quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 36 - Entrando em acordo...

 Bill permanecia com Gerthe na casa de D.Lúcia esperando que a chuva passasse. Estava preocupado com a forma que Camila saiu da casa. Sabia que a esposa naquele momento precisava dele, mas algo ali lhe preocupava de mesmo modo. A sogra insistia na idéia de que a melhor decisão a ser tomada era que Gerthe ficasse sob seus cuidados.

– D.Lúcia eu não quero discutir com a senhora, ainda mais sobre esse assunto. Eu tenho condições de cuidar da minha filha na Alemanha, não se preocupe. – diz Bill com a menina em seus braços.
– Você não acha melhor ir primeiro e depois vir buscar a Gerthe?
– D.Lúcia, eu estou indo para a Alemanha talvez na semana que vem e não faço idéia de quando irei voltar....
– Semana que vem? Sem data para voltar? Você só pode estar louco se pensa que deixarei minha neta ir assim... Sabe que a Camila não concordaria com isso, não sabe?
– D.Lúcia eu só estou fazendo o que sei que é melhor para a minha filha. Se digo que vou levá-la comigo é porquê tenho certeza que posso fazer isso.
– E como eu vou fazer para vê-la?
– É como já disse, eu não sei quando vou poder vir aqui, mas posso enviar o dinheiro para que a senhora vá até lá
– Bill, você e eu sabemos que as sua condição financeira não está muito boa... já estava assim na época da Camila, agora então...
– Agora eu tenho a oportunidade de me levantar de novo. Eu prometo a senhora que não vou deixar com que fique longe da Gerthe, sempre manterão contato, sempre! Mas não peça para deixar a minha filha para trás. Ela e a música são tudo na minha vida. Não posso e nem quero abdicar de uma para conseguir a outra. Eu nunca dei motivos para a senhora ter tanta desconfiança de mim, principalmente em relação a minha filha.
– Você está certo. Você é o pai. O homem que a minha filha escolheu para construir uma família. Mas só escute uma coisa Bill, você pode ir para a Alemanha, Japão, França... mas eu sempre estarei de olho em você. Se eu imaginar que está me deixando longe da minha neta... não importa onde você esteja, não importa quem seja ou o que faça eu trago a Gerthe para morar comigo. E isso não é um aviso. É uma ameaça!
– Ok... – diz Bill assustado recuando em direção à porta.
– Lembre-se disso... ou eu farei questão de lembrá-lo!
– Ok... mas agora eu preciso aproveitar que a chuva parou pra ir pra casa com a Gerthe... Boa noite. – diz ele saindo pela porta.
– Boa noite. – diz ela seriamente.

Bill com a filha nos braços, o mais rápido que pôde foi para sua casa. Gostaria de saber o que passava na cabeça de Camila para que assim a pudesse ajudar melhor. Apesar de que isso não também lhe desse a certeza de que poderia ajudá-la.
Chegando em casa, Bill encontra Camila deitada no sofá da sala, aparentemente tranqüila, pensativa olhando para o teto.
Ele então em silêncio leva Gerthe que dormira durante o caminho, até seu berço retornando em seguida para sala. Senta-se no chão diante do sofá em que Camila estava e retira seu casaco molhado o colocando em cima da mesa de centro. Camila não dizia, nem ao menos o olhava, permanecia quieta, distante. Ele fica durante algum tempo a observando, até que decide falar.

– Você quer conversar? – ele pergunta seriamente.
– Não. – diz Camila sem olhá-lo.
– Tem certeza? Se você quiser nós...
– Eu tenho certeza. – diz ela secamente.
– Eu não gostei da forma como você saiu de lá. Fiquei preocupado...

Nesse momento Bill e Camila são interrompidos pelo toque do celular de Bill que estava em sua calça.

– Você não vai atender?
– Não é importante... eu não conheço o número.
– Se você não conhece o número então aí que é importante. Ainda mais com o lance da gravadora.
– Você tem razão.. mas... e você...
– Atende e depois a gente conversa.
– Promete?
– Atende logo Bill!
– Ok,ok... – diz ele abrindo o celular.

Bill então atende o celular, enquanto que a pessoa do outro lado da linha, já sem esperanças de ser atendida, se preparava para encerrar a chamada.

– Alô?  - diz Bill, olhando impaciente para Camila.
– Oi, Bill! Se esqueceu de mim, né?!
– É...bem...
– É a Vanessa! – ela exclama.
– Oh... Vanessa... – diz Bill esperando a reação de Camila, que permanece indiferente.
– Nós trocamos telefones... mas eu pensei que você me ligar primeiro.Mas você demorou... fiquei preocupada.
– Eu estou bem... e você como está?
– Agora estou melhor por saber que não aconteceu nada com você.
– É... eu tive bastante coisas pra resolver... e na verdade ainda estou tendo.
– Bom... então você não vai querer sair pra comer alguma coisa comigo, como eu estava planejando....- Você sabe, Vanessa, eu tenho uma filha pequena... daí fica complicado sair assim.
– Esse é o único motivo para recusar o meu convite?
– Claro... por que seria?
– Você poderia estar me evitando...
– Não, que isso... Imagina.
– Se é assim, eu posso ir até a sua casa... assim posso conhecer a sua filha... e você não precisa sair de casa.
– Vir até aqui? – Bill diz com espanto.

Ao ouvir isso, Camila levanta-se do sofá e tristemente vai para o quarto, sem olhar ou dirigir a palavra à Bill que continuava ao telefone.

– Sim ir até aí. É só você me passar o endereço... Algum problema?
– Não...
– Se tiver algum problema, tudo bem. Eu vou ficar chateada pela sua falta de consideração comigo... mas tudo bem.
– Não, é... você pode vir.
– Que tal amanhã?
– Amanhã não.... eu tenho uma reunião com a banda... vou estar ocupado.
– Depois de amanhã?
– É... está bem. Depois de amanhã... à tarde.
– Então até lá. Beijos! Tchau!
– Tchau...

Bill  dando um longo suspiro, olha para a porta do quarto em que Camila estava, pensa durante mais algum tempo e então se dirige até lá. De pé encostado na porta, ele observa Camila deitada na cama.

– Ela vai vir mesmo aqui? – pergunta ela.
– Sim.... me desculpe, não pude evitar.
– Não tem problema...
– Não é isso que o seu rosto diz. - ele diz sentado-se na lateral da cama.
– Não... é sério não tem problema.
– E por que essa carinha, então? Ainda pelo o que aconteceu na casa da sua mãe?
– Sim... mas já vai passar.
– Sim, vai. Não se preocupe.
– Sim, está tudo bem. – diz ela tristemente.
– Depois de amanhã pela tarde você sai, ok?
– Sair?
– Sim... é quando a Vanessa vai vir aqui.
– Por que você quer que eu não fique aqui com vocês dois?
– Bom Camila... acho que não seria muito bom pra você... e assim nem pra mim.
– Ótimo, vou ter que sair da minha própria casa para outra mulher entrar. Ótimo.
– Não fique com raiva, eu só vou dar um oi pra ela e logo me despeço. Ela vão vai ficar por muito tempo aqui.
– Vamos mudar de assunto por favor. Me diga como foi lá com o produtor.
– Está bem. Como eu disse eu cheguei lá e ele ficou super surpreso em me ver. Me contou que passou um tempo esperando pela nossa volta,mas nada acontecia, e para piorar Tom teve uma crise de criatividade.Ele estava sendo pressionado pela gravadora então se viu obrigado a arranjar outro projeto.
– E o que você disse à ele?
– Contei o que me havia acontecido naquela clinica, e que tal experiência como outras... me trouxeram alguma inspiração.
– Contou tudo sobre a clinica psiquiátrica?
– Sim contei e mostrei algumas coisas que eu havia composto.
– E o que ele achou? O que ele achou?
– Ele disse ter amado as letras... então pediu que eu esperasse pois ele precisava fazer algumas ligações.
– Foi chamar a segurança.
– Claro que não Camila! Ele deve ter ligado pra algum fodão da Universal, porquê um tempo depois ele já tinha a minha resposta. Se bem que ele me disse que da última vez que conversou com o Tom não tinha sido uma conversa das mais agradáveis.... ele disse que o Tom queria bater nele e tudo...
– E ele achava que sentando a mão no cara iria conseguir o contrato de volta?
– Se fosse comigo não sei se teria feito diferente, não... Na hora da raiva....
– Vocês homens.... Mas vai continua.. o que mais ele falou?
– Bom.. aquilo que eu já te disse.. que nós vamos ter mesmo que ir pra Alemanha. Ele me disse que pode conseguir ótimos patrocinadores nacionais e internacionais... só que nós também vamos ter que financiar algumas coisas já que estamos começando. Disse que primeiro gravamos o álbum e depois começamos com divulgação em pequenas rádios e programas de TV... Mas o que mais está me animando é que ele disse que talvez a Nokia invista muito na gente! Eles estão procurando um novo grande talento alemão... se gostarem de nós já damos um grande passo. Com dinheiro sempre é mais fácil.
– Mas e essa história de ir pra Alemanha e ainda levando a Gerthe... minha mãe não ficou nada contente com essa história.
– Sim, mas nós já entramos em um acordo está tudo certo! Mas e você?
– Eu o quê?
– Você irá para a Alemanha comigo? Ou...

Bill faz então uma pausa para esperar pela resposta de Camila, mas ela não vem.

– Camila? – ele a repreende.
– Sim eu vou. -  diz ela sem parecer se importar.
– Nossa se eu depender da sua animação e da sua mãe para ter sucesso, eu estou ferrado! – diz ele com as mãos sobre a cabeça.
– Eu estou feliz por você, mais que coisa....
– Com essa cara?! Era pra você estar soltando fogos... abrindo champanhes, jogando confetes... – diz ele euforicamente no centro do quarto.
– Eu já entendi Bill.
– Amor você tem certeza que está tudo bem? Eu não quero ser chato, mas... – diz ele sentando-se a beira da cama.
– Peraí... e o baixista? Você contou para o Jost que estão sem baixista?
– Mudando de assunto, né dona Camila?! Você sempre faz isso!!!! Que ódio!
– Contou ou não?!
– Contei.
– E...?
– E ele disse “Melhor ainda!”.
– Quê? Como assim?
– Ele disse que conhece um ótimo baixista que pode fazer parte da nossa banda. Se gostarmos dele, tudo bem, mas se não gostarmos, tudo bem também, mas daí teremos que continuar procurando por um baixista... espero do fundo do meu coração que esse cara seja mesmo bom, amanhã nós vamos nos encontrar com ele... e eu também vou ver o Gustav tocando...
– Você ainda vão viu?!
– Não! Se o cara for ruim, fudeu... Sem baixista e baterista de novo?! Eu e o Tom teremos que formar uma dupla sertaneja!

Postado Por: Grasiele

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