segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 13 - If this jealousy, it can be?

(Contado pela Savannah)
Quando os meninos terminaram de assistir o filme, foi cada qual pro seu quarto. A coitadinha da empregada, teve de ir limpar toda a sala de cinema, sozinha. Fiquei com pena dela, e me ofereci para ajudá-la.

– Senhorita, se os patrões a vêem fazendo isso, eles vão reclamar tanto.
– Não to nem ai pro que os meninos vão falar. – disse, pegando a vassoura de sua mão. – E já disse pra não me chamar de senhorita.

Ficamos algumas poucas horas deixando tudo nos conformes. Aproveitamos pra conversar, e pude conhecê-la um pouco mais. Descobri que a Rute não é simplesmente uma empregada, mas é também mãe de três garotas. Ela é uma mulher com vários sonhos que não foram realizados, e isso a faz ter força de vontade para que um dia, eles se realizem.

– Tenha uma boa noite. – diz Rute.
– Obrigada. – respondi. – Você também.

Fui pro quarto, e fechei a porta. Estava um tanto cansada, e com preguiça de ir tomar banho. Mas criei coragem, e relaxei por alguns minutos na banheira com aquela água quentinha. Vesti um pijama verde claro, e me sentei na cama. Peguei o livro que estava na mesinha de cabeceira, e comecei a ler. Ouço baterem na porta, e tive que me levantar pra ir ver quem era.

– Estava dormindo? – pergunta Tom.
– Não.
– Você... Está bem?

Achei meio estranho esse negócio dele ter vindo até aqui só pra perguntar se eu estava bem.

– Sim. – disse. – Por quê?
– Nada. – um sorrisinho leve surgiu em seus lábios. – Só queria saber.
– Um-hum.
– Então... Boa noite.
– Pra você também.

Ele ia se retirando, e eu estava pronta pra fechar a porta. Mas o Tom volta.

– Na verdade... Eu queria saber por que você estava chorando. Fiquei... Preocupado.
– Estou bem. Não precisa se preocupar, mas... Obrigada.
– Tem certeza que está bem mesmo?
– Tenho. – fiz uma pausa. – E não fique pensando que essa sua preocupação irá aliviar alguma coisa, porque eu não esqueci o que você fez com a minha blusa. – ele riu.
– Vou ficar esperando pela sua vingança.
– É bom mesmo.

Mais uma vez me desejou boa noite, e se retirou. Fechei a porta, e fiquei escorada na mesma. Comecei a rir. Caminhei em direção à cama, e me deitei. Apaguei o abajur, e nem notei quando peguei no sono.

Acordei na manhã seguinte, com a bela melodia dos passarinhos. Estava meio frio, e aquilo me fazia ter vontade de ficar ali na cama, enrolada no cobertor. Me espreguicei, e me levantei. Fui até a varanda, e respirei o ar puro. Depois voltei, e fui pro banheiro, onde fiz toda minha higiene matinal.

Coloquei uma roupa confortável e bem quentinha. Desci pro café da manhã, e não havia muita gente lá na cozinha, apenas o Bill, Gustav e Bella. Os outros dois eu não sabia onde estavam.

– Bom dia. – disse.
– Bom dia. – responderam em uníssono.

Me sentei ao lado do Gustav, e a Rute logo veio me servir. Não demorou muito até uma conversa surgir.

– Onde está o Georg, hein? – pergunta Bella.
– Acho que ele saiu com alguém. – responde Gustav.
– Será alguma garota? – diz Bill.
– Não faço idéia. – diz Gustav. – Mas é bem provável.
– O que vão fazer hoje? – diz Bella.
– O meu dia está completamente livre. – disse Bill, tomando um pouco do seu suco.
– Vou dar umas voltas pela cidade, e aproveitar pra visitar alguns antigos amigos. – disse Gustav.
– E você, Savannah? – pergunta Bill.
– Eu... Não farei nada.

Após terminarmos o café da manhã, fui até a área da piscina, e me sentei numa das espreguiçadeiras. Essa casa fica muito silenciosa sem a presença do Tom, e confesso que ele faz falta. Como eu não queria ficar muito tempo ali sentada, resolvi dar umas voltas pela propriedade. Chamei o Scotty, e ele veio comigo. Caminhamos por vários lugares, e acabei encontrando um pequeno jardim.

– Nossa, como vocês estão feinhas, hein? – me agachei, para observar melhor.

Quase todas as flores estavam mortas. Uma ou outra lutava pela sobrevivência, a terra estava muito seca. Resumindo, aquilo estava aos poucos, perdendo seu charme e vida. Scotty pareceu também ter ficado triste com aquela cena, e descarregou sua urina na terra.

– Pelo menos tá tentando ajudar, não é? – disse a ele.

Eu queria fazer alguma coisa por aquele jardim, e essa era mais uma coisa que eu havia colocado em mente. Não iria descansar, enquanto não visse todas aquelas flores vivas e lindas, novamente. De volta à casa, me sentei no sofá da sala, e fiquei pensando na vida.

– Como está se sentindo? – pergunta Bill, se sentado ao meu lado.
– Melhor que ontem. – lhe respondi, sorrindo.
– Que bom. – retribuiu ao meu sorriso. – E deve continuar assim.
– Farei o possivel.
– É... Eu sei que você faria isso com o Tom, mas ele não está aqui, então... O que acha de sairmos pra procurar um médico pro seu pai?

Não sabia que o Bill era assim. Se eu fosse esperar pelo Tom, talvez não conseguisse um médico por tão cedo.

– Tá legal. – disse. – Mas você não vai sair com a Beth?
– Ela está ocupada demais, com alguns compromissos. – respondeu. – E não quero ficar em casa, olhando pro teto.

Subi até o quarto, e me troquei. Em seguida, encontrei o Bill lá na garagem, passando um paninho branco no capô de seu luxuoso carro. Fiquei até meio sem graça por entrar no mesmo. O carro era tão bonito e bem conservado, que até tinha cheirinho de novo.

Rodamos por várias ruas de LA. Passamos em diversas clinicas, e pelo que me parecia, eram boas o suficiente para realizar a cirurgia do meu pai. Apesar de não ter tanta “intimidade” com o Bill, ele está sendo um bom amigo.

–--
(Contado pelo Tom)
O Bill havia me dito que a Savannah tinha chorado, e como ela não quis me dizer o motivo, deduzi que fosse pelo seu pai. Assim que acordei, fiz minha higiene matinal, e mal tomei o café da manhã. Peguei a chave do carro, e iniciei a busca por um médico. Não contei nada pra ela, e nem a chamei para vir junto, pois ainda estava dormindo, e não quis incomodá-la.

Fiquei quatro horas e meia, procurando o tal médico. Não sou muito bom nesse tipo de coisa, então tive que pedir a ajuda de um amigo.

– Não posso te dizer pra quem é esse médico. – disse. – Mas é caso de vida ou morte!
– Tem a ver com os meninos da banda?
– Não. – respondi. – Não tem nada a ver com ninguém da minha família. Esse médico é pro pai de uma amiga.
– Sei. Amiga.
– Vai me ajudar ou não?

Consegui o telefone e endereço da melhor clinica de Los Angeles. Fui até lá, e conversei com um dos melhores médicos. Ele me explicou várias coisas, que não entendi metade. Só sei que deixei tudo certo. A cirurgia do pai da Savannah, seria realizada no próximo fim de semana. Eu só teria que avisá-la.

Cheguei em casa, e encontrei a Bella, sentada no sofá da sala, lendo um livro qualquer. Me sentei numa poltrona, ou melhor, me esparramei. Estava cansado demais.

– Por onde andou? – pergunta ela, fechando seu livro, e o colocando ao seu lado.
– Fui resolver algumas coisas. – respondi.
– Que coisas?
– Deixa de ser curiosa, garota. Isso não é da sua conta. – ela riu. – Onde está todo mundo?
– Gustav está no quarto. O Georg saiu com alguém, e até agora não voltou. O Bill saiu com a Savannah.

Acho que não ouvi direito.

– O Bill... Saiu com a Savannah? – me ajeitei no assento.
– Sim. – diz Bella. – E também já faz algum tempinho. – ela olha pro relógio de pulso.
– Sabe pra onde eles foram?
– Se eu não me engano, eles foram atrás de... Acho que de um médico.
– Um médio?!
– Um-hum.

Fiquei calado por alguns instantes. Pensei que ela estivesse atrás da minha ajuda, e não a do Bill.

– Bom, vou tomar um banho. – me levantei.
– Tá precisando mesmo. – diz Bella.
– Olha só quem fala.

Subi pro quarto, e tomei aquele banho. Depois desci até a cozinha, pra fazer um lanche. O Bill e a Savannah chegaram, alguns minutos depois. Os dois entraram na cozinha, rindo. Pareciam ter se divertido muito.

– Estavam passeando? – perguntei.
– Fomos procurar um médico pro pai da Savannah. – diz Bill, se sentando à minha frente.
– Que bom. – disse.
– Não vai ficar com raiva, não é? – pergunta Savannah, se sentando na cadeira ao lado.
– Claro que não. – respondi. – Até porque – me levantei. -, eu também sai à procura de um médico, e a cirurgia do seu pai já está marcada pra semana que vem. – me retirei.

A Savannah veio atrás de mim.

– Está brincando comigo, não é? – pergunta ela, com um enorme sorriso nos lábios.
– Não, não é brincadeira. – disse. – Conversei com um médico, e ele disse que fará a cirurgia.
– Mas... Eu deveria... Estar junto. Pra saber como ficaria...
– A parte financeira? – a interrompi.
– É.
– Vou arcar com todas as despesas necessárias pro seu pai ficar bem. – chegamos à área da piscina.
– O quê? – pareceu surpresa. – Não! Não, Tom. Isso não tá certo.
– Porque não?
– Por que... Porque é a minha obrigação fazer isso. – fiquei de frente pra ela.
– Savannah... Eu não sei se fiz uma promessa, ou qualquer coisa do tipo. Mas eu disse que te ajudaria. Só estou cumprindo com a minha palavra.
– Você não poderia ter feito isso. – fez uma breve pausa. – Já estou dando trabalho, em morar aqui.
– Não é trabalho algum.
– Obrigada. – seus olhos estavam cheios de lágrimas. – Eu sei que isso é muito pouco, mas é o que posso fazer no momento.
– Deixe de bobagem.

Porque eu ficaria com raiva por ela ter ido com o Bill? Se a Savannah combinou comigo, e resolveu mudar de idéia, não tenho porque ter raiva. E além do mais, acho que eles devem se conhecer melhor mesmo. Não vou me importar com isso, até parece. 

Postado por: Grasiele

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