domingo, 17 de junho de 2012

The Neighbour - Capítulo 38

Luiza

Assim que as portas do elevador se abriram, tive uma surpresa. Arregalamos os olhos, eu surpresa por ele estar parado ali na minha frente e o Bill, por causa da quantidade de coisas que estava carregando. Me ajudou a levar as coisas e, enquanto eu trancava a porta, perguntei para ele: 

- Bill... Por que está me esperando aqui?

- Me deu saudade. 

Me fez sentar no seu colo e fiquei perdida nos meus pensamentos até que me chamou e tive que responder o que estava se passando pela minha cabeça. 

- Ah, não é nada demais. Só... Estava pensando em algumas coisas. 

- Como, por exemplo?

Mordi o lábio inferior. 

- Coisas totalmente aleatórias e que não têm nada a ver uma com a outra. 

Me deu aquela olhada e falei, suspirando:

- Um programa que eu assistia quando era pequena, a Carmem Miranda e as coisas que ganhei no chá. Te falei que uma coisa não tinha nada a ver com a outra... 

- Notei. - Disse, rindo. - Mas... Que tipo de coisa você ganhou? - Perguntou, fazendo aquela cara maliciosa.

- Pode deixar porque, quando você menos esperar, vai descobrir... - Respondi, fazendo uma expressão idêntica à dele. 

- Ah, Luiza! - Reclamou. Já disse o quanto amava ouvir meu nome ser pronunciado por ele? 

- B. - Respondi, no mesmo tom, fazendo-o rir e dando um jeito de fugir dos seus braços. 

- Não senhora! Volta aqui. - Disse, se levantando e vindo atrás de mim. Daí para uma corrida feito duas crianças por todo o apartamento foi um pulo. Quando finalmente conseguiu me derrubar sobre a cama, nós dois ríamos e, quando menos esperei, me olhou e perguntou: - Sabia que eu te amo muito? 

Fiz cara de pensativa e respondi:

- Não... Sabia que me amava. Só não tinha uma noção do quanto... 

Mordeu minha bochecha e protestei, batendo no seu braço:

- Ai, seu canibal! 

- Olha... Se for olhar de um determinado ângulo... - Começou a dizer e na mesma hora, eu soube que aí vinha! Tanto que, tomou aquele tapa estalado na bunda. - Ô fixação!

Rindo e só de despeito, a apertei, vendo sua expressão de surpresa. 

- Não vai sossegar, não é?

Neguei com a cabeça, ainda mantendo meu sorriso, e disse: 

- Tá bom. Você quem pediu. 

Um sorriso maldoso brincou em seus lábios e, logo, segurou meus pulsos acima da cabeça, amarrando-os com um lenço que nem sabia de onde tinha tirado e, enquanto me debatia e tentava me soltar, implorava para que me soltasse, obviamente, sem sucesso. De repente, suas mãos foram para cima da minha cintura e a apertaram daquele jeito que ele sabia que me desarmava. Em seguida, se inclinou na minha direção, se debruçando em cima de mim e me beijou da maneira mais... Sexy imaginável. E quando menos esperei... Sem separar nossas bocas, senti suas mãos contornando minha cintura até chegarem à barriga e, em seguida, descerem na direção do botão da minha jeans. O abriu e, logo, sentia a calça passando pelas minhas pernas e, uma vez livre da peça, a atirou em um canto qualquer do quarto. Depois, foi a vez da minha calcinha. Tentei interromper o beijo para protestar, só que era impossível. Ainda mais que ele me tocou. Como sempre, fazia círculos com a ponta do dedo sobre meu clitóris e, em poucos instantes, já estava naquele estado, arfando, com as costas arqueadas, tendo aquela sensação inexplicavelmente boa que sempre tomava conta de cada célula do meu corpo quando ou ele ou eu mesma me tocava. Já que não tinha outro jeito, desisti de tentar me soltar e me render. Do nada, parou com tudo e resmunguei, fazendo-o rir e, quase imediatamente, subiu a barra da minha camiseta, expondo minha barriga e começou a beijar cada milímetro da minha pele, cada vez mais indo na direção do meu baixo-ventre. Nem bem senti a bolinha do seu piercing da língua e a campainha tocou, me fazendo quase gritar um palavrão. Quer dizer, eu não evitei o grito, mas sim, o palavrão em si; Geralmente, evitava ficar falando na frente do Bill. Obviamente, nem sempre dava certo. Tanto que, na primeira vez, ele até arregalou os olhos de surpresa. Pedi: 

- 
Liebe, me solta, bitte?

- E te deixar ir ver quem é nesse estado? Nem pensar. Eu vou, dou um jeitinho de dispensar a pessoa e já volto. Enquanto isso... Se recupera aí. 

Sabe aquela hora que você quer xingar a criatura de filho de uma... Moça pouco séria, como diria minha avó, só que a moça em questão (Um poço de seriedade, diga-se de passagem e sem ironia ou sarcasmo algum) era minha futura sogra e não merecia ser xingada por uma cachorrada que um dos rebentos dela tinha feito. Antes que ele pudesse sair, perguntei: 

- E a sua situação tá melhor, por um acaso? Não se esqueça que, ao contrário de mim, a excitação em você é visível...

- É justamente por isso que eu quero atender. Para a pessoa ver que está atrapalhando. 

- Me solta, pelo menos, para que eu me recomponha... Vai que a pessoa quer falar comigo?

Suspirou e atendeu ao meu pedido. A campainha tocou de novo e ele resmungou:

- Essa pessoa deve estar muito necessitada de sexo para estar empatando-foda desse jeito. 

Bati no seu ombro, rindo, enquanto vestia a calcinha. Antes de sair, roubou um selinho demorado e foi ver quem era. Assim que voltou, estava um pouco carrancudo e perguntei:

- O que foi? 

- Era a vizinha nova. Não contente em nos atrapalhar, queria porque queria falar com você, me passou uma descompostura e ainda por cima, ficou olhando fixamente para o meu pênis. 

Tentei me controlar para não rir, mas quem disse que consegui?

- Isso... Ri mesmo. Não foi você quem ficou excitada e a vizinha ficou te encarando. - Resmungou. 

- Acontece, 
Herr[1] Kaulitz, que você foi cruel comigo o suficiente para quase me deixar aqui só de camiseta e amarrada. Pelo menos, você ficou livre. 

- Bom você ter tocado no assunto... 

Arregalei os olhos e, em um movimento rápido, saí correndo e sendo seguida pelo Bill. No meio do caminho, a Vivi pulou na nossa frente. Tentei frear, mas como ele estava atrás de mim, só deu tempo para eu dar um grito, a Vivi sair correndo e, logo depois, o Bill cair em cima de mim e nós dois desabarmos. 

- Machucou, 
liebe? - Perguntou, enquanto me ajudava a levantar. 

- Foram só os sustos. - Respondi, dando um sorriso sem mostrar os dentes. 

Naquela noite, acabou dormindo ali comigo. No dia seguinte, deixamos para olhar o que estava faltando. E conforme havíamos previsto, aquele bando de 
paparazzi apareceu e veio aquela costumeira chuva de flashes. E antes que pudesse me controlar, acenei para os fotógrafos, sendo simpática, por mais que eles me irritassem com toda aquela invasão de privacidade. 

Quando estávamos parados no sinal, o Bill perguntou:

- Por que você sempre faz questão de ser simpática, mesmo que eles te encham? 

- Simplesmente porque não custa nada ser gentil! Acho que é muito pior quando você fecha a cara. Aí que eles pegam no pé mesmo. - Respondi. - Lembro é daquele programa que te falei que costumava ver pela televisão lá em Belo Horizonte, 
o CQC... 

- Ah, sei.

- Pois é. Teve um dia que mandaram um dos repórteres para Los Angeles, fingir que era
paparazzo[2]. E eles encontraram a Jessica Alba, que simplesmente saiu andando, ignorando todos eles e ela estava de cara fechada. Achei aquilo horrível. Eu sei que eles enchem o saco, mas não custa, né?

Concordou, dando um meio sorriso. Logo, fomos buscar o Tom e em seguida, resolver os últimos pepinos, como o bufê, o lugar onde teria a festa...

Enquanto esperávamos o Bill ir buscar os ternos, fiquei esperando no carro com o Tom. De repente, algo pareceu despertar a curiosidade do meu futuro cunhado, que perguntou:

- Já usou as coisas que ganhou das meninas?

- Ainda não. Estou deixando para a lua-de-mel.

- Nessas horas é que eu agradeço por meu irmão ser o noivo. Não eu. A impressão que eu tenho é a de que, quando você quer, consegue ser uma sádica de mão cheia. 

Concordei, dando um meio sorriso. Logo, fomos até a casa de uma brasileira que trabalhava como doceira e fazia 
bem-casados. E eu tinha que confessar que estava divertido planejar esse casamento, que seria 50% tradicionalmente brasileiro e os outros 50%, alemão. Aliás... Eu não era a única. 

Quando fui fazer a última prova do vestido, o Tom foi comigo e com a Simone, sob o juramento que não contaria nada para o Bill. Assim que saí da cabine, 
a cara que o Tom fez foi... Realmente engraçada. Como a Simone tinha ido olhar alguns outros modelos, perguntei para ele: 

- E aí? O que você achou? 

- Você tá linda. 

Sorri, tímida. O escolhido era 
um tomara-que-caia, cheio de flores na parte de cima e espalhadas pela saia armada, tipo de princesa mesmo. 

Enquanto me ajudava a tirar o vestido, a Simone perguntou:

- Muito nervosa?

- Surpreendentemente... Não. Claro que tem uma pontinha de ansiedade e tal, mas estou até estranhando minha calma. Acho que toda a agitação acabou indo para o Bill. 

Rindo de um jeito que me fez lembrar dos gêmeos, concordou. 

Assim que cheguei em casa, lá estava ele, com aquela carinha de sapeca que aprontou alguma. 

- O que foi? - Perguntei, sentindo a Vivi se esfregar na minha perna, como sempre, enquanto eu trancava a porta.

- Tenho uma péssima e uma excelente notícia. Qual vai primeiro?

- A péssima, né?

- Não vai rolar com aquele salão que a gente tinha fechado. Teve um problema hidráulico sério e por isso, a dona me ligou, desmarcando e se desculpando. Disse que vai nos reembolsar.

Me sentei numa poltrona ao lado da janela e perguntei:

- E a excelente notícia?

- Lembra daquele outro salão que você cismou?

- Ai... Não fala! - Pedi, já fazendo a voz histericamente aguda. 

- Tá bom. Já que você pediu... Não vou falar que consegui alugar o salão. 

Só quando vi a expressão de surpresa dele é que me dei conta que tinha dito um palavrão. No instante seguinte, já estava sentada no seu colo, com uma perna de cada lado do seu corpo e o enchendo de beijos enquanto ria. 

Passada a empolgação, alguns minutos depois, estávamos deitados no sofá, como sempre, ele brincava com os meus dedos. A diferença era que, naquela vez, era da mão esquerda. Pedi, vendo-o fixar principalmente meu dedo anelar:

- Se você não se manifestar em cinco minutos, vou assumir que está pensando no falecimento da pobre coitada da bezerra. 

Deu aquele sorriso de lado e respondeu:

- Só estava... Tentando imaginar a aliança no seu dedo. Vai ficar perfeita. 

- Falando nisso... Obrigada pelo agrado. - Falei, beijando sua bochecha. 

- De nada. Além disso... A troco de quê eu te obrigaria a usar a aliança de ouro, sendo que você não gosta?

Dei um sorriso tímido, daqueles que não mostram os dentes. 

- Estou com um pouco de medo. - Confessei, pensativa. 

- Medo de quê?

- De sermos apressados demais, de não dar certo, de não conseguir ser uma boa esposa... 

- Se arrependeu, é isso?

- Claro que não! Se estivesse arrependida, jamais teria deixado chegar tão longe. E se eu aceitei seu pedido foi por uma razão. Ou não?

- Que razão é essa? 

- Preciso mesmo dizer? - Questionei, o olhando e fazendo questão de mostrar expressão de impaciente. 

- Claro!

- Eu te amo. Esse motivo por si só é suficiente ou precisa de outro?

- Fala de novo, só para eu ser totalmente convencido. 

- Bill, você é muito besta. - O provoquei, vendo-o fazer cara de indignado. - Mas mesmo assim... Eu te amo. Muito. 

- Eu também, Luzinha. - Disse o apelido em português. O olhei, surpresa. 

- De onde você tirou isso?

- Ah... Bom... - Disse, todo sem jeito; Pelo visto, tinha aprontado. 

- Eu só vou ficar brava se você não me contar. 

- É que eu falei com uma amiga sua, que deixou escapar o apelido. 

- Que amiga?

- Daniela. Tem uma irmã com o apelido curto. 

- Você falou com elas? - Perguntei, não contendo a curiosidade. Concordou e devolveu a pergunta:

- Não deveria? Foi a irmã dela quem ligou. Você não estava, atendi e ela pediu para te avisar. E eu me esqueci. Não fica brava comigo. 

- Tranquilo. - Respondi. - Mas e aí? Como foi a conversa?

- Ela não acreditou que era eu. 

... E continuou contando o caso. Depois daquela, sabia muito bem o que faria. 

Na manhã seguinte, enquanto tomávamos o café da manhã numa Starbucks perto de casa, perguntei, não conseguindo conter a curiosidade:

- Bill... Tem uma coisa que eu queria te perguntar já tem certo tempo, mas com toda essa confusão de preparar o casamento e tal, acabei me esquecendo. 

- Que coisa?

- Pelos meus cálculos, o... Seu filho com a Sofia já deveria ter nascido. - Falei, sentindo um certo desconforto ao pronunciar aquelas palavras. E isso não passou despercebido. 

- É. Já nasceu sim. 

Tinha certeza absoluta de que não estava esperando pela minha reação. Ainda mais porque estava estampado no seu rosto. 

- E até hoje você não foi ver seu filho por quê? 

- Lembra daquele dia do camarim em Paris? Que a gente estava conversando, daí eu saí?

Concordei. 

- E o que isso tem a ver? 

- O irmão da Sofia me ligou. Disse que, no dia que ela entrou em trabalho de parto, naquele dia mesmo, um cara com quem ela estava ficando antes de toda aquela confusão que acabou nos separando, apareceu lá no hospital, dizendo que o filho era dele e tal. Ninguém acreditou, mas a própria Sofia confessou que o bebê era dele. Não meu. 

- Por isso você voltou tão eufórico! - Concluí. Ele concordou, sorrindo. 

- Tem só uma mulher com quem eu quero ter filhos e ela está sentada na minha frente, usando
um vestido cor-de-rosa, meia-calça e sapatos pretos, tomando uma bebida de caramelo e comendo muffins de mirtilo. 

Sorri toda besta depois daquela. 

Enquanto andávamos pela rua, vimos um 
paparazzo e, por instinto, fiz algo que nem o fotógrafo esperava: Sorri e acenei para ele. Tirou umas duas fotos e depois foi andando, sem mais nem menos. 

Quando chegamos em casa, ele perguntou:

- Eu estava pensando... Sabia que a gente esqueceu de um detalhe muito importante?

- Que detalhe? 

- A lua-de-mel. Para onde quer ir?

Pensei por um instante e respondi, dando um sorriso malicioso:

- Maldivas. 

Retribuiu o sorriso e perguntou:

- Só?

- Ah... Para início de conversa tá bom. Quer dizer, tem praia, que eu adoro, mesmo sem saber nadar. 

Quando vi 
a cara que fez, dei um tapa estalado no seu ombro, reclamando:

- Mas que coisa! Não dá nem para falar nada que você já pensa besteira!

- Você de biquíni não é besteira. Aliás... Me deixa reformular a frase. Você sem o biquíni não é besteira. 

Revirei os olhos, fazendo-o rir. 

- Sossega teu facho senão te deixo na abstinência sexual até a gente voltar.

- Teria coragem?

- Se tive coragem de bater em ladrão... Por que não teria?

A cara de medo dele foi fofa. Controlando meu impulso de apertar suas bochechas e enchê-lo de beijos, me resignei a segurar uma gargalhada e fazer cara de séria, o que o fez rir:

- Portanto, se o senhor quiser ter uma lua-de-mel propriamente dita... Comporte-se. 

Fez aquela cara de menino comportado, concordando e, depois de dar 
uma mordida no lábio inferior e sorrir, disse: 

- Se eu me comportar mal... - Olhei para ele, que ainda dava o meio sorriso, e eu só conseguia pensar: “Aí vem!” - Pode... Me castigar. 

Falei?

- Você não presta, Kaulitz. - Resmunguei, fazendo-o rir.

Postado por: Alessandra

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