durante o show. 

- Kaulitz, não inventa. - Pedi. - Além do mais, foi golpe baixo seu ter cantado minha música lenta preferida e ainda mais daquele jeito. 

- Ah, espera aí. - Disse, rindo com escárnio. - Depois eu que estou inventando? 

- Quer saber? Foda-se. - Falei, irritada e me levantando. Senti uma leve tontura por ter feito aquilo rápido demais. - Eu não vou ficar aqui, perdendo tempo com você me estressando. Acabei de voltar do hospital e você sabe disso. Quero descansar, então, se você não se importa... 

Se levantou e veio andando na minha direção, me olhando de um jeito tão intenso que sempre me fazia lembrar de um vampiro, prestes a atacar a vítima eleita. E como era de se esperar, ficou a pouquíssimos milímetros de distância de mim. Só o suficiente para me torturar e começar a me provocar, passando a boca entreaberta sobre a minha. Disse:

- Procure se convencer disso, liebe. 
[1]

Minha mão coçou para dar aquele tapa estalado no seu rosto por mais esse golpe baixo. 

- Kaulitz... Vai embora. Se você quer que eu continue por perto, faz o que estou te pedindo e me respeita. 

- Eu sei o que você quer. E sabe disso. Portanto, não adianta me pedir uma coisa dessas, tendo certeza de que não vou acatar. 

Respirei fundo e o afastei, colocando a mão sobre seu peito e o empurrando de leve. 

- Se você ainda gosta de mim... Se conforme em ter apenas minha amizade, que você sabe que não é pouca coisa. 

- Tá. - Disse, indiferente e dando de ombros. Só eu que tive a impressão que era evidente que ia aprontar alguma? - Mas se você mudar de ideia e precisar botar o Fred para correr... 

- Fred? 

- É. Me lembra d
aquele personagem do Scooby-Doo. 

- Por que é loiro? 

- Não. Porque é um cuzão. 

Tive que disfarçar um sorriso e, falei:

- Bill... É sério. Volta lá para sua suíte. Se eu precisar de alguma coisa, pode ter certeza que vou te chamar primeiro. 

Fez que ia embora, mas, quando eu estava menos esperando, se aproveitou que eu estava perto e me pôs contra a parede. Tentei empurrá-lo de novo, mas foi mais rápido e segurou meus pulsos e acima da minha cabeça. Me debati, tentando fazer com que soltasse minhas mãos, mas se manteve firme. Me controlava para não dar uma joelhada ou até mesmo um chute nele. E quando roubou um selinho, entrei em estado de choque, surpresa pelo fato de que ele não estava dando a mínima para o fato de que o Alex podia muito bem chegar a qualquer minuto. E para dizer o mínimo, arrancar o Bill de perto de mim na base do soco. 

Não demorou muito para que eu sentisse aquela maldita bolinha do seu piercing da língua deslizando sobre meu lábio, dando indícios do que queria. Mas mantive minha boca fechada, feito uma menina pequena e birrenta. Entretanto, deveria ter imaginado que ele não se daria por satisfeito. Dito isso, simplesmente afastou a boca da minha e começou a beijar meu pescoço, dando uma atenção especial ao ponto entre o lóbulo da minha orelha e a linha do meu maxilar. Em seguida, com aquela voz rouca que sempre fazia com que ele conseguisse o que queria de mim, perguntou: 

- Dá para parar de ser teimosa ao menos uma vez na vida? 

- Não. Ainda mais agora. - Disse, com a voz saindo mais falha que o planejado. E obviamente, isso foi um trunfo para ele, que 
sorriu e, nessa hora, agi por puro impulso. Sabia que ia me dar mal (O que não era exatamente ruim, dadas as atuais circunstâncias), mas pelo menos, podia funcionar. Arqueando a sobrancelha e dando um meio sorriso, perguntei, o provocando: - Principalmente que eu sei que você gosta que eu te provoque... 

Puxei sua camisa para fora da calça e circulei seu umbigo com a ponta da minha unha, percebendo sua respiração ficando fraca aos poucos. Passados alguns segundos, já estava começando a se descontrolar e era a minha chance. Roubei um selinho demorado e, quando me afastei, pedi:

- Vai para a sua suíte. Mais tarde eu vou lá... 

Ainda dando um meio sorriso, finalmente acatou meu pedido e foi embora. Cerca de cinco minutos depois, o Alex ainda não tinha voltado e por isso, aproveitei para ir falar com o Tom. E como sempre, estava sentado à beirada da piscina. Me sentei ao seu lado e perguntei, o abraçando meio de lado:

- Por que tudo tem que ser tão complicado, hein? 

- O que houve? - Perguntou, passando o braço sobre minha cintura. 

- Aquele mesmo... Mesma complicação de sempre. - Falei, depois de pensar qual seria a melhor definição. 

- Só é complicado porque você quer. 

- Não. Quer dizer, eu tenho medo. 

- De quê? 

- Acabar magoada, como da outra vez. Magoar o Bill. Magoar o Alex. Perder a amizade dele... 

Estava encarando um ponto qualquer à nossa frente, com carinha de quem estava imerso nos pensamentos. E sabia que realmente estava. 

- De uma coisa o Alex não pode te acusar. De nunca ter sido honesta com ele. Afinal, você contou o que aconteceu entre você e o Bill, ele sabe o quanto meu irmão é importante para você... À parte se vocês namoraram ou não. Eu sei que você está se esforçando para corresponder aos sentimentos dele, mas... Liebe, vamos encarar os fatos. - Me olhou. - Você ama mesmo é o Bill. 

Suspirei, deixando que tirasse as próprias conclusões. Dando um meio sorriso, continuou:

- Agora sou eu quem vai fazer o papel de conselheiro. Esquece que eu sou virginiano e finge que meu signo mudou para aquário. - Me fez rir e fez o mesmo. - Na boa. Abre o jogo com o Alex. Conta tudo o que você está sentindo. Por mais que ele possa ficar bravo e ter raiva de você, vai ser melhor. Quer dizer, pelo menos você não vai ficar cozinhando o cara em banho-Maria, não vai desgastar a relação de vocês, mesmo que continue sendo só de amizade. Além do mais... É ele quem tá empatando sua vida, não o contrário. Estou certo? 

Concordei com a cabeça. 

- Pois é. Faz isso então. E se põe no lugar dele. Imagina se fosse o contrário: Ele ainda fosse a fim de uma menina e ficasse te enrolando?

- Na realidade... - Mordi o lábio inferior e me endireitei. - Eu já passei por algo assim. E realmente é o melhor a se fazer. 

- Sério? 

- Sim. E eu não quero falar sobre isso, se você não se importa. 

Assentiu e, de repente, senti meu celular vibrando. Peguei o aparelho de dentro do bolso do casaco e vi que era uma mensagem do Alex: 

Já cheguei e não te achei. Onde você se enfiou?

O Tom acabou falando uma coisa muito indecente, apanhando e eu digitei a resposta:

Já estou indo. Estou desfrutando da companhia do Tom enquanto te esperava. 

- Quer dizer que eu sou desfrutável? 

- Ó pequeno grande Kaulitz... Você faz por merecer. 

- Faço nada! - Disse, rindo. 

- Tá. Deixa eu ir ver o que o Alex quer. Depois apareço lá para minha vingança do Guitar Hero. 

Concordou, ainda sorrindo e fui até a minha suíte. Chamei pelo Alex, que apareceu e perguntou:

- Onde você estava? 

- Te falei, estava com o Tom. A gente só estava jogando conversa fora. 

- Luiza, eu... Me desculpa. - Falou. Dei um sorriso fraco e deixei que me abraçasse. Naquela noite, alegando que sentia uma leve dor nas costas, consegui escapar do assédio dele, que estava querendo dormir comigo. E como eu já não estava mais a fim, dei aquela desculpa. 

Dois dias depois, os meninos tiveram folga e, como sempre, inventaram de sair e ir à uma boate. Obviamente, o Tom me intimou a ir e até chamou o Alex, que não quis se juntar ao grupo. Disse que estava com dor de cabeça e ia ficar quieto no hotel. Por um segundo, quis ficar e resolver de uma vez por todas aquela confusão que tinha me metido. Mas o Tom insistiu tanto que eu acabei indo. E pela cara nada amigável que o Alex tinha feito quando saí, sabia que tinha tomado a decisão errada. 

Chegando lá, o Tom avisou que não sairia do meu lado por nada no mundo, nem que a própria Jessica Alba aparecesse pelada na sua frente. Obviamente, estranhei aquilo e perguntei:

- Vai querer mesmo que eu acredite nessa sua história para boi dormir? 

- E por que não? Quer dizer, eu sou seu melhor amigo. Você é como a irmã caçula que eu nunca tive, mesmo sendo seis meses mais velha. Portanto, me sinto no direito de cuidar de você, do mesmo jeito que eu cuido do Bill. 

- Sei... Levando em clubes de strip-tease, né? - O provoquei, fazendo-o 
sorrir daquele jeito descarado que só o Tom fazia. 

- Apesar do que, eu não te levaria lá. É um lugar que não é para meninas inocentes. 

Arqueei a sobrancelha e falei:

- Qualquer dia desses, te mostro o nível de inocência das minhas conversas com as minhas amigas. 

- Provavelmente sobre bolsas, maquiagens, roupas... Coisas de meninas. 

- Ah sim... Sobre Nutella. 

- Nutella? - Perguntou, estranhando. 

- É. Sabe aquele creme divino de avelãs e chocolate? Pois é. 

- E a troco de quê você e suas amigas falam de Nutella? 

- Ah... Nada demais. Só algemar o Bill na cabeceira de uma e arrumar um outro uso ainda mais interessante para o creme. 

Ficou me olhando como se, de uma hora para a outra, tivesse dito que a Jessica Alba tinha ligado para ele. 

- Se quiser, pode me algemar e achar um uso ainda mais interessante para a Nutella. - Disse, depois de um minuto. Caímos na risada e, logo depois, foi buscar um drink para cada um. O Georg e o Gustav conversavam com um grupo de meninas e o Bill tinha sumido. Menos mal. Quer dizer, por mais que soubesse que deveria estar em algum canto escondido, quase engolindo uma piriguete. 

Tão rápido quanto veio trazer as bebidas, o Tom foi andando na direção do banheiro. E, quando ia tomar o primeiro gole do líquido vermelho, ouvi aquela voz rouca que sempre acabava com meu juízo:

- Será que o almofadinha não vai brigar com você por estar bebendo? 

Respirei fundo e respondi:

- O Alex não manda em mim. Aliás... Deveria saber disso. 

- Pois é. Desde que você começou a ficar com o almofadinha não sei de mais nada sobre você. É como se outra Luiza, muito diferente daquela por quem eu sou apaixonado, estivesse na minha frente. 

- Depois eu que sou exagerada, né, Bill? 

Deu aquele sorriso torto quando o olhei e perguntei:

- O que você quer, hein?

- E o que mais eu podia querer? Você, óbvio. De preferência, bem longe daquele almofadinha filho da puta. 

Arqueei a sobrancelha e, de repente, aproximou sua boca da minha orelha e, enquanto arranhava meu braço muito de leve, disse: 

- Eu quero você hoje à noite... Na minha cama, sem roupa nenhuma, linda como sempre que fica excitada só com um simples olhar meu... Gemendo meu nome enquanto te faço ter um orgasmo. 

Provavelmente, estava roxa de tanta vergonha. Não só pelas coisas que me falou, mas porque eu estava envergonhada de mim, por estar tentada a aceitar. 

Postado por: Alessandra

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