quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 34 - Prova de Amor

Já em casa, depois de ter ido buscar Gerthe na casa da avó, Bill na cozinha prepara um café, enquanto Camila, na sala brinca com a filha.

– Quer café? – pergunta Bill indo em direção a sala.
– Não. E eu também não gosto de ver você se entupindo de café... acabando com seus pulmões com esses cigarros... Não gosto mesmo. – diz Camila seriamente.
– Com o cigarro eu já parei...
– Mas e o café? Não estou pedindo pra você parar, mas tenta maneirar um pouco, né?
– Você escolhe: prefere que eu me entupa com café ou com álcool? Acho que café é melhor, não? – diz ele jogando-se no sofá diante de Camila.
– O que aconteceu agora? – pergunta Camila sem deixar de brincar com a filha.
– Nesse tempo que estive com você acabei deixando pra lá...Mas agora tudo veio a minha cabeça novamente.
– É o lance com a clínica?
– Também. Mas o que está me preocupando muito agora é a banda. Está praticamente acabada. – diz Bill afundando-se ainda mais no sofá.
– Ah... a gravadora. Mas talvez se vocês se apresentassem em outro festival... tenho certeza que ganhariam também.
– Esses festivais não acontecem assim aos montes Camila... E a banda está completamente desintegrada. Não temos um baixista, e o baterista é novo.
– E agora? – pergunta Camila preocupada.
– “E agora?” bem... não sei. Acho que a banda tem mais problemas do que eu posso resolver.
– Você não está pensando em desistir, está?
– Não! Só estou preocupado pensando se tem um jeito de resolver todos esses problemas.
– Peça ajuda pro Tom! Ele também tem que se preocupar um pouquinho!
– O Tom já arrumou o baterista. É a minha vez de fazer alguma coisa.
– E o baterista é bom pelo menos?
– Não conheço, mas o Tom garante que é. Você conhece, é o Gustav. – diz Bill, enciumado.
– Gustav? Aquele Gustav? – pergunta Camila assustada.
– Sim, seu ex-namorado. Por quê o espanto?
– Nada... Bem, o Gustav é meio diferente do resto de vocês... o jeito dele, entende?
– Sim, você me contou um pouco sobre ele... Não sei... o Tom pareceu já gostar muito dele.
– Sim apesar de tudo o Gustav é um amor de pessoa... só não sei como vai ser na banda, e ainda por cima sem baixista... Vocês realmente precisam de um?
– Claro que sim Camila! Eu logo vou sair à procura de alguém bom no baixo, mas antes quero resolver as coisas com a gravadora.
– Não se esqueça da clinica... Já decidiu o que vai fazer?
– Como eu posso esquecer Camila? Acho que o mais correto é denunciar, mas não estou a fim de ficar correndo atrás de advogado, processos, quando a minha banda vai de mal a pior. Já que foi o Tom que me jogou nessa, ele que resolva essas coisas chatas. Só quero estar lá quando for o dia de ver todos aqueles filhos da puta sendo presos.
– Já descobriram como você fugiu?
– Pelo jeito não, e nem vão descobrir. O Tom ainda não disse pra eles que já sabe onde eu estou, então eles ainda devem estar me procurando. – diz Bill levantando-se do sofá e dando o último gole de seu café.
– Chega de café Bill! – diz Camila atirando contra ele uma almofada.
– Eu preciso ficar acordado! Tenho músicas para compor!
– Você não vai conseguir escrever todas as letras do álbum em uma noite!
– Eu sei disso, mas eu tenho meus rascunhos... só preciso organizar algumas coisas... Amanhã vou falar com o Jost, de homem para homem. Você vai ver, vou sair de lá com o nosso contrato de volta!
– É assim que se fala! – diz Camila batendo palmas freneticamente.
– O baixista... bem o baixista eu arrumo depois... Ou então eu aprendo a tocar baixo, não sei...
– É... eu vou tentar te ajudar a arrumar um baixista.. – diz Camila imediatamente.
– O que... você acha que eu não posso tocar baixo? – pergunta Bill indignado.
– Nem baixo, cavaquinho.... seu negócio é cantar, pode ir parando com essas suas idéias malucas.
– Mas eu tenho jeito com os instrumentos... Se eu quisesse seria um ótimo baixista, baterista, pianista... ou o que seja!
– Tá bom sei...
– Mas é sério, não me espere para dormir. Tenho muita coisa pra fazer.
– Mais depois você me mostra as letras?
– Claro que sim! Bom tem umas que eu compus já faz algum tempo... outras mais recentes... Mas tenho que mudar umas coisas...
– Mas essas músicas já dão para fazer um álbum?
– Bem, não. Mas já é um começo... Já é algo para mostrar para o Jost que a gente merece o nosso contrato de volta!
– Bom, já que você pretende passar a noite em claro trabalhando, eu vou com a Gerthe para o quarto. Para não te atrapalhar.
– Pode deixar, amanhã eu passo a noite em claro com você. – diz Bill sorrindo maliciosamente. – Eu levo a Gerthe pra você, espera.
– Você vai deixar a Gerthe com a minha mãe quando for à gravadora? – pergunta Camila acompanhando-o até o quarto.
– Eu pensei que...
– Se a Gerthe ficar comigo para os outros vai parecer que ela está sozinha. Isso pode ser perigoso pra você. Ela não pode ficar sozinha comigo, minha própria filha. – diz Camila tristemente sentada na cama.
– Não fica assim... – diz Bill acariciando suavemente seu rosto.
– Vou tentar... Mas é que ainda é difícil pra mim, sabe. Poder cuidar da minha filha, mas com essas restrições...
– Já está tudo certo pra você ficar aqui com a gente? – pergunta Bill sentando-se ao seu lado.
– Sim. Eu falei com o Yuri hoje à tarde, ele me disse de novo aquelas coisas que nós já sabemos sobre as outras pessoas não poderem me ver e que eu não posso deixar que de forma alguma que notem a minha presença. Me perguntou se eu tinha certeza do que eu estava escolhendo, e que se eu não fizesse nada de errado seria um caminho sem volta.
– E o que você respondeu? – pergunta Bill preocupado.
– Respondi que eu tenho certeza. Que você como sempre faz com que eu me sinta segura, que não tenha medo de nada. Como naquela vez que eu sai de casa quando contei para o meu pai que estava grávida, lembra?
– Lembro. Foi um tempo difícil, só que eu achava que tudo daria certo depois que seu pai nos entendesse. Que nada de pior aconteceria.
– Mas aconteceu.
– Sim, aconteceu. Mas pelo menos nós temos a chance de recomeçar mesmo que seja de uma forma diferente. Muitas pessoas não tem essa oportunidade, de certa forma temos sorte. Tem uma explicação pra isso?
– Pra quê?
– Pra você poder voltar pra mim. Muitas pessoas morrem e não voltam. Bom, se voltam é como no nosso caso, não podem contar pra ninguém.
– Acho que eu posso te contar isso... – diz Camila hesitante.
– Só me conte o que você puder...
– Eu tive a chance de voltar porquê... porquê não era a minha hora. De certa forma eu mudei algumas coisas...
– Como assim? Não te entendo.
– Lembra quando eu te disse que você salvou a minha vida e a da Gerthe? A minha porquê eu queria me matar depois de tudo que aconteceu com o Tom. E da Gerthe porquê eu quase cheguei ao ponto de fazer o aborto?
– Sim, daí você se apaixonou por mim e eu disse que assumiria a Gerthe... então você mudou de idéia.
– Isso.
– Mas foi isso que...
– Aquela bala era pra você Bill. Eu entrei na sua frente.
– Hã? – diz Bill completamente assustado com o que ouvia.
– Você sempre fez tudo por mim. Sempre me ajudou... eu senti que essa era a minha chance de fazer algo por você. Eu não pensei... eu só fiz o que o meu coração mandou.
– Eu não lembro... – diz Bill confuso.
– Quando o cara atirou, o Tom e aquela mulher se jogaram no chão. Mas você... você apenas ficou parado em pé, com os olhos fechados.
– Eu fiquei paralisado de medo... – diz Bill com lágrimas caindo de seus olhos.
– Então eu fiz. De alguma forma eu sabia.... Precisava te salvar.
– Eu não sei o que dizer...”Obrigado” não é suficiente.... eu não sei o que te dizer... – diz Bill aos prantos.
– Não diga nada. Você não precisa dizer nada.

Bill então abraça fortemente Camila que o conforta acarinhando seus cabelos, enquanto sente as lágrimas de Bill caírem sobre seus ombros.

– Eu estou tão surpreso... tão...
– Eu não queria te contar. Mas você quis ficar comigo mesmo depois de morta sem saber disso, lutou pelo nosso amor não em sinal de agradecimento ou por se sentir em divida comigo, mas porque me ama. E é assim que eu quero que continue sendo, que você não se prenda a isso. É a única coisa que eu te peço.
– Você deu a sua vida pela minha, Camila... Salvou minha vida – diz Bill segurando seu rosto para que assim pudesse a olhar nos olhos.
– É... mas como eu disse, graças a você eu não me suicidei e nem fiz o aborto.você também salvou a minha vida. Duplamente.
– Então foi pelo o que você fez que pôde voltar...
– Sim. Lembra-se da primeira vez que eu apareci pra você depois de morta?
– Sim, foi quando aquele cara no sanatório estava me batendo. Parecia que ia me matar de tanta porrada.
– E ia. Por isso que eu apareci. Não teria adiantado nada eu dar minha vida por você se você morresse naquele sanatório. Então como você já havia mudado o meu destino, eu pude também mudar o seu.
– Então você veio para proteger a mim e a Gerthe.
– Sim. Mas eu não estava certa se apareceria ou não para você. Então aconteceu aquilo com o cara... Eu precisava te ajudar a sair de lá. Por você e pela Gerthe. Então eu entrei no corpo da Vanessa, ela me parecia ser a melhor pessoa para te ajudar. Só que aconteceram coisas que eu não esperava.
– O que? – Bill pergunta enxugando as lágrimas.
– Ela se apaixonou por você.
– Eu não percebi isso. – diz Bill confuso.
– Você é lerdo pra essas coisas! – diz Camila sorrindo. – Foi aí que eu pensei que o melhor que eu podia fazer era conseguir que você a visse como mulher, que você se apaixonasse por ela.
– E você achou que falando todo santo dia pra mim o quanto ela era maravilhosa e isso e aquilo, faria com que eu me apaixonasse por ela?
– Sei lá... Talvez você ficasse em dúvida no começo... e depois escolhesse ela.
– A Vanessa é uma menina incrível, como você mesma fez questão de me dizer. Só que em nenhum momento eu fiquei na dúvida entre vocês duas. Nem com ela nem com qualquer outra. Você sempre foi a única.
– Foi o nosso amor que permitiu que eu ficasse aqui. Você reagiu bem a minha presença, não teve medo ou um enfarte quando me viu. – diz Camila fazendo com que Bill também sorrisse.
– Eu realmente não sabia que a Vanessa estava apaixonada por mim... Não queria ter que partir o coração dela...
– Vai ser difícil... eu sei.
– A ficha ainda não caiu... Você me deu muita informação de uma vez só. Meu cérebro definitivamente pifou! – diz Bill deitando-se na cama com as pernas no chão.
– Meu cérebro está pifando aos poucos com a missão que o Yuri me deu.
– O que você tem que fazer?
– Pra eu continuar aqui sem problemas, eu tenho que ajudar as pessoas, de alguma forma.
– Eu a Gerthe não serve?
–Não. Tem que ser pessoas de fora. Eu sempre vou ter que ajudá-las. O problema é que eu não sei como. Assim, do jeito que eu estou as coisas são mais difíceis.
– Tenho certeza que você vai pensar em algo. – diz Bill sentando-se novamente na cama.
– Mas e você? Não ia trabalhar a noite inteira?
– Ia não! Vou!
– Então boa noite meu futuro rock star!
– Boa noite. – diz Bill beijando docemente seus lábios. – Te amo.
– Eu também te amo Bill.

Postado Por: Grasiele

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