quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Glamourous - Capítulo 26 - Alguns Tormentos!

NARRADO POR TOM...

 Entrei no meu quarto bem de mansinho, verifiquei e não vi ninguém, supus que não tinham sentido minha falta. Corri pra cama e me enfiei embaixo dos lençóis, sorri pra mim mesmo, sai e não fui descoberto...por um momento meu pensamento foi parar em Elisabeth, gostei tanto de conversar com ela...talvez fosse porque ela tinha o mesmo problema que eu, talvez...Ouvi um barulho vindo da porta do banheiro, gelei e pensei...to fudido! A porta abriu e Annie saiu de lá de dentro, ao me ver ela fechou a cara e cruzou os braços...um sorriso amarelo se formou.

__ Aonde você estava? – ela perguntou seca. – Fiquei te procurando feito uma idiota por todo esse hospital...

__ Eu precisava ficar sozinho, eu precisava pensar...espairecer. – notei que Annie estava derramando lagrimas silenciosas, me levantei e fui ate ela, segurei em seus ombros. – me desculpe amor, eu sei que não devia ter saído dessa forma, sem avisar, mas eu estava tão triste, confuso, com medo...me perdoe, por favor. – segurava seu rosto em minhas mãos.

__ Eu sempre te perdôo né – ela disse sorrindo, sorri também e lhe toquei os lábios...iniciamos um beijo calmo e apaixonado. Infelizmente, fomos interrompidos pelo meu médico. – Olá doutor! – Annie disse meio envergonhada.

__ Eu não queria incomoda-los, mas Tom esta na hora de sua primeira sessão de quimioterapia...

__ Mas eu pensei que as sessões só começariam semana que vem... – todo meu animo tinha ido embora.

__ Quanto mais nós adiarmos é pior Tom, agora daqui uns cinco minutos eu volto aqui com a maca para que você vá ate a sala de quimioterapia. – fechei a cara, já estava me dando raiva desse medico, mesmo sabendo que ele não tinha culpa...

__ Eu ainda posso andar! – gritei um pouco antes dele fechar a porta. Annie me deu um selinho e me olhou com doçura.

__ Vai dar tudo certo! – tomara mesmo, pensei comigo mesmo...

NA SALA DE QUIMIOTERAPIA...

Assim que eu cheguei à sala de quimioterapia um frio percorreu todo o meu corpo, era o medo que me invadia. Havia uma cadeira com alguns fios e um aparelho que ficava acima e mais acima uma bolsa de soro, mas que deveria conter os medicamentos. Havia uma enfermeira também, que ao me ver abriu um sorriso e me indicou a cadeira.Fui ate ela, me sentei e respirei fundo, agora não tinha mais jeito. O doutor sentou em minha frente.

__ Tom você precisa saber que essa quimioterapia lhe trará alguns efeitos colaterais, como vômitos, mal estar, cansaço, falta de apetite entre outros. – que maravilha pensei comigo mesmo. – podemos começar? – apenas assenti positivamente.

A enfermeira trouxe uma agulha que era tão grossa e grande que me fez querer sair correndo dali. Depois de preparar tudo, ele pegou meu braço, colocou sobre um descanso e enfiou a agulha... Senti uma dor profunda, não pela agulha e sim pelo liquido grosso que entrava em minhas veias. Retorci minhas pernas, a dor era muito forte, sentia como se minha veia estava sendo rasgada. Joguei a cabeça pra trás e respirei fundo. O doutor tinha me dito que demoraria umas duas horas, eu não agüentaria duas horas sentindo aquela dor. Algumas lagrimas começaram a descer, pela dor física, mas principalmente pela dor espiritual. Um filme começou a passar em minha cabeça... Tudo o que eu já tinha passado, por que isso agora?! Por um momento quis tanto ter minha mãe ao meu lado, mas provavelmente ela tentaria o suicídio de novo, é só o que ela sabe fazer quando tem problemas. Me sentia tão sozinho, desprotegido e principalmente com medo... o que aconteceria comigo? Qual era meu destino? Eu tinha um? Quis tanto ter Annie ao meu lado agora, provavelmente ela me distrairia, conversaria comigo, me faria rir. Comecei a pensar em tudo isso e pela primeira vez conversei com Deus... dizem que é quando você chega ao extremo que pode senti-lo mais perto de você... eu não sabia se traria algum resultado, mas tentei.

__ Deus, eu não sei se o Senhor esta me ouvindo, deve estar. Eu só queria entender porque eu? O que eu fiz de tão errado? Eu espero que um dia possa entender. Mas agora eu quero te pedir...suplicar algo...se tudo o que eu estou passando não for dar em nada, por favor me leve embora antes...eu te imploro...eu já passei por tantas coisas e fui forte, todas as provações que você me colocou eu enfrentei, mas isso é demais, então se for para eu morrer no final, me leve antes...eu não quero ser como meu pai que sofreu tanto pra depois morrer, portanto eu te suplico, me leve antes... – as lagrimas agora eram constantes...de repente senti um vento tão frio me tocar a face, era tão frio que tremi no momento em que senti...uma paz tomou conta do meu coração...uma calma me possuía...as lagrimas cessaram e a dor também. O que tinha acontecido naquele momento? Talvez Deus possa nos tocar e nós possamos senti-lo...


 Olhei para o alto e o saquinho de soro estava vazio. Senti minhas pálpebras pesadas, um cansaço tinha tomado conta de meu corpo, os efeitos tinham começado. Eu só queria dormir...a enfermeira entrou na sala, me olhou sorrindo...começou a mexer em meu braço, mas na verdade eu nem estava sentindo. Ela pediu para que eu me levantasse, devagar me levantei e senti tudo girar...meu estomago embrulhou e senti que não chegaria ao tempo no banheiro...vomitei no chão, a enfermeira nada fez, apenas me segurou pelos braços e me levou ate o banheiro, eu não tinha forças pra nada. Ao chegar ao banheiro voltei a vomitar, mas dessa vez não havia intervalos, eu vomitava tanto que meu estomago ate doía, eu não tinha mais o que vomitar. Eu suava frio, depois de uns dois minutos daquele jeito, senti que não vomitaria mais.Ela me colocou em uma cadeira de rodas e me levou ate meu quarto. Assim que cheguei Bill e Annie me aguardavam, mas meus olhos nem abriam direito, apenas senti que me colocaram na cama e adormeci em poucos segundos.

FIM DA NARRAÇÃO DE TOM...

HORAS DEPOIS...

Ver Tom daquele jeito me deixava imensamente triste, já fazia 3 horas que ele estava dormindo sem acordar por nenhum momento. Estava sentada ao seu lado, segurava sua mão e lhe acariciava. O braço em que tinha feito à quimioterapia estava inchado e onde estava à agulha estava um pouco roxo, o médico disse que era normal. Me disseram que ele vomitou muito e que daqui pra frente seria pior. Com certeza perder o cabelo seria a pior parte...Tom teria que ser forte, eu também deveria. Bill dormia numa poltrona no canto do quarto...Bill tinha passado mal o período inteiro em que Tom tinha feito a quimioterapia...coisa de gêmeos. Tenho que confessar que o sono também estava tomando conta de mim...ouvi batidas na porta que despertaram de meus devaneios. Me levantei e ao abrir a porta me deparei com uma bela garota de longos cabelos negros.

__ er Oi...esse é o quarto de Tom Kaulitz? – ela perguntou meio tímida.

__ É sim...quem é você? – perguntei sorrindo também.

__ Eu me chamo Elisabeth, é que eu conheci o Tom hoje de manhã sabe, ele foi até a ala das crianças com leucemia e acabou gostando de lá, então eu decidi conseguir uma autorização para ele visitar as crianças quando quisesse, e bem eu vim trazer... – ela me entregou um cartão...Tom não tinha me contado isso...

__ Eu entrego pra ele...é que ele acabou de voltar da quimioterapia e esta dormindo...

__ Eu sei como é...bom muito obrigado...xau. – ela acenou e saiu. Não pude deixar de me sentir incomodada, era uma bela mulher e Tom tinha passado a manhã com ela e não me contou...é eu estava com ciúmes. Voltei para dentro do quarto, percebi que ele tinha mudado de posição, mas ainda dormia, sentei novamente ao seu lado...Elisabeth....talvez fosse um problema.

NARRADOR

Talvez Annie? Você ainda tem duvidas? Eu não.

Postado por: Grasiele

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