(Contado pelo Bill)
Continuei ali, mas a ansiedade em saber onde estavam - e se estavam juntos -, era grande. Tentei me controlar. A Débora apareceu com seu namorado e se sentou ao meu lado. Esse negócio de ficar segurando vela não dá certo. Me levantei dali e fui dar uma volta.
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(Contado pela Duda)
O Tom e eu caminhávamos, e conversávamos. Nada mais que isso. Ele me contava como estavam as coisas lá na cabana dele, e eu escutava.
- Só tem gente doida lá comigo. – disse ele.
- E você por acaso está incluído?
- Claro que não. – nós rimos.
- Sei.
- E você e o Bill?
- O quê que tem?
- Tá rolando alguma coisa?
- Não.
- Tem certeza?
- Ô Tom, vamos mesmo falar nele?
- Ok. E sobre o quê quer falar.
- Não sei. Sugere alguma coisa?
- Eu não gosto muito de conversar. Prefiro fazer outras coisas. – sorriu maliciosamente.
- Nem vem que isso não vai acontecer.
- Porque não? Estamos sozinhos aqui, e ninguém verá.
- Deixa de ser tarado!
- Vai dizer que não gostou daquela noite?
- Mas isso não significa que devemos repetir.
- Eu adoraria.
- Safado.
- Ah, qual é? O Bill não precisa ficar sabendo.
- É que não tô a fim. E além do mais, não me importo com o que o Bill pensa.
- Sério? Porque outro dia ele me contou que está apaixonado por você.
- Ele disse o quê? – perguntei incrédula.
- É isso ai. O meu irmão tá gamado em você.
- Tá falando sério?
- E porque eu inventaria algo assim?
- Não sei se devo acreditar.
- Tanto faz. Se estiver duvidando, é só perguntar para o próprio.
- É melhor voltarmos pra cachoeira antes que o pessoal comece a dar ataque pensando que nos perdemos.
Fiquei com aquilo que o Tom disse, em minha mente. Será que ele estava mesmo falando a verdade ou só contou pra saber qual seria a minha reação? Pra mim tanto faz. Acho que não mudaria muita coisa. Disse que não me envolveria com o Bill novamente, e pretendo cumprir minha palavra até o fim. Só espero que minha mãe não demore muito a resolver as coisas, pois talvez eu não consiga resistir. Eu quero, mas está cada vez mais difícil ficar perto do Bill, sem desejá-lo. E ele vive me tentando, me provocando. Como resistir? Alguém tem alguma dica?
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(Contado pelo Bill)
O Sol já estava se pondo no horizonte. Recolhemos nossas coisas, para voltarmos ao acampamento. No meio do caminho, chamo a Débora e começo a conversar com ela.
- Posso lhe pedir um favor? – perguntei.
- Claro. – respondeu. - Diga ai.
- Preciso que faça algo por mim.
- Não vai me pedir pra vender drogas aqui não, não é?
- De onde tirou essa idéia?
- Sei lá. Mas diga logo, que eu preciso ir ficar com meu namorado.
- É exatamente isso.
- Isso o quê?
Contei tudo que precisava, e ela concordou. Eu estava com um plano em mente, e adoraria que ele fosse executado. Mas para que tudo saísse perfeitamente, eu precisaria mesmo da ajuda da Débora. Como ela aceitou, as coisas poderiam ser mais fáceis.
Cheguei à cabana, sozinho. Ainda não havia cruzado nem com a Duda e nem com o Tom. Ajeitei tudo que eu fosse usar. Fui até o quarto das meninas, e arrumei a cama. Estava um pouco cansado, e acabei me deitando ali mesmo.
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(Contado pela 3º pessoa)
Já era noite, quando Duda se despede do Tom com um beijo no rosto. Em seguida entra na cabana, que estava escura. Acendeu a luz. Ela achou estranho, pois o Bill sempre costumava ficar assistindo TV ali, e a Débora... Ah, ela nem parecia “moradora” dali, já que quase nunca era encontrada no local. Duda vai até o quarto, e nem se dá o trabalho de acender a luz, pois a iluminação que vinha da sala era suficiente para ela enxergar apenas um pedaço da cama, onde suas roupas se encontravam. Ela pega as mesmas, e segue até o banheiro. Começa a se despir, e toma um banho quente, que durou cerca de vinte minutos. Vestiu sua camisola feita de seda, e na cor preta. Passou desodorante, penteou os cabelos, em seguida colocou seu perfume. Estendeu a toalha molhada, e saiu do banheiro.
Duda caminhou em direção ao quarto, e mais uma vez, não acendeu a luz. Ela se deitou na cama, e cobriu-se com o lençol. Tudo estava bem, até algo parecer estranho demais. Ela estava virada para o lado esquerdo, abriu os olhos naquela escuridão, e apalpou algo que estava atrás de si. Se assustou, e caiu da cama. Bill imediatamente se levantou e acendeu o abajur que estava por perto, em seguida pegou a primeira coisa que avistou; um jarro.
- O que foi? – pergunta Bill. – Cadê ele? – ele olha pros lados - É um besouro, não é?
- O que você tá fazendo aqui? – pergunta Duda.
- Eu... eu estava dormindo.
- E porque não estava em seu quarto?! – ela se levanta e acende a luz.
- A cama daqui é melhor. – ele coloca o jarro no lugar.
- Cadê a Débora?
- Não sei.
- Isso significa que...
- Ficaremos sozinhos. – ele completou.
- É melhor você ir pro outro quarto.
- Por quê? Essa cama é bem mais confortável. – ele dá a volta e fica próximo a Duda.
- A Débora disse se iria dormir fora?
- Na verdade... eu pedi que ela fosse dormir com o namorado.
- E porque faria isso?
- Por que... Porque eu...
Bill não conseguia dar uma explicação. E Duda simplesmente esperava.
- Porque eu... – ele tentou novamente.
- Você não consegue dizer, não é?
Ele fica calado, e ela dá a volta na cama, e se deita do outro lado. Bill permanece em pé por alguns instantes, mas depois se deita. Ele a abraça, e sussurra em seu ouvido:
- Não faz isso comigo.
Duda fica arrepiada, e se levanta. Ela pega o travesseiro, em seguida o lençol da cama.
- O que vai fazer?
- Dormir no outro quarto. – responde ela.
Quando ela abriu a porta para sair do quarto, Bill se pôs na frente e fechou a mesma, depois a trancando.
- Abre essa porta e saia da frente! – disse ela.
- Não.
- Sai logo daí, garoto!
- Já disse que não!
- Perdeu a noção do perigo, foi? Tá querendo que eu derrube essa porta com você junto?!
- Você não vai sair daqui!
- Vai me manter em cativeiro por acaso?
- Se for preciso.
- Deixa de ser idiota e abra logo essa porta!
- Mais que droga, Duda! – ele grita, e ela se assusta um pouco. – Porque você tem que ser assim, hein?
- Ô Bill, eu não tô com vontade de discutir com você. Por favor, sai da frente.
Ele se afasta, e destranca a porta, abrindo-a em seguida.
- Só me responda uma coisa. – disse ele, antes que ela pudesse sair.
- O quê? – ela se vira.
- Ainda sente alguma coisa por mim?
- Talvez. – responde ela, e sai dali, indo em direção ao outro quarto. Bill deu um meio sorriso.
Postado por: Grasiele
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