sexta-feira, 13 de abril de 2012

By Your Side - Capítulo 5 - No estúdio do Mixer

– Eu só não consigo acreditar como você me fez chegar até aqui. – Chel reclamava enquanto eu a empurrava para dentro da limusine preta dentro da garagem do prédio.
– Ah, qual é. Vai ser legal. – Eu disse baixinho enquanto me sentava ao lado dela no canto.
Consegui me arrumar em menos de quinze minutos, então eu e Chel fomos as primeiras a descer. Logo chegou Gustav, Tom e Bill, e por último Georg. Eu me perguntava como Bill era tão rápido em se arrumar sendo que ele tinha tanta coisa para fazer só na parte superior do corpo.
Eu coloquei um jeans claro, uma blusa azul e um sobretudo branco por cima – sem esquecer da minha pulseira preta de metal da sorte. Chel me ajudou a trançar de lado meu cabelo enquanto eu escolhia uma cardy boot. Passei o lápis de olho e um batom claro.
Bem, eu devo dizer que o caminho até o estúdio de gravação foi divertido. Como não abusar do português se eu estava em frente aos alemães com minha amiga que fala minha língua?
Olhei para Chelsea e disse em português:
– Vamos brincar de falar em português para irritar esses meninos. – Ela sorriu malvadamente para mim, enquanto eu observava os meninos nos fitarem como se fossemos malucas.
– Bem que eu não queria ficar em silencio durante o caminho, e se for para falar, por que não em uma língua que eles não possam entender?
Nós rimos. E Bill foi o primeiro a cair na isca.
– Será que vocês podem falar numa língua que possamos entender? – Ele perguntou.
– Mas aí não teria graça. – Chel respondeu mais rápido.
– Eu sou curioso! – Bill reclamou tentando não sorrir. Foi lindo.
– Ei, garotos. Querem aprender um pouco de português? – Eu perguntei, e bem, a resposta foi meio obvia.
Tivemos algo que fazer enquanto chegávamos até o estúdio de gravação. Georg foi o mais enrolado para falar algumas palavras básicas como Olá, Eu sou, Eu tenho, Obrigado e Tchau.
Entramos no estúdio que era outro prédio. Estou começando a achar que o Tokio Hotel anda de prédio em prédio.
– Eu sou Bill Kaulitz, eu tenho dezessete anos. – Bill falava consigo mesmo enquanto entrava no elevador. – Falei certo?
Chel afirmou com a cabeça. Eles estavam desenvolvendo uma ótima química, eu notei.
Eu tive que ficar para trás, porque o elevador era pequeno e o peso dos instrumentos mais Bill, Chelsea e Gustav chegava ao limite. Entrei no outro elevador com Tom segurando sua guitarra favorita e Georg com seu baixo. Eu fiquei calada.
– Você parece um pouco retardada falando em português. – comentou Tom.
– É – disse Georg. Eu o encarei estranhamente, pois nunca havia ultrapassado o “bom dia” com ele – É diferente da Chelsea. Ela fala mais devagar as mesmas palavras que você.
Eu sorri.
– Eu costumo ser assim. – disse.
– Não, mas você parece uma retardada! – Tom tornou a repetir.
– E você parece um retardado só na forma de andar igual á um pingüim, por que né, você é um idiota, Kaulitz!
Já íamos começar a brigar quando Georg falou um pouco mais alto dentro do elevador.
– Pronto, chegamos, ah, oi Gustav!
Eu fiz uma careta e saí do elevador em passos rápidos para perto de Chelsea. Ela sussurrou em português:
– Outra briga com seu marido?
Eu dei um leve tapa no ombro dela e ela teve um ataque de gargalhadas.
Cada um dos meninos entrava na cabine para gravar sua parte na nova musica do Tom, reden.
Eu e Chel ficamos no sofá conversando e assistindo os meninos gravarem. Georg pediu para que fosse o primeiro, e depois Gustav e Tom.
Tom errou quase todas as notas e parecia não fazer esforço para acertá-las, ele nem mesmo olhava para o violão. Fitava o vidro escuro da cabine para a sala de mixer como se tentasse enxergar alguma coisa.
Bill usou o microfone para gritar com Tom:
– Dá para se concentrar?! – Perguntou irritado.
Tom parou de tocar e respondeu na mesma altura.
– Estou concentrado!
– Ah, claro. E por isso não acerta nenhuma nota.
Tom estava prestes a explodir quando David se intrometeu.
– Vocês dois. Parem. Bill, deixa o seu irmão se concentrar, por que não vai dar uma volta com as garotas que estão morrendo de tédio no sofá?
Eu vi Tom se mexer inquieto na cadeira. Com grande resistência, eu e Chel arrastamos Bill para fora da sala do mixer, descemos o elevador e ficamos na sala de recepção onde tinha um pequeno bar.
Bill pediu apenas uma água, enquanto eu e Chel abusávamos da boa sorte e pedimos dois refrigerantes.
– Eu não entendo vocês. – Chel comentou entre um gole e outro. – É comum ele errar as notas assim?
– Não. Ele é geralmente muito bom. – Bill respondeu – Ele está estranho hoje. Eu entrei no quarto dele de manhã e ele tinha ficado a noite toda acordado tocando violão.
– Ele não dormiu? – Eu deixei minha voz sair preocupada demais – Digo, talvez seja por isso que ele não está tocando bem.
– Mas para ele isso é normal. – Bill não pareceu notar nada de estranho, mas Chel me olhou como se esfregasse na minha cara que ela sabe meu segredo. – Eu só não quero ficar brigado com ele.
– Por que você não leva um café para ele? Talvez ele se sinta melhor. – Chel deu uma idéia.
Nesse momento, Bill olhou para Chel de uma forma carinhosa. Eu me levantei bem devagar e avisei baixinho que eu mesma iria levar o café para o Tom. Peguei um café comum e subi no elevador deixando Bill e Chelsea no maior clima na mesinha do bar.
Quando cheguei ao andar do estúdio, o elevador abriu revelando Tom do outro lado apertando furiosamente o botão.
– E-eu trouxe um café para você, porque Bill disse que você não tinha dormido direito então devia estar estressado e…
Tom pegou o café da minha mão e entrou no elevador apertando o térreo novamente e fechando as portas antes que eu saísse.
Eu ri de nervosismo.
– Vai me trancar aqui?
– Não, estamos indo para o térreo, não está vendo?
Parece que ele continuava o ignorante de sempre. Eu cruzei os braços, mas logo me surpreendi quando ele diminuiu os dois passos que nos distanciavam e ficou cara a cara comigo. Não, não vai acontecer de novo.
– Você tranca a porta do seu quarto durante a noite.
Eu acenei positivamente com um olhar de duvida.
– Tem medo que alguém entre?
– Não, mas… Por que está me perguntando isso? Você tentou entrar no meu quarto?
Tom balançou a cabeça negativamente, mas duvido que aquela era a resposta. Ele se afastou quando a porta se abriu e saiu andando em direção a mesa onde Bill e Chel estavam.
– David está te chamando para gravar. – Ele disse ao Bill.
Assim que Bill e Chel se levantaram, Tom se jogou no sofá do bar. Minha vontade de ficar ao lado dele ainda não era maior do que a de assistir Bill em uma gravação.
Bill e Chel na porta do elevador, Tom no sofá e eu no meio sem saber para onde ir. Eu já estava seguindo os dois lá no elevador quando de relance vi uma menina ruiva se aproximar de Tom e se sentar ao lado dele. O elevador já ia se fechar, mas eu coloquei a mão na frente antes que se fechasse depois de que eu vi aquilo.
A ruiva usava uma saia com uma meia-calça por baixo, naquele momento, ela passou a mão pela borda da saia puxando-a levemente, e obviamente o olhar de Tom foi redirecionado as pernas da menina.
Eu saí do elevador em disparada na direção dos dois. Só quando Tom me viu aproximar ele parou de olhar para as pernas da ruiva, e então ficou olhando de mim para a menina.
– Tom – Eu disse com uma voz mais charmosa – Eu ia te perguntar quando você me interrompeu no elevador, se hoje à noite vamos sair para algum lugar, sei lá, para comemorar o álbum terminado?
Eu sorri internamente quando a menina me olhou como se eu estivesse interrompendo algo, bem, era minha idéia.
Tom me olhou em duvida evidente.
– Vamos subir e a gente pode falar com os outros. – Puxei Tom pela mão e foi incrível a facilidade de trazê-lo comigo, ele de repente pareceu tão leve – Vem.
Arrastei Tom para as escadas e só quando a ruiva desapareceu da minha visão eu soltei a mão dele.
– O que foi isso? – Ele perguntou, mas antes que eu respondesse, ele se respondeu com um pouquinho de raiva – Você acabou com a minha chance de ficar com a ruiva!
– Você nem sabia o nome dela…
– E você acha que eu ligo para isso? Minha primeira ruiva! Benjamin você precisa aprender algumas coisas sobre Tom Kaulitz. – Ele disse me empurrando no ombro.
Eu me escorei no corrimão antes que caísse da escada. O Kaulitz mais velho subiu rápido demais para eu alcançar, mas quando cheguei, pude aproveitar o restinho de ouvir Bill cantando Reden.
Bill cantou com uma voz invejável a qualquer um, era simplesmente incrível para mim, ouvi-lo cantando sem musica.
Fui à mesa de salgadinhos escondia em um canto e peguei algum para tirar um pouco o gosto do refrigerante, tinha um gosto estranho.
Quando ele saiu da cabine, bati palmas de leve e sorri.
– Obrigado – ele respondeu em português e eu abri um grande sorriso sendo acompanhada por Chelsea. – Vocês gostaram mesmo?
– Não – respondi séria, mas não agüentei por mais de dois segundos e gargalhei – Claro, foi lindo.
– Você é uma ótima atriz – Bill disse sarcástico, mas sorrindo gentilmente e passou o braço no meu pescoço e no de Chel.
– Já me disseram isso hoje, e você é um ótimo cantor. De verdade – E como era verdade.
Tom passou por nós e como se deixasse um rastro de mal-humor, disse:
– Ok, já podem parar com a melação.
Eu engasguei e Chel riu.
– O que deu nele? – Georg apareceu atrás de nós segurando seu baixo.
– Não sei, ele está estranho assim desde manhã. – Bill respondeu.
– Vai que ele perdeu alguma garota – Gustav sugeriu – Isso nunca acontece e ele nunca fica tão mal-humorado assim.
– Hah? – Perguntei fingindo estar confusa – Não, acho que não é por isso. Ele só deve ter levado um susto com ketchup na cara.
Eu falei mais baixo a ultima parte, mas Bill ouviu e me encarou estranhamente. Então eu me lembrei que ele devia saber das coisas. Saí do abraço do Bill e entrei no elevador com Gustav, Georg e os instrumentos.
Quando me dei conta, meu coração estava acelerado e minha respiração fora do comum. Encostei-me na porta do elevador, um pouco tonta e comecei a ouvir pessoas sussurrando. Os Gês deviam conversar bem baixo em alemão, mas aí a voz deles começou a aumentar de volume, e quando eu olhei para os dois, moviam as bocas como se realmente falassem alto e comigo.
– Julia, você está bem? – Ouvi Gustav dizer mais alto.
– Eu acho que não, Gust… – Disse Georg.
Levei a mão ao rosto e minha temperatura estava alta, meus joelhos cederam, mas antes de atingir ao chão alguém me segurou e eu apaguei.

Postado por: Grasiele

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