segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Resumption - Capítulo 30

 –Espera, vamos lá na rua... Aqui não dá pra escutar direito. -pedi e puxei-o pelo braço.


Caminhamos por entre os convidados na pista e saímos do salão e pela expressão dele percebi que estava nervoso e ansioso. Seguimos em direção ao jardim que tinha nos fundos e por lá ficamos.


–E então, o que queria me dizer? -sorri.

–Olha, eu quero que saiba que... -ele olhava para o chão parecendo procurar as palavras certas.

–Bill, olha pra mim. -pedi segurando seu rosto. -Hey, fala pra mim o que está acontecendo! –deixei que minha preocupação fosse exposta. -Confia em mim, seja lá o que for eu vou estar aqui pra te escutar.

–Eu gosto de você, Duda. -Bill respondeu com certa dificuldade.

–Eu também gosto de você, meu anjo.


Bill me observou demoradamente, seus olhos brilhavam e eu pude sentir alguma coisa me dizendo que o “gostar” dele não era apenas um sentimento de amizade, mas sim de amor, amor entre duas pessoas, de um casal.



–Duda, eu te amo! Te amo como nunca pensei que fosse amar algum dia. –confessou. -Quando você está longe, eu sinto como se pudesse morrer... Preciso ter você sorrindo pra mim, preciso senti-la segura em meus braços, entende? –seu olhar fixou-se ao meu, ele estava quase chorando.


Fiquei parada olhando pra ele, sem reação alguma... Minha cabeça girava, meu coração estava acelerado e, para deixar tudo mais complicado, o tempo parecia estar mudando e choveria a qualquer momento.
Eu amo-o como um amigo, um irmão, mas não o suficiente pra suprir o que ele sentia por mim. O que eu faria? O que eu diria? Eu não tinha o direito de magoá-lo! Quanto tempo ele estivera guardando seus sentimentos apenas pra si? Porque eu não percebi antes? Meu Deus, se tudo tivesse sido diferente, se eu não estivesse envolvida com Tom... Será que seríamos felizes? Será que eu poderia dar uma chance a ele e tentar fazê-lo feliz? Eu não tinha nenhuma das respostas, muito menos sabia se o que sentia por Tom era apenas atração carnal... Eu não sabia o que fazer! Logo eu que sempre arranjo uma saída pra tudo.



–Bill, eu... Eu. -gaguejei.

–Eu sei que você deve estar confusa, mas, por favor, me dá uma chance? -Bill pediu e suas lágrimas rolavam por sua face branca.

–Meu anjo, eu não sei se eu posso te fazer feliz como você merece. –suspirei. -Por favor, não chora. –pedi. -Assim você me mata por dentro. -abracei-o.

–Posso te fazer um pedido? -choramingou.

–Pode.

–Me beija? -perguntou afastando seu rosto de meu pescoço e me encarou.


Em um impulso incontrolado atendi ao pedido dele, fechei meus olhos ao sentir o contato que nossos lábios fizeram, senti sua língua pedindo carinhosamente passagem para entrar em contato com a minha e eu novamente cedi. Bill me segurava delicadamente pela cintura e com uma das mãos afagava meus cabelos, eu segurava seu rosto com as duas mãos e lhe acariciava as bochechas.
Foi um beijo calmo, com carinho e ternura, sem malícia alguma. Não me senti como se estivesse fazendo um favor a ele, de alguma forma eu também queria beija-lo, era uma necessidade incontrolável e que antes não existia.
Paramos de nos beijar e senti Bill roçar o seu nariz no meu, encostou sua bochecha na minha e ficou em silêncio.



–Você ama meu irmão, não é? -perguntou quebrando o silêncio e eu podia sentir suas lágrimas em contato com minha bochecha.

–Eu não sei, Bill. -respondi com sinceridade.

–Ele se apaixonou por você. -Bill respondeu olhando nos meus olhos e eu fiquei estática.

–Co-como? -perguntei nervosa.

–Ele ‘tá apaixonado por você e você por ele... Só não querem aceitar.

–Será que eu posso pedir uma coisa pra você? -perguntei e ele balançou a cabeça em concordância. -Me dá um tempo pra pensar?

–Ahm, tudo bem. Eu espero por você o tempo que for e, independentemente do que escolher, eu sempre vou ser seu melhor amigo. -sorriu fraco e segurou minha mão.

–Obrigada. –sorri. -É melhor nós voltarmos, não acha?


Voltamos para o salão e ninguém pareceu reparar na nossa ausência. Assim que entramos no salão, Tom apareceu emburrado.



–Posso saber por onde vocês andaram? -questionou.

–Estávamos conversando no jardim, algum problema? -perguntei arqueando as sobrancelhas.

–Ahm, nenhum. -respondeu e puxou Bill pelo braço. -Vem comigo maninho e você se liga, gata. -advertiu e saiu andando em direção à mesa do DJ.


A música parou de repente, o que levou a todos olharem instintivamente na direção do DJ e pude avistar os gêmeos parados lado a lado encarando a todos.



–Gente, oi. -Tom falou em um microfone sem fio que instantes antes estava sobre a mesa do DJ. -Queremos agradecer pela presença de todos, nós realmente adoramos a surpresa... –sorriu. -Mas temos que agradecer especialmente a duas pessoas muito importantes! Bill, o que acha de chama-las? -Tom alcançou o microfone para Bill.

–Mãe e Duda, venham aqui por favor. -Bill pediu.


Meu Deus, eu não acreditei quando ele disse meu nome. Ok, não poderia surtar, tinha que superar o meu pânico de aparecer em público... Eram poucas pessoas, mas a vergonha estava tomando conta de mim naquele momento.
Senti uma mão macia segurando a minha, era Simone me puxando com ela,
fomos em direção à mesa onde os gêmeos nos esperavam sorridentes e lindos, colocamo-nos entre eles: Simone ao lado de Tom e eu ao lado de Bill.


–Mãe, nós queremos te agradecer por tudo que fez por nós durante todos os anos da nossa vida, criou-nos com todo o amor e dedicação, sempre tão atenciosa... Não sabemos o que seríamos sem você! Sempre esteve ao nosso lado nos momentos ruins, nos apoiou mesmo estando longe, nunca deixou de nos incentivar a lutar pelos nossos sonhos e é graças a você que hoje estamos aqui, comemorando mais um ano de nossas vidas. –Bill enfim suspirou. -Te amamos demais, mãe! Você é a mulher das nossas vidas. –conclui deixando lágrimas escaparem de seus olhos.


Simone abraçou os filhos e ambos choravam emocionados pela homenagem e eu chorava junto, as palavras doces do Bill me invadiam a alma, ele era tão puro e verdadeiro... Nunca pensei que veria o Tom chorar, sempre foi muito brincalhão, alegre e nunca deixou transparecer nenhum sinal de tristeza, agonia ou dor.
Os três se separaram do abraço e sorriram pra mim, ainda com os olhos lacrimejando.


–Duda... -Tom pegou o microfone e fez um gesto pra que eu me juntasse a eles. -Eu não sou muito bom com as palavras, mas espero que entenda. -coçou a cabeça e todos riram. -Nós queremos te agradecer por ter surgido na nossa vida... Sei que nos conhecemos de uma maneira diferente. -pausou fazendo uma careta. -Mas foi uma das pessoas mais especiais que conhecemos nos últimos meses! Você conquistou a mim e a todos com o seu jeito diferente de ser, conquistou nossa confiança, nossa amizade e você é o que faltava pra nos deixar felizes e completos. –sorriu. -Não sei o que seria da gente, principalmente de mim e do Bill, você se tornou indispensável! Apesar das bobagens que eu falo... - todos riram. -Eu tenho um carinho enorme por você. –segurou minha mão e a acariciou. -Obrigada por estar ao nosso lado, por aguentar as nossas brigas, por nos acolher...

–Você é a segunda mulher que mais amamos na vida. -Bill completou o discurso e me puxou para abraça-los.


Eu estava totalmente “derretida” com o discurso que aqueles dois moleques tinham feito, as lágrimas de felicidade caíam dos meus olhos facilmente e era tão bom sentir os dois perto de mim, eu amo-os demais, talvez até mais do que deveria.
Ficamos abraçados por alguns minutos e pude ouvir sussurrarem ao mesmo tempo “eu te amo”. Soltamos-nos e cada um deles deu-me um beijo estralado da bochecha e sorriram.


Postado por: Grasiele

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