sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 34 - Six months later...

(Contado pelo Tom)
Não dava pra dizer exatamente quantas horas eram. Só sei que estava bem tarde, e havíamos acabado de fazer mais um show. Desde o inicio da turnê, a banda não teve um dia se quer, de descanso. Não que eu estivesse reclamando, mas esse tipo de coisa deixa qualquer um cansado o bastante pra não querer fazer nada além de dormir muito.
- Bem que poderíamos ter uma folguinha, não é? – diz Gustav.
- Concordo! – disse, e me joguei na cama. – Deveriam nos dar pelo menos dois ou três dias de puro relaxo.
- Olha, eu odeio ter que dizer isso, mas tenho que admitir que essa turnê está me deixando bem cansado. – disse Bill, se esparramando no sofá.
- O que você acha, Georg? – perguntei.
Ele não respondeu nada, apenas permaneceu olhando para o “além”. E pra nossa sorte, o Georg nunca ficava aéreo assim nos palcos.
- Georg! – chamei a primeira vez. – Georg!
- Dá pra parar de gritar?! – finalmente se manifestou. – Vou pro meu quarto, pois estou morrendo de sono. – se levantou, e saiu.
Os meninos e eu continuamos conversando. O cansaço era tanto, que eu estava quase cochilando na cama do Gustav. Pouco depois, entra o David, e se senta no mesmo sofá que o Bill.
- Tenho uma novidade pra vocês. – diz David.
- Conte logo! – fiquei animado, e me sentei na cama.
- Acabei de conseguir cinco dias de folga pra vocês. – respondeu.
- Tá falando sério?! – diz Bill, se ajeitando.
- Cinco dias, é perfeito! – diz Gustav.
Sabe o que isso significa? Que é a melhor oportunidade pra eu poder ver a Savannah antes do tempo combinado. Vou pro Brasil, passo dois dias com ela, e depois volto pra descansar um pouquinho.
- Cara, eu vou pro Brasil! – disse, todo alegre.
- O que você perdeu no Brasil? – pergunta David.
- Vou ver a Savannah. – respondi.
- Quem?
- É uma garota por quem ele está apaixonado. – diz Bill.
- Nem pensar! – David fez meu sorriso desaparecer.
- Mas... Por quê? – questionei.
- Tive o maior trabalho pra conseguir esses dias de férias, e você me aparece com a idéia de que vai viajar?! Só pode estar louco! – disse ele. – A única viajem que você e os outros farão, é a de volta pra Los Angeles.
- Preciso vê-la.
- Não! – quase gritou. – Você precisa é relaxar o máximo que puder, pra poder voltar com os shows, novinho em folha!
- Bill, fale pra ele que é importante. – tive que pedir ajuda.
- Eu... Eu acho que ele tem razão, Tom.
E aquela foi a primeira vez que o Bill não concordou em me ajudar.
- Quando formamos essa banda, foi com o compromisso de fazer o melhor pelos nossos fãs. – disse Bill. – Se não ficarmos completamente relaxados, não teremos condições para continuar com os shows.
- Viu só? – David se levantou. – Peça mais alguns conselhos ao seu irmão, e não discuta mais comigo.
- Quando pegaremos o avião pra casa? – pergunta Gustav a David.
- Amanhã, após o almoço.
O Bill é vocalista da banda, e sabe muito bem o que fala. Eu só poderia ficar calado, e “obedecer” às ordens. E pensando bem, ele estava certo. O problema é que eu não queria ficar me comunicando com ele, apenas através de cartas. Isso é tortura!
–--
(Contado pela Savannah)
Já fazia algum tempo que eu procurava emprego, e após passar quase seis meses, finalmente consegui. Trabalharei como recepcionista num luxuoso restaurante japonês. Não é aquele emprego dos sonhos, mas pelo menos dá pra fazer tudo que eu não conseguia, quando trabalhava na lanchonete. A roupa é bonita e diferente, sem contar o salário, que melhorou 90%. O dono do lugar é bem simpático e me recebeu com o maior carinho. Fui pra casa, irradiando alegria e distribuindo sorrisos pelas ruas.
- Como foi a entrevista de hoje? – pergunta meu pai.
- O senhor está diante da mais nova recepcionista do Japonês. – disse, com aquele sorriso.
- Tá brincando? – ele também sorriu, e veio me abraçar. – Parabéns!
- Obrigada.
A segunda pessoa para quem contei sobre o novo trabalho, foi o Pablo. Ele estava sempre freqüentando a minha casa, pois havia se oferecido para me dar aulas de violão.
- Eu disse que você conseguiria alguma coisa, não disse? – diz Pablo.
- Ainda bem que consegui, porque não estava mais agüentando ficar parada.
- Poderíamos sair pra comemorar. – sugeriu. – O que acha?
- Acho que seria uma boa idéia.
- Então passo aqui às 19h30 pra te pegar.
- Ok.
Que mal há em sair com o Pablo? Ele é tão fofinho, e está sempre por perto, quando preciso de algo. Não sei quais são as suas intenções, mas já deixei bem claro que sou apaixonada por outra pessoa. Se ele tentar qualquer coisa, estará sendo burro o suficiente pra acabar com a amizade que existe entre nós.
- Vai sair, filha?
- O Pablo quer comemorar por eu ter conseguido emprego.
- Não volte muito tarde, tá?
- Um-hum. – lhe dei um beijo no rosto. – Não fique preocupado comigo, e não se esqueça de tomar os remédios antes de dormir.
- Não esquecerei.
–--
(Contado pela Beca)
Se eu fosse comentar como aquela noite estava, diria “perfeita”. A Lua cheia, e aquele bando de estrelas no céu, que parecia brigar por um espaço. Eu estava sentada na cama, revendo meu álbum de fotos. A maioria das páginas tinha que ter pelo menos três ou quatro fotos do Georg. Parecia que tudo me fazia lembrar ele. O perfume de alguém que acabara de passar do meu lado; o sorriso de outro, que nem ao menos se parecia com ele; o modo de andar ou se vestir. Exatamente tudo!
Estava prestes a ficar louca, se isso continuasse. Não queria ter que tirar as fotos dele dali, mas também não queria ficar me machucando toda vez que abrisse o álbum. É uma decisão difícil, e que precisava ser tomada. Achei melhor me livrar de todas as coisas que ele me deu, ou de tudo aquilo que já o pertenceu. Eu começaria pelas fotografias. E quando estava pronta para arrancar a primeira foto, a campainha toca. Não me importei tanto, pois achava que minha mãe fosse atender, mas continuou tocando.
Larguei o álbum ali em cima da cama, e sai do quarto. Desci as escadas, já reclamando.
- Ô mãe, não tá vendo a campainha tocar?! – me aproximei da porta, e a abri. – Será que... Georg? – fiquei surpresa, e sem saber o que dizer.
- Oi Beca. – disse ele. – Posso entrar?
- Claro. – lhe dei espaço. – Mas se você veio até aqui, pra falar sobre o que aconteceu com a Megan, é melhor ir embora.
- Não, eu não vim aqui pra isso.
- Então pra quê veio? – cruzei os braços.
Ele ficou um tempinho quieto.
- Eu vim pra dizer que... Que não deveria ter dito aquelas coisas pra você, e que não tenho direito de ficar julgando as pessoas. Se você fez aquilo, teve os seus motivos.
- Quem é você e o que fez com o Georg?
Eu só poderia ter essa reação. Desde que conheço o Georg, sei que ele não teria coragem de deixar seu orgulho de lado, e confessar que fez algo errado.
- Estou aqui, tentando concertar as coisas e você fica me zoando?! – disse ele.
- Desculpa. – disse. – Só fiquei um pouco surpresa.
- Beca... – ele se aproximou. – Volta pra mim.
Tá legal, e ele tá pensando que eu sou o quê? Acha que pode me pedir com essa carinha sedutora e com esses lábios irresistíveis? Não sou tão fácil assim.
- O que pensa que sou? – perguntei. - Acha mesmo que pode chegar aqui, estalar os dedos e me ter de volta? – ele ficou calado. – Você foi grosso, um estúpido comigo! Me expulsou da sua casa, como se eu fosse um lixo!
- Não exagera.
- Exagero? Então é exagero nós dois brigarmos e você me chamar de Rebecca, ao invés de Becca?
- Eu estava chateado contigo.
- Claro, você não comete erros. É o senhor “eu não erro nunca”. – risquei as aspas no ar.
- Quer saber, eu não deveria nem ter vindo aqui.
- Concordo! – caminhei até a porta e a abri. – Já pode ir embora.
Ele passou por mim e foi mesmo. Dá pra acreditar nisso? Bati a porta com força, justamente para que ele pudesse ouvir. Depois disso, me veio aquele arrependimento. O que eu poderia fazer? Correr atrás dele.
- Georg! – gritei.
 Postado por: Alessandra

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