segunda-feira, 16 de abril de 2012

By Your Side - Capítulo 20 - Brincando com um passatempo

Uma semana depois.

Eu estava novamente naquele estado inconsciente, que eu podia ouvir, mas não poderia raciocinar. Senti a ponta dos dedos gelados de alguém passear pela minha testa como se tirasse alguns fios de cabelo fora do lugar. Trazia-me uma sensação gostosa. Eu abri os olhos, agora consciente.
Os olhos quase cinza de Henry estavam bem próximos aos meus, com um sorriso incrível no rosto, eu sorri igualmente.
– Bom dia, sua linda – Ele sussurrou.
Eu notei o quarto um pouco escuro e ouvi a respiração ritmada de Chelsea na cama de cima. Imaginei que Henry estivesse dentro do quarto clandestinamente.
– Bom dia – Eu sussurrei de volta.
– Como você está?
Eu respirei fundo para checar a garganta, os pulmões, a cabeça, as terminações nervosas... Tudo em ordem.
– Bem – Eu respondi – Se eu precisar de um médico eu te chamo.
Henry esboçou um sorriso pervertido e encurtou o espaço entre nossas bocas, tentando me beijar. No início eu mantive a boca fechada, mas logo depois permiti que ele me beijasse. Na verdade, eu não correspondi como queria que meu corpo respondesse. O beijo foi rápido. E logo depois eu me levantei com o travesseiro na cabeça.
– O que é isso?
– Estou tapando o ninho que meu cabelo forma quando eu durmo – Eu respondi – Vou tomar um banho, fique aí.
– Ah, claro. Então a Chelsea vai acordar e me bater. Ou pior, o pai dela vai checar se ela está bem e vai me espancar.
Eu sorri.
– Te espero no café da manhã – Eu falei.
Henry saiu do quarto sem fazer barulho e eu entrei no banheiro para tomar um banho. Coloquei uma roupa não tão simples com a intenção de sair de casa durante o dia. Um short branco, um suéter bem largo de listras grossas azuis e marrons com uma botinha marrom e alguns acessórios como a pulseira de metal que Jamie havia me dado. Passei a leve maquiagem e arrumei os fios negros de cabelo.
Chelsea já estava acordada quando saí do quarto. Ela parecia estar lendo algo muito importante no computador e eu chamei sua atenção.
– Você leu as noticias? – Ela me perguntou com um tom de voz sério.
– Não. O que falam?
– Espera, deixa-me traduzir – Eu ri e alguns segundos depois ela começou a falar: - “Tokio Hotel: alguns fãs podem pensar que é frescura, mas o empresário David Jost alarmou que ‘as coisas estão ficando sérias’ para o lado dos meninos e muitos pensam que está tudo relacionado com as duas meninas das fotos abaixo. Ontem á tarde foi confirmado: a turnê foi cancelada e os shows voltarão em abril desse ano...”
– O que? – Eu ergui a sobrancelha – Eles cancelaram a turnê?
– É o que Jost confirmou. Posso terminar de ler? – Então continuou: - “... Jost confirmou que um dos integrantes não poderá atuar nos palcos durante alguns dias, relacionado á problemas pessoas dos quais ele não pôde revelar, infelizmente não temos mais noticias dos nossos meninos favoritos da Alemanha, porém, nossos fotógrafos vão estar alertas em qualquer sinal de vida de um deles, e das duas meninas também. By: T.W”
Meu queixo caiu. Eu fechei a boca, respirei fundo algumas vezes.
– Eu não acredito – Chel disse.
– Eu também não!
– TEM FOTÓGRAFOS NOS PERSEGUINDO!
Não era aquele “não acredito” que eu queria ouvir, mas bem...
– Chel, um dos integrantes do qual a gente não sabe quem é está incapacitado de atuar nos shows e você está aí se preocupando com fotógrafos!
– Eu me preocupo sim, mas se fosse o Bill ele já teria me ligado, então é bem mais provável que seja algum outro...
– Isso não alivia a situação! O que há de mais estranho é que isso tenha acontecido bem depois que eu saí de Leipzig. Mas não é possível que seja Tom, só se ele se jogou da janela ou coisa assim, mas ele não estava chateado a ponto de fazer algo consigo próprio.
– Se jogar da janela? Você está pensando que seja algo físico? – Ela perguntou, desligando o computador.
– Bem... Não seria algo emocional. Qualquer sinal de depressão, Jost mandaria a melhor psicóloga da Alemanha para ver.
– Você pode estar certa. Mas eu acho que seria mais fácil ligar para um deles e perguntar. Vou tomar um banho.
Chel entrou no banheiro e eu encostei a cabeça na porta para continuar conversando.
– Eu não quero ligar. Não quero saber noticias deles – Eu resmunguei.
– Quer sim.
– Não quero, não! – E depois acrescentei mais baixo: - Ou talvez queira, mas não quero admitir e continuar dizendo para mim mesma de que não quero, ajuda a acreditar que eu não quero saber noticias do Tom...
– Eu não falei o nome dele, é você quem está o colocando no assunto.
– Vá para o inferno, princesa – Eu desencostei da porta e resolvi arrumar minha mala enquanto esperava Chel terminar de tomar banho.

Depois do café da manhã, o Sr. Hölt se despediu de todos. Ele iria pegar um avião para embarcar, ficando apenas a dona Hölt, Henry, eu e Chel na casa. Decidimos assistir um filme na sala com as cortinas fechadas para ficar parecido com um cinema.
– Quais filmes você tem aqui? – Henry perguntou sendo cara-de-pau e abrindo a gaveta da estante de televisão.
– Alguns romances terríveis em alemão em que a voz do gatinho fica grossa e estranha – Chelsea respondeu – Meu pai que comprou e aqui você nem ouve falar em português. Mas lá no meu quarto tem alguns DVDs com legenda.
– Certo, vou pegar. Tem milho de pipoca também? – Eu perguntei.
– Não, essa parte eu faço. Quero mostrar minhas habilidades na cozinha – Henry falou.
– Henry, eu não tenho extintor de incêndio, então deixa que eu faço a pipoca e você fica aqui com seu bumbum colado no tapete – Chelsea foi para a cozinha e eu fui para o quarto.
Procurei em algumas gavetas e achei 10 Coisas Que Eu Odeio Em Você. Quando voltei a sala com o filme na mão, os dois já tinham seus potes de pipoca e o meu estava separado na mesa de centro. Colocamos refrigerante nos copos e o filme começou.

Estávamos, em minha opinião, na melhor parte do filme, quando a garota está bêbada em um balanço e o Patrick está falando com ela, então ela caí do balanço.
Eu virei o rosto para o pescoço de Henry, rindo, que estava sentado do meu lado. Ele também virou e esboçou um sorriso pequeno nos lábios para mim.
– Venha aqui com seus lábios o mais perto possível dos meus – Ele disse.
Eu me aproximei um pouco e ele terminou a distancia puxando meu lábio inferior com os dentes, iniciando um beijo na sala escura enquanto o filme rolava na tela.
Ouvi a campainha tocar e o filme foi pausado. Chelsea fez uma cara de nojo para nós dois e foi atender a porta, enquanto eu bagunçava os fios negros do cabelo de Henry com o rosto próximo ao seu. Chel voltou alguns segundos depois e disse para mim:
– É para você na porta, e é melhor não demorar.
Eu me levantei num pulo e segurei o controle remoto, caso ela continuasse o filme sem mim. No corredor da porta eu pude vê-la entreaberta. A sombra de um garoto músculo estava do outro lado, com cabelos longos e castanhos. Eu corri, dando de cara com Gustav e Georg no batente da porta.
Pulei nos braços do meu primo, o abraçando forte. Ele me apertou contra seu corpo e depois me soltou me dando a chance de abraçar Georg. Algumas lágrimas ameaçaram escorrer. Eu tentei olhar por trás deles, mas nenhum sinal dos gêmeos Kaulitz. Isso poderia ser bom e ruim.
– Jus – Gustav sorriu. Um sorriso caloroso que eu estava sentindo falta.
– Me desculpem garotos – Eu disse em um sussurro.
Georg colocou a mão no meu ombro, sorrindo.
– Tudo bem.
– Vocês me entendem? – Eu deduzi.
– Não, mas estamos felizes por você estar bem – Gustav completou e eu sorri – Mas foi irresponsável da sua parte. Poderia apenas ficar no meu quarto por um tempo até Chel iniciar uma nova aposta que envolvesse o Bill saindo na rua e comprando coisas para te mostrar que não estávamos brigados com você.
Eu abaixei a cabeça.
– Dessa vez é diferente – Eu disse.
– Não pior do que atrasar um show.
– Tem noção do quanto é estranho ter a sensação de que está sendo perseguido por sua prima? – Eu perguntei – Vocês devem estar sentindo isso agora.
– Como?, se quem veio até aqui fui eu e não você veio atrás de mim – Gustav falou – Julia, eu realmente não me importo com isso. Quero dizer, é chocante e muito estranho, mas tudo bem.
– Tudo bem ser sua fã?
– Não coloque com essas palavras porque fica mais complicado de aceitar a verdade – Georg disse – Mas tudo bem saber ‘tudo’ sobre nós e ter a leve sensação de que vai desmaiar quando pisar no espaço do show.
Nós rimos e eu novamente os abracei.
– Você quer um autógrafo? – Georg brincou, rindo.
– Ah, gracinha. Eu lavo suas roupas e faço seu almoço. Acha mesmo que vou querer um mísero autógrafo? – Eu brinquei de volta – Querem entrar? Estamos vendo um filme.
– Não, não. – Gustav gesticulou – Nós dois viemos para casa, e te levar de volta, se você quiser é claro. Mas também por um assunto meio delicado sobre Jamie.
Eu olhei de Gustav para Georg.
– Sim, Jus, ele já sabe. Todos já sabem – Gustav respondeu meus pensamentos – Também vim para te levar para o hospital, para você ver Jamie pela última vez.
Eu levei as mãos ao rosto e Gustav passou a mão no meu braço como um gesto de consolação, e depois me puxou para um abraço que eu não correspondi.
– Eu... Eu vou pegar minhas coisas – Eu disse entrando em casa – Sentem-se na sala, acho que Chel vai querer me acompanhar. Ela também gostava muito da Jamie.
Eles entraram em casa levando em conta de que não era seguro continuar nas ruas quando os fotógrafos maníacos do site de fofocas estavam á procurar de todos nós. Peguei minha mala no quarto e depois saímos todos no carro do Georg – até mesmo Henry – para o hospital do centro de Magdeburgo.
Henry concordou em ficar do lado de fora da sala, por não conhecer realmente Jamie, mas eu, Chel, Gustie e Georg – com um violão na mão – entramos. Dentro de um quarto espaçoso e branco, duas mulheres se encontravam sentadas em um sofá e na maca ao lado, o corpo praticamente sem vida de uma menina loira e extremamente bonita.
As duas mulheres se levantaram e vieram me abraçar com algumas lágrimas no rosto. Eu as conhecia. A mais velha, Sra. Schäfer, mãe de Gustav. E a adulta mais nova era Franciska, irmã mais velha de Gustav. Eu me perguntei o que as duas faziam mofando naquele hospital.
– Eu não sabia que você chegaria tão cedo – minha tia sussurrou no topo da minha cabeça – Não imaginava que isso acabaria tão rápido.
Abracei Franciska. Nunca fui muito ligada á ela quanto era a Jamie, mas não deixava de ser minha prima.
– Desculpe-me por demorar tanto – Eu solucei.
– Agradeço por vir, Julia. Eu sabia que você era quase tudo para Jamie. Ela precisava te ver antes de ir – Sra. Schäfer disse – Olá Gustav, Georg, Chelsea, que surpresa.
Eles trocaram palavras carinhosas enquanto eu me aproximava lentamente da cama onde Jamie repousava. Ela tinha a expressão relaxada, mas eu ainda podia ver a forma do seu sorriso naquele rosto sem vida. Os cabelos loiros que antes tinham mechas rosa nas pontas também pareciam mortos, mas muito bem penteados como se alguém ficasse penteando aqueles fios por horas. Era o que Jamie adorava fazer, pentear os cabelos. Andava sempre com um mini pente no bolso. Eu toquei sua mão gelada e fagulhas de lembranças me atingiram. Lembranças boas.
– Sinto sua falta – Eu sussurrei mesmo sabendo que ela não poderia ouvir – Obrigada pela pulseira, mais uma vez. Eu a amo.
Eu poderia ouvir Jamie respondendo.
– Queria que você abrisse os olhos para ver meu novo piercing. Lembra aquela vez que você disse que faria um? Fiz por você. Devo estar me esquecendo de algo mais, eu tenho certeza. Ah, eu também realizei alguns sonhos, fui a um show deles. Tirei algumas fotos do Georg para você ver...
Ela não iria abrir os olhos e olhar as fotos. Eu falava sozinha com um meio cadáver, mas não me importava que os meninos ouvissem aquilo.
– Não sei por que Georg trouxe um violão, mas deve cantar algo para você. Qual era sua música favorita mesmo? – Eu me virei.
Georg estava sentado com o violão na mão e Gustav ao lado.
– Vergessene Kinder – Eu disse – Você pode tocar?
– Claro – Georg respondeu e depois começou a dedilhar as cordas do violão em uma versão acústica da música favorita de Jamie.
Eu acompanhei o ritmo com a cabeça e comecei a cantar.
Einsam und verlor'n (Solitárias e perdidas) Unsichtbar gebor'n (Nascidas invisíveis) Beim ersten Schrei erfror'n (Congeladas com o primeiro grito) Vergessene Kinder (Crianças esquecidas) Name unbekannt (Nomes desconhecidos) Endlos weggerannt (Fugindo eternamente) Aus der Welt verbannt (Banidas do mundo) Vergessene Kinder (Crianças esquecidas)
Segurei a mão de Jamie e algumas lágrimas escorreram pelo meu rosto. Aquela música era estupidamente incrível e de vez em quando, parecia falar especialmente de mim. Na verdade, era assim com todas as músicas do Tokio Hotel.
Sie sehen (Elas veem) Sie fühlen (Elas sentem) Verstehen (Entendem) Genau wie wir (Exatamente como nós) Sie lachen (Elas riem) Und weinen (E choram) Wollen leben (Querem viver) Genau wie wir (Exatamente como nós)
Fitei seu rosto e notei uma gota de água quase invisível no canto de seus olhos. Era impossível que fossem lágrimas. Ela estava praticamente morta, não podia ouvir nem reagir, mas de qualquer forma, eu limpei a gota de água do seu rosto. A música terminou de tocar e Georg se aproximou.
Ele pegou a mão de Jamie e a beijou delicadamente. Eu sorri. Era tudo que ela sempre quis.
A Sra. Schäfer se aproximou e então eu notei a presença de duas enfermeiras e um médico, próximos da maca. Eu podia sentir que não teria mais que um minuto com o coração de Jamie batendo. Mais lágrimas escorreram e eu corri para abraçar Gustav, que também parecia chorar, mas de forma controlada.
– Julia? – Minha tia chamou minha atenção. Eu balancei a cabeça afirmativamente e ela disse para os médicos: - Podem desligar.
– Espera! – Eu disse – Talvez... Talvez se ela ficar mais tempo, não tem nenhuma forma de ela voltar?
O médico trocou olhares com a enfermeira e analisou a ficha técnica de Jamie por alguns segundos, eu esperei silenciosamente.
– É difícil – O médico falou -, mas ela está aqui não faz quatro meses.
– Então se esperar mais um pouco...? – Gustav disse.
– Com alguns tratamentos, pode ser que ela saia do coma, e nós poderíamos analisar melhor com ela de olhos abertos. Quem sabe – A enfermeira completou.
Eu fitei a Sra Schäfer, suplicante. Ela deixou escapar um risinho.
– Eu posso esperar.
– Por favor! – Eu comecei a sorrir – Eu vou estar perto de Gustav, eu quero saber tudo o que vier acontecer.
Ouvi o bip, bip da máquina se acelerar.
E assim ficou combinado. Jamie continuaria “viva”, e com alguns tratamentos até acordar. Eu tinha esperanças, todos tínhamos.
(...)

O relógio marcou nove horas da noite. Eu o observei se arrastar pelo círculo em cima da geladeira da cozinha. Eu estava apoiada na bancada da casa dos garotos, onde agora só Gustav e Georg estavam, junto comigo e Henry na cozinha.
Eles me explicaram no carro que Bill e Tom precisavam ficar em Leipzig por um tempo, e apenas confirmou que um dos integrantes não poderia atuar nos shows, sem me dizer quem era e eu também não quis insistir.
Chel foi deixada em casa, mas Henry preferiu me acompanhar até a casa dos garotos. E nesse exato momento, ele me abraçava de lado sentado no outro banco, observávamos enquanto Gustav fazia quatro canecas de chocolate quente com marshmallows afundados. “Isso vai esquentar vocês”, Gustav dissera.
Distribuiu as canecas e eu vi Georg terminar a dele em menos de um minuto, enquanto eu nem tinha colocado a boca na caneca. Eu tombei a cabeça no ombro de Henry.
– Estou cansada – murmurei.
– Posso te levar para cama – Henry respondeu.
Eu me levantei do banco com a caneca nas mãos e falei mais alto:
– Gustav, eu vou me deitar e Henry vai ficar lá comigo.
– Boa noite, Jus – Gustie e Georg me disseram juntos.
Entrei no meu quarto com Henry atrás de mim e fechei a porta. Coloquei a caneca no criado mudo e me joguei na cama, fechando os olhos e massageando as têmporas. Fora um dia cheio.
Senti os lábios se Henry encostarem-se ao meu rosto e, eu sorri de lado.
– Você costuma ter pesadelos? – Henry perguntou.
– Às vezes – Eu respondi – Por quê?
– Posso fazê-los desaparecerem – Henry esboçou um sorriso pervertido.
Eu retribuí o sorriso e o puxei pelos cabelos negros para beijá-lo. E posso dizer que não foi um beijo nada santo. Era feroz e cheio de segundas intenções, que logo foram reveladas.
Henry passou uma perna para o outro lado da minha cintura, ficando por cima de mim. Eu agarrei seus fios de cabelo e puxei mais para perto, mas ele desviou da minha boca e pousou no meu pescoço, brincando com minha pele sensível.
Não eram mordidas, eram cócegas. Eu ri e senti seu corpo se remexer por causa da risada. Levei minhas mãos à barra da sua camiseta e ergui um pouco para ter a visão do seu abdômen definido. Henry gostou da brincadeira e tirou a camiseta por mim, puxando também por cima da minha cabeça meu suéter bem fácil de retirar.
Henry não parou para avaliar meu corpo. Ele voltou a me beijar no mesmo instante passando as mãos pela minha cintura, subindo e descendo. Eu desci as mãos pelas suas costas, sentindo cada curva quase perfeita.
O clima estava esquentando, era óbvio. Eu não controlei o que fazia e ignorei totalmente a parte santa da minha mente, deixando espaço para as besteiras pervertidas que me faziam gemer de vez em quando Henry passava as mãos nas minhas pernas.
Estava ficando legal e bastante animado quando batem na porta educadamente e esperam meu sinal de “estou viva”. Henry soltou uma gargalhada, provavelmente imaginando que aquilo parecia a cena de uma novela e era óbvio que alguém iria interromper.
Eu puxei a blusa por cima da minha cabeça e abri a porta, dando de cara com um Gustav vermelho.
– Interrompi algo, e não quero saber o que é – Ele falou – Telefone para Henry. É da Chelsea.
Eu peguei o telefone e fechei a porta, passando para Henry.
– Alô? É, eu vi a hora. Não vou demorar, amizade. Já estou indo. Recado dado. Tchau.
Eu sorri, me deitando na cama e fitando Henry.
– E aí?
– Chelsea me mandou voltar para casa e parar de perversidade com “a santa dela” – Nós rimos – Chel não conhece esse seu lado, Julia. Ela te mandou um beijo e agora eu preciso ir.
– Não faz mal, depois a gente continua – Eu sorri.
Henry se inclinou para me dar um beijo e depois saiu do quarto, indo embora de volta para casa de Chelsea.
Tomei o chocolate quente que estava frio depois daqueles minutinhos de diversão. Troquei de roupa para um pijama confortável e me arrumei para dormir, já me deitando na cama debaixo das cobertas.
Eu fechei os olhos e cantarolei mentalmente uma música aleatória, quando me lembrei de que estava sozinha com Gustav e Georg na casa, ou seja, Tom não estava no seu quarto e ele estava obviamente destrancado.
Minha mente boa martelou minha cabeça dizendo que seria totalmente errado bisbilhotar o quarto de Tom, seja com qualquer intenção, logo depois de sair de uns amassos com Henry. Eu estava brincando com meu passatempo. Mas não estava fora de cogitação.
Eu não iria fazer nada demais, só entrar no quarto. Quem sabe o que eu encontraria lá e o que me daria vontade de fazer...
Não agüentei a curiosidade e me levantei com meu travesseiro nas mãos. Abri a porta do quarto na minha frente e o perfume masculino que era forte o suficiente só para me deixar excitada me envolveu. Eu fechei a porta atrás de mim e analisei o quarto.
Igualzinho da última vez que Tom o deixou. Roupas espalhadas pelo chão, cama desorganizada... Bem, parece que ninguém podia entrar ali. Eu saltitei pelo quarto como um unicórnio babaca e me joguei na cama, onde o perfume era mais forte.
Eu não esperava que o perfume fosse me torturar e me lembrar das imagens mais perfeitas que eu tinha do Tom em minha cabeça. Fechei os olhos e respirei fundo contra os lençóis. Eu senti as lágrimas embaçando meus olhos quando eu tentava abri-los. Eu podia ouvir Tom sussurrando. Eu podia jurar ouvi-lo.
“- Eu não vou dormir, sua chata. - Ele resmungou debaixo das cobertas.”
“- Então me faça dormir. Eu simplesmente não consigo.”
Lembrei-me da primeira vez que entrei no seu quarto, quando Tom me pediu para colocá-lo para dormir. Eu fiz algumas perguntas que ele não me respondeu direito e depois ele dormiu.
“- Você não me odeia, não é? E foi carinhosa com o Bill, poderia ser comigo também. Eu já notei que você não tem recaídas...”
“- Sabia que existe outro Kaulitz na casa, Schäfer?”
Eu perdi os sentidos debaixo das cobertas de Tom, quase sufocando com aquele perfume incrível, e então adormeci naquele quarto.

Ponto de vista - Kaulitz

Meu irmão gêmeo zapeava pela televisão depois de ganhar a guerra do controle remoto, ele deixou cair em um canal que passava um desfile extraterrestre. Eu bufei e virei o rosto para o violão no meu colo, qual eu não conseguia tocar.
A cifra de By Your Side estava do meu lado, eu passei os dedos pelas cordas e fiz algum som que despertou a atenção de Bill. Ele pegou o violão e colocou longe de mim, eu fiz uma careta.
– Assim você não vai melhorar nunca, Tom – Bill disse, voltando sua atenção para a televisão.
– Assim, quando eu melhorar, nunca mais vou tocar violão por falta de prática.
– Eu duvido muito. Não saio por aí cantando minhas músicas, mas quando chego nos palcos minha voz não muda.
– Ok! Então faz um favor e muda de canal, sei lá, aquele canal de hip hop que tem no quarenta e dois.
– Eu não gosto de hip hop, Tom – Bill sorriu de lado e depois começou a dar uns gritinhos quando a próxima modelo entrou – Ai, que salto lindo! Olha aquela caveirinha na ponta!
Eu desviei o olhar da tela para não olhar para a caveirinha. Não poderia entrar no quarto agora, porque alguns homens estavam colocando um novo espelho no lugar e montando minha cama de casal nova. O piano já estava dentro do quarto e o meu violão... Bill pegou de mim. Bati de leve minha cabeça na parede. Fui para a cozinha me entupir de comida até a hora passar.
Comi um saco de salgadinhos olhando para o nada, preparei dois sanduíches e só comi um, levando o outro junto comigo até a varanda. Lá na varanda tinha uma cadeira reclinável, eu me deitei, coloquei os fones de ouvido do mp3 e fechei os olhos. A música começou do meio, era Deshalb do Samy Deluxe.
Eu fui acordado um tempo depois por Simone. Ela me avisou sorrindo que meu quarto estava pronto e depois me avisou séria “Não torne a quebrar tudo novamente”. Eu ri, e me levantei correndo para meu quarto ainda com o sanduíche na mão.
O perfume do quarto tinha outro cheiro. O chão estava limpo, as roupas arrumadas, a cama de casal no lugar com lençóis novos, meu piano preto no canto do quarto, minhas guitarras estavam todas enfileiradas e pela porta entreaberta, o espelho novo também estava no lugar. O chão branco do banheiro estava limpo e o cheiro de sangue não era sentido.
Sentei-me no banco do piano, levantei a tampa e passei o dedo pelas teclas. Puxei um caderno em branco no guarda-roupa e uma caneta. Coloquei em cima do piano e toquei algumas teclas.
– Então se eu não posso tocar violão, vou tocar piano – Eu resmunguei.
Eu toquei mais teclas e repeti a seqüência algumas vezes até formar um som legal. Na minha cabeça, a melodia já estava desenvolvida e algumas palavras se formavam em uma música. Eu anotei minhas idéias.
(...)
A porta do quarto se abriu revelando Bill.
– Nossa, o piano é incrível! – Ele sorriu.
– Sim, ele é – Eu sorri. – Bill, faz um favor para mim.
– Qual?
– Cante isso – Eu entreguei a letra para Bill.
Ele avaliou por um minuto a letra, e começou a sorri depois, se sentando do meu lado.
– Você escreveu isso? Sério mesmo?
– Vai cantar ou não, Bill?
Ele sorriu, e eu comecei a música no piano e troquei olhares com Bill para que ele começasse a cantar.
[Coloque a música para tocar]
I'm trying to tell you (Eu estou tentando te dizer) I'm trying to know you (Eu estou tentando te conhecer) I'm dying to show you (Eu estou morrendo para te mostrar) Fighting to get you (Lutando para conseguir você)
Soon as you got me (Assim que me alcançou) You go and drop me (Você foi e me largou) It's cool when you burn me (É legal quando você me queima) I love how you hurt me (Eu amo o jeito que você me machuca)
Oh no I'll never let you go (Oh não, eu nunca vou deixar você ir) Oh no I hate that I need you so (Oh não, eu odeio precisar tanto de você)
Julia poderia estar aqui. Ela poderia estar ao meu lado cantando essa música com a voz incrível que ela tem. Aquela voz que eu ouvi cantando Don’t Jump. Ela estaria, se eu não fosse tão tolo, burro e idiota.
Ela nunca seria minha. A leve lembrança da balada em Berlim passou pela minha cabeça.
“- Você nunca vai ser meu namorado, ta?
– Provavelmente, eu não namoro. Você já deve ter ouvido alguém falar isso de mim.”
Eu continuei tocando enquanto Bill terminava a letra no papel, e as últimas partes eu forcei minha voz a sair e cantei junto:
I'm standing in the pain (Eu estou continuando na dor) That's smothering me (Que está me consumindo) It's more becoming my own blood (Está tornando-se meu próprio sangue) You can't see (Você não pode ver) That I'm starving for your Love (Que eu estou faminto pelo seu amor) And I need attention (E eu preciso de atenção) Or I'm gonna die! (Ou eu vou morrer!)
It's not what you said (Não é o que você diz) It's the way you say it (É o jeito que você diz) It's not what you did (Não é o que você faz) It's the way you do it (É o jeito que você faz) Sick and tired of needing your affection (Doente e cansado de precisar de sua afeição) I chose to be lonely (Eu escolho ficar sozinho)
Terminamos juntos e no mesmo momento eu decidi a nome da música. Attention. Atenção. Era o que eu precisava agora. Então quase tudo se encaixou na minha cabeça.
Ela sempre me deu atenção. Eu nunca fui ignorado. Quando eu me perguntava por que não era o suficiente para ela, eu sempre fui. Sempre fui seu ídolo. Mas, droga, Julia disfarçava muito bem. Eu sorri, inconscientemente.
– Por que está sorrindo? – Bill perguntou.
– Julia disfarçava muito bem, não?
Bill concordou. A porta novamente se abriu. Eu vi a menina de cabelos castanhos e mexas claras entrar, Hilary. Ela estava linda, usando um salto que alongava suas pernas, mãos perfeitas, um vestido que delineava seu corpo com os cabelos soltos. Eu poderia me levantar e agarrá-la ali mesmo, se Andreas não tivesse entrado bem depois.
– Tom – Ela cantarolou – Como você está? Eu estive tão preocupada.
Hilary precisou se abaixar um pouco para me abraçar enquanto eu estava sentado no piano. Eu me levantei para apertá-la melhor contra meu corpo. Depois ela abraçou Bill e nós cumprimentamos Andreas.
– Bem, o quarto não está acabado como você disse no celular, Bill – Andreas brincou – Mas quando os homens chegarem, podem mandar derrubar tudo de uma vez e reconstruir.
– Ahn, eles acabaram de arrumar o quarto, seu engraçadinho – Eu forcei um sorriso.
– Ficou muito legal com essa nova cama de casal, Tommy – Hilary deixou o senso pervertido escapar na frase e eu sorri, mexendo com a língua no piercing.
– Então – Bill me interrompeu no momento ‘caça’ – Eu estava pensando em visitar o cinema. Não vamos lá desde... Poxa, faz muito tempo!
– Cinema seria uma boa idéia. Vamos, Hil? – Andreas puxou a mão da irmã.
– Eu topo – Eu disse, Hilary concordou no mesmo instante.
Fomos todos no carro de Andreas para não chamar muita atenção, Bill tinha colocado uma roupa bem comum e um casaco com capuz, mais óculos de sol em um dia frio. Eu fiz o mesmo e assim chegamos ao cinema em paz.
Bill e Andreas escolheram um filme de ação qualquer e eu nem me importei que fosse uma comédia romântica ou uma reportagem de moda. Desde que Hilary se sentasse do meu lado para eu continuar minha operação caça, qualquer filme vale.
E foi o que aconteceu. Pegamos as últimas cadeiras, Hilary se sentou do meu lado. Eu esperei até que as luzes se apagassem e peguei a mão de Hil para chamar sua atenção. Meu olhar cheio de malícia foi o suficiente para que ela permitisse que eu iniciasse um beijo.
Passei a mão pelo pescoço arrepiado dela e escorreguei a mão, acariciando seu braço e chegando até sua cintura. Apertei um pouco o que estimulou Hilary a puxar minha camisa para perto dela, mesmo que estivéssemos separados pelo braço dos bancos. Sem hesitar e nem pensar o que aquilo poderia significar, eu subi minha mão até seu seio e apertei levemente, o que fez com que ela mordesse minha boca e eu sorri durante o beijo que parecia ser interminável.
E depois disso, eu puxei Hilary para fora do cinema, pegamos um táxi e voltamos para minha casa que se encontrava vazia sem Simone e Gordon. Ela gargalhou ao notar isso e nós corremos para meu quarto, eu tranquei com chave.
Coloquei Hilary contra a parede e voltei a beijá-la, passando a mão pelo seu corpo por cima do vestido que pelo visto, era bem fácil de tirar. Eu puxei o vestido para baixo e ele escorreu pelo corpo de Hilary, deixando ela apenas com um sutiã tomara-que-caia e a calcinha.
Eu me afastei para tirar a blusa enquanto Hilary desabotoou minha calça. Eu a segurei pela cintura, e ela deu um pulo para eu colocá-la no colo e depois levá-la até minha cama.
No meio disso tudo, eu notei que não sentia nada. Não sentia desejo em possuí-la, nem sentimento nos nossos toques e beijos. Era seco, quero dizer, era sem graça. Para mim, já era comum não ter interesse na garota, mas era só relaxar e curtir o momento.
Depois de uma troca bem longa de carícias, eu senti que Hil já estava bem animada, eu a masturbei mais algumas vezes e estiquei meu braço para o criado mudo, destaquei uma camisinha e a vesti.
Toquei novamente a pele de Hilary e sorri, mas meu sorriso se desfez ao fitar seu rosto e me dar conta de que não era ela quem eu queria ali deitada naquela cama. Percebi que estava novamente com a cabeça em outro lugar e não hesitei em iniciar a penetração forte em Hilary, imaginando que talvez seus gritos agudos fossem tirar a imagem da Schäfer da minha cabeça.
Trocamos de posição, fazendo com que Hilary ficasse por cima. Ela impulsionou algumas vezes e eu comandava seus movimentos com as mãos na sua cintura forçando o corpo contra o meu. Seu rosto se contorcia levemente e Hil deixava que gemidos escapassem, acelerando o ritmo que seu corpo se chocava contra o meu. Ela puxou as cobertas se curvando sobre mim e deixou um rápido grito agudo escapar.
Hilary cravou as unhas nas minhas costas quando seu orgasmo chegou, e logo depois de mais alguns estímulos, o meu. Hil deitou sobre mim e eu coloquei-a ao meu lado na cama, saindo de dentro dela. Levantei-me e fui ao banheiro enquanto ela se cobria, joguei a camisinha fora e tomei uma ducha rápida, vesti uma bermuda e voltei a me deitar na cama.
Hilary rolou e voltou para cima de mim, sem me beijar, sem encostar o rosto no meu. Era apenas para falar:
– Tommy, você já me conhece – Ela sorriu.
– Você também já me conhece, Hil. Nada de compromissos.
Seu sorriso voltou a ficar cheio de malícia como se já estivéssemos em um acordo. Não vou negar que já saí algumas vezes com Hilary e entre nós era sempre assim, sexo sem compromissos. Por isso ela nunca nega. Nem eu.
– Agora vou me vestir, pois o filme já deve ter acabado – Hilary se enrolou no lençol e levantou-se da cama – Se importa se eu usar o chuveiro?
Eu neguei silenciosamente, a porta do banheiro se fechou e eu aproveitei para trocar de roupa, colocando um jeans claro, camiseta cinza e um boné preto. Assim que Hil terminou de colocar o vestido, a porta da frente bateu e eu soube que Bill e Andreas haviam chegado. Encontramos com eles na sala e por mais que os dois soubessem o que havia rolado entre mim e Hil, ninguém fez perguntas e Andreas já conhecia bem a irmã que tinha.
– Eu e Bill pensamos em jantar, mas vocês dois não estavam lá. Agora que nos encontramos, que tal uma churrascaria? – Andreas soltou um risinho.
– Hm, eu não sei, não. Acho melhor um restaurante natural e vegetariano – Eu fiz uma careta.
– Eu sou carnívoro, Tom – disse Andreas.
– E eu pratico canibalismo – Eu sorri com certa safadeza oculta na frase e os outros riram.
Acabamos por escolher um restaurante japonês. Eu já tinha tirado o curativo da minha testa, mas ainda usava a luva ortopédica e minha mão ainda tinha pontos. Isso não fez diferença alguma, fomos todos no carro do Bill dessa vez, o que chamou atenção de fotógrafos. Eu passei o braço por Hilary, mostrando ás fotos que ela era minha. Espero que seja publicado em Magdeburgo, eu pensei.
– Tom! Tom Kaulitz! – Um homem com um gravador ligado me chamou, eu o fitei calado caso a pergunta fosse muito besta – Pode nos informar quem é o integrante que está incapacitado de atuar nos palcos?
Eu arregalei os olhos. Se Jost tinha dito que eu estava “incapacitado”, eu iria arranjar uma bela briga com ele. Incapacitado é coisa de gay, eu acenei ao fotógrafo com meu braço que usava a luva ortopédica e ele voltou a fazer perguntas:
– E como o senhor arranjou isso?
Eu gargalhei antes de responder, os flashes miravam Hilary ao meu lado também, além de fotografar Bill e Andreas que já estavam dentro do restaurante.
– Digamos que eu estava em uma guerra com a cama.
O fotógrafo riu, bom garoto, gostei do senso de humor. Eles voltaram a fazer perguntas todos juntos, eu fiz um sinal de “chega” com a outra mão e me virei para entrar no restaurante com a ajuda dos seguranças de lá, que impediram os fotógrafos de entrar.
(...)
Chegamos a casa, nos despedimos de Hil e Andreas que pegaram o carro e foram embora. Simone e Gordon chegaram mais tarde e hoje eu pude dormir no meu quarto.
O dia não foi tão agitado, para mim até foi divertido e eu me surpreendi com a capacidade de manter Schäfer longe da minha cabeça. Estava na cozinha preparando um suco para depois me deitar quando ouvi Bill falando no telefone.
– Eu tenho certeza, ele já voltou ao normal. – Alguns segundos em silêncio – Está com Hilary. Não brinca! Henry? Que recaída. Então não tem problemas? Tudo bem, eu vou falar com Tom e amanhã a gente te manda notícias. Também já pensei nisso, é irritante ter um peso na consciência te lembrando o tempo todo que precisa manter Jus e Tom afastados. Ok, até mais, Gustav.
Bill apareceu na cozinha, segundos depois e eu tentei não manter contato visual.
– Falei com Gustav agora – Ele disse.
– Hm – Eu tentei não mostrar interesse – E o que vocês falaram?
– Bem, discutimos a idéia de voltar para Magdeburgo. Abrindo o jogo, todos sabem que você e Julia não estão nos melhores dias para se encontrarem, mas eu avisei que você estava com Hilary, e Julia, bem, está com Henry como você já deve saber.
Minha garganta secou. Ela tinha dito que não ficaria com ele se tivesse mais uma chance. Eu bebi um pouco do suco.
– Tudo bem, Tom?
– Continua.
– E aí vimos a possibilidade de voltar amanhã. Mas duvido que você vá querer com seu piano novo e tudo mais. E foi só isso. Vai querer voltar amanhã? Porque você sabe, para mim não faz diferença.
– Vou sim, pode ser legal. – Eu tentei manter minha voz estável – Hilary pode vir junta?
– Claro, se Andreas permitir. Duvido que ele negue. Então está tudo pronto?
– Não, vou arrumar minhas coisas. Acho que vou comprar um piano lá também – Eu disse, descontraindo – Bem, vou dormir, Bill. Boa noite.
– Boa noite, Tom.
Terminei o suco e entrei no meu quarto fechando a porta. Eu senti raiva. Joguei-me na cama embaixo das cobertas e fechei os olhos tentando apagar o rosto de Julia da minha cabeça.
Ela disse que ele não importava nada mais. Disse que provavelmente nunca mais iria beijá-lo. E eu acreditei. E agora? Ela está com ele.
Eu perdi os sentidos de tanto cansaço então foi bem rápido para dormir. Eu não deixava de pensar em como seria amanhã. Como seria olhar para o rosto de Julia novamente. Eu sentiria saudades e seria desonesto continuar com Hilary? Eu estava brincando com meu passatempo.
E o seu príncipe finalmente veio para salvá-la, e o resto você pode imaginar – Paramore

Postado por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog