quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Wenn Nichts Mehr Geht 2 - Capítulo 18 - Love and Death - Parte 1

Eu em companhia de Yuri, ainda que de longe pude observar perfeitamente Bill e Cezar parados de pé em frente o quarto de Bill conversando. Tudo parecia estar na maior normalidade possível, porém de repente algo sério parecia estar prestes a acontecer.
Um outro paciente nitidamente transtornado, caminha depressa pelo corredor, seus olhos transmitem um ódio assustador. Com os punhos e face fechada ele segue em frente pelo corredor sem ao menos olhar para os lados. No entanto no momento em que Bill decide ir à algum lugar e afasta-se de Cezar, esbarra no homem enraivecido.
Sinto um aperto no coração como que se um aviso de aquele pequeno incidente não terminaria bem.
Imediatamente me apresso à ir em direção aos dois, mas sou impedida por Yuri que me segura pelos ombros.

– Você não pode fazer isso – diz ele.
– Como não?! Eu preciso proteger o Bill! Não é essa a minha missão?!
– Você não pode alterar o destino das coisas. O que tiver que acontecer, acontecerá.

Inconformada por nada poder fazer,apenas observo qual seria o desfecho daquela situação.

– Me desculpa – diz Bill com um tímido sorriso em seu rosto.

Sem prévio aviso, o homem parte para cima de Bill dando-lhe um soco próximo a boca, este cambaleante perde o equilíbrio e cai no chão. Sem que tivesse tempo de se recuperar do golpe, novamente é atacado pelo homem que agora estava sobre seu corpo.

Cezar desesperado tenta afastar os dois,mas não consegue. Bill parecia estar sendo atacado por uma fera indomável.

– Eu vou lá! – grito para Yuri.
– Camila você não pode...

Antes que Yuri pudesse novamente me impedir, corro em direção à briga.
Angustiada por não saber exatamente o que fazer para ajudar Bill que permanecia no chão tendo seus braços firmemente segurados.Olho para os lados em busca de uma solução,então avisto um mural de recados não muito grande, de tamanho médio, pendurado na parede.,um pouco acima dos dois.
Delicadamente passo minha mão entre o mural e a parede derrubando-o. Uma das extremidades do mural atinge a cabeça do agressor de Bill, fazendo-lhe um pequeno corte. Bill também é tingido mas não sofre qualquer ferimento.
O homem assustado levanta-se, levando as mãos sobre o corte. Ao ver seu próprio sangue em suas mãos grita desesperadamente chamando a atenção dos enfermeiros da clinica.

– O que está acontecendo aqui? – grita um dos enfermeiros.
– Do nada esse cara começou a me bater!- explicou Bill.
– Vocês sabem que brigas são proibidas!
– Avisa pra ele então... – diz Bill, movendo seu maxilar inferior que estava muito dolorido devido ao soco.

Enquanto o homem era medicado, Bill sentado no chão sentia seus braços doloridos, e a sua boca sangrava fazendo com que Camila,ajoelhada ao seu lado se preocupasse ainda mais.
– Aqui e agora, não Camila! – diz Yuri.
– Eu sei ... eu não sou doida de fazer com que ele me veja aqui... na frente de todos. Só iria piorar a situação.
– Ainda bem que você sabe disso...
– Yuri, será que não teria como você fazer com que eu voltasse ao normal?...
– Normal?
– Sim.. quer dizer o mais normal possível... Vai ser menos traumatizante pro Bill me ver como alguém normal, e não como um espírito.
– Creio que eu não possa fazer isso.
– Mas eu não estou aqui para ajudar ele? Se eu aparecer desse jeito, como um espírito, é bem capaz dele achar que está louco de verdade!
– Você tem razão.Espere um minuto.

Yuri fechou os olhos e por alguns segundos ficou imóvel, em silêncio.

– Pronto. – disse ele abrindo os olhos.
– Pronto?
– Você vai parecer quase como uma pessoa normal para o Bill, porém só para ele e para a Gerthe, as outras pessoas continuam a não te ver de forma alguma.
– O que você quer dizer, com “quase uma pessoa normal”?
– Há coisas que não podem ser mudadas, como o fato de você não ter sombra, não deixar pegadas, essa luz branca que envolve o seu corpo...
– E de roupa eu posso mudar? Já não agüento mais usar esse vestido branco!
– Não você não pode mudar de roupa!
– Ah mas que...
– Olha a boca! – grita Yuri.
– Olha o Bill vai entrar no quarto! Sai, sai... Sai Yuri!
– Como sai? Eu vou ficar e ver o que você vai fazer !
– Qual é?! Você vai me deixar mais nervosa do que eu já estou!
– Ultimamente eu ando fazendo muito as suas vontades....
– Por favor Yuri!
– Vê se não faz nenhuma besteira e nem fale demais, hein Camila!
– Pode deixar vou fazer tudo direitinho.

Yuri já se afastava quando Bill ao se despedir de Cezar dizendo que iria ficar melhor, entra em seu quarto.
Sem que ele pudesse me ver o acompanho.

Bill então foi direto ao criado mudo de seu quarto pegando um copo com água que ali estava. Em seguida ele o esvazia, lavando o seu rosto.

– O filho da puta quase me quebrou um dente! – diz Bill vendo seu sangue misturado com a pequena poça d’água que formara no chão.

Cada vez eu chegava mais perto dele, já poderia ser vista, porém ele permanecia de costas para mim. Estava tão perto,que podia sentir o doce aroma que vinha do corpo de Bill. Aquele cheiro me trazia tantas recordações, tantas experiências vividas ao lado dele, que não pude evitar que lágrimas  deslizassem pelo meu rosto. Agora novamente eu estava ali diante do meu grande amor, e não precisava fingir ser outra pessoa ou controlar meus sentimentos. A única coisa que eu temia era pela reação de Bill.
Sem perca de tempo, delicadamente repouso minha mão sobre seu ombro. Ele ao sentir meu toque, vira-se em minha direção.

Postado Por: Grasiele

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