terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Love And Hate - Capítulo 20 - Talvez

(Contado pelo Bill)

      A manhã estava ensolarada, e todos nós combinamos de ir à cachoeira. Arrumamos o que era necessário, e partimos. Fiquei sentado nas pedras, enquanto os outros se divertiam na água. Senti falta da Duda ali. Eu sei que ela tinha vindo, mas não sabia onde estava. Observei melhor, e também notei que o Tom não estava. Comecei a pensar que os dois haviam saído para se divertirem num lugar mais calmo. Sim, eu estou com um pouco de ciúmes dela.

      Continuei ali, mas a ansiedade em saber onde estavam - e se estavam juntos -, era grande. Tentei me controlar. A Débora apareceu com seu namorado e se sentou ao meu lado. Esse negócio de ficar segurando vela não dá certo. Me levantei dali e fui dar uma volta.

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(Contado pela Duda)

      O Tom e eu caminhávamos, e conversávamos. Nada mais que isso. Ele me contava como estavam as coisas lá na cabana dele, e eu escutava.

           - Só tem gente doida lá comigo. – disse ele.
           - E você por acaso está incluído?
           - Claro que não. – nós rimos.
           - Sei.
           - E você e o Bill?
           - O quê que tem?
           - Tá rolando alguma coisa?
           - Não.
           - Tem certeza?
           - Ô Tom, vamos mesmo falar nele?
           - Ok. E sobre o quê quer falar.
           - Não sei. Sugere alguma coisa?
           - Eu não gosto muito de conversar. Prefiro fazer outras coisas. – sorriu maliciosamente.
           - Nem vem que isso não vai acontecer.
           - Porque não? Estamos sozinhos aqui, e ninguém verá.
           - Deixa de ser tarado!
           - Vai dizer que não gostou daquela noite?
           - Mas isso não significa que devemos repetir.
           - Eu adoraria.
           - Safado.
           - Ah, qual é? O Bill não precisa ficar sabendo.
           - É que não tô a fim. E além do mais, não me importo com o que o Bill pensa.
           - Sério? Porque outro dia ele me contou que está apaixonado por você.
           - Ele disse o quê? – perguntei incrédula.
           - É isso ai. O meu irmão tá gamado em você.
           - Tá falando sério?
           - E porque eu inventaria algo assim?
           - Não sei se devo acreditar.
           - Tanto faz. Se estiver duvidando, é só perguntar para o próprio.
           - É melhor voltarmos pra cachoeira antes que o pessoal comece a dar ataque pensando que nos perdemos.

      Fiquei com aquilo que o Tom disse, em minha mente. Será que ele estava mesmo falando a verdade ou só contou pra saber qual seria a minha reação? Pra mim tanto faz. Acho que não mudaria muita coisa. Disse que não me envolveria com o Bill novamente, e pretendo cumprir minha palavra até o fim. Só espero que minha mãe não demore muito a resolver as coisas, pois talvez eu não consiga resistir. Eu quero, mas está cada vez mais difícil ficar perto do Bill, sem desejá-lo. E ele vive me tentando, me provocando. Como resistir? Alguém tem alguma dica?

–--
(Contado pelo Bill)

      O Sol já estava se pondo no horizonte. Recolhemos nossas coisas, para voltarmos ao acampamento. No meio do caminho, chamo a Débora e começo a conversar com ela.

           - Posso lhe pedir um favor? – perguntei.
           - Claro. – respondeu. - Diga ai.
           - Preciso que faça algo por mim.
           - Não vai me pedir pra vender drogas aqui não, não é?
           - De onde tirou essa idéia?
           - Sei lá. Mas diga logo, que eu preciso ir ficar com meu namorado.
           - É exatamente isso.
           - Isso o quê?

      Contei tudo que precisava, e ela concordou. Eu estava com um plano em mente, e adoraria que ele fosse executado. Mas para que tudo saísse perfeitamente, eu precisaria mesmo da ajuda da Débora. Como ela aceitou, as coisas poderiam ser mais fáceis.

      Cheguei à cabana, sozinho. Ainda não havia cruzado nem com a Duda e nem com o Tom. Ajeitei tudo que eu fosse usar. Fui até o quarto das meninas, e arrumei a cama. Estava um pouco cansado, e acabei me deitando ali mesmo.

–--
(Contado pela 3º pessoa)

      Já era noite, quando Duda se despede do Tom com um beijo no rosto. Em seguida entra na cabana, que estava escura. Acendeu a luz. Ela achou estranho, pois o Bill sempre costumava ficar assistindo TV ali, e a Débora... Ah, ela nem parecia “moradora” dali, já que quase nunca era encontrada no local. Duda vai até o quarto, e nem se dá o trabalho de acender a luz, pois a iluminação que vinha da sala era suficiente para ela enxergar apenas um pedaço da cama, onde suas roupas se encontravam. Ela pega as mesmas, e segue até o banheiro. Começa a se despir, e toma um banho quente, que durou cerca de vinte minutos. Vestiu sua camisola feita de seda, e na cor preta. Passou desodorante, penteou os cabelos, em seguida colocou seu perfume. Estendeu a toalha molhada, e saiu do banheiro. 

      Duda caminhou em direção ao quarto, e mais uma vez, não acendeu a luz. Ela se deitou na cama, e cobriu-se com o lençol. Tudo estava bem, até algo parecer estranho demais. Ela estava virada para o lado esquerdo, abriu os olhos naquela escuridão, e apalpou algo que estava atrás de si. Se assustou, e caiu da cama. Bill imediatamente se levantou e acendeu o abajur que estava por perto, em seguida pegou a primeira coisa que avistou; um jarro.

           - O que foi? – pergunta Bill. – Cadê ele? – ele olha pros lados - É um besouro, não é?
           - O que você tá fazendo aqui? – pergunta Duda.
           - Eu... eu estava dormindo.
           - E porque não estava em seu quarto?! – ela se levanta e acende a luz.
           - A cama daqui é melhor. – ele coloca o jarro no lugar.
           - Cadê a Débora?
           - Não sei.
           - Isso significa que...
           - Ficaremos sozinhos. – ele completou.
           - É melhor você ir pro outro quarto.
           - Por quê? Essa cama é bem mais confortável. – ele dá a volta e fica próximo a Duda.
           - A Débora disse se iria dormir fora?
           - Na verdade... eu pedi que ela fosse dormir com o namorado.
           - E porque faria isso?
           - Por que... Porque eu...

      Bill não conseguia dar uma explicação. E Duda simplesmente esperava.

           - Porque eu... – ele tentou novamente.
           - Você não consegue dizer, não é?

      Ele fica calado, e ela dá a volta na cama, e se deita do outro lado. Bill permanece em pé por alguns instantes, mas depois se deita. Ele a abraça, e sussurra em seu ouvido:

           - Não faz isso comigo.

      Duda fica arrepiada, e se levanta. Ela pega o travesseiro, em seguida o lençol da cama.

           - O que vai fazer?
           - Dormir no outro quarto. – responde ela.

      Quando ela abriu a porta para sair do quarto, Bill se pôs na frente e fechou a mesma, depois a trancando.

           - Abre essa porta e saia da frente! – disse ela.
           - Não.
           - Sai logo daí, garoto!
           - Já disse que não!
           - Perdeu a noção do perigo, foi? Tá querendo que eu derrube essa porta com você junto?!
           - Você não vai sair daqui!
           - Vai me manter em cativeiro por acaso?
           - Se for preciso.
           - Deixa de ser idiota e abra logo essa porta!
           - Mais que droga, Duda! – ele grita, e ela se assusta um pouco. – Porque você tem que ser assim, hein?
           - Ô Bill, eu não tô com vontade de discutir com você. Por favor, sai da frente.

      Ele se afasta, e destranca a porta, abrindo-a em seguida.

           - Só me responda uma coisa. – disse ele, antes que ela pudesse sair.
           - O quê? – ela se vira.
           - Ainda sente alguma coisa por mim?
           - Talvez. – responde ela, e sai dali, indo em direção ao outro quarto. Bill deu um meio sorriso.

Postado por: Grasiele

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