terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Love And Hate - Capítulo 11 - Não é história não, é verdade

(Contado pela 3º pessoa)

      Bastou o Tom dizer aquilo, pro Bill se engasgar.

           - Vocês fizeram o quê? – perguntou ele, incrédulo.
           - Não vai me dizer que não sabe o que é isso? – Tom riu.
           - Claro que sei, idiota! Só não dá pra acreditar.
           - Algum problema?
           - N-Não. Problema nenhum.
           - Então pra quê o espanto? Só porque a odeia, não significa que também devo sentir o mesmo.
           - Eu sei. Mas é que...
           - Olha, eu vou tomar um banho. Amanhã a gente conversa.

      Tom foi pro quarto cantarolando. Enquanto isso, o Bill terminava de beber a sua água. Ele colocou o copo na pia, e também foi pro quarto.

      Na manhã seguinte... Duda acabara de fechar a porta do seu armário, e caminhava em direção a sala, quando foi puxada pelo braço, por Bill.

           - O quê é isso? – perguntou ela.

      Ele a levou até um corredor vazio. A colocou contra a parede, e foi logo perguntando:

           - Que história é essa de sair com meu irmão?
           - Bom dia pra você também. – disse ela. – Não é história não, é verdade.
           - Você tá armando alguma, não está?
           - E o que eu poderia armar? – ela se desvencilha.
           - Sei que só está fazendo isso pra me provocar!
           - Se situa, Bill! – ela o empurrou. – Acha mesmo que eu perderia meu tempo?
           - Outro dia você disse que o Tom não fazia o seu tipo.
           - É impressão minha, ou está com ciúmes?
           - O quê? – ele se afastou um pouco. – Tá maluca? Porque eu teria ciúmes?
           - Não sei. Me diga você.
           - Não tenho motivos pra ter ciúmes. Principalmente de você.
           - Aham. Acredito.
           - Você é...
           - Irritante? É, você já disse isso.

      Ela se retirou, e foi pra sala de aula. Bill ficou ali parado por algum tempo, até ir para o refeitório. Pela primeira vez, ele matou aquela aula. Ficou sentado numa das mesas, sozinho, e sem fazer nada. Tom se aproximou.

           - Matando aula? – pergunta Tom.
           - E daí? Você não vive fazendo isso? Vai me dizer que é exclusividade sua matar aula?!
           - Opa! Calma ai. Não precisa ser grosso!
           - Porque não vai procurar seus amigos?
           - Está tão nervoso assim por quê? Foi por que falei sobre meu encontro com a Duda?
           - Pouco me importa esse seu encontro! E até acho que formam um belo casal, sabia?
           - Sério? Sabe que eu também achei isso?

      Bill pega sua mochila e se retira. Tom fica lá sem entender nada.

      Mais tarde, quando a aula acabou, Duda pegou suas coisas e foi até a sala de música do colégio. Ela entrou, e fechou a porta. Havia vários instrumentos, mas apenas um chamava sua atenção, e realmente lhe agradava: o piano. Ela colocou sua mochila num canto, e se sentou. Suspirou, e começou a tocar.

–--
(Contado pelo Bill)

      Quem disse que fiquei com ciúmes? Só fiquei com um pouco de raiva. Poxa, o Tom sabe o quanto odeio a Duda, mas ele insiste em querer conquistá-la. Isso parece um complô dos dois. Perdi uma aula, mas assisti as outras. Assim que o sinal tocou, peguei minha mochila, e sai da sala. Passava pelo corredor que dava acesso a sala de música, e ouvi que alguém toava piano. Não resisti, e tive que me aproximar. Olhei pelo vidro da porta, era ela. A Duda tocava, e cantava. E cantava bem melhor do que quando estava bêbada. Sua voz era suave, e viciadora. Não dava pra parar de ouvi-la. Na verdade, eu não queria parar.

      Segurei na maçaneta delicadamente, e abri a porta devagar, tentando não fazer barulho para não atrapalhá-la. Entrei e fechei a mesma. Coloquei a mochila ali no chão próximo a porta, e fiquei parado com os braços cruzados a observando. Olhando-a de costas, é tão... sei lá, diferente. Quando ela terminou, não consegui me segurar, e aplaudi. Ela se virou assustada.

           - Há quanto tempo está ai? – pergunta ela.
           - Não muito.
           - O que quer?
           - Nada. Só estava passando e ouvi você tocando. Não deu pra resisti.
           - É, eu sei que sou irresistível.
           - E também... vim pedir desculpas por ter dito aquelas coisas a você.
           - Referente a eu não ter amigos, ou pela história com o seu irmão?
           - Os dois. Eu não deveria ter dito nada, e nem me intrometer. A vida é de vocês, e fazem o que quiserem.
           - Não precisa se desculpar. Eu também fui chata contigo e provoquei.

      Ficamos em silêncio por um tempo.

           - Mas não custaria nada você confessar que gosta de mim. – disse ela, e rimos.
           - Você que gosta de mim! – entrei no seu jogo.
           - Que convencido!
           - Só estou dizendo a verdade.
           - Quer saber uma verdade? – ela se levantou e se aproximou. – Você nunca conseguiu ficar longe de mim.
           - O quê? – tive que rir. – Por mim, eu ficaria bem distante de você.
           - E porque não fica? Nem adianta mentir! Está escrito na sua testa.
           - Irritante!
           - Idiota!
           - Chata!
           - Vai te catar, garoto!

      Ela pegou sua mochila, e foi andando em direção a porta. Eu realmente não sabia o que estava fazendo, mas fiz. Quando ela passou por mim, a puxei pelo braço. Ficamos frente a frente.

           - O que pensa que está fazendo? – pergunta ela.
           - Ainda não entendo porque me odeia tanto.
           - Se tivesse consciência, saberia.
           - Como assim?
           - Dá pra largar meu braço?
           - Não.

      Ela tentou se desvencilhar, mas não deixei que escapasse. A puxei para perto, e foi nesse momento que nossos olhares se encontraram. Eu sabia que aquilo teria uma conseqüência, mas não estava nem me importando. Só sei que nos olhávamos, e uma vontade incontrolável de beijá-la surgiu.

           - É bom. – disse.
           - O que é bom? – pergunta ela.
           - Isso.

      Aproximei meus lábios dos seus, e a beijei. Foi um beijo delicado, e não muito demorado. Senti meu coração palpitar mais que o normal. Sim, confesso que estava gostando. Tudo aconteceu rápido, ela me empurrou com um pouco de força, em seguida me deu um tapa no rosto.

           - Você pirou garoto? – ela limpou os lábios.
           - Você que me beija e pergunta se eu pirei?!
           - Sínico! Você que me beijou!
           - Claro que não!
           - Seu imbecil! – ela abriu a porta e saiu.

–--
(Contado pela Duda)

      Sai da sala de música praticamente cega de raiva. Quem ele pensa que é pra me beijar assim? Até parece que estou a fim de repetir tudo novamente! Ele não podia e nem tinha o direito de fazer isso comigo! Não mesmo!

      Passei pelos corredores, e trombei com o Tom.

           - Posso saber o motivo da pressa? – pergunta ele.
           - Agora não, Tom.

      Mal olhei pro seu rosto. Eu só queria sair daquele lugar. Peguei um táxi em frente o colégio e fui pra casa. Cheguei e subi as escadas. Meu pai me chamou, mas também não lhe dei ouvidos. Entrei no quarto, bati a porta e a tranquei. Joguei a mochila em algum lugar, e me deitei na cama.

–--
(Contado pela 3º pessoa)

           - Porque fez isso comigo? – pergunta Duda.

      Algumas lágrimas caíram dos seus olhos. Mas ela as enxugou. Se sentou na cama, e disse a si mesma:

           - De novo não. Desta vez não irei cometer o mesmo erro.

      Enquanto isso, Bill chegava em casa. Tom estava sentado na sala, jogando vídeo game.

           - Ô Bill...
           - Não enche, Tom!

      Ele foi pro quarto.

           - Parece que hoje é dia de ignorar o Tom. – disse Tom a si mesmo.

      Tom se levantou e foi ver o que o irmão tinha.

           - Bill! – disse ele, entrando no quarto. – Está tudo bem?
           - Não se intrometa, Tom!
           - O quê que é?! Ficou maluco der repente e resolveu descontar em mim, foi? O que aconteceu?
           - Nada! – Bill deu um soco na parede.
           - Se não aconteceu nada, porque está assim?
           - Já disse: não se intrometa! E pode sair do meu quarto?!

      Assim que Tom fechou a porta atrás de si, Bill trancou a mesma. Depois se sentou na cama, apoiou os cotovelos nas pernas, e colocou as mãos na cabeça.

           - Porque você tinha que voltar?

Postado por: Grasiele

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