sexta-feira, 13 de abril de 2012

By Your Side - Capítulo 10 - Mudança de Planos: Vou dormir com Tom

Foi só fechar a porta do táxi ao chegarmos ao hotel, e não vimos mais ninguém, isso mesmo, nós não vimos mais ninguém. Gustav deveria ter ido dormir e ele parecia realmente cansado. Georg e aquela menina provavelmente não estavam dormindo, mas eu não quero saber o que eles estavam fazendo, e, Bill e Chel saíram pulando de dois em dois degraus repetindo o refrão de Totgeliebt quinhentas vezes e se trancaram no quarto juntos.
Eu e Tom andamos em silêncio pelo corredor. Eu já estava quase abrindo a porta do quarto de Georg quando Tom puxou minha mão.
– Eu te garanto que você não vai querer abrir essa porta.
– E as minhas coisas? – Eu choraminguei.
– Pode dormir com alguma blusa gigante minha por hoje. – Ele sorriu de lado com a boca entreaberta, mas eu não retribuí por mais que quisesse.
– Eu não vou dormir no seu quarto. Vou conseguir um só para mim nem que eu tenha que bater na atendente!
Eu me virei de volta para o elevador.
– Acho que vou atrás de você, só por precaução. – disse ele.
Eu voltei à entrada do hotel e fui ao balcão da recepcionista.
– Posso ajudá-la?
– Boa noite – era meia-noite no relógio –, eu gostaria de arranjar um quarto. Pode ser qualquer um, em qualquer lugar e de qualquer tamanho.
– Senhorita...
– É só botar na conta do David Jost.
– Senhorita, procure me perdoar, mas não vamos ter um quarto sobrando agora à noite. – Ela disse e eu bufei.
– Ninguém desistiu nem nada? – Ela negou – Eu pago a mais. Dou-te uma viagem para o Brasil, uma ilha bonita e ensolarada do Rio de Janeiro.
A atendente me olhou feio.
– O nosso hotel não aceita subornos. Se a senhorita quiser voltar amanha de manhã...
– Me desculpe o incômodo – Era obvio que o Kaulitz iria se intrometer! -, ela só está fazendo pirraça para não dormir no mesmo quarto que eu.
Eu fiquei rubra! Ele era tão cara-de-pau. E tinha que ver a cara da atendente!
– Sr. Kaulitz! Oh, eu não sabia que ela estava com o senhor. Eu vou arranjar um quarto agora mesmo.
– Mas eu falei: DAVID – JOST! – Eu disse mais alto e a mulher me ignorou como se eu fosse um distribuidor de panfletos nas esquinas da minha cidade.
– Não! Não é necessário. – Tom interrompeu a pesquisa de quartos da mulher – Ela não precisa realmente. Espero que tenha uma boa noite.
O Kaulitz passou um braço pela minha cintura e me tirou do chão, saiu andando em direção ao elevador mais rápido e obviamente eu comecei a reclamar.
– Me solta, seu infeliz! Você quer morrer? ME SOLTA AGORA! Eu vou falar tudo com o Gustav!
– Grande coisa.
– Vou falar com o Bill também!
– Bill é meu irmão mais novo, se você não sabe.
– VOU FALAR COM GEORG! VOU FALAR COM A TUA MÃE, EU VOU ANUNCIAR MUNDIALMENTE!
Tom me colocou no chão assim que as portas do elevador se fecharam. Eu bati com as mãos fechadas no peito dele, e ele as segurou.
– Olha, você pode usar uma camiseta velha minha, eu não vou me importar. Se quiser tomar um banho demorado de banheira eu também não ligo.
– É um perigo dormir no quarto com você – eu disse.
Tom fez uma cara decepcionada.
– Não, é não. Seja o que for que você tenha lido sobre mim, é falso.
Ele soltou minhas mãos e se virou para encarar a porta do elevador que tinha acabado de abrir. Ele saiu e eu o segui pelo corredor até o quarto quatrocentos e oitenta e três, que número grande, credo.
Eu entrei no quarto atrás de Tom, que pegou na sua mala em cima da cama uma blusa e jogou para mim – nossa, que quarto grande.
– Vai ser engraçado te ver dormir no sofá – eu disse encarando a cama de casal.
Tom riu sarcástico.
– Você está em que planeta? Eu que acabei de fazer um show, tocando uma guitarra sem parar por mais de uma hora!, acha mesmo que sou eu quem vai dormir no sofá?
– Sim, eu acho.
Ele fez uma careta.
– Eu não vou.
Ele se trancou no banheiro antes que eu formulasse uma resposta. Sentei-me na beirada da cama e olhei para os lados avaliando o quarto. Tinha uma mala vermelha e preta no canto perto da porta... Espera, era a minha mala!
Eu abri e conferi minhas coisas. Ela estava ali, tudo ali. Georg deveria ter deixado ali antes de se trancar com a vagabunda. Ok, eu não posso julgá-la antes de conhecê-la. Vagabunda, vagabunda, vagabunda, vagabunda.
Procurei meu pijama e notei que tinha me esquecido de trazer o pijama de frio. Que babaca sou eu para esquecer o mais importante? Peguei o de calor e liguei o aquecedor.
Tom saiu do banheiro logo depois com uma calça preta muito larga que deixava a barra da sua Box escrita Calvin Klein. Eu não queria ter visto isso. Mentira, eu queria sim. E ele estava sem camisa. Eu virei o rosto que começou a esquentar e entrei no banheiro.
Como tinha dito o Kaulitz, não iria se importar que eu tomasse um banho de banheira demorado, mas depois de uns dez minutos me banhando na minha própria sujeira, eu me levantei e tomei uma ducha e lavei o cabelo.
Coloquei meu top preto para dormir com uma blusa baby look da mesma cor por cima, mas achei que seria estranho demais – se eu estivesse em casa tudo bem, mas não aqui sozinha com Tom Kaulitz – então coloquei um moletom cinza do Mickey Mouse por cima que caía o ombro esquerdo. Coloquei um short justo cinza claro.
Eu saí do banheiro sem chinelo e o clima do quarto estava muito mais quente por causa do aquecedor, eu fiquei arrepiada, e notei o garoto olhando pervertidamente para o meu pijama.
– Pára de me olhar assim, Kaulitz!
Ele virou a cabeça para o outro lado e se deitou na cama.
– Foi mal.
Eu olhei para o sofá com um edredom e uma almofada e ri sarcástica. Subi em cima da cama entrando debaixo das cobertas e rolei até bater no ombro do Tom, e depois eu o empurrei até ele cair no chão.
– SCHÄFER!
– Shiu, não grita, Tom. Eles podem estar dormindo.
– Estamos cercados por um quarto com Bill e Chel, e o outro com Georg e a namorada, pode acreditar, a última coisa que eles vão fazer é dormir.
Eu fechei os olhos ignorando Tom, quando senti duas mãos passarem por baixo no meu corpo e me puxarem para fora da cama. Ele me pegou no colo e me colocou no sofá. Eu me levantei rapidamente e antes que ele chegasse à cama, eu pulei em cima dele.
Assim, caímos os dois na cama de casal. E eu não fiquei por baixo dessa vez.
– Vai embora da cama, Kaulitz!
– Eu não vou, vai você. Eu to com sono e estou cansado, preciso descansar mais que você.
– Você não é nada cavaleiro não é? Está em todos os lugares que você usa e abusa das mulheres, eu sei que você precisa estar descansado, mas eu fico cansada mais rápida e preciso de mais horas de repouso do que você! E você não ta nem aí.
Tom me encarou próximo sem expressar emoção. Eu esperei pela sua reação. Ele se levantou da cama arrastando o travesseiro e se jogou no sofá.
Eu não vou sentir pena, eu não vou sentir pena, eu não vou...!
Apaguei a luz e me cobri até a cabeça com o edredom da cama. Bastou apenas fechar os olhos para a tortura começar.
"Ele me puxou para perto novamente, em um selinho como se pedisse permissão para um beijo" Eu levei minha mão até minha boca quente por causa da temperatura "E sem parar para pensar, começamos um beijo calmo. "A lembrança do beijo estava perturbando minha cabeça "Sua língua hábil explorava calmamente minha boca, como se estivesse muito confortável" "Eu coloquei minhas mãos em volta do seu pescoço e senti que ele estava muito quente, e molhado" Eu arfei, a temperatura quente do quarto começou a me deixar com dor de cabeça.
Tirei o edredom de cima da cabeça e respirei o ar mais fresco. Olhei para o sofá onde Tom parecia já dormir.
– Kaulitz? – Eu falei baixinho – Kaulitz! – Aumentei o tom de voz, mas ele não reagiu. Eu me levantei enrolada no edredom e fui até o sofá. – Kaulitz.
Falei perto ao seu ouvido, então ele se virou bruscamente e disse:
– Eu já te ouvi.
– Tom! – Eu levei um pequeno susto – Caramba, pára com isso.
– E você se entregou.
– O que?
– Acabou de confirmar de que quando está distraída me chama pelo nome, não pelo sobrenome. Você se entrega.
– Não é isso...
– Ou seja, você se obriga a me chamar de Kaulitz o tempo todo. – Ele colocou a cara no travesseiro. – O que é tão importante que te fez me acordar?
– Deixa prá lá! – Eu me levantei e caminhei de volta para a cama, mas Tom foi rápido, sentou-se no sofá e me puxou pela mão me fazendo me sentar ao seu lado.
– É o hábito de ser mal-educado com você, foi mal. Estou vendo que você está se sentindo mal e não preciso te dar mais motivos para isso.
Eu me senti um pouco melhor por ele ter notado que eu estava com um problema.
– Volta para a cama, é bom que você acorde melhor amanhã. – Eu disse lentamente.
– Não, Schäfer! Você está certa. Eu não poderia mostrar para o mundo e a internet agora que não sou um mulherengo de antes, mas eu posso começar a mostrar a você, que eu sou um pouco melhor que isso.
– Para que me provar? Eu sou só a prima do seu melhor amigo. Vai se deitar, você acabou de sair de um show. Eu não consigo segurar uma guitarra imaginária nem por cinco minutos. – Eu ri sem graça, sério, eu não consigo, cansa.
– Não que eu realmente queira te provar, mas vai me fazer melhor se eu dormir aqui e você descansar lá.
– Não vai, não! – Eu empurrei suas costas, mas ele não saiu do lugar – Deita lá agora e vai dormir!
– Tem noção de que estamos discutindo para ver quem vai dormir no melhor lugar, e o pior, um está mandando o outro? – Ele começou a sorrir e eu também.
– Eu e você somos cheios de contradições.
Nós somos cheios de contradições – Ele corrigiu – Seu professor de alemão não te ensinou a encurtar as frases?
Eu dei língua.
– Schäfer, dorme na cama. Se você ainda estiver com isso na cabeça, amanhã eu durmo lá.
Ele falou de forma tão suave que eu voltei para a cama sem questionar. Mas fechar os olhos não iria levar tanto tempo até que as imagens voltassem.
– Kaulitz... – eu resmunguei.
– Oi? – sua voz estava abafada.
– Foi um erro. – Eu falei – Estou me sentindo mal, foi um erro te beijar. Eu não devia. Era uma pequena chance de parar de brigar com você e eu estraguei te deixando com um fardo pesado demais.
– Que fardo?
– De ficar comigo por pena.
– Schäfer, acorda. Você está dormindo? Eu não fiquei com você por pena e fui eu quem te beijou primeiro!
– Você só me viu mal, e achou que isso iria me fazer melhor. – Eu tentei falar calmamente, mas estava começando a ficar com raiva, e sabe o que vem depois? Lágrimas. Sempre na frente dele.
– Não foi por isso! Eu não sou esse tipo de monstro. Eu fiquei com você porque eu quis! Porque eu tive vontade! Benjamin, será que você não poderia passar um ou dois dias sem se estressar com cada coisa que eu faço? Será que não poderíamos passar um fim de semana bem um com o outro?
– Que graça. Vamos passar um fim de semana juntinhos e depois vamos voltar a nos odiar como antes? – Eu me virei e vi que Tom estava sentado no sofá me encarando. Seu edredom escorregou de forma suave e deixou a mostra seu corpo.
– Você leva mesmo a sério esse negocio ódio? Nós não nos odiamos!
– Ok, você não me odeia, Kaulitz.
Ele se levantou e veio caminhando até a cama. Subiu em cima de mim passando uma perna para o outro lado e se abaixou até poder encostar seu corpo no meu.
– Você me odeia, Julia? – Ele perguntou perto do meu rosto.
– Odeio. – eu fechei os olhos.
– Então fala olhando nos meus olhos.
– Que coisa infantil, Kaulitz. Eu já disse uma vez.
– Julia Benjamin – Eu abri os olhos – se você realmente me odeia, fala olhando nos meus olhos, eu preciso saber.
– T-Tom eu te... Pára com isso! Sai de cima de mim! – Eu disse mais alto.
Ele segurou meus pulsos um de cada lado da minha cabeça.
– É só falar. Eu prometo não me aproximar de você nunca mais, eu te solto, para sempre. – Eu fechei os olhos com força e senti que as lágrimas começaram a escorrer – Você não quer falar, é isso?
Eu preciso te odiar – eu sussurrei.
– Por quê?
– Para não pensar na porcaria daquele beijo. – Eu estava chorando, e em toda minha vida, essa foi a frase que saiu melhor entre os soluços. Porque eu não estava mentindo, eu realmente sentia aquilo.
Movimentei meus pulsos e Tom os soltou, mas imediatamente ele me abraçou forte em cima da cama. “Não chore, pequena” Eu o ouvi sussurrar em meus cabelos.
– Me faça esquecer. Toda vez que fecho os olhos...
Tom fez com que eu olhasse em seus olhos e se aproximou, antes que eu pudesse virar o rosto, ele selou os lábios. Eu tentei me soltar, mas ele estava em cima de mim, e foi meio difícil, então eu decidi aceitar. Sua língua contornou o formato dos meus lábios e eu permiti que ela entrasse, ele iniciou um beijo um pouco mais acelerado.
Ele passou a mão por trás das minhas costas e se levantou sentando na cama, mas me puxando junto com ele e depois levou as duas mãos para minha cintura, enquanto as minhas já estavam em volta de seu pescoço mexendo nos dreads. Tom fez com que eu me sentasse em seu colo com uma perna de cada lado. Enquanto eu não raciocinava, tudo bem.
Assim que as mãos de Tom passaram da minha cintura para as costas eu notei que nossas respirações estavam aceleradas demais, mas só recuperei a sanidade mental quando senti a ponta do seu dedo encostar-se à minha pele, ele estava tentando levantar minha blusa. Eu o empurrei pelo peito, mas como ele é mil vezes mais pesado, eu empurrei a mim mesma, e caí de costas no travesseiro.
– Tom, Tom – Eu avisei assim que ele se curvou para voltar a me beijar – É melhor pararmos por aqui.
Ele respirou fundo e olhou para os lados, assim que me fitou novamente, disse:
– Me desculpe! – Beijou meu rosto como um estalo – Eu... Eu não sei onde estava com a cabeça.
Eu sei onde, pensei. Colada na minha.
Eu imaginei que ele tivesse se dado conta de que eu sou a prima mais nova do Gustav só agora.
Enrolei-me no edredom e senti os braços de Tom me envolver, tirei o edredom do rosto e ele tinha os olhos fechados com o rosto um pouco acima do meu. Aconcheguei meu rosto rente ao seu pescoço e fiquei um pouco tonta.
– Vamos ficar assim, tudo bem? – Ouvi sua voz baixa.
– Tudo bem...
Eu fechei os olhos, e adormeci embriagada com o perfume exótico que o corpo de Tom emanava naturalmente e também com o movimento carinhoso que ele passava os dedos pelo meu cabelo.

Postado por: Grasiele

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