quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Resumption - Capítulo 52

Chegamos à cidade por volta das 19 horas, de volta ao barulho da capital. Apesar de termos passado o dia inteiro fora de casa, não me sentia cansada, pelo contrário, me sentia até animada.
Tom e Georg estavam tranqüilos, nada de brigas e por isso não vi problema algum em ceder meu lugar para Georg e me sentei ao lado esquerdo de Anne, atrás do banco do carona. Eu não prestei muita atenção na conversa que todos mantinham animadamente, fiquei com a cabeça encostada ao vidro da janela, observando as ruas passando rapidamente diante dos meus olhos.
Eu estava tão distraída e presa no nada que se formava em minha mente, que só percebi que o carro estava parado em frente a um posto de gasolina quando Anne me cutucou.


–Hey, Duda.-Anne chamou.

–Oi.

–Os garotos foram na loja de conveniência, você quer alguma coisa?

–Não, obrigada.-forcei um sorriso.

–Você parece meio estranha.-comenta.-Tem algo errado?

–Não, está tudo bem.

–Ok, então.-olha para suas unhas e depois volta seu rosto para mim.-O que vai fazer hoje à noite?

–Tem o show do Samy, lembra?

–Claro que me lembro... Você vai levar o Tom, não é?-pergunta sorrindo de canto.

–É, como presente de aniversário atrasado.

–Ele vai ficar radiante.-olha para fora do carro.-Ele estava reclamando com o David que não tinha conseguido ingresso para o show.

–Hum.

No mesmo instante em que Anne iria dizer algo, os garotos entram no carro. David entregou uma garrafa de suco para Anne e um pacote de balas, enquanto Georg abria um pacote de salgadinhos e antes de ligar o carro, Tom virou-se e me entregou uma pequena sacola plástica com algumas coisas dentro.
–O que é isso?-pergunto curiosa.

–É pra você, deve estar com fome.-disse e gira a chave, ligando o carro.

Anne me olha e sorri, enquanto eu fico olhando para a sacola.

–Ahm, obrigada.-digo.

Abro a sacola e vejo uma garrafa de Smirnoff, um pacote de M&M’s e tinha um papel lá dentro também, que eu não vi o que era. Tom olhou para mim através do espelho retrovisor e sorriu de canto... Como ele sabia que meu chocolate preferido é M&M’s?
Peguei o pacote e abri, logo depois tirei a tampa da garrafa e passei a dar goles pequenos, enquanto comia algumas “bolinhas”.

–Então, onde você quer que eu te deixe, Listing?-Tom perguntou quebrando o silêncio.

–Pode me deixar em casa mesmo.

–Quando você diz casa está se referindo à minha casa ou ao seu apartamento?-pergunta Tom em tom de deboche.

–Muito engraçadinho.-Georg ironiza.-Meu apartamento.

–Ok.

Seguimos até o edifício onde Georg mora, que pelo que pude notar,era muito simples para um rock star. Ele se despediu de todos com um aceno e seguiu para dentro do prédio, cumprimentando o porteiro e sumiu de vista.

–Então, eu não quero parecer chato nem nada, mas alguém quer vir aqui na frente? É que...

–Nós já entendemos, Tom.-Anne disse.-Duda, vá logo se sentar ao lado do garoto.

–O que?-perguntei meio fora de mim.

–Pode mudar de lugar.-David disse.-Você sabe, ir ali para o banco da frente.

–Mas que diabos...

–Anda, nós vamos descer em seguida e Tom não é chofer.-Anne disse.

–Ok.-respondi revirando os olhos.-Tom, segura aqui.-pedi alcançando a garrafa de vodca e o pacote com chocolate.

Abri a porta rapidamente e mudei de lugar, sentando em seguida ao lado de Tom
.

–Obrigada, já pode me devolver agora.-digo após colocar o sinto de segurança.

Tom me olha divertido e toma um gole grande da minha vodca, que está no fim. Ele deixou só uma maldita baba lá dentro, filho da puta! Meus olhos passaram a fuzilá-lo e antes que ele desse fim ao meu chocolate, pego o pacote de sua mão.
–Hey.-reclama.

–Você já pode dirigir, suas mãos não estão mais ocupadas.-digo colocando chocolate em minha boca.

–Esses dois...-ouço Anne murmurar.

Tom liga o carro dando partida novamente e segue em direção ao apartamento de Anne, enquanto prendo meus olhos à janela. O tempo pareceu voar e logo chegamos em frente ao edifício luxuoso em que ela mora.

–Crianças, tenham juízo.-Anne disse colocando sua cabeça entre os bancos, sorrindo inocentemente.

–Você é muito cínica, sabia Anne?-perguntei rindo.

–Eu?

–Tem outra Anne, aqui?-pergunto rindo.

–Como você é…

–Eu sou o que?-pergunto levantando a sobrancelha.

–Esquece.-ri.-Tenham uma boa noite e divirtam-se.

Anne beija minha bochecha, pega a cesta que usamos mais cedo e sai do carro, sendo acompanhada logo depois por David que se despediu com um aceno.

–E usem camisinha.-Anne gritou antes de entrar no prédio.

Meu rosto corou rapidamente e sem que eu tivesse mandado meu corpo se encolheu todo, como se fosse possível desaparecer dali. Tom apenas riu.

-Então, o que quer fazer agora?-Tom pergunta enquanto seguimos pelas ruas.

–Nós temos uma coisa para fazer hoje à noite, lembra?-pergunto olhando-o.

–Verdade, mas você não quis me dizer o que é.

–Não disse porque é surpresa, oras.-digo me endireitando no banco.

–Não pode dar nem uma pista?-pergunta me olhando e coloca a mão sobre meu joelho.

–Não. A única coisa que posso dizer é que você precisa tomar um banho e se arrumar.-digo tirando a mão dele que subia para a minha coxa.

–Ok, eu passo em casa pra pegar uma roupa e depois seguimos para sua casa, está bem assim?-pergunta parando no sinal que está vermelho.

–Por mim tudo bem.-sorrio.

O sinal abre e Tom segue caminho até sua casa. Chegamos em frente à casa, Tom abre o portão da garagem e estaciona, em seguida desce e antes que eu fizesse o mesmo, ele abre a porta para mim e estende a mão para que eu segure.
–Desde quando você se tornou um cavalheiro?-pergunto pegando em sua mão.

–Está querendo dizer o que com isso?-pergunta tentando manter seriedade.

–Que você parecia um ogro.-digo brincando.

–Um ogro, é?-concordo com a cabeça.-Você vai ver o ogro.

Tom me pegou no colo sem que eu pudesse reclamar, fechou a porta do carro e ligou o alarme em seguida, caminhou até a porta e destrancou-a.
–Me coloca no chão, seu ogro.-digo dando leves tapas em seu ombro.

–Você pisou na minha honra, princesa.-diz se atirando no sofá, me segurando em seu colo.

–Eu estava brincando, Tom.-digo séria.

Nossos olhares se cruzaram e senti meu corpo ficar mole quando vi seus olhos brilhando. Sua mão seguiu lentamente até minha bochecha e seus dedos acariciaram minha pele, seguindo até meus lábios e então o vi sorrir.

–Você é tão linda, sabia?

–E você não é um ogro.-digo aproximando meu rosto do dele.

–Não?-pergunta franzindo o cenho.-Eu sou o que então?

–Um sapo.-digo rindo e saio de cima dele, que me puxa.

–Agora você vai ver.

Caio em cima dele e sem que eu pudesse impedir, ele se vira ficando por cima de mim e começa a me fazer cócegas na barriga.

–Hey, para!-peço sem conter o riso.

–Você vai sofrer.-diz me prendendo entre suas pernas e me fazendo mais cócegas.

O telefone começa a tocar em cima da mesa de centro e Tom se desconcentra, esticando a mão para pegar o aparelho, mas quando ele o segura, para de tocar e eu aproveito para fugir.

–Hey, volta aqui, eu ainda não acabei.-grita.

Subi as escadas correndo e me tranquei no quarto de Bill... Bill, o que ele estaria fazendo naquele momento? Pego meu celular, que está no bolso da minha calça e vejo que está desligado... Bill deve ter me ligado e eu não o atendi, me esqueci completamente dele.
Encosto-me na porta do quarto e escorrego até chegar ao chão, minha cabeça de repente começou a pesar uma tonelada. Não acredito que me esqueci do meu namorado, o que esse esquecimento queria dizer? No final das contas eu acabei percebendo que eu posso viver muito bem sem ele, pelo menos um dia inteiro sem falar uma palavra sequer. Mas e ele? Bill com certeza deve ter me ligado sem parar e deve estar preocupado por eu não ter ligado de volta ou ter atendido suas ligações.


–Hey, Duda.-ouço Tom me chamando do outro lado da porta.-Amor, tudo bem com você?

–E-está tudo bem, Tom.

Respondi mesmo sem ter certeza de que eu estava realmente bem, afinal eu estava enxergando algo que deveria estar ao meu alcance e eu não via porque não queria, ou então via e não queria aceitar, não sei ao certo.
–Já peguei minhas coisas, podemos ir.

Levanto do chão respirando fundo e abro a porta, Tom está parado em minha frente segurando uma mochila e a chave do carro. Saio do quarto e pulo em seus braços o apertando contra mim, sentindo o seu perfume entrar por minhas narinas.
–Tem certeza de que...

–Está tudo bem, Tom.-respondo enterrando o rosto em seu pescoço.

–Ok.-diz acariciando minhas costas.

Solto-o e seguimos para o carro de mãos dadas, saímos da casa e o caminho inteiro ficamos em silêncio. Assim que chegamos na minha casa subimos para meu quarto, coloco meu celular para carregar, enquanto Tom pega toalhas no closet e segue para o meu banheiro.
Tomamos o nosso banho juntos, nada de mais aconteceu. Meu corpo estava li, mas minha cabeça estava cheia demais e eu prestava atenção apenas nos azulejos da parede, enquanto Tom ensaboava minhas costas.
Saímos do banho e nos arrumamos, coloquei uma roupa mais casual, já que iríamos em um show de rap, nada de muito social e nem muito ousado, enquanto Tom vestia seu look habitual de “mano”.
–Já que é surpresa, nada de você ir dirigindo.-digo caminhando até a garagem com a chave do meu carro.

–Mas...

–Não tem mas nenhum.

–Ok, eu me rendo.-diz rindo e me abraça por trás, beijando minha nuca.

–Desse jeito nós vamos acabar não indo a lugar nenhum.-sinto uma agitação em meu peito.-E eu não quero isso.

–Não quer?-pergunta ficando de frente para mim.

–Pelo menos não agora.-digo sorrindo e entro no carro.

Dirijo rapidamente pelas ruas movimentadas, prestando atenção ao trânsito, mesmo que a mão de Tom estivesse firme em minha coxa. Não demoramos muito para chegar ao nosso destino e quando Tom viu onde estávamos, vi um sorriso enorme brotar em seu rosto.
–Eu não acredito que você está fazendo isso comigo.-me olha.

–Bem, esse é o seu presente de aniversário, eu não encontrei nada melhor, então...

–Você está brincando, não, é? Eu estava puto da cara porque não tinha conseguido um ingresso pra esse show e daí você aparece e... Ah, garota, eu te amo.-Tom diz e me puxa me dando um beijo de tirar o fôlego.- Às vezes eu acho que você não existe, que eu vou acordar e que eu vou estar na minha cama daquele jeito que só você sabe me deixar...-olha para suas calças e sinto meu rosto corar.

–Hey, eu não sou um sonho, não se preocupe.-digo lhe dando um selinho.-Agora vamos descer, o show começa daqui a pouco e quero apresentar você ao Samy, ele me disse que iria passar na área VIP pra te conhecer.

–Área VIP? Me conhecer? Está brincando, não é?-pergunta eufórico, me lembra uma criança quando recebe seu presente de natal.

–Não estou.-digo.

Um segurança abre a porta e eu saio, Tom faz o mesmo e me pega pela mão, estamos em uma entrada ao lado da casa de shows. Samy permitiu que entrássemos por ali para evitar tumulto, afinal Tom é famoso e se os papparazis o vissem comigo inventariam mil coisas sobre nós.
Seguimos para o interior do prédio, tudo está bem organizado, há comes e bebes na área VIP, Tom e eu caminhamos um ao lado do outro para manter as aparências e de longe Samy me avista, indo me cumprimentar.

–Veja só quem está aqui!-Samy diz sorrindo e me abraça.-Como você está, gata?

–Ótima e você?-me separo dele.

–Feliz que estejam aqui. Você é Tom Kaulitz, certo?

–Sim.-Tom responde e se cumprimentam como “manos”.

–Você é foda com a guitarra, mano.-Samy elogia.

–Yeah, eu sou... Você também é foda, cara.-Tom diz.

–Bem, está na minha hora.-Samy diz ao ouvir alguém chamá-lo.-Aproveitem o show.

Assistimos ao show, cantamos juntos, Tom ficou o tempo inteiro por trás de mim, o que permitiu que ele me beijasse discretamente algumas vezes. Nos divertimos bastante, após o término do show seguimos para o Mc Donald’s e lanchamos, depois seguimos para minha casa.

Postado por: Grasiele

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