domingo, 2 de outubro de 2011

Touched By An Angel - Capítulo 10 - Quem de nós dois...


 Quem de nós dois Vai dizer que é impossível O amor acontecer...


Quem de nós dois  -  Ana Carolina
 
...


Na segunda-feira  quando cheguei a primeira pessoa que eu vi foi Gustav  e advinhem?
 
-Oi, Janny! – Gus comprimentou-me cheio de dedos, já me pegando e se aproximando indevidamente. Não o culpo, afinal quem deixou a “BRECHA” foi eu. Eu tinha que deixar claro, que a NOSSA noite não tinha passado. DAQUELA Noite!

-Oi, Gus – Eu disse olhando para os lados para ver se Bill já tinha chegado. Não o vi!

-E ai como foi a festa de aniversário da avó do Bill?   -Gustav perguntou ainda insistindo em chegar perto demais e eu tentando, sem magoa-lo,  afastar-me.

-Foi ótima! – Eu disse sorrindo olhando para a entrada do hospital para ver se Bill chegava. Ele estava atrasado. Ele sempre era o primeiro a chegar. Será que ele não viria para a aula?

-Janice, queria ficar e tomar café com você, mas tenho que entregar uns currículos para a Samara! –Quando Gustav estava se afastando eu o chamei.

-Gus,  currículo do que? O hospital esta selecionando? Sabe queria ajudar mais essas crianças, queria doar mais do meu tempo para elas. Conversei com o meu pai e o conveci de contribuir financeiramente, igual o pai do Bill faz. Quero ser útil, será que você poderia colocar o  meu nome em uma dessas vagas para tempo integral ou meio período mesmo. O que vier, é lucro!

-Poxa, Janny que legal! Vou falar com algumas pessoas. Com certeza, vamos encaixar você em alguma vaga e sobre o seu pai, eu soube que ele vai ajudar mensalmente,  já encomendamos alguns  materiais muito importantes para a criançada, graças a contribuição dele.

- É o mínimo que a gente pode fazer. Se Deus nos deu um pouco a mais de condições, porque não ajudar,né? – Sorri para Gustav e finalizei   -Fico esperando a resposta do emprego.

-Vou falar com Samara ainda hoje! –Gustav disse todo animado.- Se depender de mim você já esta dentro.

-Obrigada!  – Eu disse mudando completamente de assunto. -Gustav, você viu o Bill? Ele já chegou?

- Já! Ele estava na sala de braile com a Simone. Olha eles ali! –Gustav disse levantando a mão para comprimentar os dois.

 ...

- Oi, Janice! - Simone cumprimentou Janice de longe.

- Ela já chegou?- Bill perguntou baixo para a mãe.

-Sim, esta conversando com o Gustav.  -Simone comprimentou Gustav também.

-Hum...O Gustav!   –Bill fez uma careta e virou-se de costas para os dois.

- O que foi Bill? O que te deixa tão inseguro em relação a  essa garota?-Simone perguntou para o filho.

-Nada! - Ele simplesmente respondeu.

-Nada? Tem certeza? O que aconteceu no dia da festa da sua avô?  -Simone insistiu.

-Nada! Mãe, nós nos beijamos, mas ela também beijou Gustav e nem por isso esta casada com ele. Hoje em dia uma simples  ficada, não quer dizer que você ama, gosta ou quer namorar, muita coisa mudou. Ela é jovem e quer curtir a vida. Não quer um relacionamento sério. E pelo que sei ela esta envolvida com Gustav. Ele esta gostando dela e  seria muita sacanagem da minha parte eu dar em cima dela sabendo que ele gosta pra valer dela.


- Oi, Simone! – Eu disse, fui em direção a Bill e lhe dei um beijo na bochecha.

- Oie,Tudo bem com você? -Eu perguntei sendo super natural .
 
- Sim, tudo bem!  –Ele também pareceu muito natural. Pelo menos, a cara feia de sábado tinha passado.

-Vamos para a sala de Musicaterapia? Peguei o rádio novamente. Eu trouxe um forrozinho. Vamos assistir Simone? Depois, Bill e eu vamos fazer uma performace a “ LA CALYPSO”.

 
Lógico que era mentira, o Calypso, a performance e o meu sorriso de feliz!


-Não, vou deixar vocês dois ouvindo Calyp..Caly...Bom, eu vou  embora.


Só Simone e eu sorrimos dela com o sotaque todo germânico tentando falar CALYPSO! A mãe de Bill me deu um beijo na bochecha e um na bochecha do Bill e nos deixou sozinho.
Seguimos para sala. E quando estavamos quase entrando,Gustav me chamou feliz.


-Bill, vai entrando que eu já volto! É um minuto! –Eu disse e fui em direção de Gustav.


-Falei com o pessoal e parece que a vaga já é praticamente sua.


-Mentira? Eu não acredito? -Dei um grito e abracei Gustav e agradeci milhões de vezes.


Aquela notícia era fantástica e quem ia amar era o meu pai .Ele não ia encher mais a boca para falar que eu era um peso morto naquela casa. Terminei minha conversa com Gustav, agradecendo mais uma vez  e fui para minha aula com Bill.


- Nossa pelo gritos de euforia lá fora, o papo deve ter sido bem animado.

-Foi ótimo, maravilhoso!  Vamos começar? -Eu estava feliz da vida.

-Vamos!- Ele disse sentando na grande mesa.


Então, olhei para Bill e vi um rosto triste e cabisbaixo . Estava aprendendo com ele decifrar as pessoas. Talvez estava desenvolvendo um dom . E algo me dizia que ele não estava bem.


- Tudo bem? – Eu me aproximei e perguntei.

-Sim! Por que não estaria?  –Ele respondeu com um sorriso meia boca.

- Não sei...Você quer conversar? –Eu disse sentando ao seu lado.

-Não. Eu estou bem! –Ele disse meio desconfortável.
 
Peguei o rádio, coloquei em cima da mesa e o liguei na tomada.

-Hoje, eu trouxe uma música ela se chama “Quem de nós dois”. Vamos trabalhar em cima dela, qualquer dúvida de palavra, eu paro,ok?

Ele balançou a cabeça em afirmativa e começamos a ouvir a música.

Eu e você Não é assim tão complicado Não é difícil perceber...

Quem de nós dois Vai dizer que é impossível O amor acontecer...
 
Sinto dizer que amo mesmo Tá ruim prá disfarçar...
No vão das coisas que a gente disse Não cabe mais sermos somente amigos...

Mas toda vez que eu procuro uma saída Acabo entrando sem querer na tua vida...


-Pára! –Bill quase gritou. –Pára essa música, por favor!


Eu parei a música imediatamente e perguntei :


-Você tem alguma dúvida? - eu questionei

-Muitas!  – ele disse baixo. -  Janice será que poderíamos cancelar a aula de hoje é que eu não estou bem.

- Tá! Tudo bem  quer que eu venha amanhã para...

-Não, não quero atrapalhar a sua vida!   – ele me cortou  ríspido.

- Eu posso vir amanhã sem problemas!

-Não! Não estou com cabeça. Não quero ter aula essa semana. Pode ser? – ele disse friamente levantando-se da mesa.

-Tem certeza? – eu disse me aproximando perigosamente do corpo dele.


Só para constar nos altos, eu estava muito confusa. Muito! Eu tinha decidido ficar longe dele, até para não parecer pegajosa ou para que ele não pensasse que eu era uma oferecida, Porém  meu corpo pensava diferente quer dizer, meu corpo não. O meu coração insistia em me empurrar pra cima dele. Meu coração que acelerava, descompassava e me tirava totalmente o juízo quando eu estava perto dele. E o motivo dele agir assim, era óbvio. Eu, Janice estava completamente apaixonada por Bill Kaulitz.

Pensava nele 24 horas por dia, acordava e dormia pensando nele. E ficar uma semana sem vê-lo para mim seria como colocar uma mordaça, amarrar meus pés e minhas mãos e me deixar em um canto escuro sem ser alimentada até segunda. Era exatamente assim que eu me sentiria , sem ele.


-Não! Não tenho certeza de nada nesse momento. –ele disse contraindo os músculos do rosto quando sentiu minha respiração próxima de seu rosto.


Senti a confusão em seu rosto, senti que ele estava perdido, então me afastei, se um dia fosse acontecer algo entre nós, não seria desse jeito, eu o forçando algo. Lembrei das palavras de Tom no sábado a noite. Eu ia me manter na retaguarda. Até por que EU gostava dele, eu estava afim dele...Já ele, eu não fazia a menor ideia quais eram os seus sentimentos por mim!

O nosso beijo foi maravilhoso, quente e ele ficou, vamos dizer assim...excitado. Nós, ficamos! Mas depois do beijo parece que o encanto evaporou...para ele!
  
Então, fui até o rádio, peguei o cd que estava dentro dele e lhe entreguei.


-Toma! Leva o Cd e tenta estudar. Nesse cd tem a outra música que você gosta do “beija -flor”. Qualquer dúvida você me procura.

- Obrigado! -Bill agradeceu com uma voz mais doce.


A voz mais doce e o rosto menos gélido,então Bill se aproximou e beijou o canto da minha boca bem devagar. Nossa...C ontei até dez em japonês, chinês e holandês para não abraça-lo e beijar sua boca. Eu poderia muito bem me aproveitar e virar o rosto e lhe dar um selinho, mas não o fiz...


Frio na barriga controlado, respondi com uma voz segura:


-Não precisa agradecer. Tchau e até a semana que vem!

-Tchau, até a semana que vem! –Ele ainda estava muito próximo.  –Se cuida,viu? –Ele disse passando o polegar na minha bochecha carinhosamente.

- Você também!  –respondi , ele se virou e saiu pela porta.

Minhas pernas tremiam feito vara verde, meu coração palpitava a 500 batidas por hora e eu não ia lavar minha bochecha até segunda –feira .Até segunda, eu tinha que planejar minha semana com sobre carga de tarefas para ela passar rapidamente.

Peguei o rádio e fui para a reabilitação. Depois de duas horas cheguei na recepção para entregar a chave da sala e perguntei para Lena.


- Bill já foi embora,Lena?


-Já, pegou um táxi fazem duas horas, estava com uma carinha triste. Acho que nunca o vi tão cabisbaixo dessa forma.


- Ele não quis ter aula hoje, disse que não estava bem! –disse lhe entregando o rádio, a chave e os materiais das aulas.

- Hum...Ele deve estar ansioso por causa da cirurgia, Janice! –Lena aproximou e pegando os materiais do balcão e guardando nos armários.

-Cirurgia? Que cirurgia? – Perguntei curiosa.

-Uns médicos importantes da Europa  vão tentar uma cirurgia nova para deficientes visuais, parece que ela traz a visão novamente. Dois rapazes europeus fizeram e a cirurgia foi um sucesso. Por isso todos aqueles exames.Bill será a primeira pessoa a fazer essa operação no Brasil.

A visão novamente?! Visão?!  Bill enxergando!  Meu Deus, eu paralisei por milésimos de segundos e corri para fora do hospital. Peguei minha chaves tentei ainda trêmula abrir a porta, entrei e peguei meu celular e disquei o número dele. Caixa postal!  Desliguei e liguei para o celular de Tom Kaulitz. Eu estava tão feliz com a notícia, eu tinha que falar com ele, perguntar quais seriam as chances dele voltar a enxergar, quando seria a cirurgia e saber por que ele não tinha me dito nada.


- Alô?- a voz masculina atendeu.

-Tom? –Eu perguntei eufórica.

- Sim?


Espera!  O que eu estava fazendo? Que grande burrice eu estava cometendo.Voltei atrás rapidamente.


 -  Tom...Des-desculpa eu ia ligar para uma amiga e sem querer  apertei o seu número aqui na agenda do celular...Desculpa!

-Tudo bem, eu já fiz tanto isso. Não tem problema! –Tom disse sorrindo do outro lado da linha. – Você esta bem?

-Sim! Estou ótima! Depois em outra hora eu te ligo e conversamos mais,ok?


Nos despedimos e joguei meu celular no banco do passageiro e permaneci parada dentro do carro, sem saber o que fazer da minha vida. Por que quando a gente esta apaixonada fazendo as maiores cagadas, pagamos oa maiores micos...Droga!


- Bill! O que esta acontecendo? –Tom desligou o celular e sentou ao lado do irmão. –Eu sou seu irmão mais velho!

- Tom, você também?  –Bill disse levantando e sentando no sofá. - Não esta acontecendo nada!

-Por que esta fazendo isso?  – Tom perguntou mais uma vez.

-Isso o que Tommy?  –Bill sabia o que Tom queria dizer.

-Tratando Janice dessa forma!
 
-Tommy não estou tratando de forma nenhuma, não estou bem para a aula e fim. Não quero falar ou ver ninguém daquele hospital pelo menos por uma semana.

-Você esta sendo infantil! –Tom concluiu levanto-se e dirigindo-se para a cozinha.

-Não, estou sendo infantil! Apenas não quero alimentar falsas esperanças, para depois não cair do cavalo, já cai algumas vezes .você já se esqueceu?

-Não, eu não me esqueci, mas com Janice é diferente! –Tom parou quando ouviu o irmão e virou para responder. - Será que não percebeu que ela não é como as outras?

-Sim, muito diferente. Mas, como já disse para a nossa mãe, a gente apenas se beijou, como ela beijou Gustav também. Ela é apenas carinhosa comigo, como é com Gustav, sinto que ela gosta de mim, como amigo. Sinto que ela se preocupa comigo, mas também como uma grande amiga. Acho que na verdade ela esta afim do Gus, hoje os dois ficaram de conversinha pelos cantos, sorrisos e segredinhos. – ele baixou a cabeça e completou  -Com certeza daqui a pouco eles assumem um lindo romance e serão felizes para sempre, então não quero tocar mais nesse assunto. Janice para mim é apenas uma querida amiga.

Bill finalizou a conversa irritado subiu as escadas que levavam ao segundo andar da casa. Tom viu o irmão subir para o quarto, deitou no sofá , ligou a Tv e pensativo disse para si mesmo:


-A quem você pensa que engana,Bill?


Próximo capítulo:

-Ah,é? Janice almoçou aqui com Gustav?  -Bill perguntou tentando disfarçar a raiva.
   

Postado Por: Grasiele

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