domingo, 17 de junho de 2012

The Neighbour - Capítulo 39

Bill

Um dia antes da cerimônia do casamento, fui até a casa da minha mãe, que estava aflita com alguma coisa. Assim que ela desligou o telefone por um minuto, perguntei:

- O que houve?

Meio incerta se deveria continuar ou não, acabou decidindo me contar:

- O vestido da Luiza estava lá no ateliê. E amanheceu em pedaços. 

- Sofia?

Concordou. 

- Mas... Não tem um vestido de reserva?

- Estou tentando encontrar. Não sei o que vai ser se não conseguir. Bom, o que eu quero é que você não conte nada para a Luiza. 

Assenti. 

- Supondo que... Você não consiga. O que vai fazer?

- Não tenho nem ideia. 

Estava pensando sobre o que havia me dito e perguntei:

- Como a Sofia conseguiu entrar no ateliê?

- Não sei. A Sylvie me disse que ela estava bem nesses últimos dias. 

- Só pode ser ciúmes. - Concluí. 

- Eu não consigo entender como é que ela ficou desse jeito! Era para ter aceitado o fim do namoro de vocês numa boa, ainda mais que você não a traiu quando ainda estavam juntos!

- Ah, mãe... Ela já não estava bem. 

- Vem cá. Será que não era melhor cuidar para que ela evite se aproximar da Luiza? Quer dizer, eu acho que é melhor. 

- Está falando de uma daquelas medidas restritivas?

- Sim. Mas só para prevenir, sabe? 

Concordei. 

- Acho que, de início, o melhor é colocar seguranças em todo o lugar. Daí, quando eu voltar da lua-de-mel, ligo para o advogado. 

Me olhou de um jeito engraçado e perguntei: 

- O que foi?

- Nada. Só estava pensando que... É estranho pensar que amanhã você vai se casar. Para mim sempre vai ser aquele menininho loirinho que sempre estava correndo por aí, brincando com o Tom... 

Sorri e perguntei:

- Nunca vai mudar, não é?

Negou, sorrindo também. 

- Por outro lado, fico feliz que tenha... Esbarrado em uma garota tão especial quanto a Luiza.

Rimos ao ouvi-la dizer aquilo. 

Antes de ir dormir, porém, me deu um beijo de boa noite e disse:

- Dorme bem, 
liebe. E não fica acordado até tarde, afinal, amanhã é o grande dia e você precisa estar descansado. 

Dei um sorriso fraco, sem mostrar os dentes. Naquela noite, assim que deitei a cabeça sobre o travesseiro é que a ficha caiu: Eu ia me casar com a Luiza. A garota maluca do supermercado. E quer saber? Não estava nem um pouco arrependido da minha decisão. 

Luiza

O grande dia tinha chegado e parecia um zumbi, tamanha era minha ansiedade. Mal tinha conseguido dormir a noite inteira, o que significava que a Natalie estava tendo um trabalhão daqueles para não me deixar com cara de morta-viva e sim, de uma noiva. Noiva... Essa palavra ecoava na minha cabeça, junto à casamento e o nome do Bill. Verdade fosse dita, eu estava realmente ansiosa para ver como ele ia ficar de terno. Ia ser muito difícil olhar para ele e não babar durante toda a cerimônia. 

Uma vez que 
a maquiagem, bem light mesmo, combinando com o horário de final de tarde estava pronta, foi a vez de fazer o penteado. Basicamente, a cabeleireira prendeu duas mechas do cabelo na parte de trás da minha cabeça, pôs a franja para trás e tentou fazer alguns cachos largos nas pontas. Porém, quando se tem um cabelo naturalmente escorrido e pesado como o meu, obviamente, não vai dar certo. Tanto que depois, ela até perdeu a paciência e simplesmente fez as pontas viradas para dentro, numa escova. Ao mesmo tempo, uma manicure fazia as minhas unhas e um fotógrafo registrava tudo. Esse último detalhe foi exigência única e exclusivamente minha. Logo que estava pronta, ouvi umas batidas na porta do quarto e a Simone entrou, trazendo o vestido. O meu coração quase despencou até meu dedo mindinho do pé esquerdo. Disse:

- Olha, tivemos um pequeno acidente com o outro, mas por sorte, eu já tinha mandado fazer esse, justamente para o caso de acontecer algum imprevisto. E vou te falar. Foi complicado não deixar transparecer isso para o Bill. 

Ri do que ela falou e, depois que abriu aquela capa protetora, meu queixo foi fazer companhia para o meu coração. A saia d
o novo vestido era mais armada e o corpete era todo brocado. Ainda havia uma espécie de xale, feito com um pedaço de tecido como o da saia. Era absolutamente lindo. E ela mesma me ajudou a coloca-lo. Quando viu qual sapato eu tinha escolhido, disfarçou uma risada e falei:

- Simone, a culpa não é nem sua e muito menos minha que seu filho mede quase dois metros e eu míseros 1.65m! 

- Não vai ficar sacrificada demais em cima desse salto?

- Nada! - Respondi, fazendo um gesto displicente com a mão enquanto ela terminava de fechar o zíper. Assim que me olhei no espelho, ela me disse: 

- Você é e está linda. 

Sorri, toda sem jeito e, justamente nessa hora, bateram na porta. O Tom espichou a cabeça para dentro do quarto e, de queixo caído, pediu para falar rapidinho comigo. Assim que ficamos a sós, me disse:

- Olha, se quiser desistir e casar comigo, eu aceito, viu?

Dei um tapa de leve no seu ombro e falei:

- Fez um excelente trabalho, cupido. 

- E sem a fralda!

- E sem a fralda! - Repeti, com bem mais entonação e rindo. 

- Me promete uma coisa?

O olhei, indicando para continuar. 

- Faz meu irmão tão feliz quanto ele está agora, sim? E principalmente: Seja feliz, por mais que isso seja meio difícil, já que é o Bill e não eu. 

- Menos, Tom... Bem menos. 

- Mas falando sério... Você sabe que eu te amo, né?

- Sei. E é recíproco. 

Me abraçou forte e, quando me soltou, percebi uma coisa. 

- Ô meu Deus! Se já está assim agora... - Falei, voltando a abraça-lo, só que pela cintura.

- Assim como?

- Chorando feito uma manteiga derretida. 

- Eu não estou chorando, só... 

- Entrou um cisco no olho?

- Não. Um cílio mesmo. 

- Tá. Você finge que convence e eu finjo que acredito. Ainda mais que eu acho absurda essa história de que homem não tem que chorar. 

Ia responder, porém, mais uma vez, alguém bateu na porta. Garanto que daqui a pouco nem porta tem mais. 

Dali a alguns minutos, o carro parava em frente ao lugar onde seria a cerimônia (Que na realidade, era uma benção, já que eu não tinha feito primeira comunhão) e um dos meus tios me perguntava:

- Pronta?

Engoli em seco e concordei, respirando fundo. 

Assim que entramos, meu tio foi se juntar à esposa e as organizadoras estavam doidas, tentando manter todo mundo alinhado. Quer dizer, antes que você comece a se perguntar o motivo de tudo isso, eu explico. Considerando que a noiva é uma legítima nativa de Aquário... Obviamente não seria 100% tradicional. Depois de muita conversa, convencemos os padrinhos a entrarem de um jeito diferente... 

Desde que vi os vídeos de casamento onde os padrinhos e os noivos entravam dançando que fiquei cismada com aquilo. E, no dia que estava ouvindo Lady Gaga, descobri que 
Marry the night seria perfeita para o momento. Logo, cada um foi entrando, imitando mesmo o vídeoque promovia o casamento do príncipe William com a duquesa Katherine Middleton. Por um espacinho pequeno, via cada um dançando enquanto passava pelo caminho até chegar ao seu lugar, perto do padre. Obviamente, o Georg fez graça, me lembrando de um passo que fez no vídeo do making of de Automatic. E eu, escondidinha num canto, quase chorava de rir com cada um. A Elise e a Hannah entraram juntas e, no meio do caminho, fizeram aquelepassinho clássico de tango. Acho que não vi um único convidado sério, até mesmo o padre disfarçava o riso. No final, quando eu era a única que estava faltando, as organizadoras me guiaram para o começo da passagem, indicada por um tapete vermelho. Respirei fundo e comecei a andar lentamente, como se fosse a marcha nupcial tocando ao invés de Lady Gaga. Como estava em uma parte antes do refrão, só esperei até que ela cantasse para ir andandocomo a própria fez em Born this way. E, no meio do caminho, improvisei uma dança, rindo da minha própria palhaçada, como sempre. Assim que toda a farra acabou, os convidados se sentaram e o padre começou a celebração. Fez um breve discurso sobre o amor e juro que por muito pouco mesmo não desabei quando veio aquela famosa pergunta de “Você aceita este homem como seu legítimo esposo, prometendo amá-lo e respeitá-lo até o último de seus dias?”. Estava tão nervosa que só consegui concordar com a cabeça, fazendo todo mundo rir baixo; Só a visão do Bill de terno preto, camisa branca e gravata (Sem ser a borboleta) prata já era o suficiente para me deixar inquieta.

Benção dada, o famoso “Pode beijar a noiva” e o beijo dados... Fomos até uma parte da casa que tinha um salão de festas, totalmente 
decorado como havíamos combinado, em tom de creme. As mesas eram adornadas com vasos compridos e rosas brancas e comportavam até oito pessoas. E foi para esse salão que a maioria dos convidados foi, enquanto tirávamos fotos com a família, alguns amigos mais chegados... Quando foi a vez de tirarmos a primeira, que era com os pais, não nego que mais que nunca, senti muito a falta do meu pai. E assim que minha mãe, a Simone e o Gordon foram até o salão, o Bill percebeu que tinha algo errado e perguntou:

- O que foi, 
liebe?

Sem dizer nada, o abracei e não fossem os meninos terem chegado, com toda a certeza do mundo, teria começado a chorar ali mesmo. 

Uma vez que as fotos terminaram, lá fomos nós cumprimentar cada um dos convidados. Só que, obviamente, cada um foi para um canto e estava tão... Desnorteada que, sem querer, cumprimentei três pessoas mais de uma vez. Quando finalmente achei o Bill, percebi que estava falando com o pai dele. Quer dizer, sabia que tinha mandado o convite, mas também sabia que ele não esperava que o Jörg viesse. Justo na hora que o Bill começou a olhar ao meu redor, o Tom simplesmente se materializou do meu lado, me assustando com o grito de “Minha cunhada!” e dei um tapa daqueles no seu ombro. 

- Ai! O que eu fiz?

- Me assustou. 

- E estava tão concentrada assim por que...?

Na hora, vi que o Bill estava andando na nossa direção e então, o Tom viu o que tinha acontecido, fechando um pouco a cara. Perguntei:

- Pelo visto... Ele quer me conhecer. 

- Exatamente. - Respondeu, muito sem-graça. Peguei na sua mão e o puxei até seu pai. Fomos apresentados e ele se mostrou gentil, apesar de um pouco distante. Logo, uma das organizadoras apareceu, avisando da valsa. Tive que controlar o riso ao ver a manha do Bill e falei:

- Anda... Deixa de ser mole, porque já tem gente me atazanando, vulgo Tom, para a gente abrir logo a pista. 

Resmungou mais um pouco, mas foi dançar. Para minha surpresa, que estava acostumada a sempre ouvi-lo dizer que não dançava quando estava sóbrio e tal, até que se saiu um belo pé-de-valsa. E assim que a música acabou, logo em seguida, começou a tocar “
Your body is a wonderland” e, não acreditando naquilo, comecei a rir enquanto ainda dançávamos. 

- Não acredito nisso!

- Por que não? Afinal de contas, essa era a música que estava tocando quando a gente se beijou pela primeira vez. 

- Era?

- Era. E achou mesmo que eu me esqueceria? Fiquei com essa praga, como você costuma dizer, na cabeça por semanas! 

Sorri de novo e ele, aproximando a boca do meu ouvido, começou a cantá-la com aquela voz rouca que sempre me fazia arrepiar. É. Definitivamente, ele me conhecia muito bem. 

Bill

Finalmente pudemos nos sentar à mesa com as nossas mães, o Gordon e os avós. As nossas mães conversavam animadas em italiano, já que a mãe da Iza não falava nem inglês e muito menos alemão. Daí, minha mãe simplesmente começou a ter aulas e o problema estava resolvido. Enquanto eu conversava com minha avó, a Iza falava com o Gordon a respeito de alguma coisa que, por causa das conversas que ecoavam pelo salão, não conseguia entender direito o que era. 

Depois de comermos alguma coisa, apertei de leve sua mão e, quando me olhou, indiquei a pista de dança e me olhou desconfiada. 

- O que houve? - Perguntou. 

- Quero dançar com você. 

Deu de ombros, arqueando a sobrancelha direita e, depois de avisarmos aonde íamos, fomos andando até lá e, justo quando íamos dançar, a música parou. Olhamos para a cabine do DJ e lá estavam meu irmão e o Georg, brigando por um microfone. Assim que o Tom o conseguiu, disse: 

- Queria pedir a atenção de todo mundo... Gente, silêncio, por favor... 

Aos poucos, todo mundo o olhou e meu irmão falou: 

- Em primeiro lugar, quero me apresentar para quem ainda não me conhece. Sou Tom, o irmão do noivo e cupido dos dois. 

A Iza deu um meio sorriso e ele continuou:

- E eu, junto de alguns amigos dos dois, sejam em comum ou não, fizemos uma breve homenagem aos dois. Pode soltar. 

De repente, começou a passar um vídeo feito com várias fotos nossas, desde as do nascimento mesmo, até as últimas feitas, no casamento mesmo. A Iza cantava baixo 
a músicaque servia de trilha sonora. Havia algumas fotos realmente engraçadas que faziam algumas pessoas rirem, inclusive nós. E quando menos esperei, apareceu o vídeo daquele show onde havia cantado 1000 Oceans olhando para ela. E sabe-se lá como, alguém conseguiu filmar seu rosto, mostrando a sua expressão de encantada. Aproximei a boca do seu ouvido e perguntei, percebendo que tinha se arrepiado:

- Revivendo a emoção daquele dia?

Me olhou e não resisti; A abracei apertado por trás e beijei a base do seu pescoço, fazendo com que se arrepiasse ainda mais. Assim que o vídeo acabou, acenderam um holofote sobre nós e, enquanto todo mundo aplaudia, fiz com que se virasse de frente para mim e a beijei de maneira comportada, afinal de contas, as nossas famílias estavam ali. Inclusive a mãe dela. 

A festa acabou virando a madrugada. Foi uma daquelas festas tradicionais, onde o pessoal, talvez por causa da bebida, se solta mais e dana a pagar mico. Em um minuto que me distraí, me despedindo de alguns amigos, um dos meus primos caçulas de seis anos tirou a Iza para dançar. Quando me virei, não teve como não rir. Ainda mais que ele batia na altura do estômago dela e tinha até passado a mão em torno da cintura dela, que sorria. E numa hora que foi tentar fazer com que ela rodopiasse, a Iza, como sempre, encontrou uma solução mais prática: Segurou a mãozinha dele e o girou. Depois que um dos primos dela apareceu, o chamando para irem brincar, ele saiu pulando porque tinha ganhado um beijo da noiva. Quando ela me viu, veio andando na minha direção e rindo. Assim que a abracei, perguntou:

- Pelo visto... Viu tudo, não é?

- É. Vi. E foi engraçado, principalmente a parte que ele tentou te fazer rodopiar. 

Riu junto comigo e roubei um selinho demorado. 

Assim que só nós quatro da banda, a Iza e as respectivas namoradas dos meus amigos e a Lilian ficamos em um canto mais reservado do salão, a Elise disse: 

- Bill, abençoada seja sua esposa!

- Por quê? - A Iza perguntou. 

- Na boa... Quem mais pensaria tanto nas 
bff’s quanto você? Liebe, muito obrigada por esses chinelinhos! - Disse, fazendo todo mundo ali rir. 

- Elise... Achou mesmo que eu seria capaz de deixar vocês sofrendo em cima do salto? - A Iza perguntou. 

- Ah, não sei... Você é imprevisível! - Respondeu, brincando. E a Iza entrou no espírito: Pôs a mão no peito, fez expressão de choque e disse: 

- Elise, estou abismada! Assim você me ofende! 

As duas riram em menos de cinco segundos e nosso pensamento coletivo foi que as duas não eram normais. Quer dizer, por mais que estivéssemos acostumados às maluquices das duas, ainda sim tinha hora que eram imprevisíveis. 

Assim que os primeiros raios de sol despontaram no horizonte, ainda estávamos onde tinha sido a cerimônia e a festa, só que um pouco mais afastados dali. Havíamos nos sentado sobre uma colina e decidimos passar os primeiros momentos de casados daquele jeito: Só abraçados, um curtindo a presença do outro... 

Brincava com seus dedos de forma distraída e observava 
a aliança fina de ouro branco, junto ao seu anel de noivado. Notando que eu estava pensativo, perguntou:

- O que foi?

Sem dizer nada, neguei com a cabeça e a abracei como se fosse a última coisa que fizesse na minha vida. 

- Eu te amo muito. - Falei, a apertando. 

- Eu também. E sabe que pode confiar em mim, não é? Para qualquer coisa que for. 

- Sei. 

- Então? Que tal me contar o que houve para te deixar preocupado tão de repente?

- Sei lá. Só... Uma sensação ruim de perda. 

- Ô 
liebe... Não pensa nisso. 

- Não sai do meu lado. Jura isso para mim. 

- Eu não vou. - Falou, sorrindo. - Depois que custei tanto para chegar até aqui, até parece que vou te deixar! 

Falou de um jeito meio emburrado e ao mesmo tempo fofo e não teve como não rir. Roubei um selinho demorado e, depois que nos separamos, mordeu o lábio e, visivelmente sem jeito, começou a desfazer o nó da minha gravata. Perguntei:

- Está tentando recuperar o tempo perdido?

- Fala da nossa noite de núpcias que não aconteceu? É... Talvez. - Respondeu, sorrindo, marota. - Mas sendo honesta... Me admira muito que tenha conseguido ficar a noite inteira com essa gravata apertando seu pescoço. 

- E você em cima de um salto. 

Se aquilo era possível, seu sorriso se tornou ainda mais maroto. Puxou a barra da saia do vestido, revelando que estava descalça. 

- Deveria ter imaginado. 

- Assim como deveria ter imaginado que eu não fiquei de pé no chão o tempo inteiro. 

- Como assim? 

Mordeu o lábio inferior, tímida, e levantou a saia mais uma vez, mostrando 
um par de chinelos brancos com tachas; Obviamente, um par de melissas. 

- Como sempre... Me surpreendendo. - Resmunguei.

Arqueou a sobrancelha, dando um meio sorriso. Perguntou, pegando minha mão:

- A gente ainda tem uma lua-de-mel inteira pela frente. Tem certeza que vai querer ficar aqui até a hora do voo e me obrigar a andar pelo saguão do aeroporto com esse vestido? Aí sim que vamos atrair atenção e não teremos sossego. 

- E o que você me sugere, Senhora Kaulitz? 

- Irmos para o seu apartamento, tomarmos um bom banho juntos, descansarmos um pouco até a hora de sairmos. 

- Gostei, principalmente da parte do banho.

Tomei um belo tapa no ombro por causa daquilo. E assim, nos levantamos e fomos até o prédio. Assim que chegamos, o porteiro nos olhou e sorriu. Repetimos o gesto e logo depois, fomos até o elevador. Ficamos ali em silêncio e, antes de chegarmos ao nosso andar, avisei:

- Agora que estamos casados e não tem mais nada impedindo... Vou confiscar seus contraceptivos, não estou dando a mínima para sua TPM e vou ser bonzinho. Vou te deixar escolher a posição que facilite. 

- Wow! Calma aí. Em primeiro lugar. Está preparado para ter de me aguentar durante nove meses, tendo as piores oscilações de humor, não querendo saber de sexo, chorando sem motivo nenhum e, no instante seguinte, rindo como se você tivesse me contado a piada mais engraçada de todas? 

- Estou. 

Me olhava, com uma expressão indecifrável. Logo, um dos cantos da sua boca se curvou para cima e respondeu:

- Acho melhor a gente começar, então... 

E, assim que as portas se abriram, andou rebolando até o corredor. Vendo que eu a olhava estático, perguntou:

- Vai ficar aí, só me olhando?

Postado por: Alessandra

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