quarta-feira, 13 de junho de 2012

The Neighbour - Capítulo 24

Bill

Realmente, devia estar perdendo completamente meu juízo. Sem dizer nada a ninguém, nem mesmo ao Tom, simplesmente fui para Londres, atrás da Iza. Chegando lá, liguei para uma amiga do curso que ela havia feito em Roma e, logo de cara, quase matei a coitada de susto. Mas, depois de explicar todos os mínimos detalhes, só ocultando os mais sórdidos (Tá... Quase todos. Só não deixei de fora o fato de a Sofia ser uma tremenda filha da puta), do que tinha acontecido e pedi ajuda para a menina, que se chamava Alessia. E aceitou me ajudar. 

Assim que recebi a sua mensagem, contando onde estavam, me arrumei e fui até a boate. E a própria Alessia estava me esperando na porta. Disse: 

- Vai se preparando porque o Alex está daquele jeito mais... Grudento. 

Dei um meio sorriso e entrei com ela, que despistou assim que estávamos perto da área VIP. Se disser que xinguei mentalmente a Iza por estar se esfregando no almofadinha metido à besta... Vai ser verdade. O pior é que tocava uma música que sabia que ela gostava e sempre acabava dançando de maneira que, segundo a própria, não era nem um pouco sensual. Mas só dizia isso porque não se via. Assim que seus quadris começaram a se mover lentamente de um lado para o outro, quase perdi a cabeça e fui atrás dela. Quando abriu os olhos, fiz questão que me visse. Logo em seguida, vi que disse algo para o namorado da Barbie e foi na direção do banheiro. A Alessia me deu uma olhada significativa e foi atrás de um dos seguranças. E eu, fui até o banheiro. Assim que fechei a porta, vi a Iza debruçada sobre a pia. Pelo reflexo do espelho, pude ver que estava se segurando para não chorar. E com cautela, me aproximei. Percebi que ficou tensa e, não conseguindo me controlar, perguntei: 

- Para quem não era exibicionista... Uma evolução e tanto... - Falei, não me contendo e aproximando a boca do seu pescoço, me inebriando com o cheiro do seu perfume misturado ao da sua pele.
- O que está fazendo aqui? Não temos mais nada a ver um com o outro...
- Te fiz uma promessa, lembra? Logo depois que você transou comigo...
Comecei a torturá-la, beijando seu pescoço e percebendo que estava arrepiando. E quando a vi estremecer, não me controlei e ri daquela reação.
- Para, Bill. - Pediu, com a voz fraca.
- Eu sei que você quer isso tanto quanto eu quero... - Disse, mordendo o lóbulo da sua orelha.
- Não, eu não quero. Você vai ter um filho, deveria estar cuidando da Sofia, lá em Hamburgo. E eu... Tenho alguém.
- É. Eu vi... Mas será que o namorado da Barbie te causa... Certas coisas?
- Me deixa em paz, criatura!
- Te deixo. Mas só se você me der duas respostas.
Respirou fundo.
- Que respostas?
- Te fiz a pergunta agora mesmo... Se o namorado da Barbie te faz sentir tudo aquilo que eu faço...
- Não, porque ele é melhor que você. Não me traiu e veio com uma história de que estava alucinando. - Respondeu, com voz firme e se esquivando.
- Não estava me referindo à isso... Estava falando de, se quando ele te beijou, sentiu aquela falta de ar que costumava sentir quando era eu quem te beijava... Se... Suas pernas ficaram moles... - Continuei andando, vendo-a recuar até bater na parede. Aproximei meu rosto do seu e continuei: - Não acho que ele consegue deixar seu coração disparado do mesmo jeito que eu consigo com apenas um olhar... - Sorrindo, ergui a mão e toquei seu seio esquerdo. Seu coração batia de maneira rápida e forte. - Exatamente desse jeito. - Disse. - E muito menos te deixe arrepiada - voltei a aproximar o rosto do seu pescoço, que foi beijado de maneira lenta e sensual. Em seguida, quase sussurrei: - E duvido que ele te deixe... - Deslizei minha mão pela sua barriga, coxa e lentamente deslizando pela parte interna, nem passando pela sua virilha e tocando o ponto exato sobre sua calcinha, a desarmando completamente. - molhada desse jeito. - Mordi o lóbulo da sua orelha de novo e a ouvi suspirar. - Sabe por quê?

Fazendo a mais pura birra, não respondeu. Sorri e respondi: 

- Bom, já que você está sendo teimosa, eu mesmo respondo. Ele não consegue fazer nada disso porque, além de você ser minha... Ele nunca vai ser nada além de um amigo.

Engoliu em seco e falou, teimosa como sempre:

- Aí que você se engana.
- Ah é? Já dormiu com ele, por um acaso? E você já deixou ele te tocar?

Com a voz falha, perguntou:

- E o que você tem a ver com isso? Já cansei de te falar que não somos mais nada um do outro... E nem estamos mais sozinhos.

- Fale por você... Anda, Iza - Disse, deslizando os meus lábios sobre sua bochecha, mal os encostando sobre sua pele macia e quente. - Fala que eu estou errado... Que o almofadinha te faz sentir tudo na mesma intensidade que eu faço...

- Para quê você quer saber?

- Só me diz se sim ou não...

Travou o maxilar e respondeu entredentes:

- Não.

Sorri e, depois de me endireitar, perguntei:

- Quero que me responda, olhando nos meus olhos, se você não sente mais nada por mim.

Ainda franzindo o cenho, me fixava com um pouco de raiva. Mas, graças à proximidade, pude ver que ainda sentia algo forte demais por mim. E respondeu, depois de um longo tempo:

- Sinto. Ódio. Raiva. Desprezo. Mas ao mesmo tempo, não consigo deixar de te amar. Simplesmente não consigo deixar de ser masoquista e pensar em você o tempo inteiro, mesmo sabendo que não devo.

- E desde quando você não faz mais o que quer? - Perguntei.

- Desde que eu te vi... - Engoliu em seco. - Transando com a Sofia. Você não tem ideia do quanto ver... Aquilo acabou comigo. 

Ah, eu tinha. E ela não era a única que saiu machucada daquela história.

- Já te disse que eu achava que era você... Não sei o que houve comigo.

- É... Melhor a gente fazer como te disse. Cada um seguir seu caminho.

- Mesmo contrariando tudo aquilo que você sente por mim e... - Aproximei o rosto do seu, deslizando os lábios delicadamente sobre os seus. - que é correspondido, por mais que se negue a acreditar em mim por pura teimosia...

- Você não usou camisinha. - Falou, me fazendo parar abruptamente.

- Realmente. Estava agindo sem pensar. Do mesmo jeito que da última vez que a gente transou e não usou também.

Arregalou os olhos, surpresa.

- Me deixa ir, por favor. - Praticamente implorou. Mas eu não estava disposto a ceder. Não naquela noite.

- Não.

- Bill, para com isso e me deixa sair. O Alex está me esperando e daqui a pouco invade esse banheiro.

Sorri debochado, sabendo que ela estava se lixando para o almofadinha e, acariciando sua bochecha, falei, a desafiando:

- Até parece que você realmente quer sair daqui...

Vi que vacilou e, respirando fundo, abriu a boca para protestar e, por fim, não emitiu qualquer som. 

- Me deixa ir. - Pediu. 

- É isso que você quer? 

Seu olhar ainda sustentava o meu e, depois de engolir em seco, concordou com a cabeça, evitando manter o contato visual. Segurei seu queixo e falei: 

- Fala então. Mas olhando para mim. 

Logo, seu rosto começou a ficar corado. E percebi que os olhos iam se enchendo de lágrimas. De repente, ela reagiu de maneira totalmente inesperada. 

- Fica longe de mim! Eu não quero ter mais nenhum sentimento por você a não ser o de raiva! Te odeio por me fazer te amar o tanto que eu te amo! - Praticamente gritou. 

- Eu não vou ficar longe de você, Luiza! - Respondi, quase no mesmo volume de voz. Tentou fugir, mas a segurei firme contra a parede. Finalmente deixou as lágrimas escorrerem por suas bochechas e aquilo me matava. - Entende isso. Não vou te deixar, principalmente porque não consigo mais imaginar minha vida sem ter você por perto, ainda que não possa te tocar, como agora. 

Piscava, tentando me enxergar melhor através das lágrimas, mas era impossível. 

- Se você soubesse o quanto... Me arrependo de ter feito aquilo... - Falei.

- Mas fez. E é isso o que mais me dói. 

- Não vai conseguir me perdoar, não é?

Enxugou as lágrimas e, assumindo uma postura dura, respondeu:

- Posso até te perdoar. Mas não vai ser como era antes. 

Eu sabia que não. 

Mas antes de deixa-la ir, precisava fazer uma coisa. Passei meus braços em torno da sua cintura e a puxei para mais perto de mim, não dando nem chance de respirar fundo, tomando fôlego. A beijei e, por mais que lutasse, acabou não resistindo. Senti seus dedos se embrenhando nos meus cabelos e os puxando de leve. Logo depois, arranharam minha nuca com a mesma intensidade. Apertei sua cintura e a puxei para mais perto, de modo que nossos quadris ficaram colados. Sentia o gosto adocicado de uma bebida que vi que tinha tomado algum tempo antes. Passei a beijar seu pescoço e, quando me aproximei da sua orelha, mordi o lóbulo e pedi:

- Fica comigo hoje... 

- Eu não posso. - Disse. 

- Pode. E quer. - Falei baixo, vendo sua pele se arrepiar e ela vacilar por um momento. 

- Bill... - Praticamente gemeu. Fazer aquilo comigo àquela altura era simplesmente me pedir para não deixa-la sair daquele banheiro nunca mais! 

- Fica. - Pedi. 

- Não. - Sussurrou. 

Dei um sorriso malicioso e, mordendo o seu lóbulo mais uma vez. Tive que segurá-la firme pela cintura para que não desabasse e falei, ainda com a boca próxima ao seu ouvido:

- Já que está sendo tão teimosa... Acho que vou ter de te persuadir... 

- Não, Bill... Para, por favor. - Praticamente me suplicou, porém, era inútil, uma vez que comecei a beijar cada mínimo pedaço de pele do seu pescoço, fazendo questão de inspirar e me inebriar cada vez mais com a mistura viciante que era o seu cheiro natural com o do seu perfume. Desenhava círculos, mesmo sobre o vestido que usava, na sua cintura com a ponta do meu polegar. Me aproximei da linha do seu maxilar e perguntei: 

- Até quando vai tentar ganhar uma luta já perdida? 

Respirou fundo e reuniu força o suficiente para me afastar. Ainda tremendo um pouco, estendeu a mão para mim e pediu: 

- Por favor. Me dá as chaves antes que as chances de eu ter mais raiva de você aumentem drasticamente. 

Depois daquela, obedeci. Mas não sem antes puxá-la pela cintura e prender seu corpo contra a parede, beijando aqueles lábios carnudos que sempre me tiravam do sério. E dizimavam meu juízo sumaria e impiedosamente. Ao mesmo tempo, continuava com uma mão quase nos seus quadris enquanto a outra segurava sua nuca, deixando que meu polegar acariciasse sua bochecha. Só nos separamos quando ouvimos o celular dela tocando. E fiz questão de deixar a pessoa esperando, ignorando totalmente quem aquela criatura inconveniente pudesse ser. Dei um selinho demorado e, só nos separamos mesmo quando ela se afastou, atendendo à chamada e destrancando a porta. Peguei meu celular do bolso e digitei uma mensagem rápida, enviando para o seu número e não controlando um sorriso vitorioso. 

Quando saí dali, vi o olhar da Alessia para cima de mim e, justo quando a Luiza a chamou, dei um jeito de não dar tanta bandeira. Quando vi o namorado da Barbie almofadinha se aproximando dela, pedi ao barman uma dose de qualquer bebida forte e a tomei num gole só. Se aquele almofadinha estava achando que ia levar a melhor em cima de mim... Estava muito enganado. Tinha feito uma promessa à ela e não ia quebra-la. Ainda mais que agora tinha uma motivação a mais. Provar que eu era muito melhor que aquele loiro filhinho de papai que estava dependurado no seu pescoço e falando um monte de merdas no seu ouvido. 

Assim que voltei ao hotel que estava hospedado, exatamente em frente ao apartamento que a Iza estava, inclusive com as janelas na mesma direção uma da outra, como fazia em todos os dias desde que chegara ali, na mesma noite que ela, tranquei a porta e fui até a varanda, levando comigo um maço de cigarros e o isqueiro. Me apoiei sobre o parapeito da janela e observei as luzes sendo acesas à medida que a minha menina ia andando rumo ao quarto. Naquela noite, porém, houve algo diferente. Não, o almofadinha não estava com ela. Mas, como se sentisse que eu estava a observando, começou a se despir. Quando chegou ao quarto, estava com o mesmo conjunto de calcinha e sutiã da primeira noite que passou comigo. Percebi que estava mais magra. Tanto que era possível ver suas costelas sob a pele ainda mais que de costume. Entrou no banheiro e, sabendo que ia tomar banho, aproveitei para ligar para o Tom, que, obviamente, quase me matou pelo telefone quando ouviu minha voz. Assim que se acalmou um pouco, perguntou: 

- 
O que diabos você tá fazendo aí em Londres?

- O que você acha? Aliás, muito me surpreende que você ainda não tenha percebido o motivo.

- 
Seu filho da mãe! Quase mata todo mundo de preocupação por aqui! Deixa só você voltar para Hamburgo para ver o que te espera. E não estou falando só da mamãe. 

Revirei os olhos e quando voltei a atenção para a janela da frente, vi a Iza enrolada numa toalha. Desde quando tomava banhos rápidos?

- Tá. Preciso que me esclareça uma dúvida. - Pedi, quando ele se calou por um instante. 

- 
Que dúvida?

- A Iza está se alimentando direito?

- Por que quer saber isso? 

- Primeiro porque, apesar de não parecer, me preocupo com ela. Em segundo, porque eu sei de fonte segura que ela tem a mania de simplesmente parar de comer. E quando falo isso... É de ficar assim o dia inteiro. Tipo toma o café com leite de manhã e só vai comer de novo no final da tarde. Isso quando não fica sem nada no estômago até mais tarde. E em terceiro... Estou olhando para ela agora. Não dava para ver tão claramente as costelas dela. 

- 
Que fonte é essa?

- Te proponho uma coisa. Eu te conto quem é essa pessoa e em troca, você me diz se estou certo. Mas não comenta nada com a Iza. 

O ouvi suspirando do outro lado da linha antes de concordar. Revelei: 

- É uma amiga dela chamada Alessia. As duas se conheceram em Roma e é ela quem está me ajudando aqui em Londres. 

- 
Me passa o número dela. É até bom porque ela pode realmente ser útil para ficar de olho na Iza. 

Fiz o que pediu e, por fim, disse: 

- 
Olha, não quero que faça nenhuma besteira e nem seja imprudente. Mas, quando ela saiu daqui de Hamburgo... Também percebi que estava mais magra. Disse que estava se alimentando direito, mas não acreditei muito. Você conhece a Luiza. 

- O que a gente faz, então? 

- 
Para início de conversa, você vem para cá. Deixa ela achar que você se conformou com a separação e tal. 

- Mas eu não me conformei! 

- 
Faz o que eu estou te pedindo e deixa de ser teimoso? Quando você chegar aqui, te conto a respeito de uma ideia que eu tive e que pode funcionar. 

Tinha até medo de descobrir o que meu irmão estava aprontando...

Postado por: Alessandra

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