quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Resumption - Capítulo 53

 Chegamos em casa quando marcavam quase 3hs no relógio, Tom cantava algumas músicas do show, enquanto descíamos do carro. Coloquei meus pés no chão sentindo uma dor imensa, não estava acostumada a ficar tanto tempo em pé e isso me fazia sofrer um pouco.
Contive um gemido de dor, mas minha expressão deve ter me traído porque Tom parou de cantar e me olhou parecendo preocupado.
–Hey, tudo bem?

–Aham, só um pouquinho de dor nos pés.- respondo abrindo a porta da sala.

Entramos em casa, Tom chaveou a porta enquanto eu me livrava do sapato, o que me deixou extremamente aliviada. Subi as escadas sem olhar para trás, Tom havia ido para a cozinha e logo subiria também...
Entrei no quarto e fui em direção ao closet para pegar um pijama e lingerie. Assim que peguei o que precisava, andei até o banheiro, fechando a porta e me despindo logo a seguir. Entrei no box e em poucos segundos já sentia a água escorrendo pelo meu corpo, dando uma ótima sensação de alívio. Encostei minhas costas na parede fria e escorreguei lentamente até sentar no chão e comecei a massagear meus pés, que pareceram agradecer pelo meu ato.
Não demorei muito para me vestir, escovei os dentes e voltei para o quarto, Tom não estava lá, mas não me importei... A única coisa que eu queria era poder deitar na minha cama e dormir tranquilamente. Antes de deitar fui até a varanda dar uma olhada no céu, a lua estava linda, emanando luz e beleza na madrugada alemã... Me lembrei de Bill, da noite em que ele havia dormido com a cabeça em meu colo. Como ele estaria?
Entro no quarto indo em direção à cabeceira da cama e pego meu celular, eu havia me esquecido de olhar as chamadas antes de sair e, como a curiosidade e a culpa estavam me matando, não agüentei e procurei qualquer indício de que Bill houvesse procurado por mim... Nada. Nenhuma ligação, nenhuma mensagem, nenhum e-mail... Absolutamente nada. Talvez meu namorado estivesse ocupado demais para me ligar, talvez a bateria do celular tenha acabado... Ou ele realmente esqueceu de me ligar. É normal esquecer de ligar para dar notícias quando a cabeça está voltada para o trabalho... Mas não ligar para a namorada? Talvez ele quisesse ligar, mas não conseguiu, porque estava com a agenda lotada de compromissos.
A não-ligação de Bill me deixou com um aperto no peito, não sei dizer porque. Talvez seja porque eu esteja percebendo que ele não é tão dependente de mim quanto eu e, até mesmo ele, pensara... Talvez seja apenas por querer notícias dele, por querer saber como foi o seu dia e como ele está se sentindo.
Eu pensei em ligar para Bill, mas já era muito tarde e provavelmente ele estaria dormindo e não queria acordá-lo, então larguei o celular na cabeceira. O sono parecia estar menos evidente e meu corpo pedia por algo doce, o que me fez seguir a passos lentos até a cozinha, onde encontrei Tom sentado de costas para a porta, concentrado em atacar uma travessa com morangos. Caminhei sorrateiramente, sem fazer barulho e fiquei atrás dele, levando ambas as mãos para cada lado de sua cintura e me encostei às suas costas, colocando a boca perto de sua orelha direita.
–BUUU.-sussurrei.

–Nossa, que susto!-fingiu espanto e colocou a mão sobre o peito.

–Besta.-ri me distanciando.

Segui até um dos armários aéreos e peguei uma barra de chocolate, a última, o que pareceu estranho porque haviam outras mais ali... Provavelmente Mila havia assaltado minha “dispensa”. Abri a embalagem enquanto seguia para a sala, mas Tom me segurou pela cintura, impedindo que eu continuasse. Seus olhos castanhos encontraram os meus parecendo procurar algo, nossos rostos estavam quase colados e permanecíamos imóveis.
–Você parece preocupada.-Tom disse quebrando o silêncio.

–Impressão sua.-digo desviando o olhar para a embalagem do chocolate já aberta.

–Não tenta me enganar, está bem? Conheço você, tem algo te incomodando.-segura meu rosto.

–Eu só estou cansada.-digo encarando seus olhos.

–Tudo bem.-suspira e me solta.

Meu peito doía toda vez que os olhos de Tom me examinavam contendo preocupação, doía porque eu estava deixando-o preocupado, doía por mentir para ele. Mesmo eu negando que há algo de errado, Tom sabe quando estou mentindo, mas também sabe que faço isso para não deixá-lo envolto pelos meus problemas, mesmo que os tais estejam, de alguma forma, relacionados a ele.
Respirei fundo tentando afastar aquela dor que possuía meu peito e esperei Tom terminar de comer o resto dos morangos.
–Pode deixar na pia.-falei vendo-o ir até a mesma com a travessa.-Amanhã eu lavo.

Tom não disse nada, apenas fez o que eu disse e seguimos para o quarto, apagando as luzes por onde passávamos. Sentei na cama segurando a barra de chocolate, enquanto Tom seguiu para o closet e logo voltou com uma toalha em mãos.
–Vou tomar banho... Você já foi?

–Já.-respondi, apontando para meu cabelo molhado.

–Hm.-murmurou e entrou no banheiro, fechando a porta atrás de si.

Eu estava me sentindo uma idiota porque, de alguma forma, estava estragando a noite de Tom. Larguei o chocolate na cabeceira, decidida a ajeitar a merda que eu estava fazendo, tirei meu pijama e segui para o banheiro procurando não fazer barulho. Tom estava de costas para a porta, encostando sua testa na parede fria, seus olhos permaneciam fechados enquanto a água do chuveiro percorria um caminho da cabeça até o resto do corpo. Abri a porta do box sem fazer barulho e abracei-o por trás, logo sentindo suas mãos junto às minhas, o que me fez sorrir. Colei meu corpo ao dele, distribuindo beijos suaves nas costas e ombros.
–Eu pensei que você estivesse cansada.-disse se virando e me encarou.

–Nunca vou estar cansada quando se tratar de você.-respondi me pendurando em seu pescoço.

Tom expôs um sorriso lindo e me beijou, prensando meu corpo contra a parede. Suas mãos passeavam pelo meu corpo deixando quente cada pedacinho de minha pele, desceu seus beijos para o meu pescoço e depois voltou para minha orelha, onde depositou pequenas mordidas. Comecei a dar leves chupões em seu pescoço, enquanto ele tirava meu sutien e em seguida minha calcinha. Não estávamos contendo a “euforia”, Tom me ergueu, prensando-me com sua cintura e trilhava um caminho de beijos de meu tórax até o umbigo, depois subiu me beijando e... Parou.
–Hey, o que houve?

–Eu não sei.-olhou para baixo parecendo envergonhado e entendi o que acontecera.-É estranho.

Não consegui evitar e caí na gargalhada ao ver a expressão dele de inconsolável, tadinho.
–Não acredito que está rindo de mim... Olha, isso nunca aconteceu antes e...

–Shit.-digo calando-o com um selinho.-Desculpe por rir. Tudo bem, isso, ehr, pode acontecer com qualquer um.

–Isso é constrangedor.-disse escondendo-se em meus cabelos.

–Pense pelo lado positivo, pelo menos não aconteceu com uma das garotas com quem você costuma sair... Provavelmente no dia seguinte você sairia em alguma revista de fofocas por causa do ocorrido.

–Corrigindo, eu costumava sair com garotas, eu só quero você agora e pro resto da minha vida.-disse no meu ouvido.

Meu corpo arrepiou inteiro ao ouvi-lo dizer tal coisa, um sorriso brotou em meus lábios e meu coração saltitava alegre dentro do peito.
–Repete o que você disse?

–Eu quero só você.-disse me olhando. - Só você.-me deu um selinho demorado.- Só você, só você, só você e só você.-disse repetidas vezes enquanto beijava meu rosto.

Nossos corpos estavam há algum tempo embaixo d’água e nossas peles estavam prestes à ficar enrugadas, então desliguei o chuveiro e puxei Tom comigo para fora do box, secamo-nos e seguimos abraçados até o closet, onde vesti apenas lingerie e Tom uma boxer. Sequei um pouco meu cabelo com a toalha e segui para o quarto, onde me livrei do pijama que havia deixado encima da cama e depois me deitei, esperando Tom, que não demorou a aparecer e apagou a luz.
Ouvi passos, que logo cessaram, e depois senti o corpo sarado de Tom, coberto apenas pela cueca boxer, sobre mim, prensando meu corpo sobre a cama.
–Ai, sai de cima, garoto!-xinguei.

–Até agora pouco você estava querendo justamente o contrário.-debochou apertando minha cintura.

–Olha o seu tamanho perto do meu.-reclamei.-Eu estou ficando sem ar.

–Chata.-morde minha bochecha e rola para o lado, aproveito e me atiro por cima dele.-Hey!-reclama.

–O que foi?-rio.-É ruim ser prensado, né?

–É... Mas quando é você, eu nem ligo.-responde colocando as mãos sobre meu bumbum e aperta.

–Tarado! Tira essas mãos da minha bunda.

–Não tiro, essa bunda me pertence.-aperta de novo.-Como minha bunda é gostosa, nossa.

–Idiota.-rio.

–Idiota que você ama, não vive sem e acha bem gostoso.-ri e lambe meu queixo.

–Além de idiota é convencido... Não sei como é possível eu amar tanto você.-digo brincando com suas tranças.

–Eu também não sei como posso amar você... É estranho, muito estranho, mas eu gosto.-pausa.-Gosto tanto que eu não me imagino sem você.

O silêncio se faz presente e, de uma forma inexplicável, os olhos de Tom pareciam brilhar no escuro, brilhavam tão intensamente que podia sentir a hipnose que provocava em mim. Aproximei lentamente meu rosto do dele e tracei um caminho de beijos suaves pela mandíbula, chegando nos lábios e beijei-o, sentindo nossas línguas acariciando uma à outra apaixonadamente em um ritmo calmo. Paramos de nos beijar quando o ar faltara.
–Boa noite, meu anjo, amo você.-falei.

–Boa noite, amor.-beijou minha testa.-Amo você.

Tom me envolveu em um abraço carinhoso, que correspondi prontamente e encostei minha cabeça em seu peito, escutando seu coração batendo e assim, acabei adormecendo.


Postado por: Grasiele

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