segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 20 - Make it happen - Part. II

(Contado pelo Tom)

– Não to fazendo nada. – peguei a bandeja. – E pode sair da minha frente, por favor? – ele me deu espaço, e me retirei.

Então este foi o exato momento em que descobri que as mulheres são completamente malucas. Impossível desvendar o que se passa em suas terríveis mentes. Também descobri que por trás de um rostinho bonito e delicado, há incontáveis mistérios, e que a dona dessa tal face estava me fazendo querer desvendá-la a cada segundo que passava.

Eu poderia estar com raiva por não ter obtido sucesso na minha tentativa de ajeitar as coisas com a Savannah, mas na verdade eu me sentia como um... Acho que dá pra chamar de caçador. E não irei descansar enquanto não conseguir o que tanto desejo.

Quando ela se retirou da cozinha, eu quis dar um murro na mesa. Mas me lembrei claramente das palavras do Bill em minha mente. E por falar nele, o próprio apareceu ali.

– Tá fazendo o quê? – perguntou-me.
– Nada. – respondi.
– Ih, eu esqueci de dizer que a carta com a autorização do visto de permanência da Savannah, já chegou.
– Porque não disse isso antes? – fiquei feliz e irritado, ao mesmo tempo.
– Já disse que esqueci.
– E cadê a carta?
– Acho que a guardei em algum lugar.
– Você acha?
– O quê que foi? Tá estressado? Irei me lembrar de onde a coloquei, e depois te entrego. – ele foi à direção da sala.

Subi pro meu quarto, e fechei a porta. Peguei meu violão, me sentei na cama, e comecei a tocar. Mas meus pensamentos estavam tão ocupados com outras coisas, que nem as notas musicais eu conseguia acertar. Decidi colocar o violão num canto, e fui dar uma volta de carro.

–--
(Contado pela Savannah)
Deixei a bandeja com o lanche pro meu pai, lá no quarto dele. Depois fui correndo até a beira da piscina, onde todos estavam.

– Georg, eu posso roubar a Beca por alguns minutinhos? – perguntei.
– Claro. – respondeu.

Beca e eu fomos até meu quarto, onde tranquei a porta e nos sentamos na cama, uma de frente para outra.

– O que foi? – pergunta ela, ansiosa.
– Preciso te contar uma coisa.
– Diz logo! – respirei fundo, e fechei os olhos.
– O Tom me beijou. – ela gritou, e me assustei.
– Repete?
– O Tom...
– Eu entendi, eu entendi! – me interrompeu. – E como foi?
– Normal. – ela tirou aquele largo sorriso dos lábios, e me olhou como se dissesse “ah tá, foi normal.”
– Você beijou Tom Kaulitz, e diz que foi normal?
– Ué...
– Nada! – ela estava mais feliz que eu? – Vocês estão ficando?
– NÃO! – gritei por impulso. – Foi só um beijo.
– Mas você gostou?
– Até que ele não beija tão mal.
– Ah vá, não me diga?! Sério mesmo? – foi irônica.
– Sua boba.

Pelo menos consegui contar isso pra alguém, já que estava entalado na minha garganta, pedindo pra sair. Aproveitei pra lhe contar sobre a mini conversa que tive que ele lá na cozinha, e sim, a Beca ficou ainda mais louca.

– Eu falei, não falei? – disse ela. – Eu sabia que o Tom tava gostando de você.
– Um beijo não significa nada.
– Nos tempos de hoje, minha filha, um beijo pode significar muita coisa.
– E além do mais, ele ainda deve tá de rolo com a Megan.
– Quem disse? O Tom não quer ver aquela dali nem pintada de ouro.
– Será?
– Se eu fosse você, aproveitaria.
– Não. – gaguejei. – Não posso.
– Porque não?
– Fiz uma promessa, e tenho que cumprir.
– Que promessa? – eu ia responder. – Não vai me dizer que você vai querer casar virgem?! – perguntou incrédula. – Nem minha avó casou virgem!
– Não foi esse tipo de promessa.
– Então...?
– Prometi que viria até aqui pra cuidar do meu pai, e não pra ficar me apaixonando por alguém. Não posso ficar com o Tom.
– Mas o seu pai já está sendo bem cuidado, e amanhã fará a cirurgia.
– Eu sei, e depois ele vai precisar ainda mais de mim.
– Vai levar essa promessa a sério mesmo?
– Acho que sim.

HORAS MAIS TARDE...
A noite estava quente como o dia, o céu completamente tumultuado de estrelas, e a lua cheia. Eu havia terminado de tomar um banho, e estava prestes a entrar debaixo do chuveiro novamente, de tanto calor. Pra ficar confortável e fresca, coloquei um short curtinho e uma blusa de tecido leve. Fui até a varanda do quarto, e me sentei numa das cadeiras. A brisa que o vento trazia era tão boa, que minha vontade era de levar o colchão lá pra fora e dormir ali mesmo.

A maioria do pessoal havia saído, então a casa estava silenciosa. Era a noite perfeita pra colocar os pensamentos em seus devidos lugares. Na manhã seguinte seria a cirurgia do meu pai, e aquilo me deixava um tanto nervosa só de saber que ele teria de passar por algo tão delicado. E se alguma coisa der errado? Me fiz essa pergunta milhares de vezes. Mas de uma coisa eu tinha certeza, se eu continuasse sentada, coisas piores passariam pela minha mente.

Resolvi ir até a beira da piscina. Me sentei, e pus os pés dentro da água. Via meu próprio reflexo, e logo mais coisas começaram a surgir em minha cabeça. O Scotty veio me fazer companhia, e se deitou ao meu lado. Fiquei acariciando seus pêlos macios.

–--
(Contado pelo Tom)

Sei que eu não deveria ter feito isso, mas a Megan insistiu tanto, que acabei saindo com ela novamente. Não foi o melhor “encontro” que já tive, mas serviu pra eu esquecer temporariamente algumas coisas. Quando cheguei em casa, a Rute veio logo avisar que não tinha ninguém em casa. Apenas o pai da Savannah, que aquela altura, já deveria estar dormindo.

– A... A Savannah também saiu? – perguntei.
– Provavelmente. – respondeu. – Vai precisar de mim pra mais alguma coisa?
– Não, obrigado.
– É melhor falar logo, porque se eu me deitar, não vai ter santo pra me tirar daquela cama!
– Pode ir. – disse, rindo. – Sei me virar sozinho.
– Espero que saiba mesmo. – foi se retirando. – Um garoto dessa idade que não sabe nem lavar um copo.

Vê se pode uma coisa dessas? Estou quieto na minha, e a pessoa fica me xingando sem eu ter feito nada! E ainda fica dizendo que não sei lavar copo! Mas enfim, depois que a Rute foi pro quarto, fiquei mais alguns minutos na cozinha. Caminhei em direção a porta de vidro que dava acesso à área da piscina, e escutei vozes. Primeiro pensei que estava ficando doido, a segunda opção é que algum ladrão teria invadido a propriedade, e por último, vi que era apenas a Savannah. Ela conversava com o Scotty. Essa garota é doida. Fiquei observando-a durante um tempo, e pude notar seu carinho pelo cachorro. Abri a porta, e comecei a me aproximar. Assim que me viu, a Savannah se levantou.

– Não vai se retirar só porque eu cheguei, não é? – perguntei.
– Está um pouco tarde. – respondeu.
– E a noite está perfeita para ser desperdiçada. – coloquei as mãos nos bolsos. Olhei em direção à lua. – Já viu como a lua está bonita?
– Nem havia reparado. – disse, enquanto olhava.
– Savannah... – ela me olhou. – Queria te pedir desculpas. Eu não deveria ter feito aquilo. Mas não vou mentir, e dizer que não queria ter feito, porque eu quis.
– Tudo bem.
– Não, não está tudo bem! Se estivesse bem, nós dois estaríamos conversando normalmente.
– E não estamos conversando agora?
– Agora. Mas antes...
– Antes é passado, Tom. – me interrompeu. – E não tem que se desculpar por nada. – fez uma pausa, deu um meio sorriso. – Boa noite. – se retirou.

–--
(Contado pelo Bill)
Quando cheguei em casa com a Bella, tudo estava muito silencioso. A maioria das luzes apagadas. Subimos as escadas, deixei a Bella em seu quarto, e ia pro meu. Passei em frente ao quarto do Tom, e a porta estava meio aberta. A luz ainda estava acesa. Como meu sono ainda não havia aparecido, fui conversar com meu irmão. Ele estava sentado em sua cama, e me sentei ao seu lado.

– Já resolveu as coisas com a Savannah? – perguntei.
– Como sabe sobre isso?
– Noticias correm rápido.
– Nunca mais conto nada pra Bella.
– Anda, me fala loco como estão as coisas?
– Acho que finalmente estão melhorando. Conversamos há alguns minutos, e desta vez ela não tentou fugir.
– Que bom.

Apesar de ainda – tentar – esconder seus sentimentos, está mais que provado que o Tom gosta da Savannah. Ele não consegue esconder ou disfarçar as coisas muito bem, e isso me deixa um tanto preocupado. Pelo que conheço do meu irmão, ele não irá descansar até alcançar seus objetivos.

Depois que fiquei um tempo ali conversando com o Tom, fui pro meu quarto. No corredor, encontrei a Savannah, que trazia um copo de água.

– Oi Bill. – diz ela, com um sorriso.
– Savannah, eu estava mesmo precisando falar com você. Será que tem um minuto?
– Claro.
– Vamos até a biblioteca.

Entramos na biblioteca, e fechei a porta, só para o caso de alguém querer escutar. Nos sentamos no sofá, um de frente para o outro, e ela me olhava sem entender muito bem, mas iria me escutar.

– Vou direto ao assunto. – me ajeitei no assento. – Você e o Tom ainda estão brigados?
– Na verdade, nós nunca brigamos. – respondeu, e colocou o copo na mesinha de centro.
– E porque estão sem se falar?
– Ele...
– Te beijou. Eu já sei dessa história. Só não entendo o motivo dessa distância. – ela ficou um tanto sem graça, e abaixou um pouco a cabeça.
– Eu acho que... Que vou confiar em você.
– Como assim?
– Bom, no meu último relacionamento, depositei todas as minhas fichas. Praticamente mudei quem eu era pra agradar pessoas. Só que... – seus olhos se encheram de lágrimas. – Eu nunca faço nada certo, então deu tudo errado. Eu... Eu estraguei tudo.
– E o que isso tem a ver com o Tom?
– Ele não merece alguém como eu.
– Porque tá dizendo isso?
– Porque eu me conheço, e não daria certo. Já cometi muitos erros, e já magoei muitas pessoas. – suspirou. – Não quero que o Tom faça parte dessa lista.
– Você foi tão má assim?
– Não é questão de ser má. – colocou uma mecha do cabelo, atrás da orelha. – O problema é que eu sempre me apaixono pelas pessoas erradas.
– Está apaixonada pelo Tom?

Ficou calada, e aquilo foi o bastante.

– Não sou daqui, Bill. – disse. – E eu com certeza acabaria magoando ele.
– Está falando da distância que possivelmente separaria vocês dois?
– É. – ajeitou novamente o cabelo. – Por isso estou evitando o Tom. Se eu ficar perto dele, não vou conseguir me controlar.
– Savannah... Vou ser sincero com você. A maioria das garotas com quem o Tom já teve algum tipo de relacionamento, não despertaram absolutamente nada nele. Elas eram como... Como um passa tempo, entende?
– Um-hum.
– Além de irmãos, somos muito amigos, e ele nunca me disse nada sobre sentir alguma coisa por alguma delas. E depois que você apareceu... Aquele Tom que pouquíssimos conheciam, mudou. Não digo que deixou de ser quem era, apenas passou a mostrar o verdadeiro Tom que vive dentro dele. E tudo graças a uma estrangeira que veio a procura de uma ajuda pro pai. – ela deu um leve sorriso. – Até eu, que estou acostumado a vê-lo falando de garotas a todo instante, achei estranho quando ele começou a esboçar ciúmes de você.
– Ciúmes?
– É isso ai. Pela primeira vez, uma garota conseguiu fazer o meu irmão mulherengo, se apaixonar de verdade. E ela não precisou mostrar os peitos, pra chamar sua atenção. Ela mostrou o que há de mais simples: que a embalagem não é o mais importante. E na minha opinião, distância não significa nada, quando alguém significa tudo.

Postado por: Grasiele

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