sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 31 - You're almost perfect copy of Megan

(Contado pela Beca)

Na manhã de terça-feira, enquanto estávamos reunidos em torno da mesa para a primeira refeição do dia, o clima não era um dos melhores, e a conversa não estava fluindo como antigamente. Como de costume, eu estava sentada ao lado do Georg, e de frente para o Tom, que ao invés de comer, brincava com o talher.
– Faz dois dias que você não come normalmente. – disse Bill. – Se continuar assim, não terá condições de seguir a turnê.
– Hoje não estou com fome. – responde Tom.
– Perfeito. – disse Bella. – Não sentiu fome ontem, nem hoje, e provavelmente não sentirá fome a manhã. – ela o encarou. – Até quando vai agir como uma criança? – parecia irritada. – Aposto que a Savannah não deve nem estar se lembrando de você! – se levantou. – Acorda pra vida, Tom! – falava quase gritando, e nós apenas observávamos calados. – Ao invés de ficar se matando por alguém que não está aqui, deveria olhar em volta e perceber que existem garotas muito melhores do que ela, e que gostam de você de verdade! – se retirou.
O silêncio que veio logo em seguida, foi estranho. Ninguém havia entendido o motivo daquela “explosão” da Bella. O telefone tocou, e a Rute foi correu pra atender.
– A Bella pirou. – disse Gustav, e bebeu um pouco do suco.
– Pra mim, isso tem outro nome. – disse Georg, limpando os lábios com o guardanapo.
Tom que estava calado, continuou da mesma maneira. Acho que ele sentiu o peso daquelas palavras. E quem não sentiria? Até eu que não tenho nada a ver com a história, senti como se aquilo fosse uma indireta.
– Eu... Vou dar uma volta. – disse Tom, largando o guardanapo em cima da mesa. Ele se levantou, assobiou para o cachorro, e os dois saíram pela porta da cozinha.
– Odeio esse clima de funeral. – disse Bill. – Odeio ainda mais, não poder fazer nada pra mudar isso.
– Acho que não há muita coisa a se fazer. – disse. – Isso só vai passar, quando a Savannah estiver aqui.
– Este é o problema! – disse Gustav. – Não sabemos quando ou se um dia ela voltará.
Não sou muito de concordar com o Gustav, mas ele tinha toda razão. É como se estivéssemos todos no escuro, esperando que alguém apareça com alguma lanterna para nos guiar. A única certeza que tínhamos, é que a turnê dos meninos começaria em poucos dias, e o Tom que deveria estar ansioso para o inicio da mesma, parecia não se importar.
– Bill, é a mãe da Megan no telefone. – disse Rute. – Ela quer falar com o Tom, e disse que é urgente.
Após ouvir o nome da Megan, quase me engasguei com o café. Droga, será que judiaram muito dela? Se o Lucas aprontou, o matarei! Tentei manter a calma, e fingir que não sabia de nada. Bill se levantou, e foi atender o telefone no lugar do irmão. A curiosidade que me consumia, me fez ir atrás. Gustav e Georg vieram em seguida.
–... Como isso aconteceu? – pergunta Bill. -... Mas ela está bem? ... Em que hospital a Megan está?
Hospital? Meu Deus, então a coisa foi grave! A bomba vai explodir, e eu vou acabar me ferrando! O Lucas me paga! Eu já estava até imaginando como as coisas aconteceriam. Não quero nem ver a cara do Georg, quando ele descobrir que fui eu quem paguei para baterem na Megan. Ele vai me odiar!
–... Obrigada por avisar. – disse Bill. -... Pode deixar que assim que eu encontrar o Tom, o avisarei. Fique despreocupada, e se precisar de qualquer coisa, é só avisar.
Instantes após o Bill ter colocado o telefone no gancho, o Tom aparece.
– A mãe da Megan pediu pra você ir até o hospital. – diz Bill.
– O quê que eu quero no hospital? – pergunta Tom, se sentando numa das poltronas.
– O apartamento da Megan foi assaltado, e parece que ela acabou reagindo e levou uma surra.
Sério, eu tentei me controlar, mas o riso queria sair de qualquer maneira e não me segurei. Quando eu ri, o Georg me beliscou, e me controlei.
– Ela está bem? – perguntei.
– Acho que quebrou a perna esquerda. – responde Bill. – E a mãe dela disse que ela também está bastante machucada.
– Isso é pra ela aprender a nunca mais ameaçar as pessoas. – naquele instante, todos os olhares se voltaram pra mim. E só então percebi o fora que eu acabara de dar.
– Como é que é? – Tom se ajeita na poltrona.
– Quem a Megan estava ameaçando? – pergunta Bill.
– Sei lá. – respondi. – Disse isso da boca pra fora.
Beca, cale a boca ou irá piorar a sua situação. Não convencido, e super desconfiado de alguma coisa, o Georg pediu licença aos amigos, segurou em meu braço com um tanto de força e me levou até o escritório. Trancou a porta da mesma, e praticamente me jogou no sofá.
– Anda, fale logo! – estava meio sério. – O que você sabe sobre esse assalto no apartamento da Megan?
– Nada. – disse. – E você me machucou!
– Receba, não minta pra mim!
Da última vez que o Georg me chamou de Rebeca, estava com raiva de mim, e quase terminávamos o namoro.
– Já disse que não sei de nada! – disse, me levantando.
– Está mentido! – gritou, e fiquei assustada. – Se não falar nada, terei ainda mais certeza de que sabe algo e não quer contar.
– Mas...
– Não confia em mim? – ele se aproximou. – Prometemos que não esconderíamos nada um do outro.
Isso é verdade. Mas se eu contasse, ele talvez não me perdoasse. E pior seria eu ficar calada, e o nosso namoro acabar assim. Não posso perder o Georg, não por culpa daquela garota!
– Tá legal. – disse, e respirei fundo. – Mas só se você prometer que entenderá o meu lado.
– Prometo. – ele estava mais calmo.
– A Savannah só foi embora, porque a Megan ameaçou contar sobre o falso casamento pra mídia, e isso acabaria atrapalhando a carreira do Tokio Hotel.
– Então quer dizer que a Savannah mentiu pra “proteger” a banda?
– Sim. – meu coração estava disparado.
– E o assalto no apartamento?
– Foi só uma desculpa pra baterem nela, e depois ninguém desconfiar que... que fui eu.
Vi o olhar do Georg mudar completamente. Ele estava surpreso e com raiva, ao mesmo tempo.
– Você que...
– Não! Na verdade paguei uma pessoa pra fazer.
– Você pagou para baterem nela? Quanto pagou?
– Três mil.
– O quê?!
– Mas eu não sabia que eles a machucariam desse jeito! – meus olhos lacrimejaram. – Eu juro que o combinado era pra ser apenas uma surra, ou melhor, um susto.
O problema não era eu estar me justificando pra ele, e sim o seu olhar de desprezo pra mim.
– Eu não te reconheço mais. – disse ele. – Estou te olhando, mas... Não faço idéia de quem você seja.
– Georg... me perdoa? – as lágrimas desceram pelo meu rosto. Me aproximei, e ele se afastou.
– Você é praticamente uma cópia perfeita da Megan.
Essa frase foi o que mais me machucou. Era difícil ter que admitir, mas até eu não estava me reconhecendo. Onde estava com a cabeça, quando decidi pagar o Lucas pra bater nela? Nunca fui assim. O que aconteceu comigo?
– Pegue as suas coisas, e saia dessa casa! – os olhos dele estavam um pouco vermelhos.
– Está me mandando embora?
– Se teve coragem de mandar bater numa pessoa, o que mais seria capaz de fazer?
– Não, isso foi apenas um erro!
– Um erro que poderia ter matado a Megan! – gritou. – Você é maluca? O que tem nessa cabeça?
– Por favor, me perdoa. – continuava chorando.
– Você vai arrumar as suas coisas, e sair dessa casa ainda hoje. – ele repetiu. – Não quero mais olhar pra você.
– Não fale assim. – tentei abraçá-lo, mas fui impedida.
– E antes de sair, você vai contar tudo pro Tom.
–--
(Contado pelo Tom)
A conversa do Georg com a Beca, estava sendo bem longa. E quando menos esperávamos, os dois aparecem. Ela chorando muito, e ele a segurando pelo braço. A primeira coisa que me passou pela mente, foi que o Georg havia batido nela.
– O que foi? – me levantei. – Porque a Beca está chorando?
– Ela tem uma coisa pra falar. – diz Georg, largando o braço dela.
– Por favor... – disse ela.
– Fale! – ele gritou.
– Georg, pára! – disse Bill, caminhando até lá. – Olha só como ela está!
Em prantos, a Beca abraçou o Bill.
– Vou sair. – disse Georg. – E quando eu voltar, espero que não tenha mais nada seu no meu quarto! Se eu ver qualquer coisa sua lá, queimarei!
Ele saiu, e pedi que a Rute trouxesse um copo de água com açúcar. Bill a colocou sentada, e ela continuava chorando. Somente após beber a água, que ela começou a se acalmar mais.
– Agora que está mais calma, pode nos contar o que houve? – perguntei. – O Georg bateu em você?
– Não. – respondeu, soluçando.
– Então...? – diz Bill.
Quando a Beca começou a contar, eu custei a acreditar. O Gustav ficou de boca aberta, e a expressão no rosto do Bill, deixava bem claro que ele estava decepcionado com ela.
– Não acredito que você fez isso. – disse Bill.
– Eu estava com raiva!
– Todos nós ficamos com raiva, mas não acho que essa seja a justificativa pra mandar baterem nela. – disse Gustav. – Por mais que a Megan mereça, isso é covardia!
– Se a Beca tivesse me falado antes, eu teria dado aquela surra de graça! – disse.
– Tom! – Bill me repreendeu.
Só sei que as coisas já não estavam lá essas coisas, e depois dessa, pioraram ainda mais. A Beca subiu pro quarto, e foi arrumar suas coisas, já que o Georg havia terminado tudo. Gustav foi levar o Scotty no Pet Shop, e o Bill pegou a chave do carro, para irmos até o hospital.
Por mais que eu também estivesse com raiva da Megan, sabia que era meu dever ir até lá para vê-la. Afinal, eu tinha um pouco de culpa por tudo que aconteceu.

Postado por: Alessandra

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