domingo, 17 de junho de 2012

The Neighbour - Capítulo 35

Bill

Depois daquela noite, agíamos como se não tivesse acontecido nada, justamente para tentar preservar o que estava acontecendo e não dar errado, como da outra vez. O único que sabia, por questões óbvias, era o Tom. E, por provocação ou não, ela pediu que ele a ajudasse a despistar. Obviamente, meu irmão aceitou. Vez ou outra, eu percebia que ele se aproveitava para abusar e, confesso que gostava quando a Luiza dava aquele esporro assim que saíam do campo de visão de todo mundo. 

Por fim, o resto da turnê foi tranquilo, exatamente como havíamos planejado. E assim que voltamos a Hamburgo, descobrimos que um apartamento do nosso andar finalmente tinha sido alugado. Calma que eu explico: Cada andar do nosso prédio tinha quatro apartamentos. Além da Iza e de mim, ali morava um cara de... Provavelmente quarenta e poucos anos, com jeito daqueles modelos da Calvin Klein e que fazia o maior sucesso com todas as mulheres, exceto uma (Acho que deu para saber quem é, não?), que sempre torcia o nariz para ele por ser mais velho. 

Assim que finalmente chegamos em casa, o porteiro veio nos ajudar com as bagagens e nesse instante, disse: 

- Tem uma moradora nova. 

- Ah, é? - A Iza perguntou. 

- É. Gertrude Schneider. Mora com uns cinco gatos. - O porteiro disse.

- Ai meu Deus! - Ela resmungou. - Agora que a Vivi endoida. 

Disfarcei uma risada assim que entramos no elevador. Enquanto estávamos lá dentro, me perguntou:

- Só eu que estou com medo da vizinha nova? 

- Medo por quê?

- Sei lá... A mulher tem cinco gatos. Deve ser aquela tia solteirona, maluquete, tipo 
aquela velhota dos Simpsons que atira os felinos nos outros. 

Ri do jeito que falou e da cara que fez. Nem bem as portas se abriram e lá estava ela: Tia solteirona, não aparentando ser maluquete e muito menos atirando gatos nos outros. Era... Normal. Nos olhou de cima a baixo e, sorrindo, disse: 

- Olá. Acho que vocês são meus vizinhos... 

- Pois é. - A Iza disse. 

- Olha, se vocês já não são... Deveriam pensar em formar um casal. 

Sorrimos sem graça e ela disse: 

- Bom, vou deixar vocês irem. Soube que estavam viajando e coitados... Devem estar cansados. Qualquer coisa, só tocarem lá em casa. 

Concordamos e, assim que a mulher entrou no elevador, cujo painel indicava que ela estava dois andares abaixo, peguei as bagagens da Iza e levei para o meu apartamento. Percebendo o que eu fiz, disse: 

- Ei! Que folga é essa, hein, seu danado?

Dei de ombros e respondi:

- Não achou que eu ia te deixar ir para a casa, né?

Arqueou a sobrancelha e cruzou os braços na altura do estômago. Respirei fundo e, depois de colocar as bagagens na minha sala de estar, voltei até o hall de entrada e a peguei pela cintura, a colocando sobre os ombros e a levando para meu apartamento. Diferente do esperado, riu o tempo inteiro e, quando a coloquei no chão, me olhou e disse: 

- Você não existe, sabia? 

- Ah, existo. E posso te provar... - Respondi, me aproximando dela. Passei meu braço em torno da sua cintura e a puxei para mais perto, roubando aquele beijo que sabia que a faria ceder. No final das contas, acabamos indo para o quarto mesmo e, por causa do cansaço, dormimos juntos. 

Na noite seguinte, enquanto ela me ajudava a fazer uma lasanha, dando as instruções do que eu tinha que fazer, olhava algumas coisas no meu computador. Até que perguntou:

- É impressão minha ou ficou obcecado comigo a ponto de criar uma pasta aqui com meu nome?

- Abre. - Respondi, dando de ombros. Obedeceu e quase gritou: 

- Meu Deus... Arrumei um stalker! 

Ri e pedi que abrisse uma das pastas. De repente, começou a rir e me xingou:

- Kaulitz, sua peste! 

Olhei para ela sem entender. Arqueou a sobrancelha e começou a ler os nomes dos arquivos:

- “Como seduzir um aquariano”, “A mulher de aquário”, “A lingerie de aquário” - Eu ria ao ouvi-la lendo. E ao mesmo tempo, me lembrava das horas em que deixava minha mente vagar ao imaginar como ela seria só de calcinha e sutiã. Ou sem nada. - “Zonas erógenas dos aquarianos”. Você é a criatura mais... Safada, tarada e maníaca que eu conheço! 

- Você que me aguarde... Aquele Bill que você conhece foi só uma amostra. Ainda vai ver o quanto posso ser... “Safado, tarado e maníaco”. 

Riu sarcástica, como sempre. 

- Vai sonhando, vai... - Disse, continuando a olhar os arquivos. 

- Ah, eu vou... Ainda mais se a realidade for tão boa quanto os sonhos... 

Me olhou com aquela expressão incrédula, com a mão na frente da boca e balançando a cabeça negativamente. 

- Eu não acredito no que estou ouvindo! Quer dizer que você tem sonhos... 

- Eróticos? Iza, você não é a única que tá longe de ser santa... - Falei, rindo ao ver suas bochechas ficando rosadas. 

- E você não é o único que tem esse tipo de sonho. - Respondeu, encarando a tela. Apoiei no balcão da cozinha, bem perto dela. Peguei uma mecha fina do seu cabelo e enrolei no meu dedo. A fixando, perguntei:

- E já... Teve esse tipo de sonho comigo? 

- Vou te dar o privilégio da dúvida. Ainda mais que você sabe muito bem que ao mesmo tempo em que não sou santa... Sou ingênua. 

- E é justamente por te conhecer que eu sei que já sonhou comigo. Mais de uma vez, eu me arrisco a dizer. 

Arqueou a sobrancelha e, dando um meio sorriso, se virou de frente para mim, levantando da cadeira. 

- Eu te disse que ia te dar o privilégio da dúvida... 

- Tá... Mas ainda digo que você já sonhou.

Deu de ombros e foi ver a quantas andava a lasanha, que já estava no forno. E vê-la se inclinando daquele jeito, empinando a bunda, sendo que estava de minissaia... 

- Estava lembrando daquele dia que você me pediu para a gente... Enfim, que você ficou de quatro para mim. - Falei, antes que pudesse me conter. Fechou a porta do fogão e, depois de atirar o pegador sobre a pia, me olhou e disse:

- Pode se contentar com lembranças. Aquilo que aconteceu naquele dia do hotel foi a última vez. 

- Sei... Do mesmo jeito que aquele dia que você traiu o Alex comigo... E provavelmente terão outras “últimas vezes”. Eu sei disso, Luiza. Não teima que é pior. 

- Veremos... - Disse. - Fica de olho na lasanha enquanto eu vou ao banheiro um instante. 

E provavelmente, só para me provocar, saiu andando e rebolando. Ela que me aguardasse... 

Assim que ela saiu do banheiro, a lasanha ficou pronta e tirei a assadeira do forno. E a Iza, obviamente, viu que eu tinha posto a mesa para nós dois. 

- Meu Deus, mas que menino mais prendado! Olha que, se continuar assim, vai conseguir o que quiser, hein? 

- Não me tenta, Luiza... Senão te levo para o quarto e nem te conto o que faço com você... - Avisei, vendo-a arquear a sobrancelha ao mesmo que se sentava à mesa. 

Enquanto comíamos a lasanha, perguntou:

- Por um acaso está tentando me seduzir? 

- Está funcionando? - Devolvi a pergunta, dando um meio sorriso. Inclinou-se na minha direção e, me olhando fixamente, respondeu, sorrindo do mesmo jeito e arqueando a sobrancelha:

- O que você acha? 

- Que está. 

- Tenho que te dizer que o vinho foi uma boa jogada. - Respondeu, sorrindo. 

- É... Mas acho que deveria ter servido vodca, que é sua preferida. 

Franziu o nariz e disse:

- Acho melhor não. Corro o risco de entrar em coma alcoólico... E nunca gostei de ir para a cama com você quando não estava sóbria. 

Parei para olhá-la. 

- O que foi? - Quis saber.

- Nada. Estava só pensando no que você acabou de me dizer. 

- Que não gostava de dormir com você sob efeito de álcool? 

- É. Por que isso? 

- Justamente por ter consciência do que estava fazendo. Pode dizer que eu ficaria melhor se estivesse mais desinibida, mas... Tem alguma reclamação?

- Claro que não. Por mais que você não tivesse tanta... Experiência, ainda sim, nunca deixou a desejar. 

Deu um sorriso tímido e perguntou:

- E por que você acha isso?

- Por experiência própria, sexo é muito melhor quando os dois estão envolvidos. E você, mesmo não tendo muita ideia do que fazer e até mesmo se atrapalhando um pouco, conseguia fazer que fosse bom. Porque era óbvio que gostava de estar ali comigo. 

- Porque sempre foi bom. Você sempre foi muito... Carinhoso, delicado, paciente, atencioso e até gentil comigo. 

- E por que não seria? Eu te amo. 

Me olhou fixamente por alguns minutos, ficando em silêncio e fez uma cara de quem estava pensando. 

- O que foi? - Perguntei.

Negou com a cabeça e disse que me amava. Me inclinei sobre a mesa, indo na sua direção e só não consegui beijá-la porque fiz o favor de derrubar a taça vazia de vinho sobre o prato. 

- Depois eu que sou desastrada, né? - Perguntou, rindo. Dei a volta na mesa e me ajoelhando na sua frente. De novo, peguei sua mão e fiquei brincando com seus dedos. - O que foi?

- Nunca te vi de esmalte vermelho... 

- Não gosto. Passo nas unhas e penso: “OK... Essa mão é de uma pessoa completamente diferente, apesar de estar ligada ao meu pulso.” 

Ri e me estiquei um pouco para que finalmente pudesse beijá-la. 

Os dias foram passando e, quando meu aniversário chegou, juntamos um grupo de amigos e, graças à uma ideia da Iza... Fomos comer pizza. E por mais que esteja óbvio... Ela foi. Ficou sentada do lado da Elise, do outro lado da mesa, bem longe de mim. A noite inteira, ela não parou de sorrir e vez ou outra, olhava para mim. Discretamente devolvia sentia o olhar desconfiado da minha mãe em cima de nós. 

Como uma parte da pizzaria foi fechada para nós, então, atraímos a atenção de poucas pessoas que estavam ali na hora que todo mundo cantou parabéns para a gente. E tradicionalmente, fizemos um pedido antes de soprar as velas. Me concentrei ao máximo no meu e, enquanto todo mundo comia o bolo, ouvi minha mãe reclamando com a Iza: 

- Você está magra demais, menina! Tem que comer mais!

- Mas sempre fui de comer pouco. - A ouvi retrucar. Sorri ao vê-la frustrar os planos da minha mãe, que simplesmente suspirou e desistiu. 

Depois de um bom tempo, quando todo mundo começou a ir embora, a Iza perguntou, se aproximando de mim:

- Posso abusar de você um pouco?

- Demorou! Só que, pela cara do gerente, se a gente não for embora, ele expulsa a gente. E cá entre nós... Não tô nem um pouco a fim de exibir minha bunda por aí. 

Rindo, bateu de leve no meu braço e disse:

- Eu não estava falando de abusar sexualmente. Mas de pegar carona com você mesmo. Não tô de carro hoje. 

- Por que não?

- Primeiro: Não estava a fim. Segundo: Um álibi inquestionável para que ninguém desconfie de nada. Afinal de contas, ainda somos vizinhos de porta e você é o único da região que pode me fazer esse enorme favor. 

- Você é impossível, sabia? 

Deu um estalo com a língua, franzindo o nariz e negando com a cabeça, e perguntou:

- Nada. E aí? Rola a carona ou vai deixar uma pobre, indefesa e inocente donzela andar pela rua, sozinha e desprotegida, correndo o risco de topar com um estuprador assassino no meio do caminho?

- Dramática. - Falei, rindo. - Anda, vem. Vou te dar a carona. 

Sorriu de orelha à orelha e, depois de nos despedirmos dos poucos que haviam ficado ali, fomos embora. 

Quando finalmente chegamos ao nosso andar, ainda estávamos dentro do elevador e falei: 

- Eu vi que só o meu irmão ganhou presente... 

- Ai... Esqueci que você é observador até demais... - Respondeu, mordendo o lábio inferior, querendo fazer com que aquilo parecesse um gesto inocente. 

- Pois é. E eu? 

- O que tem? 

- Não ganho nada?

Coçou a cabeça, muito sem-graça e disse:

- Sabe o que é? Eu fiquei meio... Dura com o presente do Tom e... 

- Nem todo presente precisa ser material. - Falei, a fixando. Com certeza, a minha cara era a das mais safadas. 

- Não vai desistir, não é?

Mordendo meu lábio inferior e sorrindo, neguei com a cabeça. 

- Vai para sua casa e me espera no seu quarto. E vestido! Não quero ninguém pelado antes da hora. 

Sorri malicioso e, assim que as portas se abriram, cada um foi para uma direção. Fiquei sentado na minha cama, vendo um seriado qualquer na TV quando ouvi um barulho vindo da sala. Chamei:

- Liebe?

- Fecha os olhos. E não espia, senão dou meia-volta. - A ouvi dizer.


- Quer que apaga a luz? - Perguntei. 

- Se estiver com aquela principal ligada, sim. Deixa só as dos abajures. 

Obedeci e, logo depois, fechei os olhos. Avisei:

- Pode vir. 

Não demorou muito para que ouvisse o barulho dos seus saltos batendo contra o piso de madeira do corredor. Logo, percebi que ela já estava dentro do quarto e, depois de poucos instantes, comecei a ouvir 
uma música e disse: 

- Não vou te deixar mais se corroendo de curiosidade. Pode olhar. 

Abri os olhos e vi que usava um sobretudo preto. Poderia até ter estranhado não fosse um fato bem peculiar: Via seus quadris se movendo de um lado para o outro bem discretamente. Falei, já entendendo o que estava acontecendo: 

- Se quiser, tem vinho lá na cozinha. E eu sei que você é estranhamente fraca para vinho, mas forte para vodca. 

Deu um meio sorriso e negou com a cabeça. Fechou os olhos e começou a balançar o resto do corpo no ritmo da música. Suas mãos, que começaram nos cabelos, foram descendo cada vez mais até alcançarem o primeiro par de botões, sem desviar o olhar fixo do meu. Continuou abrindo o casaco até que, na hora do refrão, mordeu o lábio inferior, fez graça, ameaçando abri-lo, porém, virou-se de costas, mesmo com meus protestos. Rindo, segurou a peça de modo que não revelava nada que havia ali debaixo. Apesar de eu ter visto uma renda preta bem discreta um pouco acima do seu seio. Quando estava preocupado com esse pequeno detalhe, abriu um dos lados do sobretudo, seguido do outro, no ritmo da música. Em seguida, deixou a peça escorregar lentamente pelos ombros. Por baixo, usava 
uma roupa que consistia basicamente de um espartilho (O que atiçou e muito minha imaginação) cor de fúcsia com bordados dourados e uma microssaia de tule preta. A renda realmente era no decote e foi uma das coisas que mais mexeu comigo. Suas mãos, depois de soltarem delicadamente o sobretudo, foram mais uma vez para os cabelos e desceram até o colo. Vendo meu estado crítico, deu um meio sorriso e, só para piorar ainda mais a minha situação, não afastou as mãos dali; Deixou que deslizassem pelas malditas rendas que tiravam meu sossego e, quando passaram pelos seios, foram até o espaço entre eles. E começou a abrir o primeiro gancho que fechava o espartilho. Baixou o olhar e deu um sorriso malicioso. De início, estava tão desnorteado com aquilo tudo que nem percebi o que era; Só fui notar quando a acompanhei e vi que havia um sinal bem indiscreto do quanto o strip estava mexendo comigo. 

Ia abrir o segundo gancho quando pareceu pensar melhor. Fiz menção de me levantar e quase imediatamente, ela veio andando na minha direção. Se sentou no meu colo e, antes de me beijar, disse, em um tom de voz baixo e sexy:

- Só estou sendo boazinha porque hoje é seu aniversário. Se fosse num dia comum... Estava perdido, Bill. 

O jeito que pronunciou meu nome foi o estopim para que eu perdesse meu controle e pusesse as mãos sobre sua cintura. Mas a Iza, malandra como ela só, conseguiu me enrolar. Estava tão mais preocupado em beijá-la que nem reparei que tinha levantado meus braços. Só quando ouvi um discreto clique é que percebi o que tinha acontecido. Ainda sem abrir meus olhos, perguntei, sentindo-a muito próxima:

- Me algemando? 

Senti que sorria e, logo, se levantou do colchão. Abri os olhos a tempo de vê-la andando e rebolando até uma poltrona. A arrastou para mais perto da cama e se sentou de lado, de modo que pôde ficar em 
uma posição de lado e pudesse colocar as pernas sobre o braço da poltrona. Seus dedos deslizaram lentamente por cada perna e brincaram com a saia. Depois, se levantou e apoiou o pé sobre um baú que tinha aos pés da cama e deixou as mãos percorrerem a perna de novo. Porém, desta vez, tocou os quadris, barriga e deixou as mãos passearem pela lateral dos seios. Ainda rebolando um pouco, abriu outro gancho do espartilho. Desta vez, pude ver um pouco do sutiã que usava. Era de renda, preto e parecia que não tinha forro. Terminou de abrir os outros ganchos e, quando restava o último, inclinou-se para a frente e tirou as botas que usava. Eram discretas, pretas, cujos canos batiam abaixo dos joelhos. Virou-se de costas, enrolando os cabelos e os prendendo num coque que ela costumava fazer e que não usava nenhum tipo de prendedor. Abaixou a cabeça, me deixando ver sua nuca e fazendo com que minhas mãos coçassem para tocá-la logo de uma vez. Não contive um impulso ao ver o espartilho deslizando por todo seu corpo até chegar ao chão. E uma vez ali, ergueu uma perna de cada vez, tirando os pés lentamente dali. Àquelas alturas, já estava insuportável continuar ali, me excitando a cada segundo que se passava. Porém, quando eu achava que já estava ruim... Virou-se de costas mais uma vez, só que para pegar o espartilho. E o pior foi não poder fazer nada ao vê-la abaixada, como a própria dizia, “de quina para a Lua”. Quando se endireitou, me espiou por cima do ombro e, deu um meio sorriso ao ver o meu estado. Recomeçou a mover os quadris de um lado para o outro, fechando os olhos enquanto soltava os cabelos e fazia isso junto ao ritmo da música. Uma vez que o coque estava desfeito, suas mãos deslizaram pelo pescoço, colo e acariciaram brevemente os próprios seios. Engoli em seco ao ver que suas mãos iam para as alças do sutiã, que anteriormente estavam escondidas pelos cabelos. Acompanhando o movimento lento do seu corpo com o olhar, não me contive e perguntei:

- Até quando vou ficar preso aqui, hein? 

Sorrindo de maneira maliciosa, respondeu:

- Só um pouco de paciência... Depois vai compensar toda essa espera. 

E piscou. Virou-se de costas mais uma vez, criando um suspense e quando vi que tinha alcançado o fecho do sutiã, implorei mentalmente para que toda aquela tortura acabasse logo. Ameaçou abri-lo, mas depois, fez que havia mudado de ideia. Gemi, em protesto e, rindo, ela finalmente o abriu. Ainda me fixando sobre o ombro, baixou as alças completamente. Em seguida, jogou a peça, que caiu ao meu lado. Não virou-se de frente e foi andando até uma mesa onde havia deixado a chave das algemas. Quando finalmente veio na minha direção, cobria o busto. Se sentou sobre meu colo e, enquanto me beijava, libertava minhas mãos, finalmente. Uma vez que nada mais me impedia, toquei sua cintura, a apertando com vontade e recebendo um ofego como resposta. Inverti as posições, a deixando por baixo de mim. Deixei sua boca para começar a beijar cada mínimo pedaço do seu pescoço. Notei que sua respiração foi ficando cada vez mais pesada e não parei. Pelo contrário; Aquilo só serviu de incentivo para que eu continuasse. Ao mesmo tempo em que deixava minhas mãos passearem por seu corpo sem limites ou até mesmo pudores, continuava beijando sua pele. Como sempre acontecia, assim que chegava aos seus seios, ela arqueava as costas, como se os ofertasse para mim. E eu aceitava de bom grado. 

À medida que ia me aproximando do seu baixo-ventre, arranhava minha nuca, mas de um jeito tão... Bom. A provoquei, enfiando os dedos por baixo das laterais da sua calcinha e ameacei tirá-la. Mas me contive ao ter uma ideia que sabia que ela odiaria, mas que seria boa...

Como sempre, caprichei bastante nas preliminares, demorando até mais que de costume. E quando ela estava praticamente me implorando para que eu fizesse logo, me contive e não ri do seu desespero. Voltei à beijá-la e, aproveitando que estava a distraindo dessa maneira, abri a minha jeans e a abaixei, junto da boxer. Assim que a atirei num canto qualquer do quarto, me posicionei e comecei a “tortura”: Apenas deslizava a glande do meu pênis sobre seu sexo, ameaçando penetrá-la. Percebi que estava ficando impaciente e isso só a fez ficar ainda mais ansiosa. Praticamente implorou:

- Para de brincadeira e vai logo, Bill...

- Não... Me diz o que você quer... - Falei, ainda a provocando. 

Mordeu o lábio inferior e, depois de tentar respirar fundo, pediu:

- Eu quero... 

Naquele instante, meu lado sádico despertou e voltei a fazer círculos no seu clitóris com a ponta do meu dedo, fazendo com que ela ofegasse e deixasse um gemido escapar por entre seus lábios. Cravou as unhas no meu ombro e começou a mover os quadris, correspondendo aos meus estímulos. Não demorou muito para que ela chegasse ao clímax mais uma vez. E foi nessa hora que ela gemeu meu nome de uma maneira tão... Sexy que decidi parar de ficar provocando e partir logo para o que interessava, já que eu também não estava aguentando. Então, fiz com que ela enroscasse as pernas no meu quadril e a penetrei. Comecei me mover lentamente dentro dela, de maneira tortuosa e a Iza já não continha mais os gemidos. Não sabia explicar como conseguia beijá-la, já que nossas respirações estavam aceleradas e não conseguíamos mais segurar o ar. Mas ainda sim, não parecia certo separarmos nossas bocas. Tanto que só interrompemos o beijo quando realmente não era mais suportável. 

Uma das coisas que eu mais gostava na Iza durante esses momentos eram suas expressões. A que mais me deixava hipnotizado era quando estava começando a atingir o clímax: Fechava os olhos, deixava os lábios entreabertos e ainda de quebra, tinham os clássicos sinais dela, que eram as bochechas coradas, a boca que parecia ainda mais vermelha e carnuda e, quando abria os olhos, vez ou outra, estavam brilhantes. 

Depois de alguns minutos, os únicos sons que enchiam o quarto eram os ofegos, vindos tanto de mim, quanto dela, e o do choque entre nossos corpos. De repente, ela mordeu o lábio inferior com força e sufocou um gemido. Tirei totalmente meu pênis e voltei a penetrá-la de uma vez, fazendo com que gritasse. Continuei me movendo dentro dela até que comecei a sentir o orgasmo próximo. Ela se contraía em volta de mim e aquela era uma das melhores sensações de todas. Quando finalmente cheguei ao máximo do que podia aguentar, dei uma última investida, que acabou sendo um pouco mais longa que o esperado. Assim que me larguei ao seu lado, ouvi sua respiração acelerada se acalmar aos poucos ao mesmo tempo em que deitava a cabeça no travesseiro e a observava. Nessa hora, quase perdi o resto de autocontrole que tinha: Ela tinha um sorriso fraco e sua expressão era... De deleite. E justamente quando eu estava hipnotizado por ela que uma coisa aconteceu: Como se sentisse que eu estava a observando, abriu os olhos e me fixou, aproveitando que eu estava apoiado nos cotovelos e podia me ver muito bem. Não sei dizer se haviam se passado alguns segundos ou até mesmo algumas horas, mas tudo que eu sabia é que o tempo parecia ter parado naquele instante. Olhava para cada mínimo detalhe do seu rosto e foi então que tive certeza absoluta de algo que já sabia fazia um tempo: Não podia mais viver sem ela. 

- Seja minha. - Pedi. Acariciou meu rosto e, dando um sorriso tímido, respondeu:

- Já sou. Desde o primeiro olhar que você me deu, lá no show em São Paulo... 

A olhei, confuso. 

- Eu fui lá. - Admitiu. - E... Você provavelmente não deve se lembrar, mas olhou na minha direção enquanto jogava água no pessoal. E sorriu ao me ver toda... Atrapalhada enquanto corria, desesperada para que uma única gota caísse em cima de mim. Em parte era porque você estava jogando e a outra... Porque estava muito quente ali dentro. 

- Por que nunca me contou isso? 

Deu de ombros. 

- Falta de oportunidade... 

Balancei a cabeça em negação e, logo depois, voltei a ficar próximo dela, deixando nossos rostos a poucos centímetros de distância um do outro. Brincando com seus dedos de forma distraída, falei: 

- Quando eu te pedi para ser minha foi... Em outro sentido. 

- Que sentido? 

Me estiquei um pouco até abrir a gaveta do criado-mudo. E ela, percebendo qual gaveta era, disse: 

- Bill... Lembra que você foi o primeiro, né? 

Dei um estalo impaciente com a língua e, quando finalmente encontrei o que estava procurando, não tirei a mão da gaveta e pedi:

- Fecha os olhos. 

Estranhando, obedeceu e sorri ao vê-la não conseguindo conter a curiosidade. Fechei a gaveta e abri a caixa que havia pegado. Em seguida, segurando sua mão esquerda, perguntei:

- O sentido que eu te pedi para ser minha foi... Se você quer ser a minha mulher. 

Abriu os olhos, surpresa e perguntou:

- Está... Me pedindo para...? 

- Casa comigo?

Arqueou as sobrancelhas e, dando um meio sorriso, disse: 

- De longe, esse é o pedido de casamento mais torto que eu já ouvi na vida...

- Tiveram outros? - Perguntei, não escondendo o ciúme. 

- Ainda bem que não. - Disse, rindo de mim e me beijando. Quando nos separamos perguntei: 

- E então? Sua resposta é...? 

Sorriu e concordou com a cabeça. 

- Sabe qual é minha vontade?

Me olhou, curiosa. Com um sorriso maroto, levantei da cama, abri a janela e, quando ela entendeu o que eu ia fazer, sibilou um “psiu!” e mandou:

- Ô peladão! Vem cá! 

- Eu estou feliz... 

- Eu sei. Mas deixa para comemorar de outro jeito. E vestido, de preferência. 

Ri e finalmente a obedeci, ficando ao seu lado na cama. Se sentou e, enquanto acariciava sua bochecha, falei:

- Ich liebe dich. 

Sorriu e disse que me amava também. 


Depois de algum tempo, eu estava sentado e com as costas apoiadas na cabeceira da cama. E ela, 
sentada no meu colo me beijando. Acariciava sua cintura ao mesmo tempo em que sentia sua respiração batendo de leve contra meu pescoço, me fazendo arrepiar, mas de um jeito bom. Por causa da posição, conseguia sentir as batidas fortes do seu coração. Naquele momento de languidez, parecíamos um só, isolados do mundo só de estarmos envolvidos num abraço. Parecia que ninguém podia nos atingir ali, naquela hora. Quando interrompemos o beijo, escondi meu rosto entre a base do seu pescoço e o seu ombro, só me inebriando cada vez mais com o cheiro da sua pele. Antes que pudesse me dar conta, estava cantando baixinho “In your shadow” enquanto ela fazia um carinho gostoso no meu cabelo. 

You see my soul,
(Você vê minha alma)
I'm a nightmare,
(Eu sou um pesadelo) 
Out of control, I'm crashing
(Fora de controle, eu estou colidindo)
Into the dark,
(Na escuridão)
Back to the blue,
(De volta à tristeza)
Into the world of our cocoon
(Para o mundo do nosso casulo)
You're the sun and I'm the moon
(Você é o sol e eu sou a lua)


- Não... - A ouvi resmungar. Me endireitei, olhando-a e fixando aquele par de olhos castanhos que nunca foram indecifráveis para mim. Ainda mais que ela sempre conversava olhando para mim e, por mais que tentasse, não conseguia esconder o que estava sentindo. Pelo menos não como imaginava... - Você é meu sol. 

Deslizei a ponta do nariz sobre a do dela e roubei um selinho. Quando apoiei o queixo sobre seu ombro, propus, meio brincando:

- Vamos ficar assim para o resto da vida?

- Quisera eu poder ficar abraçada com você até o último instante... 

- Eu estava incluindo o fato de estarmos sem roupa, mas tudo bem.

Tomei um tapa estalado no ombro que me fez rir. 

- Tem sempre que ser safado, né, Bill? 

A olhei, surpreso. Era a primeira vez que aquilo acontecia, de estar usando aquele tom de voz que xinga, mas me chamar pelo nome e não pelo sobrenome. 

- O que foi? - Perguntou, não entendendo nada. 

- Sabia que eu me apaixono por você mais ainda a cada... Instante?

Sorriu sem mostrar os dentes e corando por causa da timidez. 

- É verdade! - Afirmei. 

- E quem sou eu para duvidar?

Postado por: Alessandra

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