(Contado pela 3º pessoa)
O Sol já estava se pondo, e no horizonte do lago, a vista era incrivelmente linda. Duda estava sentada nas raízes de uma árvore, desenhando. Bill se aproxima devagar, e a surpreende.
- O que está fazendo? – pergunta ele.
- Bill, que susto... – ela tenta esconder o desenho.
- Desculpa. O que está desenhando?
- Nada de mais.
- Posso ver?
- NÃO! Quero dizer... não.
- Por quê?
- Não é nada de interessante.
- Fiquei sabendo que é uma ótima desenhista.
- Quem inventou essa mentira?
- Deixa de bobagem. Eu sei que é talentosa. Me deixe ver.
- Já disse que não!
- Tudo bem.
Num momento de distração, o Bill pega o caderno e sai correndo.
- Me devolva esse caderno! – ela gritava.
- Não antes de ver o que tem nele.
- Devolva agora, se não quiser morrer!
- E quem vai me matar? Você?
Os dois param.
- É sério, Bill. Ninguém toca nesse caderno, além de mim!
- Você fará uma exceção pra mim.
- Quando eu te pegar, vou acabar com a sua raça!
- Vai me pegar?
- Não seja idiota! Você entendeu muito bem o que eu quis dizer.
- O quê que custa eu ver?
- Deixa de ser enxerido, garoto!
- Prometo que só verei um desenho.
- NÃO! – ela gritou.
Vendo que não teria jeito, Duda cedeu. Ficou parada, enquanto Bill começava a folhear o caderno. Ele observava cada desenho com cuidado, e permaneceu calado por um tempo. Ela parecia tímida, e sem graça.
- Realmente você é muito talentosa. – disse ele.
- Obrigada.
- Estou impressionado com os desenhos.
- Hum.
- Posso fazer uma pergunta?
- S-Sim.
- Quanto tempo demorou a me desenhar?
- Uns quinze minutos, ou meia hora no máximo.
- Sério? – perguntou ele incrédulo. – Isso significa que me conhece muito bem.
- Acho que sim.
- Também gostei das paisagens. Deveria investir nisso.
- Acha mesmo?
- Claro? – ele se aproxima dela.
- Não acha que é uma perda de tempo?
- Óbvio que não! Você é uma artista. No momento, a minha favorita.
As bochechas dela coraram.
- Vai confessar? – pergunta ele.
- Confessar o quê?
- Que me ama.
- Como você é abusado, hein? – ele riu. – E quem disse que te amo?
- Eu sei.
- Sabe nada! Eu nunca amaria você! – ele se aproxima mais.
- Tem certeza?
- T-Tenho. – ela gagueja.
- E porque fica nervosa quando chego perto?
- Não estou nervosa.
- Está sim. – ele se inclina para beijá-la.
De inicio, Duda não consegue se controlar e quase o beijava. Mas recuperou a consciência. Ela tomou o caderno da mão dele, e disse:
- Se triscar uma unha no meu caderno novamente, arrebento a sua cara!
Ela se retirou. Bill ficou parado por um tempo, e riu da situação. Depois ele voltou ao acampamento. Mais tarde, o professor de ciências reuniu todos, e avisou que teria de voltar para a cidade, pois um parente havia sofrido um acidente. Mas o assistente ficaria para “cuidar” deles. Os alunos se animaram. E assim que o professor saiu, deram um jeito de planejarem algo.
O pessoal se reuniu na beira do lado, fizeram fogueira, levaram os violões, e vários tipos de lanches, sem contar as bebidas. O resto ficaria por conta deles. O luau já rolava na maior alegria.
- Ô Tom, cadê o supervisor? – pergunta Débora.
- A gente o amarrou na cabana mais afastada. – respondeu.
- Sério? – pergunta uma aluna.
- Achou mesmo que ele faria parte da festa?
E era só alegria. Minutos depois, um dos alunos apareceu com garrafas de bebida.
- É melhor vigiar a Duda, antes que ela comece a beber. – disse Tom.
- Não seria uma má idéia. Pelo menos ela confessaria que me ama. – disse Bill.
Horas mais tarde... Duda e Débora estavam sentadas num dos troncos que fora colocado ali. Elas conversavam sobre várias coisas.
- O Bill é tão fofo, não é? – diz Débora.
- Não acho. Ele é metido!
- Discordo. Ainda não vi garoto mais legal que ele.
- O irmão é bem mais.
- Ah, o Tom é uma delicia.
- Já provou?
- Não. Mas adoraria.
- Um-hum.
- E você?
- Eu? Ah, eu... eu não.
- Sei. – Débora olha pra frente. – Aquele ali é o Bill? – ela aponta.
- Ai meu Deus! – disse Duda. – O Bill tá dançando igual uma bicha! Eu sempre desconfiei desse lado feminino dele. – ela rir.
Bill dançava estranhamente, com uma garrafa de bebida na mão, enquanto ouvia os amigos – ainda mais bêbados – tentando tocar violão. Os outros só faziam rir. Instantes depois o Tom aparece correndo.
- Duda, você precisa fazer o Bill parar de beber. – disse ele.
- E porque eu faria isso? Está tão engraçado. – ele começou a rir.
- Você tem que fazê-lo parar! – ele repetiu.
- Ô Tom, você é o irmão! Vai você cuidar dele.
- Quando você estava bêbada, ele te ajudou.
- Droga. Eu sabia que ficaria devendo um favor a ele.
Ela se levanta, e caminha até Bill, que ao vê-la, a abraçou.
- Você... – soluçou. – Você está... está... está...
- Diga logo!
- Linda!
- Não acha que está na hora de parar de beber?
- Não. – ele sacudiu a garrafa praticamente no rosto dela. – Eu não acho não. – soluçou.
- Está sim. Vem, irei te levar pra cabana.
Duda estava calma, e tentava convencê-lo de todas as formas possíveis. Mas nada parecia estar dando certo.
- Já sei o que farei. – disse ela.
- O quê?
Ela se afasta um pouco do Bill, e lhe dá um soco, o fazendo cair.
- Ficou maluca?! – diz Tom, se abaixando para pegar o irmão. – Tá querendo matá-lo?!
- Era o único jeito de fazê-lo ficar quieto. – respondeu. – Agora leva ele.
Bill foi apoiado no ombro do Tom. Poucos instantes depois, já estavam chegando à cabana. Duda abriu a porta para facilitar as coisas. Tom foi levando-o até o sofá, e o colocou no mesmo.
- E agora? – pergunta Tom.
- Acho que deveria dar um banho bem frio nele. – diz Duda.
- Tá falando sério?
- Um-hum. Por quê?
- Porque eu não to nenhum pouco a fim de ver as coisas dele.
- E o que sugere?
- Um café bem forte não seria o suficiente?
- Não precisa tirar a roupa dele. É só colocá-lo debaixo do chuveiro.
- Mas eu não sou bom nesse tipo de coisa.
- Tá legal. Então prepara um café bem forte, que eu irei levá-lo.
Duda apoiou o braço de Bill em seu ombro e foi levando-o. Chegou ao banheiro, e o colocou sentado no sanitário. Caminhou até o chuveiro e o ligou, deixando a água ficar bem fria. Voltou e o pegou novamente, colocando-o debaixo da água.
- Está fria. – disse ele.
- Assim é que é bom. – disse ela.
- Eu quero sair. - ele tentou sair.
- Mas não irá. - ela impediu. - E enfia logo essa cabeça debaixo da água!
Bill tremia de tanto frio. E Duda com o maior cuidado possivel, ia ajudando-o a ficar em pé. Até que chegou um momento em que ele a puxou para perto, fazendo-a se molhar inteirinha.
- Fica aqui comigo. – disse ele. – A água está fria, e dois corpos juntos resolvem o problema.
- Você é um... – ela se controlou para não xingá-lo.
Ela tentou se desvencilhar, mas não conseguiu. Numa dessas tentativas, os dois acabaram se desequilibrando, e caíram naquele minúsculo espaço. Ele ficou por cima dela.
- Você fica ainda mais linda quando está molhada. – disse ele, olhando em seus olhos.
- Parece que o efeito da bebida já passou.
- Acho que não.
- Dá pra sair de cima?
- Pra quê? Assim está bem melhor.
- Osso pesa, sabia?
- Sem graça.
- Sai logo!
Bill se levanta com um pouco de dificuldade, em seguida ela faz o mesmo, na maior facilidade, e desliga o chuveiro. Pega uma toalha, e pede que ele se seque, enquanto ela fazia o mesmo consigo. Como suas roupas estavam molhadas, Duda tira sua blusa, deixando seu sutiã rosa claro aparecer, e fica com a calça encharcada.
Eles saem do banheiro, e ela o leva até o sofá. Tom sai da cozinha para levar a xícara de café, e se depara com aquela garota de sutiã.
- Uau. – diz ele.
- O que foi? – pergunta ela.
- Não acredito que esse corpo foi meu por uma noite.
- É melhor cuidar do seu irmão, se não quiser perder um dos olhos.
- Calma. – disse ele, e se aproxima do Bill. – Preparei o café, mas não sei se ficou bom.
- Deixa eu provar. – diz ela.
Duda bebe um pouco.
- Está perfeitamente amargo. – diz ela.
Tom se sentou ao lado do irmão, e lhe entregou a xícara. Duda por sua vez, se sentou na mesinha de centro, de frente pro Bill, e apoiou seus braços nas pernas.
- Está amargo! – reclamou Bill.
- Cale a boca e beba logo! – disse ela.
- Duda, é melhor você colocar uma blusa. – diz Tom, que olhava descaradamente para os seios dela.
- É só você parar de me olhar.
- Digamos que isso seja... praticamente impossível.
- Vai dizer que está excitado?!
- Está excitado? – pergunta Bill, fuzilando-o com o olhar.
- Não. – responde Tom.
- Ok, ok. Vou colocar uma blusa e trocar essa calça. E você, leve o Bill pro quarto e quando sair feche a porta.
Duda vai pro quarto, se troca, e aproveita pra dormir. No meio da noite ela acorda para beber um pouco de água, e quando passa pela sala vê que o Bill estava dormindo no sofá. Para não acordá-lo, ela vai até o quarto dele e pega um cobertor. Retorna à sala, e o cobre. Antes de sair dali, dá um leve beijo na bochecha dele, que deixou brotar um minúsculo sorriso nos lábios.
Postado por: Grasiele
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