segunda-feira, 16 de abril de 2012

By Your Side - Capítulo 11 - Creepy Bones

No dia seguinte eu abri os olhos me sentindo muito cansada. Minhas costas pesavam na cama, meu corpo estava quente debaixo da coberta e eu senti que estava sozinha no quarto. E realmente estava.
Troquei de roupa e assim que saí do quarto encontrei Chel no corredor. Ela também parecia muito cansada, eu pude ver sua falha tentativa de esconder olheiras com maquiagem.
– Bom dia, Cinderella. – Eu chamei por trás dela.
– Você sabe que eu odiava quando os meninos me chamavam por esse apelido, creepy bones – Ela retrucou. Deu para ver que essa manhã eu estava fora do normal relembrando apelido de infância – O que te deu?
Eu fiquei em silêncio. Ela olhou para a porta do quarto atrás de mim.
– Esse quarto definitivamente não é do Georg! – Ela fez cara de espanto e me encarou com surpresa estampada.
– Eu sei, eu sei. Foi sem querer, sabe.
– SEM QUERER? JUS VOCÊ TÁ MUITO MALCRIADA! – Nós gargalhamos juntas – Sabe o que eu vou fazer? Contar para o Gustav.
– Há essa hora – eu olhei no relógio –, eu aposto que ele já sabe. O Tom não estava no quarto quando eu acordei.
– Ele deve ter se levantado para adiantar a meia dúzia de bronca que vai levar dos garotos antes que você esteja presente. – Rimos novamente.
– Chel, eu e Tom não fizemos nada, ok?
Chelsea me lançou um “Aham, acredito” baixinho e me puxou pelo braço até o elevador para o refeitório. Não estava vazio, na verdade estava cheio e o horário de café da manhã já estava acabando. Mas eu sei por que estava cheio.
Apontei para a mesa no canto do refeitório onde você conseguia ver a cabeça de Bill e Tom, mas as cabeças de diversas cores de garotas histéricas tapavam Georg e Gustav, mais baixos, mas provavelmente estavam lá. David Jost também.
Aproximamos-nos, mas eles não devem ter visto, nos sentamos em uma mesa bem mais afastada e enquanto tomávamos café da manhã, discutíamos a multidão em volta dos garotos.
– Eu fico aqui imaginando o que o Bill ta pensando – Chel disse.
– Provavelmente em você.
Ela me deu um tapa, mas foi leve ou seja, ela queria que fosse verdade.
– Ele está distribuindo autógrafos!
– Tom faz tudo que ele precisa fazer no dia e nunca pára de pensar em sexo.
Chelsea engasgou com o café e depois riu.
– Eles não estão não. – Eu apontei. Seguranças afastavam as garotas pedindo para que elas os deixassem tomar café da manhã em paz.
Em pouco tempo, o refeitório estava quase vazio, a não ser por algumas famílias, A mesa que estava eu e Chelsea, e a dos garotos. Dessa vez quem se perguntava o que eles estavam pensando, era eu.
Primeiro estavam todos numa boa, conversando baixinho. Depois Gustav bate com os punhos na mesa e se levanta – algo o deixou irritado porque Gustav não é de fazer coisas assim. E depois ele volta a se sentar e começam a rir! Eu encarei Chel, ela devia pensar a mesma coisa.
– Jus, eles estão curtindo com sua cara – Eu olhei para a mesa dos garotos bem na hora que Bill apontou o dedo para nossa mesa, e logo em seguida, Tom virou o rosto para a mesa, voltando rapidamente a olhar para seu prato.
Eu fiz o mesmo com o meu prato, e me dei conta de que já estava vazio.
– Você está vermelha – Chel disse e eu levei minhas mãos às bochechas.
– Eu já terminei de tomar café. Vamos sair daqui? – Eu sussurrei rápido. – Li em algum lugar que tem uma piscina aquecida no subsolo.
Levantamos-nos e saímos do refeitório, eu olhei para trás como se alguma corda me puxasse. Eles também estavam saindo, logo atrás de nós.
– Vamos à piscina quente, garotos – Chel acenou.
Eu dei um tapa nela.
– Não! Aí não vamos ter privacidade – Eu disse, pensando em fãs histéricas.
– Ah, vai ser legal, creepy bones.
– Não vai dar, meninas – Bill respondeu – Vamos nos arrumar para uma reunião com Jost e a equipe. Em poucos dias o CD vai ser lançado.
– Vocês voltam cedo? – As palavras saíram da minha boca de forma preocupada.
– Deve demorar em torno de uma hora – Bill respondeu.
Eu olhei para Tom que estava de cabeça baixa, sem boné com os dreads presos. Ele e os Gs pareciam estranhamente quietos.
– Eu e Jus provavelmente vamos estar lá embaixo. Esperamos-te lá – Ela me puxou pelo braço e entramos no elevador.
Enquanto Chel entrava no quarto de Bill para pegar seu biquíni, fui ao meu quarto colocar o meu com alguma roupa por cima porque eu não estava a fim de entrar na água.
Peguei meu biquíni azul marinho que tinha um top tomara-que-caia torcido e a parte de baixo de amarrar. Coloquei uma blusa qualquer por cima e um short.
Eu já estava saindo do quarto quando Tom entrou ainda com cabeça baixa.
– Kaulitz?
Ele levantou a cabeça e me olhou de forma estranha, como me olhava quando eu cheguei do Brasil. Era como se quisesse testar meus limites.
– Você está estranho – Eu disse.
Tom se aproximou bem rápido, e, passando as mãos pela minha cintura, se aproximou a ponto de quase encostar nossas testas.
– Por que você não pára de me chamar de Kaulitz? – Sussurrou.
– Porque eu gosto, é diferente. – Beijei o canto da sua boca próximo ao piercing e me afastei fazendo com que ele tirasse os braços da minha volta.
Eu fui até a porta e olhei para trás. Tom se jogou na cama se espreguiçando, isso fez com que sua camiseta ocasionalmente curta se levantasse. Eu olhei disfarçadamente para o abdômen do meu ídolo.
– Os garotos – ele começou – tiraram o dia para me estressar.
Eu ri.
– Eles ficaram curtindo com a minha cara por causa de você.
– Oh, eu vou brigar com eles, ta? – Eu fiz voz de criança. – Vou pra piscina.
– Tomar banho?
– Não, vou dar banho na Chelsea – Ironizei.
– Mas de biquíni? – Tom perguntou ignorando minha palhaçada.
– É claro. Não vou tomar banho nua!
Tom murmurou algo que eu não pude ouvir claramente.
Eu me despedi sem formalidades e saí, encontrando Chelsea na frente da porta de braços cruzados estalando a boca.
– Uns amassos com o Tom de despedida – Ela gargalhou – Vamos logo – E me puxou pelo braço, uma mania irritante, até o subsolo.
Chegamos ao subsolo e eu senti minhas lentes de contato fritar. Lá, estava várias vezes mais quente do que em cima. Você até podia ver a fumaça concentrada no teto do local.
Em poucos minutos, Chel já estava na piscina. Ela me chamou, mas eu recusei o convite me deitando em uma cadeira reclinável e colocando os fones de ouvido. Estava aberto na lista de reprodução do Tokio Hotel, eu bufei ao ouvir o som da guitarra do Kaulitz em Ich Brech Aus.
Eu adormeci naturalmente por cansaço confiando que Chel não iria me deixar aqui sozinha. Era um estado inconsciente, mas eu estava acordada. Podia ouvir as músicas acabando. Então senti alguém tocar no meu ombro, uma mãe quente. Abri os olhos e demorou até a imagem se formar. Era meu primo Gustav, ele estava um tanto hesitante em me acordar.
– Desculpa – Ele disse baixo -, não sabia que estava dormindo.
– Não estava – Respondi rápido me sentando na cadeira reclinável.
Olhei em volta assustada. Chel ainda estava na piscina, sentada nos ombros de Bill que usava uma bermuda preta e branca com flores havaianas.
Georg também estava lá, na borda da piscina tentando prender o cabelo, mas ele sempre escorregava no elástico. Gustav era o único com toda a roupa, ele se sentou ao meu lado. Tom usava uma camiseta comum, uma bermuda branca com flores havaianas azuis, tinha os dreads presos e estava deitado em uma cadeira reclinável do outro lado da piscina.
Eu tirei os fones e guardei no bolso do short antes que a luz acendesse e mostrasse a música que estava passando. Os garotos tinham chegado e Chel nem para me acordar e me avisar.
– Jus! – Ouvi a voz de Bill – Por que não entra, bela adormecida?
Eu ri, só não esperava que Chel dissesse aquilo.
– Ela não é princesa, sou eu! Ela é a creepy bones!
Tom levantou a cabeça e sorriu para Chel.
– Creepy bones, é? – Ele disse.
– É porque ela sempre foi magrela e assustadora. – Chelsea respondeu normalmente. Então se tocou de que não deveria ter dito isso – Ah, desculpa Jus.
– Tudo bem. – Eu bufei e contei até cinco mentalmente.
– Magrelinha! – Tom gargalhou.
– Cala a boca, retardado! - Eu me levantei caminhando até onde Georg estava sentado.
– Tudo bem, linda? – Georg disse.
Eu me surpreendi, me abaixei ao lado e Georg e ele passou o braço pela minha cintura e então beijou meu rosto. Ok, isso é coisa de amigo. Eu ri mentalmente.
– Aham. –Eu murmurei.
– Por que não entra na água?
– Estou meio cansada, para falar a verdade. Eu sou do tipo que prefere ficar na cadeira reclinável, é a Chel que entra na água.
– Estou vendo – rimos. Chel agora tentava afogar Bill, mas um detalhe: ele é várias vezes mais forte e mais alto que ela.
Eu e Georg ficamos conversando na beira da piscina. Eu já disse que ele tem um lindo corpo? Então, ele tem um lindo corpo, ele estava só de bermudas.
Às vezes eu lançava alguns olhares para Tom, só para saber como ele estava. Na maioria das vezes eu achava que ele estava olhando para mim, mas não podia provar nada, pois ele estava usando óculos escuros. Talvez estivesse dormindo.
– Você gosta dele – eu me virei e fitei Georg interrogativamente, como se eu não entendesse o que ele tinha dito, é claro que eu entendi.
– O que?
– Vamos, Julia. Eu não sou tonto como os garotos. – Disse ele.
– Não, não...
– Você está o tempo todo lançando olhares para ele, e mesmo quando está brigando você evitar falar como se gostasse realmente, mas é forçado demais, é falso. Vocês são engraçados.
Eu encarei Georg sem responder.
– Tudo bem, não precisa falar nada – ele riu.
Foi muito rápido. Georg gritou e caiu da água. Gustav tinha empurrado ele com o pé, e agora ria hilariamente na borda da piscina.
– Você gritou igual um gay! – Gustav disse, balançando o corpo de tanto rir.
– Scheiße, Gustie!
Eu gargalhei. Georg xingando era engraçado. Mesmo um brigando com o outro, eles mantinham sorrisos carinhosos no rosto, era incrivelmente perfeito. Eu sorri inconscientemente ao vê-los sorrindo.
Gustav se abaixou rindo e Georg aproveitou para puxá-lo para dentro da piscina. Gustav estava de roupas e agora todos na piscina brincavam. Eu voltei à cadeira reclinável rindo, mas não dormi dessa vez.
Aos poucos, eles foram saindo. Primeiro Gustav todo encharcado, depois Georg e por último Bill e Chel. Eu estava lá sozinha com Tom do outro lado da piscina.
Sentei-me na cadeira ao seu lado e estalei os dedos. Ele estava dormindo.
– Kaulitz? Kaulitz? Kaulitz!
– Não grita, Schäfer. Já te ouvi!
Eu bufei em resposta, ele tirou os óculos e se sentou na cadeira reclinável.
– Pra que me acordar?
– Os outros já foram e você estava dormindo todo torto, se não te acordasse você iria ter uma puta dor nas costas de manhã.
– Ta, quando eu precisar de secretária David pode arranjar uma melhor que não grite no meu ouvido.
– Seu idiota! – Me levantei da cadeira em um impulso. – AI!
Nós dois gritamos quando minha pulseira de metal ficou agarrada e sua camiseta.
– Você é maluca? Quase me cortou!
– Ah, vai pro inferno Kaulitz, pára de fazer drama. Ajuda-me a tirar a pulseira daí!
– Espera! Que tipo de infeliz usa pulseira de metal?
– Eu uso! Anta, tira a camiseta que fica mais fácil.
– Ta, eu sei que você está louca para me ver sem roupa – Ele tirou a camiseta rapidamente e voltou a se sentar na cadeira.
Eu tirei a pulseira da camisa, e pena que não desfiou. Eu me aproximei da piscina.
– Ei, me devolve a camisa – Eu joguei-a na água – NÃO! Schäfer, a piscina tem cloro, vai estragar minha camiseta!
– Compra outra, senhor Kaulitz.
– Ah, então é assim? – Ele veio até mim, puxou minha pulseira e aparentemente jogou na água, a pulseira afundou bem rápido.
– MINHA PULSEIRA!
– Direitos iguais, nanica.
– Vai pegar! Ela é importante para mim.
– Ganhou do namorado? Primeiro pegue minha camiseta.
– Eu ganhei da minha prima e a importância seu cérebro de ervilha nunca vai entender.
Eu tirei a blusa e o short agüentando o olhar pervertido de Tom atrás de mim, mergulhei na piscina. Depois de alguns minutos vagando no cloro com os olhos abertos, voltei à superfície. A droga da piscina era funda e eu particularmente não sei nadar.
– Kaulitz, como eu odeio você! – eu sussurrei, mas ele pode ouvir. O cloro e o desespero me fizeram chorar.
– Cansou de procurar onde não vai achar? – Ele revelou do bolso da bermuda minha pulseira de metal brilhando com a luz.
– Você não fez isso. – Eu fechei os olhos
– Estava só curtindo com sua cara pela camiseta.
Nesse momento, ele estava agachado muito perto do meu rosto. Eu puxei seu braço e ele deu uma cambalhota para dentro da piscina. Eu gargalhei.
Sorte dele, ele conseguia ficar em pé.
– SCÄFER, EU JÁ TINHA LAVADO OS DREADS HOJE!
– Ah que pena, lavou de novo.
– Você é muito engraçada, né. Venha cá. – Ele me puxou pela cintura e mergulhou me levando junto. Eu entrei em pânico.
Quando voltei à superfície eu dei um tapa na cara dele.
– Você quer me matar afogada?
– Eu vou ficar com um hematoma...
– Seu retardado, infantil, idiota...
– Cala a boca por uns segundos? – Ele pediu.
Quando percebi, ele tinha avançado e me posto contra a parede da piscina. Encostou a testa na minha e eu fechei os olhos sentindo-o envolver os braços na minha cintura.
– Não.
– Vai calar sim, quer ver? – Eu murmurei um nein – Mas eu te mostro mesmo assim, creepy bones.
E me beijou, afundando lentamente na água. Eu senti estranho formigamento na minha barriga encostada ao seu corpo.

Postado por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog