terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Love And Hate - Capítulo 18 - Luau

(Contado pela 3º pessoa)

      O Sol já estava se pondo, e no horizonte do lago, a vista era incrivelmente linda. Duda estava sentada nas raízes de uma árvore, desenhando. Bill se aproxima devagar, e a surpreende.

           - O que está fazendo? – pergunta ele.
           - Bill, que susto... – ela tenta esconder o desenho.
           - Desculpa. O que está desenhando?
           - Nada de mais.
           - Posso ver?
           - NÃO! Quero dizer... não.
           - Por quê?
           - Não é nada de interessante.
           - Fiquei sabendo que é uma ótima desenhista.
           - Quem inventou essa mentira?
           - Deixa de bobagem. Eu sei que é talentosa. Me deixe ver.
           - Já disse que não!
           - Tudo bem.

      Num momento de distração, o Bill pega o caderno e sai correndo.

           - Me devolva esse caderno! – ela gritava.
           - Não antes de ver o que tem nele.
           - Devolva agora, se não quiser morrer!
           - E quem vai me matar? Você?

      Os dois param.

           - É sério, Bill. Ninguém toca nesse caderno, além de mim!
           - Você fará uma exceção pra mim.
           - Quando eu te pegar, vou acabar com a sua raça!
           - Vai me pegar?
           - Não seja idiota! Você entendeu muito bem o que eu quis dizer.
           - O quê que custa eu ver?
           - Deixa de ser enxerido, garoto!
           - Prometo que só verei um desenho.
           - NÃO! – ela gritou.

      Vendo que não teria jeito, Duda cedeu. Ficou parada, enquanto Bill começava a folhear o caderno. Ele observava cada desenho com cuidado, e permaneceu calado por um tempo. Ela parecia tímida, e sem graça.

           - Realmente você é muito talentosa. – disse ele.
           - Obrigada.
           - Estou impressionado com os desenhos.
           - Hum.
           - Posso fazer uma pergunta?
           - S-Sim.
           - Quanto tempo demorou a me desenhar?
           - Uns quinze minutos, ou meia hora no máximo.
           - Sério? – perguntou ele incrédulo. – Isso significa que me conhece muito bem.
           - Acho que sim.
           - Também gostei das paisagens. Deveria investir nisso.
           - Acha mesmo?
           - Claro? – ele se aproxima dela.
           - Não acha que é uma perda de tempo?
           - Óbvio que não! Você é uma artista. No momento, a minha favorita.

      As bochechas dela coraram.

           - Vai confessar? – pergunta ele.
           - Confessar o quê?
           - Que me ama.
           - Como você é abusado, hein? – ele riu. – E quem disse que te amo?
           - Eu sei.
           - Sabe nada! Eu nunca amaria você! – ele se aproxima mais.
           - Tem certeza?
           - T-Tenho. – ela gagueja.
           - E porque fica nervosa quando chego perto?
           - Não estou nervosa.
           - Está sim. – ele se inclina para beijá-la.

      De inicio, Duda não consegue se controlar e quase o beijava. Mas recuperou a consciência. Ela tomou o caderno da mão dele, e disse:

           - Se triscar uma unha no meu caderno novamente, arrebento a sua cara!

      Ela se retirou. Bill ficou parado por um tempo, e riu da situação. Depois ele voltou ao acampamento. Mais tarde, o professor de ciências reuniu todos, e avisou que teria de voltar para a cidade, pois um parente havia sofrido um acidente. Mas o assistente ficaria para “cuidar” deles. Os alunos se animaram. E assim que o professor saiu, deram um jeito de planejarem algo.

      O pessoal se reuniu na beira do lado, fizeram fogueira, levaram os violões, e vários tipos de lanches, sem contar as bebidas. O resto ficaria por conta deles. O luau já rolava na maior alegria.

           - Ô Tom, cadê o supervisor? – pergunta Débora.
           - A gente o amarrou na cabana mais afastada. – respondeu.
           - Sério? – pergunta uma aluna.
           - Achou mesmo que ele faria parte da festa?

      E era só alegria. Minutos depois, um dos alunos apareceu com garrafas de bebida.

           - É melhor vigiar a Duda, antes que ela comece a beber. – disse Tom.
           - Não seria uma má idéia. Pelo menos ela confessaria que me ama. – disse Bill.

      Horas mais tarde... Duda e Débora estavam sentadas num dos troncos que fora colocado ali. Elas conversavam sobre várias coisas.

           - O Bill é tão fofo, não é? – diz Débora.
           - Não acho. Ele é metido!
           - Discordo. Ainda não vi garoto mais legal que ele.
           - O irmão é bem mais.
           - Ah, o Tom é uma delicia.
           - Já provou?
           - Não. Mas adoraria.
           - Um-hum.
           - E você?
           - Eu? Ah, eu... eu não.
           - Sei. – Débora olha pra frente. – Aquele ali é o Bill? – ela aponta.
           - Ai meu Deus! – disse Duda. – O Bill tá dançando igual uma bicha! Eu sempre desconfiei desse lado feminino dele. – ela rir.

      Bill dançava estranhamente, com uma garrafa de bebida na mão, enquanto ouvia os amigos – ainda mais bêbados – tentando tocar violão. Os outros só faziam rir. Instantes depois o Tom aparece correndo.

           - Duda, você precisa fazer o Bill parar de beber. – disse ele.
           - E porque eu faria isso? Está tão engraçado. – ele começou a rir.
           - Você tem que fazê-lo parar! – ele repetiu.
           - Ô Tom, você é o irmão! Vai você cuidar dele.
           - Quando você estava bêbada, ele te ajudou.
           - Droga. Eu sabia que ficaria devendo um favor a ele.

      Ela se levanta, e caminha até Bill, que ao vê-la, a abraçou.

           - Você... – soluçou. – Você está... está... está...
           - Diga logo!
           - Linda!
           - Não acha que está na hora de parar de beber?
           - Não. – ele sacudiu a garrafa praticamente no rosto dela. – Eu não acho não. – soluçou.
           - Está sim. Vem, irei te levar pra cabana.

      Duda estava calma, e tentava convencê-lo de todas as formas possíveis. Mas nada parecia estar dando certo.

           - Já sei o que farei. – disse ela.
           - O quê?

      Ela se afasta um pouco do Bill, e lhe dá um soco, o fazendo cair.

           - Ficou maluca?! – diz Tom, se abaixando para pegar o irmão. – Tá querendo matá-lo?!
           - Era o único jeito de fazê-lo ficar quieto. – respondeu. – Agora leva ele.

      Bill foi apoiado no ombro do Tom. Poucos instantes depois, já estavam chegando à cabana. Duda abriu a porta para facilitar as coisas. Tom foi levando-o até o sofá, e o colocou no mesmo.

           - E agora? – pergunta Tom.
           - Acho que deveria dar um banho bem frio nele. – diz Duda.
           - Tá falando sério?
           - Um-hum. Por quê?
           - Porque eu não to nenhum pouco a fim de ver as coisas dele.
           - E o que sugere?
           - Um café bem forte não seria o suficiente?
           - Não precisa tirar a roupa dele. É só colocá-lo debaixo do chuveiro.
           - Mas eu não sou bom nesse tipo de coisa.
           - Tá legal. Então prepara um café bem forte, que eu irei levá-lo.

      Duda apoiou o braço de Bill em seu ombro e foi levando-o. Chegou ao banheiro, e o colocou sentado no sanitário. Caminhou até o chuveiro e o ligou, deixando a água ficar bem fria. Voltou e o pegou novamente, colocando-o debaixo da água.

           - Está fria. – disse ele.
           - Assim é que é bom. – disse ela.
           - Eu quero sair. - ele tentou sair.
           - Mas não irá. - ela impediu. - E enfia logo essa cabeça debaixo da água!

      Bill tremia de tanto frio. E Duda com o maior cuidado possivel, ia ajudando-o a ficar em pé. Até que chegou um momento em que ele a puxou para perto, fazendo-a se molhar inteirinha.

           - Fica aqui comigo. – disse ele. – A água está fria, e dois corpos juntos resolvem o problema.
           - Você é um... – ela se controlou para não xingá-lo.

      Ela tentou se desvencilhar, mas não conseguiu. Numa dessas tentativas, os dois acabaram se desequilibrando, e caíram naquele minúsculo espaço. Ele ficou por cima dela.

           - Você fica ainda mais linda quando está molhada. – disse ele, olhando em seus olhos.
           - Parece que o efeito da bebida já passou.
           - Acho que não.
           - Dá pra sair de cima?
           - Pra quê? Assim está bem melhor.
           - Osso pesa, sabia?
           - Sem graça.
           - Sai logo!

     Bill se levanta com um pouco de dificuldade, em seguida ela faz o mesmo, na maior facilidade, e desliga o chuveiro. Pega uma toalha, e pede que ele se seque, enquanto ela fazia o mesmo consigo. Como suas roupas estavam molhadas, Duda tira sua blusa, deixando seu sutiã rosa claro aparecer, e fica com a calça encharcada.

      Eles saem do banheiro, e ela o leva até o sofá. Tom sai da cozinha para levar a xícara de café, e se depara com aquela garota de sutiã.

           - Uau. – diz ele.
           - O que foi? – pergunta ela.
           - Não acredito que esse corpo foi meu por uma noite.
           - É melhor cuidar do seu irmão, se não quiser perder um dos olhos.
           - Calma. – disse ele, e se aproxima do Bill. – Preparei o café, mas não sei se ficou bom.
           - Deixa eu provar. – diz ela.

      Duda bebe um pouco.

           - Está perfeitamente amargo. – diz ela.

      Tom se sentou ao lado do irmão, e lhe entregou a xícara. Duda por sua vez, se sentou na mesinha de centro, de frente pro Bill, e apoiou seus braços nas pernas.

           - Está amargo! – reclamou Bill.
           - Cale a boca e beba logo! – disse ela.
           - Duda, é melhor você colocar uma blusa. – diz Tom, que olhava descaradamente para os seios dela.
           - É só você parar de me olhar.
           - Digamos que isso seja... praticamente impossível.
           - Vai dizer que está excitado?!
           - Está excitado? – pergunta Bill, fuzilando-o com o olhar.
           - Não. – responde Tom.
           - Ok, ok. Vou colocar uma blusa e trocar essa calça. E você, leve o Bill pro quarto e quando sair feche a porta.

      Duda vai pro quarto, se troca, e aproveita pra dormir. No meio da noite ela acorda para beber um pouco de água, e quando passa pela sala vê que o Bill estava dormindo no sofá. Para não acordá-lo, ela vai até o quarto dele e pega um cobertor. Retorna à sala, e o cobre. Antes de sair dali, dá um leve beijo na bochecha dele, que deixou brotar um minúsculo sorriso nos lábios.

Postado por: Grasiele

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