segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 17 - Are just excuses to be able to stay near you.

Eu acho que senti meu coração pular uma batida
Eu estou parado aqui e mal posso respirar
Você me tem
Você me tem

O jeito que você pega minha mão é tão doce
E aquele seu sorriso desajeitado
Me derruba

Oh eu não consigo me satisfazer
Eu sou uma estopa e preciso me preencher
A sensação é tão boa, deve ser amor
É tudo que eu sonhei
Eu desisto, me entrego. Deixo ir em frente.
Vamos começar
Pois não importa o que eu faça
Meu coração está preenchido com você

(Contado pela Savannah)

Acordei com o canto dos passarinhos. Na verdade, uma das empregadas havia entrado no quarto e aberto a cortina, fazendo os raios solares penetrarem o local. Simpaticamente, perguntou se eu queria me levantar para fazer minha higiene matinal. Respondi que sim, então ela chamou outra empregada, e as duas me ajudaram a chegar ao banheiro. Um banco fora colocado na direção onde a água do chuveiro cairia. Cobri a bota ortopédica com um plástico, e tirei a roupa. Fiquei de calcinha e soutien, e tomei o banho assim.

Elas me ajudaram da melhor maneira possivel, e fiquei satisfeita. Também aproveitei e fiz minha higiene bucal. Meu tornozelo havia melhorado bastante, então eu tiraria a bota na próxima segunda-feira. Isso estava sendo uma tortura. Todo mundo fazia as coisas pra mim, e me sentia uma rainha. Se eu sentisse cede ou fome, a Rute dava um jeitinho, ou então o Tom, que não desgrudava de mim. Sua preocupação às vezes me fazia ficar com raiva. De meia em meia hora, ele aparecia no quarto pra perguntar se estava tudo bem, ou se eu precisava de algo.

– Tom, estou ótima! – disse, ficando com raiva. – Não precisa ficar vindo aqui a todo instante.
– Tem certeza que está mesmo bem? – ele se aproxima da cama. – Não sente mais dor no tornozelo?
– Já disse que estou bem. Você não enjoa da minha cara não?
– Só estou preocupado.
– Segunda-feira tirarei isso, então não tem que se preocupar.

Ao mesmo tempo em que aquela preocupação me parecia boba, também me fazia pensar que ele realmente se importava comigo. E quando não aparecia pra me ver, eu sentia falta. O Tom era o único que fazia palhaçadas, pra tentar me fazer esquecer que eu teria de ficar uma semana na cama. Era um dos poucos, que mesmo me vendo naquela situação, continuou com a idéia de que me ensinaria a tocar violão. E como eu não tinha nada pra fazer, aceitei. Ele não é um dos melhores professores, mas ensina bem e sempre me diverte.

– Não, coloca o dedo assim. – dizia ele.
– Tá certo?
– Agora está. – sorriu.

Com uma aluna aplicada como eu, era fácil de dar aula. Às vezes me batia aquela preguiça, mas quem disse que ele me aliviava? No inicio, meu pulso e os meus dedos doíam tanto, que cheguei a pensar que perderia um deles. Aos poucos fui me acostumando. Me acostumei tanto com aquelas aulas diárias que o Tom me dava, que quando ele tinha algum compromisso com a banda, eu pedia pra Beca pegar o violão dele, e ficava tentando tocar lá no quarto.

A Beca era outra que também não desgrudava. Me deixava sempre antenada no mundo das fofocas. Não havia um dia se quer, que ela não chegasse com uma novidade, ou alguma resenha.

– A Megan veio procurar pelo Tom hoje. – disse Beca.
– E porque está me contando isso?
– Achei que gostaria de saber.
– Obrigada, mas não tenho nada a ver com a vida amorosa dos dois.
– Tem sim. Me disseram que você é um dos principais motivos dele não querer reatar o namoro.

Dá pra acreditar nisso? Eles já estão achando isso, sem o Tom e eu termos alguma coisa, imagine se tivéssemos? Será que é verdade? Pensei. Enfim, não pode ser verdade. Eu teria notado qualquer coisa!

– Com licença, meninas. – diz Tom, batendo de leve na porta, que já estava aberta. – Posso entrar?
– Claro. – diz Beca.
– Savannah – ele se aproxima. -, eu conversei com o médico que fará a cirurgia do seu pai, e achei melhor adiar.
– Por quê? – fiquei surpresa.
– Hoje é sexta-feira, e se a cirurgia for no sábado, você não poderá ficar ao lado do seu pai, porque está com o tornozelo imobilizado. – justificou. – Remarquei para quarta-feira, assim dará tempo de tirar essa bota. – Beca me olhou, e sorriu.
– Mas eu já tinha ligado pra ele. – disse.
– Não tem problema, ligarei novamente, e avisarei.
– Tá legal. – disse, um tanto desanimada.
– Sei que você está ansiosa pra essa cirurgia acontecer logo – segurou minha mão esquerda. -, mas será bom pros dois.
– Um-hum.

Bastou o tempo do Tom se retirar do quarto, pra Beca dizer:

– Reparou em como ele te olhava?
– Não. – respondi.
– Como não?! Como não?! – parecia desesperada.
– Hei! – quase gritei. – Se controla, tá? – nós duas rimos. – Ele me olha, da mesma maneira que olha pra você e pra qualquer outra pessoa.
– Se eu não tivesse namorando o Georg, e o Tom me olhasse desse jeito, eu com certeza pegaria ele.
– O quê?
– Aproveite as oportunidades que a vida está lhe oferecendo! Não deixe esse bofe passar!

Maluca! A Beca é completamente maluca! Tá vendo coisas onde não tem. Ou será que tem? Será que sou tão sonsa assim a ponto de não perceber nada? Não, isso só pode ser imaginação dela mesmo.

DOMINGO À TARDE...
O Tom não estava em casa, e como eu não me agüentava de ansiedade, pedi ao Bill que me levasse até o médico, para que pudesse tirar aquela bota. Ele não queria me levar, pois tinha medo que o Tom pudesse brigar, ou falar qualquer coisa. Mas a minha insistência foi tanta, que ele acabou ficando sem solução.

– O Tom vai me matar. – disse Bill, enquanto dirigia.
– Vai nada. – respondi.
– To até vendo a reação dele. Vai falar um monte de coisa.
– Pode deixar, que converso com ele depois.

O próprio médico disse que eu já poderia tirar aquela bota, que foi apenas uma torção. Nada grave. Me senti tão aliviada e feliz, ao colocar o pé naquele chão frio, que me fez até arrepiar. Tirei mais um raio-x pra saber se não havia nada de errado mesmo, e depois que tudo estava bem, fui embora.

Bill me deixou em casa, e disse que iria se encontrar com a Beth. Não sei por que ele me disse isso, não me deve satisfações. Quando entrei, notei que a casa estava silenciosa demais. Perguntei a Rute, onde todos estavam.

– Saíram. – respondeu. – Apenas o Tom está em casa.
– Ah é?
– Ele está lá na biblioteca.

Não sabia muito bem onde era a biblioteca, então a Rute me explicou como eu chegaria até lá, e fui. Abri a porta devagar, e o Tom estava tocando piano. Sim, o lugar era tão grande, que tinha até um piano! Não me perguntem o nome da música, porque não saberia dizer. Fechei a porta com o máximo de cuidado possivel, para não atrapalhá-lo.

– Bela música. – disse, após ele terminar.
– Há quanto tempo está ai?
– Não muito. – me aproximei. – Quer dizer que além de tocar guitarra e violão, também toca piano?
– Eu tento.
– Como é modesto. – olhou pro meu pé.
– Não tiraria a bota só amanhã?
– Fiquei ansiosa, e o Bill acabou me levando ao médico.
– Bill, sempre se adiantando.
– Não foi culpa dele, eu que insisti. E além do mais, você não estava em casa.
– Se eu estivesse, não tiraria isso hoje! – dei a volta no piano.
– Porque é assim comigo?
– Assim como?
– Tão protetor.
– Não sei. Eu sou assim?
– Um-hum. – me sentei ao seu lado. – E me protege muito.
– Isto é uma reclamação?
– De maneira alguma! – coloquei uma mecha do meu cabelo, atrás da orelha. – Eu até gosto.
– Significa que posso continuar?
– Pode.

O que estava acontecendo? O quê é isso? Tá doida? Fumou foi? Notei algumas folhas de papel, e um lápis em cima do piano. Ele só poderia estar compondo, e eu com a minha curiosidade, atrapalhamos.

– Estava compondo? – perguntei, pegando uma daquelas folhas.
– Não. – suspirou. – Só estava tocando mesmo.
– Você é praticamente um nerd dos instrumentos, hein? – nós rimos.
– Acho... Acho que dá pra me chamar assim. E você, está tocando alguma coisa no violão?
– Eu disse que não tinha jeito – coloquei a folha no lugar. -, então está sendo um pouco difícil pra mim. Mas estou me esforçando.
– Continue treinando, e em poucos dias já estará tocando legal. – até parece. – Quer aprender algo de piano?
– Por acaso quer me transformar numa nerd também?
– Não. – fez uma pausa, e me encarou. – Na verdade, são só desculpas pra poder ficar mais próximo de você.

Tá legal, eu não sabia se aquilo era verdade, ou se não passava de uma brincadeira. Só sei que meu coração acelerou, acelerou muito, e fiquei sem graça. Aposto que minhas bochechas ficaram vermelhas, e ele percebeu.

– Pode tocar de novo? – gaguejei um pouco. Ele deu um meio sorriso.

Logo Tom começou a tocar, e me explicou algumas coisas. Se entendi? Claro que não. Nem metade do que havia dito. Eu só conseguia prestar atenção no seu jeito.

Postado por: Grasiele

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