segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Sparks Fly - Capítulo 18 - First Kiss.

Você tem um jeito com palavras
Você me faz sorrir mesmo quando sofro
Não tem jeito de medir o quanto vale seu amor
Eu não acredito no jeito que você consegue me atingir
 
(Contado pela Savannah)

Mais uma daquelas tardes ensolaradas, que te fazem ter vontade de cair na piscina, e aproveitar. Não dava pra conversar com a Beca, porque ela e o Georg se trancaram dentro do quarto, a tarde inteira. A Bella foi visitar um familiar que estava em algum lugar. Bill resolveu fazer as pazes com a Beth, e a levou pra jantar. Fiquei sentada numa espreguiçadeira, enquanto o Gustav ficava em outra. A conversa teve que fluir, de um jeito ou de outro.

– Todo mundo namorando, e só a gente aqui... – ele se lamentava.
– Pra você vê como o mundo é cruel, não é?
– No seu caso tem jeito, mas o meu.
– Porque o meu caso tem jeito?
– Ah, você é bonita. – eu ri.
– E você é idiota! Deixa de bobagem, porque a qualquer hora vai aparecer uma garota bem legal pra ficar contigo.
– Duvido.
– Acho que vou dar uma volta. – me levantei. – Se eu continuar aqui, é bem capaz que esse seu pessimismo passe pra mim.

Dei algumas voltas pela casa, acompanhada pelo Scotty. Resolvi ir dar uma olhada nas “minhas” plantinhas. Queria saber como elas estavam, e se cresciam saldáveis. Fiquei encantada e surpresa, ao mesmo tempo. As rosas estavam incrivelmente lindas! O jardim nem parecia o mesmo, e de alguma forma, não era. Decidi dividir a minha felicidade com alguém. E quem melhor do que o Tom, que sempre esteve ao meu lado? Sai a procura dele, e a Rute disse que ele estava na academia.

Não, desta vez não verei o Tom malhando. A Bella não está em casa pra me salvar de qualquer coisa. Mas quem disse que consegui resistir? Cai na terrível tentação. E eu também não queria ficar com aquela alegria só pra mim. Não sou egoísta, tá? Cheguei em frente a academia, coloquei a mão na maçaneta, e recuei. Savannah, se controle e não faça isso. A voz da consciência me dizia. Fui teimosa, e abri a porta. O Tom já havia parado de malhar, e estava apenas enxugando o suor do rosto, com uma toalhinha branca.

– Veio malhar? – pergunta ele.
– Não. – tentei não olhar muito pra ele. – Só queria te chamar pra ver uma coisa.
– Que coisa?
– É surpresa. – olhava pra qualquer lugar, menos pra ele.
– Tá tudo bem?
– Um-hum. Vou ficar te esperando lá na sala, tá?
– Ok.

Sai dali, antes que eu conseguisse fazer alguma besteira. Meu Deus, como é que alguém consegue resistir? Ele tem razão em ficar se achando. Desci as escadas, e fiquei sentada no sofá, esperando por ele. Tom demorou uns quinze minutos, pois tinha tomado banho e derramado o vidro de perfume em si. O cheiro não estava forte, mas dava pra sentir a quilômetros de distância.

– O que quer me mostrar? – ele chegou.
– Vem comigo.

Durante nossa pequena caminhada, fui lhe adiantando o assunto.

– Aqui na casa havia um jardim que estava meio acabado, e que precisava muito de um trato. – disse. – Então me candidatei, e arrumei tudo.
– Recriou o velho jardim? – parecia surpreso.
– Sim.
– Você arruma a cama, lava a louça, ajuda a Rute na limpeza, e ainda cuida do jardim que parecia não ter solução. Fora as coisas que não chegam ao meu conhecimento. – fez uma breve pausa. – Me deixa assustado, sabia?
– Porque te deixo assustado?
– Por ser tão certinha!
– Tem razão. Talvez seja muito egoísmo ser tão boa assim. – ele riu.
– Vou começar a pensar que não sou bom o suficiente pra você.
– Bobagem.
– Até parece que não tem defeitos! – eu ri.
– Tenho vários.
– Quais? – ele parou, e por “conseqüência” também parei e ficamos de frente um pro outro.
– Eu... – pensei um pouco. – Eu xingo.
– Não, você não faz isso. Eu nunca vi.
– É que... Fica tudo em minha mente.
– Diga um.
– Não posso! São muito feios. – voltamos a andar. – Acredite, eu tenho defeitos, Tom.

Chegamos ao pequeno jardim, e ele gostou do que viu.

– Fez isso tudo sozinha, ou contratou alguém?
– A Rute me ajudou em algumas coisas. – respondi.
– Ficou bem bonito. Isso é a sua cara, sabia?
– É um elogio?
– Sim.

Ficamos calados. Como ele me encarava com aquele meio sorriso, ia me deixando sem graça a cada segundo. Notei pela primeira vez como aquele piercing no lábio o fazia ficar tão sedutor. Também notei que ele sempre coloca as mãos nos bolsos quando estamos calados. Porque as palavras somem quando mais precisamos, hein?

– A... A Megan te procurou ontem. – finalmente falei.
– O que ela queria?
– Não sei.
– Será que essa garota não vai largar do meu pé? – pareceu estar com raiva. – Será que vou ter que falar mais grosso?!
– Nossa, Tom. Falando assim, até...
– Te assusta? – me interrompeu.

Não, ele não conseguiria me assustar nem que quisesse.

– Você não me assusta. – disse, enquanto ele me olhava nos olhos. – E nem me coloca medo algum. – me aproximei, para lhe mostrar que eu estava falando a verdade.
– Você me assusta. – quase sussurrou. – E às vezes sinto medo.

Tom fez o “favor” de se aproximar um pouco mais. Senti meu coração pulsar mais forte e minha respiração começou a ficar diferente.

–--
(Contado pelo Tom)

Vou confessar que a minha vontade era de beijá-la naquele mesmo instante, mas tive medo que ela pudesse recuar, ou até mesmo não gostar. Minha mente viajava enquanto me perdia no fundo dos seus olhos brilhantes e expressivos. Senti como se meu coração tivesse levado não uma flechada, mas sim um tiro. Criei coragem, e me aproximei o bastante para ter certeza que ela não recuaria. Com a mão direita, passei em seu rosto. Seus olhos se fecharam ao sentir meu toque. Encostei meus lábios nos seus, que eram delicados e macios. Em seguida, enlacei sua cintura e a puxei para mais perto, colando seu corpo no meu. Estávamos tão colados, que deu até pra sentir seu coração acelerado.

Der repente a Savannah se afastou. Não entendi muito bem aquela sua reação. Ela me olhava, como que dizendo que eu não deveria ter feito aquilo. Depois, saiu correndo em direção a casa. Fiquei ali, parado com a sensação de que tinha feito a coisa certa. Eu sabia que aquela atitude de beijá-la não foi em vão. Deveria haver alguma explicação, e a única que vinha em minha mente era que eu estava me apaixonando por ela.

– Rute, você viu a Savannah? – perguntei, ao entrar na cozinha.
– Ela passou por aqui, mas não sei pra onde foi. – respondeu.
– Droga! – dei um leve murro na mesa.
– Tá querendo quebrar é? – me repreendeu. – O que você fez com ela?
– Nada, eu não fiz nada.

Subi pro quarto, fechei a porta, me sentei na cama e fiquei pensando na possivel besteira que eu havia feito. Se ela não gostou do beijo, eu teria que encontrar uma forma de me desculpar.

–--
(Contado pelo Bill)

Eu mal havia chegado em casa, e já estava ouvindo reclamações da Rute. Ela parecia estar com raiva de alguma coisa que o Tom aprontou.

– É melhor você ir dar uma olhada no seu irmão – disse ela, apontando pra escada. -, antes que ele comece a quebrar as coisas.
– O que foi que o Tom aprontou desta vez?
– Não sei. Só sei que ele entrou na cozinha procurando pela Savannah, e deu um murro na mesa, que eu pensei que teria quebrado.
– Eles brigaram?
– Já disse que não sei! – caminhei em direção a escada. – Ah, e chegou essa carta pra ele! – voltei, e peguei a carta.

Minha curiosidade falou bem mais alta, e acabei abrindo o envelope. Após algumas investigações, o juiz finalmente havia concedido o visto de permanência da Savannah. Agora ela poderia ficar aqui, sem preocupações.

– Tom? – abri a porta do quarto, e ele estava sentado na cama. – A Rute disse que você tava estranho. – me aproximei. – Aconteceu alguma coisa?
– Acho que fiz uma besteira. – respondeu, com a cabeça baixa.
– É, a Rute me contou que você tentou quebrar a mesa com um murro. – me sentei ao seu lado. – Cara, não pode sair quebrando as coisas assim. Tá pensando que dinheiro se encontra no chão?
– O quê? Não, eu não tava falando nesse tipo de besteira.
– Então...?
– Você... Disse que eu saberia o que fazer pra tentar descobrir se gostava ou não da Savannah. – fez uma pausa e me olhou. – E eu fiz.
– O que você fez? – comecei a ficar assustado.
– Eu a beijei.
– Sério? – me aliviei. – E como foi?
– Não sei explicar.
– Um-hum.
– Mas você tinha razão. Tinha toda razão.
– Tinha? – não estava entendendo.
– Eu... – suspirou. – Eu acho que estou gostando mesmo dela.
– Isso é bom.
– Ou não, porque após o beijo, ela correu.
– Talvez ela tenha sido pega de surpresa. Agora tem que ter um pouco de calma, e esperar pra ver o que vai acontecer. – me levantei. – E da próxima vez que quiser dar um murro em qualquer coisa, bata em si mesmo! – sai do quarto.

Que o Tom estava apaixonado pela Savannah, isso praticamente todo mundo já sabia. Só restava ele assumir. A minha sorte é que ele confia em mim, e conseguiu confessar. E também devo confessar que fiquei feliz. Não imaginava que uma garota como a Savannah pudesse conquistar o Tom. Eu posso até estar errado, ou o Tom pode até estar enganado sobre seus sentimentos, mas espero que tudo seja verdade, e que ele tome um jeito na vida. 

Postado por: Grasiele

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