quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Resumption - Capítulo 58

P. O. V. Bill Kaulitz

Desde sábado Angel não fala comigo direito e, quando o faz, é apenas o necessário. Eu sinto que existe algo de errado acontecendo comigo, mas não consigo enxergar nitidamente do que se trata... Me sinto confuso, perdido e sem ter para onde correr.
Durante os dias que se seguiram àquele episódio do beijo entre mim e Angel parei várias vezes para pensar no que vinha acontecendo na minha vida e cheguei à conclusão de que eu estava fazendo tudo errado... Eu não tinha mais certeza se o que estava sentindo pela Duda era amor e nem se o que sinto por Angel é apenas amizade.
Eu estava sentado em minha confortável cama de hotel, marcava duas horas da manhã no relógio ao lado da cabeceira e eu não conseguia dormir pensando que talvez eu fosse embora algumas horas depois deixando Angel para trás... Eu não tinha certeza do que sino por ela, mas havia a certeza absoluta de que não a queria longe de mim. Suspirei levantando e segui em direção à sacada, a rua estava calma e a lua iluminava tudo e me perguntei o que Duda estaria fazendo àquela hora... Provavelmente dormindo. Eu estava sentindo falta daquela garota doce, cuidadosa, meiga e extremamente carinhosa que fazia meus dias mais felizes, mas eu sequer lembrei de ligar para ela nos últimos dias e isso me deixou preocupado de certa forma porque, sempre, eu sempre ligava para saber como estavam as coisas e ouvir sua voz... A falta que ela me fazia já não era tão grande e isso me assustava.
Acendi um cigarro e sentei-me no chão escorando a cabeça na parede, o silêncio do lugar me fazia sentir em paz e ao mesmo tempo atordoado. De repente senti uma dor forte no peito, meu coração parecia querer sumir de tão apertado, minha respiração se alterou drasticamente e a única coisa que me veio à cabeça foi meu irmão... O que estaria acontecendo? Por quê estaria tão alterado?
Eu não sabia o que fazer, levantei rapidamente apagando o cigarro e corri até meu celular discando o número de Tom em seguida, mas não obtive resposta; Liguei para Duda e nada, fiz o mesmo com o número da casa dela e ninguém atendeu... O desespero tomou conta de mim e a única coisa que me ocorreu fazer foi procurar por Angel, ela era a única que estava por perto e que poderia, de alguma forma, tentar me acalmar. Segui rapidamente para fora do quarto, os seguranças olharam-me atentamente, mas não disseram nada, toquei a campainha de Angel sentindo lágrimas escorrendo por meu rosto, queria que aquela dor parasse, mas não parecia haver nada que a pudesse fazer parar.

–Bill? -Angel apareceu bocejando. -Gott, o que houve? -perguntou me olhando assustada.

Não respondi, apenas acabei com a distância entre nossos corpos e a abracei afundando meu rosto em seu pescoço. Senti-me ser carregado até a cama, Angel nada disse além de pedir pra que eu me sentasse ao seu lado e assim o fiz, voltando a abraçá-la.

–Me diga: o que aconteceu? -perguntou fazendo carinho em meus cabelos. -Por favor, você está me deixando preocupada, Bill!
–Eu não sei... Sinto uma dor no peito, é horrível! -choraminguei- Por favor, Angel, não me deixe sozinho!
–Vai ficar tudo bem, querido. -disse secando algumas lágrimas que escorriam por meu rosto.

Não tenho ideia de quanto tempo fiquei abraçado à ela, meus olhos pesaram e tudo o que eu consegui ouvir antes de pegar no sono foi a voz de Angel.

–Descanse, Bill, vou estar aqui com você.

Acordei com a luz vinda da rua em meu rosto, senti dedos macios acariciando minhas bochechas e abri os olhos avistando um sorriso lindo que brotou nos lábios bem desenhados de Angel.

–Bom dia! -desejou- Está se sentindo melhor?
–Bom dia pra você também! -dei o meu melhor sorriso- Você me faz sentir tão bem...
–Bill... -disse em tom de aviso.
–Só estou falando a verdade! -levantei rapidamente e me sentei sobre os joelhos- Obrigado por cuidar de mim. -beijei-lhe a bochecha.

Angel não pronunciou nenhuma palavra, apenas vi seu sorriso aumentar e seus olhos brilhando. Aquelas reações são algumas das muitas coisas que me encantam nela... Meu peito parecia relaxar quando estava na sua companhia e uma alegria imensa tomava conta de mim.

–Que horas são? -perguntei espreguiçando-me.
–Sete e meia... -suspirou- Vou pedir o café, seu voo sai às nove.
O sorriso que havia em meu rosto se desfez ao lembrar que eu deveria embarcar para Berlim e me despediria daqueles doces olhos verdes que despertavam grande admiração e curiosidade da minha parte. Eu sabia muitas coisas sobre a vida de Angel, mas não me lembrava de quase nada, porque, na noite em que conversamos, eu estava bêbado. Levantei-me da cama caminhando em direção à janela, grossas gotas de chuva caíam do lado de fora deixando aquele dia mais melancólico.

–Pronto, já estão providenciando o café. -Angel disse ficando ao meu lado e pôs-se a observar a rua- Eu vou sentir sua falta. -sussurrou.
–Você vai fazer muita falta. -respondi a olhando- Não vai para Berlim?
–Eu não sei, estou às ordens de David...

Naquele momento uma ideia surgiu e eu faria de tudo pra que ela fosse colocada em prática e o primeiro passo era perguntar à Angel se concordaria com a minha proposta.

–Nós vamos entrar em turnê na semana que vem e eu estava pensando: Que tal convidar a Angel para fazer parte da nossa equipe? -olhei-a- Então, o que me diz?
–Está falando sério? -concordei- Eu não sei nem o que dizer! -seus olhos brilharam.
–Oras, é óbvio! Apenas diga que aceita. -sorri.

O sorriso que se formou no rosto frágil de Angel pareceu dar mais cor à tudo em volta, seus braços envolveram meu pescoço e seu riso soava em meus ouvidos como uma doce melodia. Senti seus lábios macios tocarem minhas bochechas várias vezes seguidas e envolvi sua cintura com meus braços, levantando-a do chão e rodando no meio do quarto.

–Seu louco, me ponha no chão! -ria- Você não existe!
–Existo sim. -larguei-a no chão- Então, você aceita?
–Claro que sim!

Tomamos café juntos e depois seguimos em direção ao meu quarto para arrumar minhas malas. Eu estava triste por ter que ir embora e deixar Angel, mas a certeza de que a teria ao meu lado durante os meses que se seguiam amenizava um pouco o sentimento...Não me preocupei em relação à Duda, pois estava sentindo que, de alguma forma, as coisas se resolveriam por si só.Após terminarmos a "arrumação", Angel me acompanhou até o aeroporto e nos despedimos com algumas lágrimas nos olhos.

–Nos vemos em breve, senhor Kaulitz. -Angel disse em um tom profissional.
–Pare com isso! -fiz bico- Quero me despedir direito. -sorri e a abracei.
–Nos vemos semana que vem, Bill... Não precisa chorar. -uma lágrima escorria por seu rosto enquanto falava- Droga! -murmurou e rimos.

Meu voo foi anunciado e fui obrigado a embarcar. A viagem durou pouco tempo e por volta das 9hs30 desembarquei em Berlim, sentindo uma imensa vontade de ver minha mãe... Era estranha a necessidade que tenho de visitá-la toda vez que volto de uma viagem.
Não havia muita movimentação no aeroporto, David não havia revelado à imprensa quando eu voltaria e agradeci mentalmente por isso, não estava bem disposto... Tudo que eu queria era ver minha mãe, saber notícias de Tom e ir à casa de Duda.
Pedi ao motorista que me levasse para a casa de Dona Simone e assim o fez. Cerca de trinta minutos depois eu caminhava pelo grande jardim bem cuidado de minha mãe, a avistando com um regador na mão.

–Mãe! -chamei e a vi largando o regador próximo às rosas.
–Que bom ver você, meu filho! -sorriu caminhando em minha direção- Como foi a viagem? -abraçamo-nos.
–Ótima! -sorri me lembrando de Angel.
–Sinto que há algo responsável por esse seu sorriso... Ou será alguém?
Sempre me impressionei com o poder de percepção de minha mãe e, como ela é a pessoa em quem mais confio, não me importei de contar sobre Angel e aproveitei para pedir alguns conselhos.

–Essa moça parece ser uma graça, filho! -sorriu sentando-se em um dos bancos do jardim- E sabe o que eu acho? -neguei- Que você está a amando!

Meu coração saltitou quando mamãe disse aquelas palavras e, naquele momento, eu enxerguei o que estava bem diante de meus olhos.

–Eu entendo que pareça confuso, afinal Duda é uma garota incrível... -pausou- E sei que ela é muito importante pra você, mas ela não é a mulher da sua vida.

Não há ninguém no mundo pessoa mais sensata que minha mãe nesse mundo, apenas ela poderia me dizer coisas que jamais passariam pela minha cabeça ou que estavam bem debaixo do meu nariz.

–Tudo o que você precisa agora é seguir seu coração, vá em frente e faça o que for preciso.
–Obrigada por tudo, mãe! -abracei-a- Não sei o que eu faria sem a senhora. -beijei suas bochechas.
–Que isso, filho! Tudo o que eu mais quero é ver você e seu irmão felizes!
–Falando nele, mãe, tem notícias? -perguntei lembrando daquela sensação ruim.
–Não, ele não atende o celular, ninguém sabe onde ele está...
–Eu senti uma dor forte nessa madrugada e estou preocupado. -confessei.
–Seu irmão não está bem... Eu sinto isso e rezo para que ele não cometa nenhuma besteira. -disse tristonha.
–Eu também, mãe!

Conversamos por mais algum tempo, depois preparamos o almoço e acompanhei minha mãe à mesa. Após almoçarmos a ajudei a lavar a louça e, pouco tempo depois, fui embora sendo acompanhado por um segurança até a casa de Duda... Eu estava disposto a colocar minha vida em ordem e não perderia tempo.

Postado por: Grasiele

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