terça-feira, 23 de julho de 2013

Apenas Você - Capítulo 16

Acordei saltitante, fiz o que tinha de fazer e desci pra tomar café com a minha mãe.
- Bom dia mãe. -dei-lhe um beijo na bochecha.
- Bom dia, que animação. -disse ela sorrindo.
- Sim, acordei feliz hoje... -disse sentando-me a mesa.

Na casa ao lado’ [Tom]
Era a mesma cena, só que agora... A continuação dela.
- Tom, anda logo. -dizia o Bill me batendo com um travesseiro.
- Me deixa sonhar mais um pouco. -falei preguiçoso.
- Faz meia hora que eu te chamo e você não acaba esse sonho não? -ele riu.
- Como faz pra voltar ao passado? -brinquei.
- É só acordar! -disse.
- Então eu estava no futuro? -sorri malicioso.
- Para de delirar, levanta logo. -disse o Bill, rindo.
Ele saiu do meu quarto e eu fui tomar banho quase me arrastando. Antes de sair de casa tomamos cuidado pra Danny não nos ver, entramos no carro e fomos pra universidade.

Na universidade’ [Danny]
É incrível a cara sínica que ele tem, chega com essa cara de malandro na janela do banco corona do carro do irmão mascando chiclete. Ainda faz questão de dar um “psiu” pras meninas que alí caminham. E o pior é quando ele desce do carro, parece aqueles traficante de favela que a gente ver em filmes, sai do carro na maior pose, fecha a porta, olha pra um lado, pra outro, põe a mão no bolso e sai naquele gingado esquisito de homem. Pronto, agora sobrou pra mim...
- Sentiu saudades? -perguntou o Tom, na maior cara de pau.
- De você implorando pra eu abrir a porta? Senti sim. -disse sarcástica, ele sorriu de canto.
- Baby, vem aqui... Conversar! -disse a Fellon agarrando o Tom, toda vestida de azul e uma jaqueta bem fofa rosa que mais parecia um urso polar.
Eu me afastei um pouco, aquilo era ridículo, juro que dava vontade de vomitar.
- Conversar o que? -ele segurou nos braços dela, impedindo que ela o abraçasse.
- Sobre nós... Ontem. -disse ela.
- Fellon, aquilo foi por necessidade. Não significa que vamos voltar a ser como éramos ano passado. -disse ele, o sorriso da Fellon se desfez dando lugar a uma cara emburrada e seus olhos cheio de raiva voaram em direção a mim em fração de segundo, voltando-se depois pro Tom.
- Solta! -ela soltou do Tom e saiu pisando duro, passou por mim quase esbarrando, sorte que eu desviei antes.
Tom mais uma vez veio em direção a mim, aproximando nossos rostos. Eu percebi que a Fellon nos observava de longe.
- Não quero causar confusões! -disse eu, me afastando dele e olhando rapidamente na direção que a Fellon estava.
- Ela não pode fazer nada. -ele sorriu de leve.
- Não tenho medo dela. Pelo que ouvi vocês estavam juntos ontem... -aquilo me irritava profundamente, saber que depois, ou antes, de tudo aquilo ontem a noite ele foi se esfregar com a Fellon, me deixava triste, confusa, pra ser mais expressiva, com ciúmes.
- Foi por necessidade. Eu sou homem. -ele disse quase num sussurro, me fazendo rir em seguida.
- Eu vou pra minha sala. -disse depois que ouvi o sinal tocar.
- Tudo bem. -disse o Tom desanimado.
Eu preciso pensar... Pensar muito.

No intervalo’ [Tom]
Estava com meus amigos e meu irmão, jogando conversa fora, o Gustav comentou que eu tinha mudado, que não estou mais largado como era antes, que não beijo mais qualquer uma por aí, na verdade não era qualquer uma, e que eu não saio mais todas as noites com uma garota diferente. Quer saber? Não sinto saudades disso...
- Tá, mas é só por um tempo, quero me dedicar aos estudos. -disfarcei fazendo todos rirem.
- Ah, conta outra Tom. -disse o Georg ainda rindo.
- Contar outra? Bem, a vizinha gostosa é a Danny. -o Bill me olhou estranho, ele achou que eu não ia contar pros meninos.
- O que? Ah, não faz graça... -disse o Gustav.
- É não faz. -concordou o Georg.
- É a Danny sim. -disse o Bill.
- Foi loucura, eu nem acreditei quando a vi dançando... -falei.
- Você tem muita sorte. -disse o Georg pensativo. - Principalmente por ser meu amigo. -continuou.
- Claro! -ironizei e rimos.
Não contei pra eles sobre o “acontecido” de ontem, os G’s iriam rir de mim até a morte. De repente o Bill começou a rir. Eu fingi que não estava entendendo e lancei um olhar mortal pra ele. Acabamos por deixar isso pra lá.

À noite’
Cheguei em casa com o Bill e estávamos parecendo fugitivos da polícia, o Bill estava irritado não gostou da minha idéia de não contar pra Danny que somos vizinhos, mas eu convenci ele dizendo que era só por hoje. Subi pro meu quarto, tomei banho e logo desci parar o jantar...
- Você está quieto Tom. -disse minha mãe, porque ela percebe tudo?
- Não é nada. -falei e continuei comendo.
- Suspeito que seja o amor. -disse o Bill, dando um risinho, olhei pra ele e quase não enxerguei, porque ele é tão intrometido?
- Eu tenho os meus motivos pra está calado, Bill. Não tem nada a ver com sexo... -falei.
- Eu não falei de sexo. -disse ele.
- Olha a discussão, não é legal falar de sexo na hora da comida. -reclamou minha mãe.
- Dá no mesmo. -respondi pro Bill.
O Bill com certeza deve ter falado algo com a minha mãe, ou não, eu não sei por que ela está me observando tanto esses dias. É, talvez eu tenha mesmo mudado, pelo menos um pouco. Terminei de jantar, eu fui pro quarto me arrumar. Depois disso desci as escadas, animado, abri a porta e mais uma vez minha mãe perguntou pra onde eu estava indo. Que diabos deu nela? Nunca foi disso, a não ser quando eu era mais novinho, agora tenho 18 anos...
- Esqueci meu boné na casa de uma amiga, estou indo buscá-lo. -ela sorriu e não disse nada, saí fechando a porta.

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