domingo, 2 de outubro de 2011

Touched By An Angel - Capítulo 9 - Totalmente fora de controle!


 Vem e ajuda-me a voar
Empresta-me as tuas asas...

Hilf Mir Fliegen - Tokio Hotel


- E como eu sou? –Eu disse me aproximando dele.


- Você deve ser bonita! – Bill disse apreensivo, pois tinha sentido minha aproximação.

Sem pensar em nenhuma consequencia, aproximei-me mais de Bill, segurei suas mãos e disse:

-Não Bill! Eu quero que você me toque. Eu quero que você me sinta...Agora!

Eu levei as duas mãos de Bill até o meu rosto e ele tocou de leve minha testa, meus olhos, meu nariz, quando chegou em meus lábios, eu segurei sua mão direita e beijei cada dedo dele. Eu estava louca, sem noção e totalmente envolvida com o momento.

-Então, o que você vê? – Perguntei soltando sua mão.

- Que você não é pra mim! – Ele disse seguro de si.

- Hãn?  –O balde de água fria veio tão forte e gelada que não absorvi o que Bill tinha falado.

-Foi isso que você ouviu!  –Ele disse ainda duro.  -Percebi que sou um idiota, se algum dia eu achar que você vai se apaixonar por mim, que vai olhar para mim como um rapaz para namorar ou mesmo casar.


Vi Bill se levantar e se aproximar da janela. O segui e aproximei-me dele ainda sem acreditar naquilo tudo que eu estava ouvindo.


- Bill, por que eu não me apaixonaria por você? Por que outras mulheres não se apaixonariam por você?

- Por que sou uma fardo a ser carregado. –Ele disse virando-se para a janela.

- Um fardo? Você só pode estar brincando,né? Bill você é um homem  perfeito!

-Perfeito é o Gustav. –Ele disse sorrindo sarcasticamente.

-Não,  ele não é! –Disse quase aos berros.

-É sim! Ele ouve, enxerga, fala e ninguém tem vergonha de sair com ele na rua.

- Pois eu não acho ele perfeito.

-Esta falando isso para me agradar, eu sei que voc...

-Pra mim você é perfeito. Você é sensivel, carinhoso, amoroso e engraçado. Gustav não sabe nem contar a piada do pintinho rouco. Gustav não é nem um pouco engraçado.Não é iluminado como você. Você pra mim é perfeito. O homem mais perfeito que já conheci em toda minha vida.

Disse aquela frase já em passos rápidos, fui em seu encontro e o beijei. Tava aguada para beijar aquela boca macia, bem desenhada e carnuda. Aquela boca era a melhor boca que eu já tinha beijado na minha vida.

Gemi baixo quando senti o toque de suas mãos em minha cintura. O abracei pelo pescoço e abri caminho em sua boca com minha língua, e quando a minha encontrou com a língua dele, meu corpo entrou em erupção.  Minhas pernas estavam bambas e podia jurar que eu flutuava. Eu sentia que meus pés não estavam no chão e que minha alma não estava dentro do meu corpo.

O beijo foi ficando cada vez mais perigoso e envolvente, então no calor do momento e sem pensar nas consequencias que isso poderia causar, encostei –o na janela, sentado e coloquei uma de suas pernas no meio das minhas, e sentei-me em apenas uma perna dele,  comecei  me roçar de leve, senti que a respiração dele falhava, ele me segurou pelas coxas e precionou sua perna em minha intimidade, enfiei minhas mãos dentro de sua camiseta e passei de leve minhas unhas em seu tórax definido, nós estavamos entrando em um território minado e eu estava pedindo para tudo aquilo explodir logo.

Eu apertava sua nuca e ele minhas coxas, eu apertava suas costas e ele minha cintura, eu mordia seus lábios e ele puxava levemente meus cabelos.  Minha língua passeava pelo seu pescoço enquanto a dele lambia o meu colo, chegando quase perto dos meus seios.

-Esse perfume...Tentação do inferno...  – Ele disse baixo deslizando sua língua do meu colo para dentro da minha boca.

Eu sei que eu estava totalmente errada, sendo precipitada, eu tinha consciência que aquela atitude era insana, mas eu não conseguia me controlar, não conseguia mandar a mensagem para o meu corpo de PARE! Ele estava agindo por instinto, sim...sim...O Selvagem!

 Eu estava totalmente fora de controle...Socorro!

Por mim, eu faria amor com ele ali, na casa da avó, em pé mesmo e não por que eu era fácil, promíscua ou sei lá o que! Eu faria amor com ele por que meu corpo estava queimando como brasa, como chama de um vulcão potente e pronto a explodir. Inexplicável era essa a sensação que a língua, mãos e Bill inteirinho provocava em mim. Não descolavamos mais nossas bocas e respirar, naquela altura do campeonato, já não era mais possível.

Mil desculpas vovozinha do Bill, mas eu faria amor com o seu netinho, na sua casa! Depois, ajoelharia no milho e pediria milhões de desculpas  pelo meu comportamento de menina má...Depois!

Ainda sob efeito alucinógeno, eu coloquei minhas mãos no cós da calça de Bill, tentando abrir o botão de sua calça e acreditem se quiser, o feitiço virou contra a feiticeira.

-Janice...Espera!  –Ele disse baixo segurando minha mão.

-Bill...eu...eu...Desculpa!  –Eu não tinha palavras, eu estava quase o estuprando. Fechei os olhos e a vergonha dominou o meu ser. Mesmo! Acreditem! Nunca fui desse jeito, jamais tomei tal iniciativa, nem para os beijos, quanto mais para o sexo. Então, mais uma vez tentei me descupar.

-Olha, não sei o que aconteceu!

-Tudo bem, Janice!  – Ele disse ainda tentando recuperar o fôlego.

-Bill, eu quero que você...

-Bill? Bill sua avó esta chamando para cantar o “Parabéns”.
  
A batida na porta interrompeu minha explicação. Bill nada respondeu ao seu pai.  Arrumando seus cabelos e suas roupas disse baixo:

-Melhor descermos, tenho certeza que o primeiro pedaço de bolo será para mim. –Bill disse sorrindo tentando quebrar o “iceberg” que tinha se instalado no quarto. – Quer dizer, todo ano ela me dá o seu primeiro pedaço de bolo. Minha mãe conversa com ela para revesar e dar para Tom, mas ela sempre esquece e acaba dando sempre para mim. Tom não fica chateado porque ele recebe todos os anos do meu avô.

Eu não pude deixar de sorrir, ele também sorriu e dirigindo-se para a porta me alertou:
  
-Agora, aguenta os olhares quando estivermos descendo as escadas. Nessas horas que eu até agradeço por não enxergar.

Realmente, Bill era único! Como ele conseguia? Respirei fundo e arrumei-me também, pois estava toda descabelada, mas antes eu pedi:

-Bill, posso te pedir apenas um único favor?

-Depende? Se for dinheiro, não tenho!

-Ah,Bill pára!

-Tá pode pedir? –Ele disse virando em minha direção.

-Promete que vai parar com esse sentimento de inferioridade? Sei que deve ser muito difícil ter uma deficiência, mas existem outras muito piores.

-Qual é a pior? Diga-me qual é a pior deficiência? O que pode ser pior do que não poder ver o mundo em que se vive, não poder ver o azul do céu, não poder ver um desenho animado ou pior não poder ver o rosto da mulher que se ama? Não, você não sabe qual é a pior deficiência, você não sabe como é difícil ser deficiente e sabe por que? Porque você é perfeita!

Bill virou-se e desceu as escadas, eu o segui apenas.

O resto da noite ele ficou totalmente estranho, como se o beijo entre nós não tivesse acontecido, então fiquei de longe observando-o, ele recebendo o primeiro pedaço de bolo da avó, conversando com os familiares e brincando com Carolina.

Na verdade, não sabia o que tinha o afetado, minha ousadia no beijo ou o meu pedido sobre a inferioridade. Quem sabe ele não tinha gostado do beijo ou a química não tinha rolado. Só sei que ele não chegou perto de mim depois que descemos.Ele com certeza estava achando que eu era a garota mais vulgar e fácil da face da terra. Que Vergonha!

Aquilo foi subindo para minha garganta e o bolo se formou. Eu tinha que sair daquela festa rápido ou eu choraria na frente de todos os convidados.

Dirigi-me até a Simone e tentando não piscar para as lágrimas não rolarem, eu me despedi. Ela me deu um abraço e agradeceu. Lógico que ela percebeu que havia acontecido alguma coisa entre Bill e eu. Aproximei-me de Bill que estava brincando no chão com Carolina e disse:
  
-Tchau, Bill!

Ele simplesmente disse um frio e sem graça “Tchau” e nem se quer levantou a cabeça. Saí dali o mais rápido possível, pois o choro veio com toda força.

Entrei no meu carro,  abracei o volante, baixei a cabeça e chorei. Quando eu ainda estava chorando, ouvi minha porta sendo aberta e senti alguém me puxando e me abraçando. Eu estava tão triste que deixei ser abraçada, mesmo sem saber quem era a tal pessoa.

-Eu ouvi toda a conversa no quarto. Eu sei que ele esta errado, mas tente entender como isso tudo é dolorido para ele. –Era Tom que me confortava em seus braços  -Não quero passar a mão na cabeça dele e dizer que ele agiu certo com você essa noite, porém não posso culpa-lo. Eu já percebi que gosta realmente dele, peço que tenha só um pouco de paciência. Se gosta dele vá com calma, Janice!

-Obrigada...  – Foi a única palavra que eu consegui dizer a Tom em soluços.

-Ele ainda esta mais maleável. Entende como foi tudo difícil para ele? Ser motivo de chacota na escola, as pessoas apontando e rindo. Só depois dos dezoito que ele aprendeu a se relacionar, o hospital esta o ajudando muito e acredito que ainda tem muito que ajudar.

-Valeu mesmo,Tom! – Eu agradeci beijando o seu rosto. –Eu também pisei na bola, fiz tudo errado hoje, não posso culpa-lo por essa noite catastrófica.  Acabei assustando-o de certa maneira.
  
-Todos erramos, Janice! Não seja tão severa com você! –Tom finalizou piscando para mim e se afastando do meu carro.

Fechei a porta do carro, dei a partida e segui para minha casa. Chegando em casa, eu estava muito mais calma, graças ao Tom, troquei-me, deitei na cama e adormeci pensando em Bill...Lógico!!

Na segunda-feira  quando cheguei a primeira pessoa que eu vi foi Gustav  e advinhem?

Postado Por: Grasiele

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