quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Resumption - Capítulo 51

 P. O. V. Duda

Por insistência de David e Anne sentei-me ao lado de Tom, no banco do carona para evitar brigas entre o gêmeo mais velho e Georg, já que os dois pareciam duas crianças “brincando de estapear” um ao outro. Me senti um pouco desconfortável tendo que ficar tão perto dele sem poder manifestar qualquer forma de carinho, mas aos poucos relaxei no banco escutando Georg e David acompanhando Tom, que cantava um rap do seu cantor favorito.
Anne e eu ríamos de Georg que fazia uns gestos de rapper e de David que havia pegado um guardanapo de tecido e amarrou-o na cabeça, enquanto Tom apenas sacudia a cabeça de um lado para o outro e dirigia. Perdi a noção do tempo e quando percebi já estávamos em frente a uma porteira de madeira, onde havia um senhor muito simples e sorridente acenando para nós de maneira amigável. O homem nos deu passagem e Tom seguiu poucos metros, parando o carro logo em seguida.
Descemos do carro tendo nossos tênis empoeirados quase instantaneamente, o chão era “batido” com terra e areia, o que não pareceu incomodar ninguém além do Tom que resmungou algo como
“Não acredito, meu tênis novo!” e Georg não deixou escapar a oportunidade de debochar do amigo e gargalhou.
Distanciei-me um pouco dos meus amigos e caminhei olhando o lugar onde havia grama e árvores por todas as partes, havia alguns animais também, como cavalos, ovelhas, vacas e galinhas, o que me fez sentir como se estivesse no rancho dos meus avós com quatro anos de idade. Respirei profundamente inspirando o ar puro que chegava até mim através do vento, fechei os olhos relaxando meu corpo e abri os braços sentindo a brisa tocar cada centímetro da minha pele descoberta.
Não demorou muito para que eu voltasse a abrir os olhos, já que Georg chamara minha atenção com sua voz um pouco mais baixa que o habitual.
–Aqui é lindo, né?

–Absolutamente perfeito, Ge.-respondi-lhe enquanto abria meus olhos lentamente.

–Venha, quero te apresentar algumas pessoas.-disse sorridente.

Georg segurou minha mão guiando-me até uma grande casa de madeira, Tom estava na varanda encostado em um dos pilares que sustentavam a casa e sorriu de canto ao me ver. Anne surgiu de dentro da casa acompanhada por uma senhorinha muito bonita e simpática, logo atrás vinham David e o senhor que pouco tempo atrás nos recebera com um lindo sorriso.
–Senhor e Senhora Westemberg, essa é a Duda.-Georg apresentou-nos.

–Muito prazer.-sorri e estendi minha mão para o senhor.

–Igualmente, seja bem-vinda.-sorriu apertando minha mão em resposta.

–Você parece uma boa moça.-a senhora comentou.-Muito prazer querida.-caminhou até mim e abraçou-me.

Depois de termos feito as devidas apresentações, Georg pediu licença ao casal e nos guiou através do campo. Caminhamos pouco mais de cinco minutos até chegarmos a um pequeno bosque, cercado de árvores, a grama baixa e enfeitada por pequenas flores.
–Bem, aqui é onde eu costumo vir quando quero ficar em paz... O que acharam?-Georg perguntou admirando o lugar.

–Cara, eu sempre gostei daqui, é tão tranqüilo.-David disse.

–Isso tudo é simplesmente lindo.-Anne disse com os olhos brilhando.

–É maneiro, gostei do lugar, mano.-Tom disse com seu jeito “mano”.

–Não tenho nem palavras, Ge... Me faz lembrar da minha infância, da casa dos meus avós.-falei caminhando lentamente por entre as árvores.

–Eu sabia que iriam gostar daqui.-Georg disse convencido.

–Será que a gente pode comer?-David perguntou me fazendo rir.

–Amor...- Anne repreendeu tentando não rir.

–Eu também estou com fome.-Georg disse fazendo bico.

–Ok, então os dois mortos de fome venham me ajudar a pegar as coisas no carro.-Anne ordenou.

Antes que eu saísse atrás dela para ajudar também, Tom tocou de leve meu braço e parei voltando minha atenção para ele.
–Você não vem?

–Eu...

–Tom, preciso da chave do carro.-Anne disse surgindo por entre as árvores.

–Ah, claro.-Tom sorriu e entregou a chave para ela.

–Obrigada...

–Nós já estamos indo.-disse.

–Nem pense nisso! Aproveitem esse lugar bonito pra namorar um pouquinho, eu e David vamos enrolar o Georg.-Anne piscou e voltou pelo caminho pelo qual havia chegado.


O silêncio tomava conta do lugar, nossos corpos estavam distantes um do outro e nossos olhares não se cruzavam... Aquele lugar tirava minha atenção. Ouvi Tom suspirando levemente e por impulso diminuí a distância entre nossos corpos e abracei-o, afundando meu rosto na curva de seu pescoço. Uma de suas mãos percorreu lentamente a minha coluna, enquanto com a outra enlaçava minha cintura apertando-me mais contra ele, como se quisesse nos tornar um ser só.
Meu coração batia devagar, calmo como o canto de um pássaro e minha pele se arrepiava a cada toque de seus dedos. Levei uma de minhas mãos até sua nuca, onde fiquei acariciando-o sem pressa e com a outra mão segurei seu rosto, segundos depois distanciei meu rosto de seu pescoço e encarei-o sem nada dizer, apenas fiquei passeando com meus dedos por sua bochecha bem desenhada. Seu hálito batia em meu rosto fazendo-me sentir vontade de tomar seus lábios, mas antes que eu o fizesse, Tom tirou a mão de minha cintura e segurou minha mão que acariciava sua bochecha, beijando-a de forma amorosa... Aquilo parecia um sonho. Sorri com seu gesto e beijei-lhe a bochecha, sendo puxada por ele para um beijo, o beijo que eu tanto queria. Nossas línguas brincavam livremente, sem pressa alguma, sentindo cada pedaço já conhecido por ambos. Aos poucos fomos intensificando o beijo, assim como os toques foram ficando mais ousados.
Meu coração começara a bater freneticamente e o dele parecia acompanhar o mesmo ritmo, apenas nossas respirações ofegantes faziam-se notar naquele silêncio gostoso. Tom puxou-me agilmente para seu colo, me fazendo entrelaçar minhas pernas em sua cintura e com cuidado, mas sem muita demora, sentou-se na grama carregando-me consigo. Suas mãos foram de encontro à barra de minha blusa, que minutos depois estava de lado, assim como a camiseta dele. Não parávamos de nos beijar um minuto sequer, apenas mudávamos o rumo que nossos lábios seguiam, por vezes eu beijava seu pescoço, enquanto seus lábios quentes e carnudos seguiam para a minha clavícula. Não estávamos agüentando tamanho frenesi, nossos corpos imploravam por um contato mais íntimo e assim fizemos, livrando-nos das peças que nos impedia de consumar o ato. Antes de nos tornarmos um só, Tom deitou-me na grama e percorreu um caminho de beijos desde meus lábios até minhas coxas, a cada contato de sua língua quente com minha pele meu corpo parecia receber descargas elétricas, o que me fazia fechar os olhos. Não conseguindo conter seu desejo, Tom chegou ao momento tão esperado por ambos, onde nossos corpos sanavam suas necessidades e tornavam-se cúmplices. Nossos movimentos eram sincronizados e lentos, permitimo-nos sentir um ao outro como jamais havíamos feito antes e só separamo-nos quando sentimos a exaustão tomar nossos corpos.
Nos deitamos abraçados na grama, tentando regular nossas respirações. Não demorou muito para que eu voltasse ao meu “normal”, então, sentindo-me totalmente satisfeita e um pouco recuperada, apoiei-me em um dos braços e passei a observar Tom, que estava de olhos fechados. Seu peito suado subia e descia de forma contida, tinha em seu rosto um lindo sorriso e de sua testa escorriam algumas gotículas de suor, as quais sequei com a ponta dos dedos e ao sentir o meu toque, Tom abriu os olhos e sorriu mais ainda, com os olhos que brilhavam.
–Eu amo você.-Tom disse segurando em meu rosto.

–Eu também te amo, Tom...

Beijamo-nos mais uma vez e sem vontade alguma, mas com receio de que fôssemos pegos nus, nos levantamos e vestimos nossas roupas... Posso dizer com toda certeza de que foi uma escolha sábia a fazer.
Segundos depois de termos nos arrumado, Georg surgiu com a cesta na mão, enquanto David trazia consigo uma toalha xadrez vermelha e Anne carregava apenas a chave do carro em mãos.


–Ficaram aí apreciando a paisagem e nem foram nos ajudar...-Georg disse debochado.

–É claro, esse lugar aqui é tão lindo, não é, Duda?-Tom perguntou provocando.

–É, é sim.-respondi tentando não corar.

–Então, estão com fome?-Anne perguntou com um sorriso sacana, que logo disfarçou.

–Acho que o Tom não deve estar com fome.-Georg disse e eu arregalei os olhos.

–O que?-Tom perguntou parecendo tão surpreso e desconfortável quanto eu.

–Você veio comendo durante a viagem, oras.-Georg explicou e respirei aliviada.

–Vamos comer, estou cheia de fome.-falei.

–Eu também estou... E como.-Tom disse e riu.

Comemos e depois caminhamos pelo sítio, andamos à cavalo, tomamos o chá que Dona Lara havia preparado para nós, provamos uma torta deliciosa que o Senhor Matthew nos disse ser sua especialidade e à noite voltamos para a cidade.
O dia fora divertido, apesar daquele susto pelo qual Georg fez a mim e ao Tom passarmos... Por pouco não tive um ataque do coração, ufa!


Postado por: Grasiele

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