quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo - 11 Acusações

Tom ao ver D. Lúcia negar seu pedido, fica frustrado pois pensava que o melhor para a menina e para seu irmão fosse que ele a cuidasse. Afinal ele devia muitos favores ao irmão, que sempre o ajudou nos momentos mais difíceis de sua vida. Além de que já havia adquirido certa afeição por Gerthe, mesmo que não a visse como filha, e sim como sobrinha.

Enquanto tomava seu café da manha, embora já fosse 13h00min horas, ouve seu celular tocar, pensando que pudesse se tratar de Bill corre para a sala,pegando o aparelho de cima da mesa e o atende.
– Alô?
– Oi, Tom, como o Bill está? – pergunta Giselle.
– O Bill teve que ser internado.
– Internado? Como assim internado? Em que hospital ele está?
– Essa é uma longa história...
– Não importa! Eu falei para você que o Bill estava abusando da bebida, eu falei!
– Não teve nada a ver com isso!
– O que houve então?
– Bill tentou se matar.
– Se matar? Mas como.... ele já está bem?
– Ele vai ficar bem agora, ele está em uma clinica psiquiátrica muito boa. Foi um médico que a recomendou.
– Nossa... é difícil acreditar que alguém que gente conhece esteja em uma situação dessas...
– Sim, mas pode acreditar ele está sendo bem tratado. Antes que você me ligasse eu estava me preparando para ir visitá-lo.
– E qual é o horário de visitas?
– Horário de visitas?... Bem eu não sei, acho que vou ter que ligar para lá, pra perguntar.
– Nesses locais eles só deixam entrar no horário...
– Sim, mas você quer ir comigo?
– É... me desculpe, mas acho que eu não me sentiria bem em um lugar desses. Sinceramente não consigo. Mas diga ao Bill que eu mandei um beijo.
– Ok, então. Tchau.
– Tom! É...
– Sim?
– Eu pensei que você fosse tocar no assunto...mas você não disse nada., então eu resolvi tomar a iniciativa. Bom, eu não gostei do modo como você me tratou naquele dia na boate.
– Que dia?
– Bom... o dia em que nós transamos...
– Ah sim, estou lembrado.
– Sim, você saiu... e nem disse nada, depois veio como se nada tivesse acontecido....
– Pensei que você ja soubesse que o nosso lance era só por uma noite.
– Sim eu sabia, mas mesmo assim você foi muito grosso.
– Ok, ok... foi mal. Agora me dá licença que eu tenho umas coisas para resolver. – disse ele terminando a ligação.
Em seguida liga para a clínica onde o irmão estava internado, perguntando qual seria o horário de visitas. Foi informado que seria  às 14:00 horas, então imediatamente ele lembra-se de que deveria levar algumas coisas para o irmão, que estava apenas com a roupa do corpo.
Preparou uma mochila em que colocou, o Ipod do irmão, um caderno que ele gostava de usar para compor músicas, roupas, e alguns produtos de higiene.
Minutos depois já estava à caminho da clinica.

Bill tentava conversar com as pessoas que passavam por ele, porém ele era simplesmente desprezado. Ninguém ao menos se dispunha a ouvir o que  pretendia dizer, o olhavam com indiferença e davam-lhe às costas.
As únicas pessoas que estavam dispostas a fazer-lhe companhia, era os outros pacientes. Por vezes foi seguido ou rodeado por eles.
Pensou em tentar fugir, mas antes que pudesse sequer sair do pátio o vigia em frente ao portão o olhava friamente. Ele então olha para a sua volta e vê que seria impossível pular o enorme muro que cercava o local. Não teria jeito, ele estava preso ali. Desesperado senta-se novamente no banco, e cabisbaixo sente uma lágrima a deslizar de seus olhos.
Enquanto isso Tom já chegara ao local e era informado pela enfermeira Ana de como deveria proceder.

– É muito comum eles dizerem que estão sendo mal tratados, que não estão doentes ou então que nunca fazem nada. Tudo isso é uma tentativa de fazer com os seus familiares os tirem daqui, e assim eles voltam a fazer tudo novamente, ou até coisas piores. Então é preciso que você seja forte, mesmo que ele chore ou se desespere é preciso que você se mantenha firme. Eles são capazes de inventar histórias incríveis só para que possam ser ver livres do tratamento.
– Entendo... – diz Tom.
– Eu sei que deve ser difícil para você, mas isso é necessário.
– Sim, eu entendi. Ma acho que das próximas vezes que eu vir aqui ele já vai estar convencido.
– Esse é um outro detalhe que precisa ser esclarecido. Você não poderá durante duas semanas visitar o seu irmão.
– O quê? – exclama Tom, assustado.
– Sim porque a sua presença aqui, dificulta ainda mais que ele se acostume a viver aqui, entende. Ele o vendo todos os dias, nunca se acostumará de que é aqui, que no momento ele deve e precisa ficar.
– Não tem outro jeito?
– Infelizmente não. Nós não queremos que o paciente se desprenda de seu passado ou então fica longe de sua família. Nós só queremos que ele se acostume o mais rápido possível para que assim possa se recuperar mais rápido, se for o caso.
– Tudo bem, mas eu gostaria de ser informado durante essas duas semanas sobre a situação dele.
– Com certeza, nós o manteremos a par de tudo.
– Obrigado. Bem, eu trouxe as coisas dele, eu acho que por uns dias dá.
– Antes de entregá-las a ele, é preciso que nós a revistemos.
– Ok. – Tom então entrega a mochila a enfermeira, ainda inconformado com as condições propostas por ela.
– Bom, é só isso você já pode ir ver o seu irmão.
– E onde ele está?
– Provavelmente no pátio, tomando um Sol. Nós temos um belo jardim aqui.

Tom então caminha em direção ao pátio, observando à tudo e à todos. Bill ainda permanecia tristonho e solitário sentado em seu banco, torcendo para que mais ninguém se aproximasse dele.


– Bill?

Ele então levanta a sua cabeça, e vê o irmão de pé à sua frente.
Bill levanta-se rapidamente e emocionado abraça forte o irmão, quase o derrubando.

– Tom que bom você chegou, me tira daqui! Me ajuda Tom! – diz ele abraçado ao irmão.
– Bill, eu não posso você está doente.
– Doente? Como assim? – diz ele afastando-se.
– Doente da cabeça... Você tentou se matar.
– Eu me matar? Quem está doente é você!
– Não precisa mentir Bill, olhe para a sua mão, olhe para a sua cabeça! Você tomou um monte de remédios...
– Não Tom! Isso é besteira! O corte na minha mão foi porque eu cortei sem querer com a caixinha de música da Camila..... você viu ela quebrada no chão? Eu sem querer esbarrei e derrubei. Eu tinha bebido muito e estava zonzo...
– Pára Bill! Chega de inventar histórias... Aqui você está protegido, confie em mim. Aqui você será tratado e curado! Você nunca mais vai pensar em se matar.
– Mas eu não tentei me matar!
– Bill... quanto mais rápido você aceitar que precisa de ajuda melhor é!
– Cara, eu estou bem! Você não sabe as coisas que eu já vi aqui...
– Bill, por favor não torne as coisas mais difíceis que elas já são!
– Tom, acredita em mim por favor! Me tira daqui... – diz Bill aos prantos.

Tom não agüentando ver seu gêmeo chorar, deseja afastar-se daquela situação, e então decide ir embora.
Bill ao notar o que o irmão pretendia fazer, segura firmemente em seu braço.

– Tom me tira daqui! -diz ele seriamente.
– Não Bill. – diz Tom novamente se afastando.

Bill então furiosamente segura Tom pela sua camisa e grita.

– É a Gerthe né? Você quer ficar com a minha filha!!! Você quer me deixar preso aqui pra ficar com ela.
– Larga de besteira Bill, eu nunca faria isso. Você precisa ficar! Vai ser melhor!
– Melhor pra quem? Eu preciso ver a minha filha Tom, eu não posso ficar aqui!
– Ela está sendo bem cuidada pela avó dela, não precisa se preocupar...
– Tom seu idiota! Seu filha da puta!!!
– Me larga Bill, me larga!
– Eu nunca vou te perdoar por isso, nunca! – diz Bill segurando furiosamente os braços de Tom.
– Se acalme Bill!
– Você que é o maluco aqui! Se aqui é tão bom, fica você no meu lugar!
– Bill já disse pra você me soltar!
– Nesses últimos tempos você só tem ferrado com a minha vida! Se não fosse você eu não estaria nessa situação!
– O que?
– A Camila morreu por sua culpa Tom! Por sua culpa!
– Não foi eu que apertei o gatilho, Bill, pára de falar merda!
– Você não apertou o gatilho mas provocou toda a situação! Se não fosse você eu a Camila e a minha filha estaríamos felizes até hoje! Você acabou com a minha vida Tom! Eu te odeio !!!
– Não foi culpa minha Bill, você sabe disso! Eu não sei porque essa raiva toda, a mina nem era tão boa assim!

Bill então dá um soco na face de seu irmão, que pego de surpresa cai no chão.

– Retira o que você disse! Retira !!
– Desculpa Bill, desculpa.... – diz Tom percebendo que havia falado demais.

Enfermeiros ao verem a briga, se aproximam de Bill, um deles lhe dá uma “gravata” por trás enquanto o outro ajuda Tom a levantar-se.

– Você é um filha da puta Tom! Eu te odeio!!! – diz Bill tentando livrar-se do enfermeiro.
– Me desculpa Bill! Me desculpa!!!  Vai ser melhor pra você, eu prometo! – diz Tom enquanto se afastava junto com o enfermeiro.
– Me tira daqui Tom!!! – grita Bill, desesperado ao ver o irmão ir embora.

O enfermeiro segurando forte em seu pescoço, o arrasta para dentro do alojamento, e em seguida joga Bill no chão de seu quarto.

– Vai ficar aqui! Ta com ataque de frescura?! Então vai ficar ai! - diz o enfermeiro expressando superioridade.
– Cala a boca!!!!
– Olha lá como fala comigo! Só não te dou um sossega leão porquê  você é novato! Mas eu posso me arrepender, hein... – diz ele tirando uma seringa de seu bolso, exibindo-a para Bill.

Ele assustado, levanta-se do chão e corre para a sua cama, onde abraçado a um travesseiro chora compulsivamente.

Uma enfermeira entra pela porta e joga-lhe uma escova de dentes.

– Foi isso aí que o seu irmão trouxe pra você. – diz a enfermeira em tom de deboche.
– Só isso? - diz Bill tentando controlar seu choro.
– As outras coisas foram permanentemente confiscadas. – diz ela rindo sorrateiramente para o colega de trabalho.

Bill cansado de chorar, passa a planejar um esquema para a sua fuga.

Postado Por: Grasiele

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