segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 19 - Make it happen - Part. I

(Contado pela Bella)

Estávamos praticamente todos reunidos em torno da mesa, para o café da manhã. Apenas a Savannah ainda não havia descido, mas também não demorou muito para que isso acontecesse. A primeira coisa que ela fez ao entrar na cozinha, foi olhar na direção do Tom. Ele estava sentado no lugar de sempre, e a cadeira ao lado era a única vazia. O jeito como ela o olhava, era estranho. Savannah ficou parada por poucos segundos, e logo se pronunciou.

– Bella, pode trocar de lugar comigo? – pergunta ela.

Todos obviamente pararam o que estavam fazendo, e ficaram olhando pra ela, sem entender muito bem. O Tom abaixou as vistas, e voltou a tomar seu suco.

– Trocar de lugar? – me fiz de desentendida. – Porque não se senta ao lado do Tom?
– É que hoje to com vontade de me sentar ao lado do Bill. – respondeu.
– Aham. – me levantei, e fui me sentar ao lado do Tom.

Durante todo o café da manhã o Tom olhava pra Savannah, que sempre desviava o olhar. Eu não era a única a perceber que havia algo errado entre os dois, só não sabia dizer o quê. Pra completar, um silêncio gigantesco tomava conta daquela cozinha. E esse negócio de um ficar olhando pro outro, e aquele outro desviar o olhar, não estava dando certo. Meus nervos estavam começando a me incomodar.

– Tá legal, dá pra vocês falarem o que está acontecendo aqui? – perguntei, olhando pra todo mundo.
– Como assim? – diz Georg.
– Que clima é esse?! – disse. – Nunca tive um café da manhã tão chato quanto o de hoje! E esse silêncio? Porque ninguém tá falando nada?!
– Talvez seja porque não temos assunto. – diz Gustav.
– E desde quando vocês não têm assunto? – disse.

Naquele mesmo instante, a Savannah pediu licença e se retirou do local. E todos os olhares se voltaram para o Tom.

– O que foi? – diz ele. – Não fiquem me olhando assim, porque não tenho nada a dizer!
– Vocês brigaram? – pergunta Gustav.
– Não. – respondeu.
– E porque estão agindo assim? – pergunta Georg.
– Perguntem a ela. – Tom se levantou, e saiu pela porta da cozinha que dá acesso a área da piscina.

–--
(Contado pelo Tom)

As coisas realmente pareceram ter mudado entre mim e a Savannah, e tudo por minha culpa! Se eu não tivesse feito aquilo, estaríamos conversando normalmente. Mas sempre que eu tentava me aproximar de alguma maneira, ela dava um jeitinho de acabar com a minha festa.

– Savannah, tô indo até a pista de skate. – disse. – Quer ir junto?
– Acho que não. – respondeu. – Prefiro ficar aqui com a Beca.

Raramente conversávamos, e isso estava começando a me deixar louco. Se eu chegava perto, imediatamente ela se afastava. Nem me olhando nos olhos ela estava mais. Eu já não sabia mais o que fazer, pra contornar toda aquela situação.

Naquela tarde de quarta-feira, fui até o aeroporto para receber o pai dela que estava chegando. A única maneira de convencê-la a ir comigo, era se a Beca fosse junto. As duas se sentaram no banco de trás do carro e foram conversando durante todo o percurso. Enquanto isso, eu me sentia como se fosse o motorista das duas.

Quando chegamos ao aeroporto, não demorou muito tempo até o pai dela aparecer. Savannah correu para abraçá-lo, e os dois choraram nesse reencontro. De volta pra casa, eu novamente fui de motorista. Desta vez a Beca foi no banco do carona, deixando-os no banco de trás.

Assim que entramos pela porta da sala, o pessoal veio logo cumprimentar o pai dela. E para minha surpresa, a Beth também estava lá. Nos sentamos no sofá, e pra azar geral da nação, a namorada do Bill se sentou ao lado do pai da Savannah. Ficamos com muito medo que ela pudesse descobrir tudo.

– Você é irmão da Simone? – pergunta Beth.
– Quem é Simone? – pergunta o pai da Savannah. Pra disfarçar, eu cai na gargalhada.
– Tio, você é tão engraçado. – disse, ainda rindo. Ele me olhou sem entender nada.
– O meu pai está um pouco cansado da viagem. – disse Savannah. – É melhor eu levá-lo para descansar.
– Deixe que eu te ajudo. – me ofereci.
– Não precisa. Faço isso sozinha.

Depois que a Beth foi embora, os nervos foram aliviados. Ali na sala, o pessoal ainda queria saber o que estava acontecendo entre mim e a Savannah, e como eu não iria contar nada, fui pra cozinha. Abri a geladeira e peguei a jarra de suco, depois abri um dos armários e peguei um copo. Me sentei a mesa, e preenchi o copo com o liquido. A Bella apareceu caladinha, se sentou na minha frente e ficou me olhando.

– Fala logo o que você quer. – disse.
– O que está acontecendo entre você e a Savannah?
– Nada.
– É óbvio que tem alguma coisa, pra vocês dois não estarem se falando. – fez uma pausa. – Me conta o que foi.

Demorei um pouco a responder, pois não sabia se deveria ou não contar. Mas por fim acabei optando pela primeira opção.

– Eu a beijei. – respondei. – E depois disso tudo ficou assim.
– Ou seja, você está a fim de uma garota que parece não querer nada contigo?
– Não estou a fim dela!
– E eu não nasci ontem, Tom. Está escrito na sua testa e com letras maiúsculas.
– Nossa, está tão claro assim?
– Um-hum. E pela primeira vez uma garota parece ter conseguido laçar de vez o seu coração.
– Do que adianta, se ela não quer nada comigo?
– Então você vai ficar parado, apenas esperando que algo aconteça?
– Já tentei me reaproximar.
– Escuta aqui, Tom Kaulitz! – ela bateu na mesa, e se levantou. – Você foi homem pra beijar a garota, e agora vai ter que ser homem o suficiente pra ir atrás dela!
– Se o Bill te ver batendo nessa mesa...
– Não muda de assunto! – me interrompeu, quase gritando. – É melhor começar a pensar em alguma coisa, porque um dia a Savannah pode ir embora, e você vai ficar com o terrível peso na consciência por não ter feito nada – ela se retira.

–--
(Contado pela Savannah)

Reencontra o meu pai, foi a melhor coisa que já poderia ter acontecido. A felicidade estava estampada na minha cara, e dificilmente alguém deixaria de perceber. O levei até o quarto de hospedes, e ele ficou maravilhado com tudo que estava vendo. Ele se sentou na cama, e parecia estar com os pensamentos bem distantes. Me sentei ao seu lado.

– Está se sentindo bem, papai? – perguntei.
– Sim. – respondeu, e me olhou. – Mas... Como veio parar neste lugar?
– Ih, isso é uma longa história.
– Acho que tenho tempo para ouvir.

Pelo que eu conhecia do meu pai, sabia que ele não me deixaria sair daquele quarto sem contar como tudo realmente aconteceu.

– Então... Você agora está casada com aquele garoto que mais parece uma mulher? – parecia surpreso.
– Um-hum.
– E vocês já...
– Não! – quase gritei. – Ele tem namorada, e esse casamento é uma mentira.
– E porque não se casou com o outro que tem cara de homem?
– Pai!
– To mentindo?
– O mais importante aqui não é o casamento, e sim a sua cirurgia. Está preparado, não está?
– Sim. – segurou minha mão. – Se a sua mãe estivesse aqui – seus olhos estavam cheios de lágrimas. -, ela ficaria muito orgulhosa.
– Não vamos falar da mamãe. – uma lágrima escorreu pelo seu rosto, e eu a enxuguei. – Bom, agora te deixarei descansando, porque a sua cirurgia é amanhã de manhã. Daqui a pouco trarei um lanchinho pro senhor.

Lhe dei um beijo no rosto, e sai do quarto. Passei pelo corredor, enquanto passava em frente ao quarto do Georg, ouvi uns barulhos estranhos. Pra ser mais precisa, eram gemidos. Aqueles danadinhos estavam aprontando em plena luz do dia, e sem nenhuma vergonha na cara, para fazerem menos barulho.

Fui até a cozinha, e a Rute estava terminando de preparar algo para o Bill, a Bella, o Gustav e o Tom, que estavam lá na beira da piscina. Quando ela saiu, aproveitei que estava sozinha, e resolvi fazer alguma coisa pro meu pai. O silêncio ali dentro estava tão bom, e eu estava tão concentrada no que fazia, que qualquer barulho possivelmente me faria levar um enorme susto. Comecei a arrumar as coisas numa bandeja, e der repente vejo minha vida passar diante dos meus olhos. Um susto daqueles que eu já mais havia levado, e que nenhum inimigo mereceria levar também. Aquela voz inconfundível que me perguntou:

– É impressão minha, ou está fugindo de mim? – me virei rapidamente.
– Nossa, que susto! – coloquei a mão no coração.
– Desculpa. – Tom se aproximou. – Mas... Porque tá fugindo?
– Não estou fugindo. – me virei e peguei a bandeja. – Com licença, tenho que levar isso pro meu pai.
– Tem um minuto para podermos conversar?
– Não temos nada pra conversar, Tom.
– Claro que temos! – ele tomou a bandeja das minhas mãos e a colocou em cima da mesa novamente. – Você não vai levar nada pra ninguém agora! – falou, me encarando. – Só sairá daqui quando acertarmos tudo!
– O que deu em você?!
– Eu quem deveria estar fazendo essa pergunta! Você não fala mais comigo, me ignora, e ainda finge que nada aconteceu ou está acontecendo.
– Do que está falando?
– De nós dois.

Por acaso existe nós dois? Tá, confesso que senti vontade de perguntar isso, mas não tive coragem.

– Nós dois? – me fiz de desentendida.
– Não vem com essa de que não está entendendo, porque você sabe muito bem do que estou falando!
– Só sei que você é maluco – tentei pegar a bandeja, mas ele não deixou. -, e o meu pai está esperando por mim.
– Porque ta fazendo isso?
– Não to fazendo nada. – peguei a bandeja. – E pode sair da minha frente, por favor? – ele me deu espaço, e me retirei. 

Postado por: Grasiele

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