terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Love And Hate - Capítulo 13 - É marcação?

(Contado pela Duda)

      Como eu havia quebrado o despertador, tive que colocar o celular para fazer o trabalho. Acordei mais cedo pra ter certeza de que tudo estava no seu devido lugar, e se eu não havia esquecido nada. Fui pro banheiro, tomei um banho quente, voltei ao quarto e me arrumei. O dia estava um pouco frio, então coloquei uma calça jeans skinny, uma t-shirt cinza com a frase “I Kissed A Girl”, nos pés coloquei um all star branco. Passei desodorante, perfume, e prendi o cabelo num coque desordenado.

      Peguei minhas coisas e desci até a sala. Fui pra cozinha, e tomei meu café da manhã “sozinha”, pois meu pai e Carol já haviam saído pro trabalho. A Anna me fez companhia. Como estava sem fome, apenas tomei um suco.

           - Vai ficar muito tempo fora? – pergunta ela.
           - Não. – respondi. – Acho que no máximo uma semana.
           - Durante esses dias, a casa vai ficar sem graça.
           - É, eu sei. Faço muita falta para as pessoas mesmo. – bebi um pouco do suco de laranja. O táxi que eu havia chamado, estava buzinando. – Bom, é melhor eu ir andando.

      Me levantei, abracei a Anna e lhe dei um beijo estalado na bochecha. O taxista colocou minha mala no porta-malas do carro. De dentro do carro, acenei para a Anna. Minutos depois, eu já estava chegando ao colégio.

–--
(Contado pelo Bill)

      Sai do quarto carregando minhas coisas. O Tom estava na cozinha, e quando cheguei, ele permaneceu calado. Aquilo me fez ficar com um enorme peso na consciência. O xinguei, e ele nem ao menos sabia o motivo.

           - Ai cara, desculpa. – disse.
           - Pelo quê?
           - No outro dia... eu fui grosso contigo. Foi mal.
           - Sem problemas. Só não desconte seus nervosismos em cima de mim.
           - Vou me lembrar disso. E como anda as coisas com a...
           - Duda? – ele fez uma pequena pausa. – Não anda. Ela me deu um fora.
           - Sério? – não contive um leve sorriso. – Quero dizer... que pena.
           - Ta legal, eu sei muito bem que ficou feliz com a noticia.
           - Não, não.

      Olhei pro relógio que estava na parede, e vi que nos atrasaríamos se não saíssemos de casa naquele momento. Pegamos tudo, e fomos pro colégio. Quando chegamos, os alunos já estavam colocando suas coisas no ônibus. Nos apressamos, e fizemos o mesmo.

      O Tom ficou do lado de fora conversando com uma garota – ele supera bem rápido. E eu entrei no ônibus. Procurei um acento vazio, e me sentei no fundo. Vi a Duda chegar, e senti algo estranho. Meu coração acelerou. Ela se sentou na minha frente, ao lado de um garoto loiro. Colocou seus fones no ouvido, e pude até ouvir a música que estava tocando, pois o volume estava bem alto. Tom e outros alunos entraram, sendo seguido pelo professor de ciências.

           - A nossa viajem começará em poucos minutos, e peço que se comportem. Não quero que aconteça nada com nenhum de vocês. Assim que chegarmos ao acampamento, quero que fiquem próximos às cabanas. Não esqueçam nada dentro do ônibus. Que todos tenham uma boa viajem.

      Alguns começaram a gritar, e outros permaneceram da mesma forma que entraram, calados. No decorrer, um dos alunos puxou a cantoria. Outros o seguiram, e logo formaram um “coral”. O pessoal estava bem animado com a viajem. A Duda encostou sua cabeça na janela, e continuou ouvindo música. Abri minha mochila, e peguei um livro. Mas depois descobri que não dá pra ler num lugar como esse.

      Passamos a manhã inteira viajando, e só chegamos ao acampamento às 14h05. Estávamos um pouco cansados, com fome, e loucos pra saber onde dormiríamos. No ano passado, o professor dividiu a classe, e cada trio ficou num dormitório, que não era muito grande, mas era confortável e quentinho; dois quartos, e um deles tinham cama de casal; um banheiro; uma sala; e a cozinha. Como nos foi pedido, saímos do ônibus carregando nossas coisas. Ficamos em frente às cabanas. O professor se aproximou.

           - Bem, passaremos uma semana aqui. – disse ele. - E se pensam que só será diversão, estão enganados. Viemos para estudar também. Mas antes de qualquer coisa, iremos decidir os trios para os dormitórios.

      O pessoal se animou, e foi escolhendo seus colegas para dividir a cabana.

           - Eu irei escolher. – disse o professor. – Tive muito trabalho com vocês no ano passado, e não quero que se repita. Para que não aconteça brigas ou qualquer tipo de injustiça, farei um sorteio.

      Ah não. Ele não pode fazer sorteio! Da última vez que fizeram isso, me dei muito mal. Um assistente do professor apareceu, trazendo uma urna. Dentro da mesma, estavam os nossos nomes. Os trios estavam sendo formados, e a medida que isso ia acontecendo, os alunos iam se retirando para as cabanas.

           - Na cabana nº 7, ficará o trio... – ele demorou um pouco, e tirou da urna três papeis de uma só vez. – Débora Camargo, Eduarda Drummond e Bill Kaulitz.
           - O quê? – Duda e eu perguntamos em uníssono.
           - Ah não! – disse ela. – Já fiquei perto dele tempo demais. Não quero ter que dividir um cubículo com ele! Nem pensar!
           - Não nos damos muito bem, e uma morte sairia com certeza. – disse.
           - Só pode ser marcação. – disse ela.
           - Foi sorteio. – disse o professor.
           - Ele é um garoto, e deve ficar numa cabana com outros garotos! – disse ela.
           - Por favor, não seja tão mau comigo, e me tira de perto dela! – disse.
           - Já terminaram? – perguntou o professor, e ficamos calados. – Não irei mudar ninguém, de lugar nenhum. Se não gostaram, então acho melhor que comecem a se entender, pois a partir de hoje vocês trabalharão sempre juntos.
           - Que droga! – disse.
           - Isso só pode ser coisa do capeta! – disse Duda.

      Pegamos nossas coisas e caminhamos um pouco até chegarmos à cabana. Abri a porta. Como sou o único homem daqui, tive que deixar as duas dormirem juntas. Melhor assim.

      A Débora saiu primeiro do local, pois foi se encontrar com seu namorado. A Duda e eu ficamos sozinhos, mas bem distantes um do outro. Deixei minhas coisas arrumadas e me sentei em frente à televisão, comecei a assistir uma série, enquanto saciava minha fome, comendo batata frita com coca-cola. Duda se aproximou e sentou-se ao meu lado.

           - Foi mal pelo beijo. – disse, sem desviar meus olhos da televisão.
           - Eu sempre soube que você queria me beijar. – disse ela. – Vamos, confesse logo que é apaixonado por mim, e sempre foi.
           - Você voltou ainda mais convencida, sabia? – olhei pra ela.
           - Ao contrário de você, que continua o mesmo chato.
           - Pelo menos eu não durmo com o irmão de ninguém pra tentar colocar ciúmes em outra pessoa.
           - O que disse?

      Ela se levantou, pegou a latinha de coca-cola que estava em cima da mesinha de centro, se aproximou, e derramou tudo em mim.

           - Ficou louca?! – disse, me levantando e jogando o pacote de batata frita em algum lugar.
           - Continua falando idiotices, e farei muito pior! – disse ela.

      Duda estava indo em direção ao quarto, quando a coloquei contra a parede.

           - Você vai deixar a minha blusa limpinha! – disse.
           - Olha bem pra minha cara de empregada doméstica.
           - Então acha que pode me jogar coca-cola e ficar por isso mesmo?
           - Acho.
           - Só sairá daqui, quando esta blusa ficar branca novamente.
           - Ou o quê? – perguntou ela.
           - Porque gosta de me provocar?
           - É divertido.
           - Não muda de assunto não! Você vai limpar minha blusa.
           - Quem tá mudando de assunto aqui, é você. E não irei limpar nada!
           - Já disse: quero minha blusa limpa! – disse com a voz mais alterada, e me aproximando um pouco.
           - Porque está chegando tão perto? Por acaso está querendo me beijar de novo? – ela deu um meio sorriso.
           - O-O quê?
           - Você gostou de ter me beijado. Vamos, confesse...

      Nesse momento, o Tom entra rapidamente no local.

           - Eu não queria atrapalhar. – disse ele, e me afastei.
           - Não está atrapalhando nada. – disse.
           - Eu já estava de saída. – disse Duda.

      Quando ela já havia passado pelo Tom, corri até a porta e gritei:

           - Isso vai ter volta!

      Ela parou, olhou para trás e me jogou um beijo. Fiquei irritado. Entrei na cabana, fechei a porta, e notei que o Tom me olhava estranhamente.    

           - É impressão minha ou...
           - É impressão. – o interrompi.
           - Mas eu nem terminei.
           - Ah, desculpa. Pode terminar.
           - É impressão minha ou está rolando um clima entre você e a Duda?
           - Eu disse que era impressão. Entre mim e a Duda, não rola NADA além de ódio.
           - Sei. – ele fez uma pequena pausa. – O que houve com sua roupa?
           - Aquela maluca derramou refrigerante em mim.
           - É melhor tomar um banho antes que comece a ficar grudento. Isso é nojento.

      Aceitei o conselho dele, e fui pro minúsculo banheiro. Eu mal conseguia me mexer, de tão pequeno que era – exagerei. Tirei minhas roupas, liguei o chuveiro, e deixei que a água quentinha caísse sobre meu corpo.

(Flashback)

           - Tá querendo me beijar de novo, não é?
           - O-O quê?
           - Você gostou de ter me beijado. Vamos, confesse...

(/Flashback)

Postado por: Grasiele

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