quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Glamourous - Capítulo 30 - Heroes also cry... And bleed!

HOSPITAL CENTRAL DE NEW YORK... 

NARRADOR...

UMA SEMANA DEPOIS...

 Uma longa semana tinha se passado e com ela tinha se passado o clima tenso que havia se formado entre Tom e Annie...por alguma razão, boa ou ruim, Elisabeth tinha sumido, ninguém via ela desde a briga de Tom e Annie...onde ela poderia estar? Um mistério, a única coisa que se sabe é que grandes gênios precisam de um tempo sozinhos para botar suas mentes para funcionar...prontos pro grande plano? É bom estarem... Bom, com Elisabeth fora do caminho Annie e Tom estavam novamente “apaixonados”, que lindo ou nojento, depende do ponto de vista...se você não liga para mentiras vai com certeza querer dar o premio de casal do ano para os dois, mas se você, como eu, não suporta mentiras, vai achar tudo isso detestável. Bom, mas vamos mudar de assunto, finalmente a quimioterapia de Tom começou a fazer efeito...todos os dias mais e mais fios de cabelo apareciam em seu travesseiro o que estava causando total comoção em todos, patéticos! Nunca assistiram a filmes? Não sabem que é isso o que acontece? Por que as caras preocupadas? Os choros escondidos? Tom já tinha se decidido, iria raspar tudo de uma vez e isso seria hoje, talvez fosse por isso que Tom estava tão cabisbaixo, pense positivo Tom, o cabelo cresce, já as feridas internas causadas por essa doença, talvez nunca se cicatrizem!

NARRADO POR TOM...

Hoje era um dia pelo qual nunca me imaginei passar...nunca imaginei que rasparia todo meu cabelo e ainda mais por uma doença, mas o que posso fazer? Era melhor raspar tudo de uma vez do que ver fio por fio cair, dia após dia. Como eu me sentia? Péssimo! Me sentia impotente diante da minha doença, sentia que a cada dia que passava ela me dominava mais e eu nada podia fazer, apenas aceitar calado. Eu pude escolher uma pessoa para ir comigo até a sala onde raspariam meu cabelo...escolhi Bill. Eu senti que nos distanciamos um pouco, apesar dele estar aqui todos os dias. Na verdade eu me distanciei de todos. Tenho que passar o maximo de tempo com aqueles que são importantes pra mim e Bill é importante demais e nós já perdemos tempo demais brigando, quero que ele compartilhe comigo desse momento difícil. Assim que chegamos à pequena salinha que ficava no mesmo corredor do meu quarto, senti um frio na barriga. Fui colocado de frente para um espelho e já vi a maquininha que faria o trabalho, respirei fundo. Bill ajoelhou na minha frente e segurou minhas mãos, ele me olhava docemente.

__ Vai ficar tudo bem! – Bill disse sorrindo.

__ É claro que vai, eu fico bonito de qualquer jeito. – caímos na risada, tinha que tentar manter o bom humor, não sei se agüentaria por muito tempo. Um senhor todo de branco e bem velhinho entrou na salinha, deveria ser o cabeleireiro, ele sorriu.

__ Posso começar?ele perguntou, assenti positivamente. Ele pegou uma tesoura que estava em cima da mesinha e começou a cortar as tranças, de relance as vi cair no chão, sorri para Bill que retribuiu. Um vazio começou a me preencher aos poucos, na verdade era mais uma dor profunda. Vi ele pegar a maquininha e liga-la, respirei fundo, teria de ser forte, mas já sentia minhas pernas tremerem, não era um bom sinal. Senti a maquina encostar em minha cabeça, agora não tinha mais volta. Bill apertava minha mão com força, ele tentou disfarçar, mas pude ver ele se emocionando...aos poucos senti meu rosto ficar quente e minha vista começou a embaçar...não queria chorar, evitava olhar para o espelho, não pela estética, mas pela dor de ver o quanto essa doença tinha me dominado. Senti as primeiras lagrimas escorrerem por meu rosto. Decidi não conter mais o que precisava sair, chorei! Olhei para o espelho e pude ver que metade do meu cabelo já não existia mais, quis morrer. Bill chorava silenciosamente enquanto alisava minhas mãos tentando me passar força....força que eu sentia que não existia mais. O que iriam pensar ao me ver? Como iriam me olhar? Com pena? Desprezo? Acabou! Meu cabelo já não existia mais, nem minha vontade de sair daquela sala, na verdade eu queria me esconder de todos. O senhor saiu da sala deixando eu e Bill sozinhos. Eu me levantei, fui até em frente ao espelho e comecei a passar a mão em minha cabeça, como eu queria acreditar que estava careca por um trote da faculdade e não por uma doença. Me virei e Bill me encarava com os olhos vermelhos.

__ Meu Deus, eu nunca imaginei que ficaria assim um dia... – eu não conseguia acreditar. Passava a mão em minha cabeça freneticamente, queria encontrar algo que já não existia mais. – eu não quero sair lá fora assim, todo mundo vai ficar me olhando com pena, o que a Annie vai pensar... – minha voz não saia mais. Bill veio até mim e me segurou pelos ombros.

__ Ninguém vai pensar nada de você! Você por acaso é outra pessoa sem cabelo?! Tom, as pessoas amam você por aquilo que você é, pelo o que você tem por dentro e não pelo seu corte de cabelo... – eu chorava muito, Bill segurou meu rosto com suas mãos me fazendo encara-lo. – Escuta uma coisa todas aquelas pessoas que estão naquele quarto te esperando te amam incondicionalmente...eu te amo incondicionalmente! Você não preciso se envergonhar de nada, precisa ser forte Tom, forte como você sempre foi. Então você vai sair por aquela porta e encarar todos de cabeça erguida...você vai deixar a doença vencer mais uma vez? – apesar da dor que sentia Bill tinha razão, eu tinha que sair dali daquela sala de cabeça erguida, mostrar a todos e a mim mesmo que essa doença não iria dominar minha vida. – Agora se vai te fazer sentir melhor eu tenho uma coisa pra você. – Bill foi até sua bolsa e tirou de lá de dentro um boné branco e um lenço. Ele pegou o lenço colocou em minha cabeça e depois o boné por cima. – Você vai continuar mantendo seu estilo de malandro com isso... – sorri ao ver minha imagem já antes conhecida. Me virei para Bill e o abracei, ficamos assim pro alguns segundos, era incrível como todo o ódio que eu já tive por ele simplesmente se foi e agora eu o amo incondicionalmente...

NARRADOR...

Tom não dê tanto credito a uma pessoa que já te traiu uma vez. Recaídas acontecem!

Postado por: Grasiele

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