sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 39 - Think you deserve my forgiveness?

E apesar de você quebrar meu coração, você é o único.
E apesar de existir momentos que eu odeio você
Porque eu não posso apagar
Os momentos que você me machucou,e pôs lágrimas no meu rosto...

(Contado pelo Tom)
- Foi perfeito. – em seguida, me olhou. – Já que estamos aqui conversando... Tenho que te contar uma coisa.
- Diga.
- O Pablo... Ele me beijou.
Sabe quando você pára por alguns instantes, tentando absorver as últimas palavras que foram ditas? Foi exatamente assim que fiquei. Eu sabia! Alguma coisa estava me dizendo que esse Pablo não prestava, e que ele estava a fim da Savannah.
- Filho da mãe! – me levantei furioso. – Eu vou matar aquele desgraçado!
- Não, você não vai fazer nada! – também se levantou, e se aproximou.
- Vai defender aquele idiota?!
- Claro que não. Já dei um jeito.
Eu não queria saber que jeito ela havia dado, eu só queria ir atrás dele e lhe dar uma boa lição. Ele se aproveitou da situação! Aproveitou que eu não estava aqui, e caiu matando! E como é que eu fico?
- Quantas vezes ele fez isso? – perguntei.
- Apenas uma.
- E você... Gostou? – ela riu.
Não to achando graça. Isso por acaso é motivo de risada?
- Tá rindo do quê? – cruzei os braços. – Essa pergunta é séria.
- Ok. – tentou controlar o riso. – Até que ele beija bem.
- Como é que é?
- Bem, o beijo dele não é aquela coisa que se diga “Minha nossa, como ele beija bem!”. Mas dá pra quebrar o galho.
- Ah, é mesmo?
Aos poucos vou descobrindo porque me apaixonei por ela.
- Mas sei de outra pessoa que beija bem melhor. – disse ela.
- Por acaso – passei minhas mãos por sua cintura. -, eu conheço essa outra pessoa?
- Talvez. – passou suas mãos pelo meu pescoço. – E se meu namorado pega a gente assim, estaremos ferrados.
- Quem é o felizardo?
Se o Bill estivesse aqui, ele tentaria me convencer a contar tudo pra ela, sobre o que aconteceu com a Bella. O problema é que ele não está, e isso parece tirar a minha coragem. Não tô achando justo, pois a Savannah foi sincera e disse o que o Pablo fez. Eu deveria ser assim também, mas o meu caso foi mais grave.
Iríamos nos beijar, mas por conta do enorme peso na minha consciência, não consegui. Me afastei dela, e tentava me segurar pra não abrir a boca, enquanto ela perguntava o motivo do afastamento.
- Tom? – ela segurou minha mão. – O que houve?
- Não é nada. – respondi. – Acho que estou com um pouco de sono. Vamos dormir?
- Tá legal.
Nos deitamos na cama, e a Savannah dormiu com sua cabeça em meu peito, escutando as batidas do meu coração. Passei o resto da noite, praticamente acordado. Só consegui pegar no sono, quando o dia já estava clareando.
No dia seguinte, antes das sete horas, me levantei bem devagar tentando não acordá-la. Fui pro quarto de hóspedes, pois se o seu pai descobrisse que dormimos juntos, poderia não gostar muito. Antes de sair, dei uma olhada para trás, e ela dormia com um quase sorriso nos lábios.
xxx
Mais tarde, quando todos já haviam acordado, estávamos na cozinha tomando o café da manhã e o meu celular começou a tocar. Pedi desculpas, e fui até a sala para atender; era o Bill.
- Mudança de planos. – disse ele. – Você precisa voltar o mais rápido possivel.
- Como assim? Por quê?
- Não dá pra falar por telefone.
- Bill, os projetos do novo álbum só começarão realmente na semana que vem, e o nosso combinado foi que eu poderia ficar pelo menos dois dias aqui. Se esqueceu?
- Não, eu não me esqueci. Mas você tem que vir.
- Só pegarei o avião amanhã de tarde.
- Tom! – ele quase gritou. – Eu não tô brincado! O que está acontecendo aqui é de seu interesse. Então acho melhor que pegue um avião ainda hoje!
- O que tá acontecendo?
- Não posso entrar dizer agora.
Ele desligou, e sinceramente eu não fazia idéia do que acabara de falar. Retornei a cozinha, e a Savannah perguntou se estava tudo bem. Respondi que sim, mesmo não sabendo. Depois da ligação, não consegui ficar normal. A preocupação começou a tomar conta de mim, e passei a imaginar que coisas terríveis poderiam estar me aguardando.
No meio da tarde, entrei no banheiro para tomar um banho e tentar entender tudo que o Bill havia falado. E se na noite passada eu não tive coragem de contar nada pra Savannah, talvez agora fosse a hora certa de me abrir e confessar o mal feito. Estava ciente das conseqüências, e tinha medo delas.
–--
(Contado pela Savannah)
O Tom me chamou para uma conversa, e pensei que fosse algo relacionado ao que aconteceu na noite anterior. Como meu pai estava em casa, resolvemos conversar no meu quarto. Lá seria mais tranqüilo, e ninguém ouviria nada.
- Mais cedo recebi uma ligação do Bill, e precisarei voltar pra Los Angeles, essa noite. – disse ele.
- Mas... Por quê? – fiquei preocupada. – Aconteceu alguma coisa?
- Não. – respondeu. – Deve ser algo sobre a banda. Mas antes de ir, tenho que te falar uma coisa.
- Que coisa?
- Quero que saiba que... Que eu te amo muito, e independente do que aconteça a seguir, continuarei te amando.
Esse tipo de coisa assusta qualquer um, e comigo não poderia ser diferente.
- Tá legal. – disse. – Então fale logo, porque está começando a me assustar.
Ele ficou calado por alguns instantes, respirava fundo...
- Tom...
- Eu transei com a Bella.
Sabe aqueles momentos em que você escuta algo, mas na verdade não gostaria de ter escutado, ou achou que ouviu errado? Foi assim que me senti. Aquela declaração foi tão impactante, que eu não soube o que dizer. Só senti meus olhos lacrimejarem, em seguida algumas lágrimas escorreram pelo meu rosto.
- Por favor... Diga que escutei errado. – disse, enquanto passava a mão no rosto, enxugando-o.
- Não. – disse ele. – Você não escutou errado.
- Você... Você dormiu com a... Com a Bella? – era difícil de acreditar.
- Eu sinto muito. – ele abaixou a cabeça.
- É só isso? – as lágrimas voltaram a cair. – Enquanto eu me sinto culpada pelo beijo que o Pablo me deu, você ficava transando com a Bella, e a única coisa que me diz é “eu sinto muito”?
- Savannah...
- Como você teve coragem de fazer isso comigo? – quase gritei, e me levantei.
- Eu não sei! – ele também se levantou. – Mas aconteceu!
- Fala como se não tivesse problema algum. – e as lágrimas só caiam.
- A noite que passei com ela, não significou absolutamente nada!
- Pode não ter significado pra você, mas pra mim tem!
- Nem me lembro do que realmente aconteceu.
- Agora deu pra ter amnésia? – cruzei os braços, e fui irônica.
Ah, é mesmo muito fácil colocar a culpa na falta de memória. O Tom por acaso tá pensando que sou alguma criancinha? Tá achando que nasci ontem, só pode!
- Savannah... – segurou minhas mãos. – Eu amo você.
- Quem ama – me desvencilhei. -, não trai, Tom.
- Me perdoa. – e aos poucos os seus olhos também foram de alagando com as lágrimas.
Quando eu era mais nova, meu pai vivia dizendo que perdoar é como restabelecer um compromisso com a vida, é fortalecer os seus laços humanos. Porém, existem aqueles atos que são imperdoáveis, e acho que devemos respeitar os nossos limites.
- Acha que merece o meu perdão? – perguntei, e ele ficou calado. – Nem você tem certeza, não é?
Me retirei do quarto aos prantos, passei pela sala, e o meu pai estava dormindo no sofá. Ele nem percebeu que eu acabara de passar por ali. Apesar de não ter a mínima idéia de para onde ir, acabei me refugiando na casa do Pablo.
–--
(Contado pelo Tom)
Nunca me arrependi tanto de algo, como agora. O pior foi ter que encarar aqueles belos olhos, com raiva de mim. Acho que não tenho como concertar essa situação, então talvez seja melhor eu adiantar o vôo e voltar pra casa.
Fui até o quarto de hóspedes, e comecei a arrumar minhas poucas coisas na mala. Liguei para o aeroporto e comprei minha passagem. Algumas horas depois, chamei um táxi.
- Já está indo embora? – pergunta o pai da Savannah.
- Houve alguns imprevistos, e precisarei voltar. – respondi.
- A Savannah não irá te acompanhar até o aeroporto?
- Acho que ela não faria isso nem que eu desejasse muito.
- Vocês brigaram? – ele ficou sério.
- Não foi nada grave. – tentei aliviar. – Uma discussão boba.
Queria eu que fosse boba mesmo. Mas eu também não poderia contar o motivo a ele, a não ser que eu quisesse ser enxotado dali da pior maneira possivel.
- E quando você volta ao Brasil, Tom?
- Não sei. – fiz uma pausa. – Eu tenho que ir, o meu vôo sai em uma hora.
 Postado por: Alessandra

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