quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 31 - O último adeus

Bill contava ao irmão tudo o que havia lhe acontecido durante sua estadia na clinica psiquiátrica, com exceção de Camila e os fatos ligados a ela. Tom ouvia a tudo atento, a cada palavra proferida pelo irmão crescia em seu peito um sentimento de culpa e indignação,mas principalmente ódio. Ódio de si mesmo e daqueles que haviam feito seu irmão sofrer. Ele estava decidido, faria com que os responsáveis pela clinica fossem punidos, e a mesma fechada. O que não seria muito difícil devido às péssimas condições do tratamento de seus pacientes e de prováveis irregularidades em sua administração; Mas o que seria realmente difícil era o momento em que fosse contar à Bill sobre a situação da banda. Mais cedo ou mais tarde seu irmão faria perguntas sobre o contrato e o CD. E logo o momento chegou.

– Tom, durante esses dias eu pensei em umas músicas... Bem eu não tinha onde e nem com o que escrever... Mas guardei alguns trechos... Será que o Jost me deixa incluir no álbum?
– Bill,é... – Tom então perde a coragem e não consegue contar ao irmão sobre o fim do contrato, sua briga com o produtor e a mudança de integrantes.
– Vocês já devem ter feito tudo sem mim... Depois quero ver as letras das músicas que vocês compuseram...
– Não Bill, não tem músicas novas...
– Não? Ué, mas ele disse que não iria nos lançar no mercado com as músicas antigas... que queria um novo álbum....
– Bill nós perdemos o nosso contrato... – disse Tom, mostrando decepção em seus face, olhos e fala.
– Perdemos? Como assim?... Quando? – diz Bill levantando-se do sofá desesperado.
– Eu tenteio máximo que pude para que ele não soubesse da sua internação... mas ela já não podia esperar, e me pressionava para compor novas músicas...
– Eu não acredito! Tipo ele nos deu um tempo para ajeitar as coisas e...
– Não Bill, acabou... Não temos gravadora...
– Merda! – grita Bill dando um soco na parede da casa de D.Lúcia.

A fúria do pai fez com que Gerthe que estava deitada no carrinho próximo ao sofá, despertasse assustada e aos berros.
Tom ameaça se levantar para pegar a menina, mas recua ao ouvir Bill dizer secamente:
– Deixa que eu pego.

Ele então segura Gerthe conta seu peito a ninando suavemente, até que ela se acalmasse. E então virando para Tom, diz:
– Eu vou resolver tudo isso. Fala para os outros caras que eu voltei...

Tom apenas acena afirmativamente com cabeça.

– Eu vou resolver tudo isso – repete Bill,agora para si mesmo.
– Bem,temos outro probleminha... – diz Tom sem jeito.
– Mais um?
– Bem.. não temos baterista e baixista.....
– O quê? – exclama Bill, tentando não acordar Gerthe.
– Bem,, o baterista nós temos, Gustav, ele é fera... e bem em relação ao baixo... Ninguém esperava que você fosse voltar ao cedo... arrumaram outras bandas....
– Tudo bem.. tudo bem.... respira Bill... respira... – diz ele tentando se acalmar.
– E tipo... o Gustav manda super bem, o cara é bom mesmo... só que... Ah, você vai saber de qualquer jeito. Ele é ex-namorado da Camila. – diz Tom franzindo as sobrancelhas já esperando outra reação furiosa do irmão.

Ao contrário disso, Bill apenas disse um sereno e calmo, “ok”, e em seguida dirigiu-se a cozinha onde D.Lúcia estava. A avisou que precisava sair pedindo que olhasse Gerthe que dormia em seus braços.

– Está bem meu filho, pode ir. Coloca ela lá no berço... lá no meu quarto.

Após deixar a filha dormindo em seu berço, ele se despede dando-lhe um beijo carinhoso.

– Papai agora vai ver a mamãe. – diz ele com um doce sorriso em seu rosto.

Rapidamente voltando a sala, ele abre a porta e corre dirigindo-se ao parque. Já anoitecia, temia que caso seu sonho realmente fosse verdade, Camila já não o estivesse esperando. Quanto mais se aproximava do local, mais ele corria. Ofegante ele olha ao seu redor procurando por ela, porém não a avista.
Já convencido de que havia chegado tarde demais, ele lembra-se de um lugar especial para os dois. Um local um pouco mais distante dali, onde Camila havia lhe contado que estava grávida.
Reunindo forças ele toma fôlego e novamente se põe a correr em direção ao local em que havia se lembrado.
Chegando lá, ele pára diante da enorme árvore em que costumavam aproveitar a sombra deitados no gramado, porém não vê ninguém.
Apoiando as mãos sobre seus joelhos, ele tenta recuperar seu fôlego. Sua face ardia e já sentia dores em seu abdome, mas no momento ele não se importava com isso. Com a cabeça inclinada, ele vê uma lágrima caindo de seu rosto em direção ao gramado verde da primavera.
 
– Ei! – diz Camila saindo detrás da árvore.

Bill ao ouvir sua voz, rapidamente levanta a cabeça, mostrando-lhe um enorme sorriso. Graciosamente ele enxuga o suor de seu rosto e se aproxima da garota.

– Pensei que você não fosse vir mais.... Já ia ir embora. - diz ela sorrindo.
– Eu me atrasei... Mas bem, você quer que me levem para o hospício de novo não é? Marcar um encontro em um local público? Ficou doida? – diz ele seriamente.

Camila então tira o sorriso de seu rosto, ficando com expressão de preocupação e tristeza com as palavras de Bill.

– Me desculpe... eu não queria... – diz ela virando-se para o lado, ameaçando ir embora.
– Eu estava brincando amor! – diz Bill segurando em seu braço  – Eu estava brincando.
– Sério? – diz ela olhando em seus olhos.
– Claro! Mas bem... Esse realmente não é o melhor lugar pra gente conversar.  – diz Bill olhando para os lados vendo se alguém estaria por perto.
– Você tem razão. Vem! – diz Camila puxando-o pelo braço, em direção à um bosque próximo dali.

Bill em silêncio apenas deixa-se ser guiado por entre as árvores, até onde já não podiam ser mais vistos ou ouvidos por ninguém.
Raios da luz do sol por entre as folhas das árvores iluminavam o local frio e escuro.
Em silêncio, Camila senta-se em uma grande pedra, sendo logo em seguida acompanhada por Bill que se senta de costas para ela, encostando seus corpos.
Depois de algum tempo em silêncio, ele diz em voz baixa:

– Senti sua falta.

Camila abraçava seus joelhos, controlando-se para não chorar. Sentia a respiração rápida de Bill em suas costas, e dando um longo suspiro sente o doce perfume vindo dele o que faz com que feche seus olhos, deixando uma lágrima molhar seu rosto sem que pudesse ser impedida. Ela bruscamente a enxuga, prometendo a si mesma que não iria chorar.

– Você sumiu... – diz Bill com a voz trêmula.
– Eu sei... eu lhe disse que isso iria acontecer.
– Você me disse que isso aconteceria depois que eu saísse da clinica. Eu ainda estava lá, e você não apareceu pra mim. Aconteceu alguma coisa? – ele pergunta virando-se ligeiramente para o lado, tentando em vão ver a expressão de Camila que não queria o olhar diretamente nos olhos.
– Não. Eu só não queria.
– Não queria? – ele pergunta assustado.
– Não. Desse jeito as coisas pareciam mais fáceis... Sabe, eu ir embora pra sempre... Sem despedidas parecia mais fácil.Só que depois eu pensei que você nunca me perdoaria, e eu não poderia ir sabendo que você ficaria com raiva de mim.
– Sim, eu nunca te perdoaria...
– Pois... adeus Bill. – diz ela levantando-se da pedra.
– Hã? – ele exclama levantando-se também, com lágrimas deslizando pelo seu rosto.
– Adeus. – diz Camila afastando-se com os olhos marejados.

Bill parecendo não acreditar naquilo que acabara de ouvir,imóvel vê Camila afastar-se cabisbaixa.

Postado Por: Grasiele

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