quarta-feira, 11 de julho de 2012

Provocação - Capítulo 15 - Tentando entender.

POV.Tom
Saí do quarto dela sem dar uma resposta para sua pergunta e fui direto para o meu, me deitando de costas na cama. É... Por quê? Por que eu ficava beijando ela?
Arrgh! Eu só podia ter ficado louco! Ou melhor, Jhuna me deixava louco. Ela confundia meus pensamentos e sentimentos, tudo dentro de mim, dentro da minha cabeça está uma verdadeira bagunça e tudo por culpa dela. Eu deveria odiá-la! E tentei. Mas parece que nem com todas essas discussões idiotas que teve entre nós, fui capaz de me convencer que eu não me sentia diferente em sua presença.
Sim, eu gostava dela de uma maneira diferente. Não sei nomear esse jeito, esse afeto que sinto por ela, só sei que eu gostava de estar perto dela, de tocá-la e de principalmente beijá-la. Não deveria ser assim, mas é. Talvez seja porque eu ainda não a tive como minha, pois sempre senti atração por qualquer mulher bonita.
Não.
Não é só atração. Tem outra coisa que sinto quando estou com ela e essa coisa me incomoda. Sinto meu coração bater mais forte, tanto que às vezes acho que é possível as batidas serem ouvidas ao outro lado do oceano. Minhas mãos começam a suar, como se eu estivesse em um show e esquecesse as notas de uma música. Isso com certeza não é atração, eu nunca fiquei nervoso assim diante de nenhuma mulher.
Mas então... O que era isso?
– Amor. – ouvi a voz da única pessoa que poderia saber o que eu estava pensando sem eu nem ao menos dizer. Bufei.
– Claro que não Bill! – respondi.
– Tom. Por favor, né! – ele disse me encarando sério e se sentando em minha cama. – Eu posso sentir o nervosismo que saí de você.
– Isso não significa nada. – falei. – E você sabe o que penso sobre essas baboseiras de amor, não sabe? Isso é ridículo!
– Não é ridículo para quem ama. – Bill falou.
– Ótimo! Aí esta a prova de que eu não estou apaixonado. – disse seco.
– Você ainda não admitiu para si próprio, por isso esta dizendo isso e por isso acha ridículo. – falou e eu preferi não responder. – Só cuidado com essa sua teimosia, porque se você realmente estiver amando, meu irmão... Não a deixe ir embora. Não deixe SUA felicidade ir embora. – disse e saiu do meu quarto, fechando a porta.
– Amor. – falei sozinho e bufei novamente com essa palavra. – Até parece! – falei irritado e me levantei para ir tomar um banho.

POV.Jhuna

Fiquei sem entender aquela reação de Tom, mas preferi não insistir em qualquer assunto do tipo com ele. Com certeza ele me beijou hoje com culpa e eu odiava saber disso, doía, machucava.
Eu não conseguia entender porque ele fazia isso! Se bem que eu não deveria me surpreender se tratando de Tom, né. Mas eu tinha culpa se gostava dele? Eu não escolhi isso e se tivesse mesmo a chance de escolher, com certeza eu ia querer fazer parar essas reações e sensações que eu tinha quando ele me tocava.
– Ai q ódio! – gritei abafando minha voz com o travesseiro em meu rosto.
Eu não queria mais que ele me tocasse. Mentira. Eu não queria mais que ele me beijasse. Mentira. Eu não queria mais ouvir a voz dele ou ver ele. Mentira. Sim! Tudo mentira, mas era preciso. Era preciso para tirar ele da minha cabeça e esmagar as esperanças que meu coração tinha ao fundo de ele poder gostar de mim de alguma forma. Mas o grande problema era como?
°°°°°°
Alguns dias se seguiram monótonos. Eu tive novas reuniões e negociações da banda, Georg e eu nos tornávamos cada vez mais amigos e agora com a presença de Layane também, que estava passando uns tempos por aqui para ficar perto dele. Bill quase não parava mais em casa por causa do CD, Gustav tinha voltado para a Alemanha para passar alguns dias e logo estaria de volta. Já Tom... Não nos falávamos, não nos olhávamos e nem se quer chegávamos perto um do outro, dias se seguiram assim e meu subconsciente decidiu que assim seria melhor. Afastar-me dele. Mas o destino sempre nos contradiz.
E esse destino que de novo me enganou,
Meu primeiro dia livre começou...
Comigo em fuga outra vez! – Matanza.
Eu estava na cozinha, preparando um sanduiche para mim. Peguei o suco de pêssego na geladeira e coloquei em um copo, me sentei diante da bancada da cozinha e abri um dos meus vários livros de psicologia e persuasão da mente, lendo enquanto comia.
– Onde está Bill? – ouvi a voz grave seca e já sabia quem era.
– Disse que iria para o estúdio. – respondi sem tirar os olhos do meu livro. Era a primeira vez que ele se dirigia a mim depois de dias.
– Jhuna. – chamou e eu me surpreendi por ele ter dito meu nome. O olhei. – Por que está me evitando? – perguntou sério e eu o olhei incrédulo.
– Hã? Eu não estou te evitando. – falei tentando recompor minha expressão.
– Sim, você está. – disse e se sentou em um banco ao meu lado.
– Achei que fosse você que não queria falar comigo. – respondi e voltei a ler.
– Eu estou falando com você. – disse calmamente.
– Agora. – rolei meus olhos.
– E você está tentando me ignorar. – bateu com o dedo indicador no meu livro e eu respirei fundo, fechando-o.
– Ok, Tom. – disse me virando para ele. – Vamos ter uma DR. Pode começar.
– Uma DR? – perguntou confuso.
– Sim, Discutir a Relação. Não é isso que você está tentando fazer? – perguntei e ele riu.
– Não. Com certeza não. – disse sorrindo, mas logo fechou a expressão. – Só acho que não deveríamos ficar evitando um ao outro já que moramos juntos.
– Então você admite que estava me evitando? – perguntei e ele demonstrou pensar um pouco.
– Eu só estava dando um tempo. – disse sério.
– De quê? – pressionei.
– Eu pensei que aquelas coisas esquisitas iriam passar... – murmurou baixo e eu duvidei de que ele realmente ainda falava comigo. – Por que não passa?! Por que ainda me sinto estranho?
– Tom! – chamei sua atenção. – Do que está falando?
– Nada. – falou rápido e se levantou. – Eu vou subir, depois nós nos falamos. – saiu da cozinha antes mesmo de concluir sua frase e eu permaneci lá, sem entender nada.
Aliás, sempre era assim com Tom. Eu nunca entendia suas atitudes e era isso que me perturbava.

Postado por: Grasiele

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Arquivos do Blog