quarta-feira, 11 de julho de 2012

Provocação - Capítulo 14 - Desculpas.

Depois de algum tempo sentada, resolvi me levantar e ir lavar o rosto. Olhei-me no espelho e eu estava horrível, meu rosto estava todo machucado e vermelho. Como eu disse, tenho alergia a chorar. Saí do banheiro ainda enrolada na toalha e tranquei a porta do meu quarto, peguei uma lingerie rosa e vesti, uma calça de moletom preta e uma regata preta também. Deitei embaixo do meu edredom e fiquei lá, quieta, apenas me movendo para respirar.
– Jhuna? – ouvi a voz de Bill e pude ver a maçaneta girar em vão. – Por favor, abre a porta. Eu quero conversar com você.
– Depois Bill. – não queria que ele visse meu rosto.
– Jhuna, eu sem querer ouvi sua conversa com Tom. – disse calmo. Mas que porra! Nessa casa ninguém sabe que é falta de educação ouvir a conversa dos outros.
– Bill, depois! – tentei manter o tom de voz calmo.
– Tudo bem. – falou e acho que ele desistiu.
Fiquei deitada um bom tempo, nem a pequena TV que tinha no meu quarto eu liguei. Eu só queria ficar ali, vegetando, pois eu estava cansada das pessoas me machucarem por dentro. De tanto que pisavam na ferida, ela já não cicatrizava mais.
Por que as pessoas faziam isso com as outras? Sério, isso não dá dinheiro, não dá respeito, não dá nada! Não é que eu acho que ele deveria gostar de mim só porque eu gosto dele, mas se ele sabia que eu sentia alguma coisa, por que ficou me beijando? Só para poder vir aqui e jogar na minha cara que NÃO GOSTA DE MIM? Qual é o problema dele?
– Jhuna? – Georg chamou e eu não respondi. – Jhuna, por favor! Abre essa porta, vamos conversar! Você precisa comer. Anda.
– Eu não estou com fome. – falei seca.
– Se você não abrir essa porta agora, eu vou arrombar! – falou e aparentemente, ele não estava mentindo. – 1... – começou a contar e eu me levantei, mas hesitei com a mão na chave. – 2... – girei a chave e abri a porta, me escorando na própria e sem olhar para ele.
– Pode falar. – disse.
– Ei... – ele pegou meu rosto e ergueu, me olhando nos olhos. – Você está horrível! – disse sorrindo e eu rolei meus olhos.
– Muito animador! – bufei e voltei para a cama, me cobrindo até a cabeça.
– Não gosto de ver você assim. – falou e senti-o subir na minha cama, em seguida, puxou meu edredom, descobrindo meu rosto e entrou debaixo. Abraçando-me.
– Sabe que se sua namorada nos ver assim, vai dar barraco né? – falei e ele riu. – É sério Georg! Não me perdoaria se vocês brigassem.
– Relaxa! Ela não está aqui. – falou. – E Layane sabe que eu sou seu amigo. – falou me apertando mais ainda no abraço. – Eu sei o que aconteceu... Bill me contou.
– Vocês são uns grandes fofoqueiros! Nunca mais falo nada nessa casa. – falei nervosa e ele riu.
– Eu não contei nada para Tom.
– Eu sei. –disse me acalmando.
– Serviço de quarto. – alguém falou e eu olhei para a porta, era Bill.
– Pode entrar Fofoqueiro Júnior Kaulitz.
– Meu nome mudou! – falou sorrindo e entrou com uma bandeja, colocando-a em meu criado mudo. – Não sabia. Mas não sou fofoqueiro. – disse tentando parecer bravo e depois afastou um pouco meu edredom para se deitar também.
– Claro que não. – bufei e ele riu, mas depois ficou sério e eu o encarei.
– Desculpa. – falou me olhando também. – Desculpa por ter ouvido a conversa e desculpa pelo meu irmão.
– Você não tem que se desculpar por ele. – falei e depois encarei o teto.
– Tenho sim. – falou e passou um braço pela minha cintura, me abraçando também
– Não, Bill. Não foi culpa sua. – falei e respirei fundo. – E eu também peguei pesado. Eu acho.
Ficamos algum tempo em silêncio, mas depois Bill colocou a bandeja que trouxera sob meu corpo e me fez comer boa parte do que estava nela. Ficamos os três conversando coisas aleatórias, eles me perguntavam sobre como era a minha vida no Brasil e eu contava para eles, mas minha distração não demorou muito, pois vi Tom parado na porta do meu quarto encarando nós três.
– Jhuna. – chamou meu nome. – Quero conversar com você. – disse seco e Georg me olhou. Supliquei com os olhos para que ele não saísse, mas não adiantou.
– Eu vou encher o saco do Gustav. – Georg falou e se levantou, saindo do quarto.
– E eu vou tomar um banho. – Bill disse e também saiu. Sentei-me na cama.
– Me desculpe. – murmurou e eu me surpreendi, então resolvi abaixar a guarda também.
– Desculpa também. – falei. – Você não tinha que ouvi aquele meu discurso. – disse e ele entrou finalmente no quarto, se sentando em minha cama e mantendo certa distância.
– Você está certa. – falou me olhando. – Eu não sei o que é ter o amor de outra pessoa que não seja minha família. – abaixei meu olhar e ele se moveu na cama, sentando agora bem na minha frente. – Me desculpa. Eu não sei por que comecei a agir dessa forma com você. Eu gosto de ter sua companhia, você é divertida, mas... – hesitou e eu o encarei. – Eu não entedia porque você era tão mais legal com os outros do que comigo. Sei lá, era estranho saber que você de algum modo gostava de mim e me tratava com mais frieza. – concluiu e eu fiquei em silêncio. – E eu também gosto de você. Não sei como, mas gosto.
– Você deixou bem claro que não gos... – comecei a falar mais ele segurou em meu rosto, me puxando para ele e colando nossos lábios. O afastei.
– Tom, por favor. – falei tentando me soltar dele, mas ele me segurava firma em suas mãos. – Para com isso, ok? Eu te desculpo, mas me solta.
– Não... – ele sussurrou e me puxou novamente, beijando-me mais uma vez.
– Tom! – o repreendi e o empurrei. – Para com isso!
– Para você de me afastar! – falou mais alto e eu me assustei.
Ele respirou fundo e me puxou pela cintura, me colocando em seu colo. Fiquei sem reação, então ele segurou em minha nuca com uma mão e beijou outra vez, só que envolvendo a língua. Tom me puxava cada vez mais para ele e nós já estávamos à procura de ar, então nos separamos e ele manteve minha testa colada na dele.
– O que você realmente quer de mim fazendo essas coisas? – perguntei séria e ele apenas me tirou com delicadeza de seu colo, se levantou e saiu sem dizer uma se quer palavra.

Postado por: Grasiele

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